ko-los'-e (Kolossai, "punição", a King
James Version Colossos): Uma cidade da Frígia, no rio Lico, um dos ramos do
Meandro, e 3 milhas do Mt. Cadmus, 8.013 pés de altura. Ele estava à frente de
um desfiladeiro, onde as duas correntes se unem, e sobre a grande estrada que
atravessa o país de Éfeso para o vale do Eufrates, 13 milhas de Hierapolis e 10
de Laodicéia.
A Cidade de Colossos
Colossos era uma cidade
importante, situada nas proximidades do rio Meander, no vale do Lico e, por
isso, acompanhava a principal rota comercial que ligava as cidades da Frígia,
no leste, com Éfeso, no oeste. Os registros históricos indicam que essa cidade
desfrutava de imensa riqueza e prestígio, nos tempos antigos (anterior a 400
a.C.). Graças a seus interesses comerciais, Colossos havia sido uma cidade
cosmopolita importante, que incluía diferentes elementos religiosos e
culturais. A população judaica devia-se em parte a Antíoco III, que fixou cerca
de dois mil judeus da Mesopotâmia e da Babilônia nessa área, em torno do ano
200 a.C. Observa G.L. Munn que "ao redor de 62 a.C. os judeus do vale do
Lico eram tão numerosos que o governador romano proibiu a exportação de
dinheiro destinado a pagar o imposto do templo." Conforme Cícero, haveria
uns dez mil judeus residentes naquela área da Frígia.
A importância de Colossos
como cidade diminuiu nos períodos helenístico e romano. Na época do apóstolo
Paulo, era a cidade menos importante da área. Registram os historiadores que
ela havia sido severamente devastada por um terremoto em 61 d.C. e,
diferentemente das cidades vizinhas de Laodicéia (cerca de dezesseis
quilômetros a oeste), e Hierápolis (cerca de vinte e cinco quilômetros),
Colossos jamais foi reconstruída. O local havia sido completamente abandonado
em torno do século oitavo d.C, e até hoje nenhuma obra arqueológica foi
realizada em suas ruínas.
A Igreja em Colossos
Pouco se sabe a respeito
da fundação da igreja colossense. O livro de Atos não registra especificamente
uma visita que Paulo houvesse realizado a Colossos, embora alguns eruditos como
Bo Reicke tenham sugerido que o apóstolo poderia ter ido a essa cidade e a
outras do vale do Lico, em sua terceira viagem missionária. Teria sido quando
Paulo passou "sucessivamente pela província da Galácia e da Frígia"
(18:23) e "pela estrada do interior" a caminho de Éfeso (19:1). Para
Reicke, isto significa os vales do Lico e do Meander, que teriam sido acessíveis
pela estrada comercial que ligava Colossos à Antioquia da Pisídia.
Se isto for verdade,
Paulo poderia ser considerado o fundador da igreja. Ele conhece vários membros
da congregação (4:7-17; Filemom); os que não o conhecem pessoalmente (2:1)
poderiam ser novos convertidos. As evidências internas da epístola induzem o
leitor a crer que os colossenses haviam ouvido as boas-novas pela primeira vez
da parte de Epafras (1:7), que era de Colossos (4:12), e se tornara um dos
colaboradores de Paulo no vale do Lico (4:13). É possível que Epafras tenha
ouvido o ensino de Paulo em Éfeso, tenha-se convertido ao cristianismo e
voltado para sua terra a fim de fundar ali uma igreja. De acordo com esta
reconstrução, Paulo estaria relacionado — indiretamente — à fundação dessa
igreja. Dir-se-ia o mesmo a respeito de outras igrejas que foram fundadas como
resultado de seu ministério em Éfeso ("de modo que todos os que habitavam
na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, tanto judeus como gregos", Atos
19:10).
Os Falsos Ensinos
Os falsos ensinos que
estavam ameaçando a igreja colossense são melhor descritos como um sistema
religioso sincrético, isto é, uma mistura de elementos religiosos e filosóficos
diversificados, provenientes de culturas orientais, gregas, romanas e judaicas.
A Frígia, área em que se localizava a cidade de Colossos, era a terra de
Cibele, a grande mãe e deusa da fertilidade. Certas descrições das
características das heresias colossenses podem relacionar-se às crenças e
costumes dessa seita popular.
Visto que Paulo não
enquadra a heresia colossense de maneira sistemática, temos que reconstruí-la
com base em algumas palavras e idéias que ele emprega, bem como em nossa
compreensão dos sistemas religiosos de seus dias. Os leitores de Paulo já
conheciam os pontos básicos de seu ensino, pelo que se tornava desnecessário
que o apóstolo os descrevesse em minúcias. É possível que a complexidade do
sistema herético teria induzido os cristãos colossenses a crer que ali estava
uma solução melhor para as esperanças e temores religiosos do povo, em vez do
evangelho simples que haviam ouvido da parte de Epafras.
Os falsos ensinos tinham
vários componentes principais, todos interligados de várias maneiras:
Astrologia. Na carta,
Paulo adverte seus leitores a respeito de "os rudimentos do mundo"
(stoicheia tou kosmou, 2:8), "os principados e as potestades" (2:15),
e "culto aos anjos" (2:18). No pensamento antigo, Moicheia eram os
princípios básicos ou fundamentais do conhecimento e da criação, constituindo a
totalidade do mundo. Sob a influência do sincretismo helenístico, inclusive a
filosofia de Pitágoras, estes "rudimentos do mundo" foram promovidos
ao status de "espíritos", personificados como governantes cósmicos, e
divinizados de acordo com todos os demais corpos astrais do universo.
Um dos princípios básicos
da astrologia é que existe correspondência entre os movimentos dos deuses lá em
cima, e as alterações que ocorrem aqui em baixo, na terra. As pessoas
acreditavam que suas vidas eram controladas por essas divindades estelares, e
por isso procuravam aplacá-las mediante adoração, ou diminuir-lhes o poder
mediante a feitiçaria, os rituais mágicos, despachos, e assim por diante.
Certas crendices e costumes que Paulo expõe em sua carta relacionam-se à
astrologia. Até mesmo o culto aos anjos pode ter vindo da idéia de que eles são
poderes que controlam os destinos das pessoas (a sorte), e precisam ser
venerados. Lohse sugere que em alguns meandros da especulação judaica, "as
próprias estrelas eram consideradas como um tipo distinto de anjos."
Gnosticismo. Este
componente da heresia colossense pode explicar algumas referências como
"filosofias e vãs sutilezas" (2:8), "tradição dos homens"
(2:8), julgamentos "pelo comer, ou pelo beber" (2:16, 20-22), pessoas
enfatuadas "sem motivo algum na sua mente carnal" (2:18),
"humildade fingida" (2:23), e "severidade para com o corpo"
(2:23).
Gnosticismo é o nome que
se dá a um sistema religioso complexo, sincrético, em cujo ensino o
conhecimento (gnosis) assume importância crucial. Visto que o gnosticismo
subsiste numa grande variedade de formas, não há um movimento unificado que
possa ser apropriadamente chamado de gnosticismo. Grande parte do debate
erudito de hoje centraliza-se ao redor da datação e das doutrinas desta
heresia, que confrontou a Igreja em seus primórdios históricos.
Pode-se encontrar em
Colossenses alguns traços de cosmologia, soteriologia (teorias concernentes à
salvação), e de ética. Os gnósticos aceitavam a idéia grega de um dualismo
radical entre o espírito (Deus) e a matéria (o mundo). Ensinavam que a
humanidade estaria separada de Deus por uma variedade de esferas cósmicas
(usualmente sete), habitadas e governadas por todo tipo de governadores, principados
e poderes espirituais. Estas são as regiões em que devemos penetrar, se
quisermos obter acesso ao céu.
A salvação, que consiste
basicamente da ascensão da alma da terra ao céu, torna-se possível mediante o
gnosis. Este conhecimento salvífico está a nossa disposição mediante alguns
meios, tais como a instrução doutrinária, ritualismo, a profecia, a iniciação
sacramental e a descoberta de si próprio; tudo isso capacita a pessoa a voltar
ao reino da luz, onde a alma de novo se une a Deus.
A vida ética dos
gnósticos tomou duas direções principais. Alguns partiram para um ascetismo
rígido. Por acreditar que o mundo é mau, separaram-se da "matéria"
com o objetivo de evitar maior contaminação. Todos os apetites do corpo tinham
que ser severamente restringidos. Entretanto, outros gnósticos praticavam a
libertinagem, raciocinando que à vista de ser o corpo mau por natureza, a
indulgência maior nas práticas imorais não teria quaisquer conseqüências
sérias. Além disso, achavam que possuíam um gnosis sobrenatural de sua
"verdadeira" natureza, pelo que pouco importava o modo por que
viviam.
Os falsos mestres de
Colossos apegavam-se a um sistema rígido de leis e regulamentos que julgavam
necessário para controlar seu comportamento. Tais regras, combinadas com certas
formas de legalismo judaico, explicam "manifesto da liberdade cristã"
de Paulo, em 2:16-23. Basicamente ele ensina que tais dogmas são transitórios
(2:17), causam divisões (2:18), escravizam (2:20), são temporários (2:22) e
inúteis (2:23). Para Paulo, trata-se de "preceitos e ensinamentos dos
homens" (2:22), nada tendo que ver com o verdadeiro evangelho que vem de
Cristo (2:8).
Religiões de Mistério. O
termo religião de mistério é nome dado a uma diversidade de credos e práticas
que existiram em certa época, entre o oitavo e o quarto século a.C. Chamam-se
de mistério porque grande parte de seu ensino e atividades ritualísticas se
faziam em segredo.
Em Colossenses, pode
haver uma alusão aos mistérios nas frases "plenitude da divindade"
(2:9), "afetando humildade" e "baseando-se em visões"
(2:18). Os iniciados nos mistérios receberiam conhecimento e visões especiais
sobre os segredos do universo. Isto, por sua vez, separaria tais pessoas dos
não-iniciados, criando divisões na sociedade.
Judaísmo Helenístico. As
referências à circuncisão (2:11), a dias santificados, à festa da lua nova, ao
sábado (2:16) e ao culto aos anjos (2:18), definitivamente são elementos
judaicos. Entretanto, não se trata do judaísmo ortodoxo da Palestina; antes, é
o judaísmo que sofreu o processo da helenização. Assim, faz parte da
"filosofia" sincrética (2:8) que ameaçava os cristãos de Colossos.
Paulo não seleciona esse elemento judaico, mas ataca-o juntamente com todo o
sistema.
A solução paulina para a
heresia colossense encontra-se na aplicação do hino a Cristo (1:15-20), que
estabelece a preeminência de Cristo no universo (cosmicamente), e na Igreja
(eclesiasticamente). Visto ser Cristo superior a todo e qualquer poder do
cosmos (1:15-17; 2:10) e ter, efetivamente, derrotado esses poderes na cruz
(2:15), por que continuariam os crentes a viver como se ainda se lhes
estivessem sujeitos? Os cristãos foram libertados de tais poderes por causa de
sua união com Cristo no batismo (2:20).
Grande parte disso
aplica-se à vida espiritual do crente. O crescimento, a maturidade e a
integridade dos membros do corpo advêm de seu relacionamento com Cristo, a
Cabeça (2:19), excluindo o retorno às regras e regulamentos escravizadoras,
legalísticos, que Cristo anulou mediante sua morte (2:14). O propósito da
exortação de 3:1, e versículos seguintes, é lembrar a esses crentes de que
precisam viver eticamente aquilo que lhes pertence, segundo a teologia, visto
serem membros do Corpo de Cristo.
O Propósito da Carta
Se a razão por que
Colossenses foi escrita liga-se ao relatório de Epafras a respeito dos falsos
ensinos que ameaçavam a igreja, daí se segue que o propósito da carta foi
advertir seus leitores contra essas heresias, e fazê-los lembrar-se da verdade
do evangelho que já haviam recebido, e na qual agora viviam (1:5). Basicamente
Paulo está dizendo-lhes que Cristo derrotou os poderes do mal mediante sua
morte na cruz (2:15). Isto significa que os falsos ensinos e as leis
escravizadoras provenientes da sabedoria humana, e dos espíritos que governam o
universo (2:8), nenhuma autoridade exercem sobre os crentes (2:10); a prisão em
que antigamente atormentavam as pessoas, na forma de débitos não-pagos, foi
cancelada (2:14). Paulo quer que seus leitores entendam esta verdade, pelo que
os leva a lembrar-se de que devem andar na luz das tradições que receberam
sobre Cristo e o evangelho.
Este fato explica as
muitas referências à verdade do evangelho (1:5, 6, 25-27; 2:8, 9, 12, 13), e as
admoestações a que se compreenda e se viva tal esperança (1:9, 10, 12, 23, 28;
2:2, 3, 5-7). As exortações éticas (3:1ss.) constituem um lembrete adicional
aos colossenses, para que vivam em união com Cristo, e sob a autoridade do
Senhor exaltado.
Segundo o modo de Paulo
entender o evangelho, não há lugar para nenhum tipo de exclusivismo. Seu
conceito do "mistério" que ele foi chamado para proclamar é que
judeus e gentios, bem como o universo inteiro, foram incluídos no plano de Deus
de redenção (1:20, 25-29). Assim é que ele se regozija porque "em todo o
mundo este evangelho vai frutificando" (1:6, 23). O desejo de Paulo é que
durante seu encarceramento — e também depois — ele possa continuar sua
proclamação desse mistério (4:3, 4).
Um dos perigos dos falsos
ensinos em qualquer congregação é que eles distorcem o plano de Deus,
transformando-o em exclusivismo. Os que seguem as "tradições dos
homens" colocam-se no topo, como elite espiritual iluminada, crendo que
sua sabedoria e legalismo tornam-nos diferentes dos demais membros do corpo de
Cristo. Em oposição ao exclusivismo, Paulo é inspirado a escrever que os
crentes já foram circuncidados na união com Cristo (2:11, 12) e, como resultado
de tal união, "não há grego nem judeu" (3:11; observe GNB:
"deixa de existir quaisquer distinções entre gentios e judeus").
Sua história está principalmente associada com a de estas duas
cidades. Cedo, de acordo com tanto Heródoto e Xenofonte, que era um lugar de
grande importância. Há Xerxes parou de 481 aC (Heródoto vii.30) e Ciro, o Jovem
marcharam 401 aC (Xen. Anabe. I.2, 6). De Colossenses 2: 1 , não é provável que
Paulo visitou o local em pessoa; mas sua cristianização foi devido aos esforços
de Epafras e Timóteo ( Colossenses 1: 1, 7 ), e foi a casa de Filemom e
Epafras. Que uma igreja foi estabelecida lá cedo é evidente a partir
Colossenses 4:12, 13 Apocalipse 1:11 ; Apocalipse 03:14 . Como as cidades
vizinhas, Hierapolis e Laodicéia, ganhou importância, Colossos diminuiu. Havia
muitos judeus que vivem lá, e um chefe de artigo de comércio, para o qual o
lugar era conhecido, foi o collossinus, uma lã peculiar, provavelmente de uma
cor roxa. Na religião as pessoas eram especialmente frouxa, adorando anjos.
Deles, Michael era o chefe, e o santo protetor da cidade. Diz-se que uma vez
que ele apareceu ao povo, salvando a cidade em vez de uma inundação. Foi essa
crença nos anjos que chamou a epístola de Paulo ( Colossenses 2:18 ). Durante
os séculos 7 e 8 o lugar foi invadido pelos sarracenos; no século 12, a igreja
foi destruída pelos turcos ea cidade desapareceu. Seu local foi explorado pelo
Sr. Hamilton. As ruínas da igreja, a fundação de pedra de um grande teatro, e
uma necrópole com pedras de uma forma peculiar estão ainda a ser visto. Durante
a Idade Média o lugar tinha o nome de Chonae; agora é chamado de Chonas. (notas EJ
Banks)
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PAZ DO SENHOR
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