SUBSIDIO (2)
JUNIORES VIVER
EM COMUNHÃO NA IGREJA
lição n.1
Comentario biblico Atos 2.40-47.
Prezado professor, nesta lição falaremos acerca da
verdadeira comunhão. Com certeza você conhece muito bem a sua classe, e tem
conhecimento se há problemas de convivência. Esse é um excelente momento para
conversar com seus alunos acerca da unidade e aparar qualquer aresta. Comente
que um reino unido prevalece, mas o mesmo não acontece com um reino dividido,
pois a divisão é o primeiro sinal indicador de derrota para qualquer grupo de
pessoas (Mt 12.25; 1 Co 6.7).
ORIENTAÇÃO
Professor, medite e reflita no texto de Atos 2.42.
Quando for ministrar a aula, após a leitura bíblica em classe, inicie-a lendo
essa porção escriturística. Questione os alunos acerca do porquê de a Igreja
Primitiva ser, apesar de relativamente grande (em um único dia entregaram-se
três mil pessoas a Cristo!), tão intimamente unida. Pergunte, por exemplo, se a
falta dos meios de comunicação não proporcionava melhores condições de
relacionamento na Igreja. Inquira-os a falar acerca do clima de egoísmo que tem
tomado conta de muitas igrejas locais. Pergunte se esse comportamento não tem
sido despertado em virtude de distorções na mensagem do evangelho. É legítimo
que haja interesse da igreja hodierna em buscar as causas da falta de comunhão.
Que possamos reviver o clima harmonioso de comunhão que havia em nossos irmãos
no primeiro século. Boa aula!
Palavra
Chave
Comunhão:
Participar das mesmas ideias, crenças e opiniões.
Um dos sinais da atuação do Espírito Santo na
Igreja Primitiva era a comunhão entre os seus membros. Mais que oferecer parte
ou o todo dos bens que possuíam, os cristãos mantinham-se unidos por um vínculo
comum: eles pertenciam ao corpo místico de Cristo — a Igreja de Deus. A
comunhão faz da Igreja um organismo espiritual perfeito de homens e mulheres
que, apesar de suas procedências étnicas e diversidades culturais, sentem-se e
agem como irmãos. Somente seremos reconhecidos como filhos de Deus se cuidarmos
uns dos outros e mutuamente nos socorrermos.
A comunhão levou aqueles crentes a partilharem o
que tinham, abrindo as portas para a atuação do Espírito Santo. Assim, ia o
Senhor acrescentando o número dos santos tanto em Jerusalém, como em toda a
Judeia e Samaria até os confins daquelas terras.
I. A COMUNHÃO DOS SANTOS
A comunhão observada na Igreja de Cristo não é um
mero fenômeno social. É o resultado da ação direta do Espírito Santo na vida
daqueles que recebem a Jesus como o seu único e suficiente Salvador (Ef 2.19).
É uma comunhão, aliás, que ultrapassa ao ajuntamento da congregação dos filhos
de Israel que, nos momentos de crise, reuniam-se como se fossem um só homem (Jz
20.1). Hoje, a Igreja permanece unida, universal e invisível, no Espírito Santo
e assim estará para todo o sempre.
1. O que é a comunhão. A comunhão é o “vínculo de
unidade fraternal mantida pelo Espírito Santo e que leva os cristãos a se
sentirem um só corpo em Jesus Cristo” (Dicionário Teológico, CPAD). A palavra
grega koinonia traz a ideia de cooperação e relacionamento espiritual entre os
santos. A comunhão da Igreja Primitiva era completa (At 2.42). Reuniam-se em
oração e súplica, mas também reuniram-se para socorrer os mais necessitados.
A comunhão de sua igreja tem como modelo os
cristãos de Jerusalém? Ou não passa de um mero ajuntamento social?
2. A unidade do corpo de Cristo. Eis um dos mais
preciosos capítulos da doutrina da Igreja: sua unidade. O apóstolo Paulo tinha
uma perfeita compreensão desse mistério (Ef 4.1-7). Somente pelo Espírito Santo
podemos compreender a unidade de judeus, árabes, gregos e bárbaros que, apesar
de suas diferenças culturais e étnicas, não apenas sentem-se e agem como
irmãos, mas acham-se espiritualmente vinculados num só corpo pela ação direta e
distintiva do Espírito Santo.
Cada membro, neste corpo, tem uma função
específica, mas todos trabalham pelo bem comum: “Porque, assim como o corpo é
um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo,
assim é Cristo também” (1 Co 12.12). Quando um de seus membros sofre, todos
sofrem com ele. Por isso, preocupamo-nos uns com os outros e mutuamente nos
socorremos (Ef 4.1-6). Você tem preservado a unidade do Corpo de Cristo? Ou tem
promovido divisões e dissensões entre os santos?
3. A comunhão da Igreja agrada a Deus. Deus quer e
exige que seu povo permaneça unido (1 Co 1.10). Em sua oração sacerdotal, o
Senhor Jesus roga ao Pai pela unidade de seus discípulos (Jo 17.11). Portanto, se
mantemos o vínculo da comunhão, agradamos a Deus (Ef 4.3). Sim, esse é o
vínculo da perfeição que tem como base o amor, conforme ensina o apóstolo
Paulo: “com toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns
aos outros em amor” (Ef 4.2).A comunhão da Igreja não é um mero ajuntamento de
pessoas, é o relacionamento espiritual e pessoal dos santos, sob a ação do
Espírito Santo.
II. A COMUNHÃO CRISTÃ CARACTERIZA-SE PELA UNIDADE
A comunhão cristã constitui-se num grande mistério.
É algo que a própria sociologia não pode explicar. Nem o próprio Israel de
Deus, no Antigo Testamento, logrou alcançar tamanha perfeição e excelência.
Aliás, as diferenças entre as doze tribos tornou-lhes impossível a unidade (1
Rs 12.1-16). Vejamos, pois, em que consistia a comunhão da Igreja Primitiva.
Que este seja o nosso modelo até que o Cristo de Deus venha buscar-nos.
1. Unidade doutrinária. Não pode haver perfeita
união sem unidade doutrinária. Informa-nos Lucas que os cristãos primitivos
“perseveravam na doutrina dos apóstolos” (At 2.42). Não era uma doutrina
qualquer; tratava-se do ensinamento emanado do colégio apostólico constituído
pelo Senhor Jesus Cristo. Paulo, ao discorrer sobre o mistério do corpo de
Cristo, fala de uma só fé (Ef 4.5) que deve ser preservada zelosamente pelos
santos (Jd v.3).
Na autêntica comunhão cristã, por conseguinte, não
há lugar para heresias nem apostasias. Estejamos, pois, sempre alertas. Nestes
últimos dias, muitos aparecerão em nosso meio dissimulando suas inverdades doutrinárias,
com o único intuito de destruir a comunhão dos santos (2 Ts 2.3; 2 Pe 2.1).
2. Unidade na própria comunhão. A unidade
doutrinária conduz a uma comunhão perfeita. Isto significa que não pode haver
genuína comunhão cristã com dois ou três pensamentos teológicos díspares e
contrastantes. As seitas aparecem quando um indivíduo, ou grupo, apresenta uma
doutrina contrária aos profetas e apóstolos de Nosso Senhor. Lembra-se da
doutrina de Balaão? (Jd v.11; Ap 2.14). E dos ensinos de Jezabel? (Ap 2.20). Muitos
são os que mergulham nas profundezas de Satanás e apresentam-se como
especialistas no conhecimento de Deus (Ap 2.24).
Se quisermos, portanto, uma comunhão perfeita,
lutemos por manter a sã doutrina. A heresia causa divisão. Ou melhor: a heresia
em si já é uma divisão. Esta recomendação de Paulo não deve ser esquecida: “Ao
homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o” (Tt 3.10).
3. Unidade no partir do pão. Os crentes primitivos
mantinham uma comunhão tão intensa entre si que se reuniam com alegria e
singeleza de coração para celebrar a Santa Ceia. Era o seu “partir do pão” (At
2.42). Eles em Cristo e Cristo em cada um deles. Pode haver comunhão mais
plena? Não era simplesmente uma cerimônia; era a festa na qual lembravam a
morte e ressurreição de Jesus — a expressão mais sublime do amor divino.
Voltemos a participar, ou melhor, a celebrar a
Santa Ceia como a reunião mais importante e solene da Igreja. Todas as vezes
que nos congregamos com essa finalidade, lembramo-nos de que Cristo morreu e
ressuscitou e certificamo-nos de que, em breve, virá Ele arrebatar-nos.
4. Unidade nas orações. Informa-nos Lucas, também,
que a comunhão da igreja Primitiva tinha como base a oração. O autor sagrado é
enfático: “e nas orações” (At 2.42). Isto significa que as reuniões de clamor e
intercessão eram-lhes frequentes e poderosas. Haja vista que, certa ocasião, a
força da oração daqueles santos chegou a abalar a estrutura do prédio em que
estavam reunidos (At 4.31). Sem oração, a comunhão da Igreja perde a sua força
e influência. Sua igreja é uma comunidade de clamor e intercessão? Ela ainda
move o coração de Deus? É hora de clamar!.A unidade doutrinária, a unidade
entre os irmãos, a unidade no partir do pão e a unidade nas orações é o que
caracteriza a comunhão da Igreja Cristã.
III. OS FRUTOS DA COMUNHÃO CRISTÃ
Estes são os frutos gerados pela comunhão cristã,
conforme facilmente depreendemos da leitura do capítulo dois de Atos dos
Apóstolos:
1. Temor a Deus. A verdadeira comunhão frutifica,
na vida da igreja como um todo e na vida de cada crente em particular, um santo
temor a Deus. Lucas destaca: “Em cada alma havia temor” (At 2.43). E o temor a
Deus, como todos sabemos, é o princípio do saber (Pv 1.7).
Quando os crentes temem e amam a Deus, a igreja mostra-se
sabia não apenas diante do Senhor, mas também do mundo. Ainda há temor a Deus
em seu coração?
2. Sinais e maravilhas. Pentecostais que somos,
acreditamos piamente que Deus ainda opera sinais e maravilhas entre o seu povo.
Mas, para que isso ocorra, é urgente que vivamos uma perfeita comunhão com o
Pai e com cada um de seus filhos. Lucas realça que, na Igreja Primitiva, o
sobrenatural era algo bastante natural entre os crentes: “e muitas maravilhas e
sinais se faziam pelos apóstolos” (At 2.43). O segredo? A comunhão.
3. Assistência social. Uma igreja que cultiva a
verdadeira comunhão cristã não permitirá que nenhum de seus membros passe
necessidade. Eis o que testemunha o autor sagrado: “Todos os que criam estavam
juntos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam
com todos, segundo cada um tinha necessidade” (At 2.44,45). Não se tratava de
um comunismo cristão, mas da autêntica comunhão que o Espírito Santo nos
esparge na alma. O comunismo só espalha o medo, a miséria e o ateísmo. A Igreja
de Cristo não precisa dessa ideologia para socorrer os seus membros; ela tem o
amor de Deus.
4. Crescimento. Uma igreja que cultiva a comunhão e
não se acha dividida só tem a crescer: “[...] E todos os dias acrescentava o
Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar” (At 2.47b). A Igreja como a
agência por excelência do Reino de Deus não pode ficar estagnada. Haverá de
crescer local e universalmente.
5. Adoração. A Igreja Primitiva era também uma
comunidade de adoração “louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo” (At
2.47). Sim, a Igreja que louva a Deus jamais deixará de ser reconhecida, até
mesmo por seus inimigos, como um povo especial. Voltemos ao altar da verdadeira
adoração. Louvemos a Deus com salmos e hinos. Abramos a Harpa Cristã e
celebremos os grandes atos de Deus.A verdadeira comunhão cristã gera frutos na
vida da igreja, tornando-a verdadeiramente o Corpo de Cristo.
Sua igreja cultiva a verdadeira comunhão? É hora de
voltarmos ao cenáculo e reviver os tempos de refrigério e avivamento. Somente
uma igreja que experimenta a verdadeira comunhão com Cristo e com os seus
membros em particular, sobreviverá nestes tempos difíceis e trabalhosos. O
Espírito Santo quer operar em nosso meio. Mas só o fará se estivermos vivendo a
genuína comunhão cristã.
SUBSÍDIO HISTÓRICO
“No Pentecostes, depois da vinda do Espírito Santo,
o grupo de 120 explodiu! Em um dia três mil pessoas adotaram a fé, e passaram a
servir a Cristo. Elas foram agregadas à igreja, isto é, imediatamente se uniram
à comunhão de crentes. Os três mil novos crentes se reuniram com os outros como
eles, pessoas de pensamento e fé semelhantes. Lucas ressaltou a natureza
cotidiana das reuniões da igreja. Os crentes se reuniam tanto no templo
([...]), como em casa, para o partir do pão e, supostamente, para comunhão,
para darem atenção às necessidades e para a prática da oração. Uma má
interpretação comum sobre os primeiros cristãos (que eram judeus) era que eles
rejeitavam a religião judaica. Mas estes crentes viram a mensagem e a
ressurreição de Jesus como o cumprimento de tudo o que eles conheciam, e do
Antigo Testamento e em que criam. A princípio, os crentes de origem judaica não
se separaram do restante da comunidade judaica. Eles ainda iam ao Templo e às
sinagogas para adorarem e aprenderem mais sobre as Escrituras. Mas a sua fé em
Jesus Cristo criou um grande atrito com os judeus que não acreditavam que Jesus
fosse o Messias. Assim, os crentes judeus eram forçados a se reunirem nas suas
casas para compartilharem as suas orações e os ensinos a respeito de Cristo. No
final do século I, muitos desses crentes judeus foram excomungados das suas
sinagogas”.(Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Vol.1. RJ: CPAD,
2009, pp.632-34)
“A Comunhão dos Santos na Bíblia
A comunhão dos santos é uma expressão teológica e
historicamente forte. Quer na comunidade de Israel, quer na Igreja Primitiva,
seu conceito não é um mero casuísmo; é uma prática que leva o povo de Deus a
sentir-se como um só corpo”.
“A comunhão dos Santos em Israel
Nos momentos de emergência nacional, levantavam-se
os hebreus como um só homem. Isto mostra que, se um israelita sofria, os demais
padeciam; se uma tribo via-se em perigo, as outras sentiam-se ameaçadas. A fim
de manter o seu povo unido, suscitava-lhe o Senhor líderes carismáticos como
Gideão e Davi.
O amor entre os israelitas era realçado na Lei e
nos Profetas. Os hebreus, por exemplo, não podiam emprestar com usura para seus
irmãos. Quando da colheita, eram obrigados a deixar, aos mais pobres, as
respigas. Foi o que aconteceu a moabita Rute.
Quando a comunhão dos santos em Israel era
quebrantada, instalava-se a injustiça social, a opressão e a violência. Para
conter todas essas misérias, erguia Deus os seus profetas que, madrugando,
repreendiam os injustos, buscando reconduzi-los aos princípios da Lei de
Moisés”.
“A Comunhão dos santos em o Novo Testamento
Ao retratar a comunhão entre os santos, escreve o
português Camilo Castelo Branco: ‘O amor de Deus é inseparável do amor do
próximo. É impossível no coração humano o incêndio suavíssimo do amor de Deus,
quando o grito da miséria não desperta no coração a mágoa das aflições do
próximo’.
Mais adiante, acrescenta Camilo: ‘Vede como eles se
amam diziam os pagãos, quando a sociedade cristã repartia seus haveres em comunas,
onde grande despojado de suas galas, vinham sentar-se ao lado dos pobres,
vestido de uma mesma túnica, e nutrido por um semelhante quinhão nos ágapes da
caridade’.
Sem a comunhão dos santos não pode haver
cristianismo. Aliás, protestou alguém certa vez: ‘O amor é a única forma de nos
sentirmos realmente cristãos’. Todos os escritores do Novo Testamento, a
exemplo do Salvador, realçaram a comunhão dos santos.No Sermão do Monte,
ensinou Jesus os seus discípulos a se amarem uns aos outros; doutra forma: não
seriam contados entre os seus seguidores”.(ANDRADE, C. As Disciplinas da Vida
Cristã. RJ: CPAD, 2008, pp.117-19).
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