SUBSIDIO LIDERANÇA CRISTÃ LIÇÃO N.1
LIDERANÇA CRISTÃ
-
“carisma”,
originalmente essa palavra se refere a dons do Espírito Santo, mas aqui na
lição ela é usada como sinônimo de carinho, afabilidade. Ver tópico 2.1.- “desenvolver
seus talentos”, Jesus não apontava o erro dos outros diretamente como fazem
alguns irmãos, mas Ele mostra pelo ensinamento, o que a pessoa tem de melhor,
como no caso do fariseu e do publicano, onde Jesus ressaltou que a oração do
publicano foi a melhor, Lc 18.10-14.
LIDERANÇA NOS MOLDES
DE CRISTO: “exemplo de liderança”, toda liderança no
meio cristão deve ser imitação da que Jesus praticava com seus apóstolos.
Atualmente muitos líderes buscam aprendizado secular para diversas áreas da
obra de Deus, mas todo conhecimento de liderança, motivação, trabalho
com casais, psicologia e etc, tem sua origem na Palavra de Deus.
Livros e diversos trabalhos tem mostrado como Jesus trabalhava as questões
de relacionamento, dessa forma até os ímpios tem em Jesus uma fonte de
sabedoria e exemplo veja esses livros: “Jesus, o Maior Psicólogo que já
Existiu - Mark W. Baker” ; “Jesus, O Maior
Líder Que Já Existiu – Laurie Beth Jones” ; “Como Jesus
tratava as pessoas - Morris Venden” e muitos outros livros.
Servir aos
outros: “citar por exemplo”, você pode apresentar outros
exemplos como o faraó, que se apresentava como um deus, os reis de Babilônia e
do império persa aceitavam adoração e não admitiam que se fizesse suplicas a
qualquer outro Deus.- “até mesmo nos próprios discípulos”, o ser
humano foi criado para servir e adorar o Pai, por isso todos tem essa
parte da sua natureza escondida dentro de cada um. Porém após a queda do homem,
a sua natureza foi corrompida e o seu coração passou a ser enganoso e os seus
desejos se tornaram influenciados por Satanás que desejou estar acima de Deus.
- Essa forma de
liderança que Cristo nos deixou como exemplo, é motivacional, pois quando
observamos nosso líder se empenhando em algo, então nos sentimos motivados a
fazer o mesmo.
Inspirar
aos outros: “tem a sua base no exemplo”, essa
forma de liderança que Cristo nos ensinou é motivacional, pois quando
observamos nosso líder se empenhando em algo, então nos sentimos motivados a
fazer o mesmo pelo exemplo do líder os liderados seguem.
- No meio militar
existe a seguinte frase: “As palavras convencem e o exemplo arrasta.” Essa
frase quer dizer que por mais que se fale mil palavras a
alguém, essa pessoa vai somente aprender, mas quando ela ver
alguém colocando em prática o que foi lhe falado, então ela se animará a fazer
o mesmo.
Crer no melhor que há nos outros: “pudesse
ver qualidades em Pedro”, o segredo é olhar com os olhos bons assim como
ensinou o Mestre em Mt 6.22. Pois todas as pessoas tem
qualidades e defeitos, se olharmos para alguém procurando o que ela tem de
errado, logo acharemos seus defeitos, Mas se olharmos para a mesma pessoa com
bons olhos vendo o que ela tem de bom, então iremos encontrar suas
qualidades.- “Barnabé tem o seu justo destaque”, esse servo de Deus
é um grande exemplo para todos os obreiros de nossos dias, ele nunca quis ser
mais do que Paulo, quando todos estavam vendo os erros de Paulo, ele viu que
Paulo tinha potencial, quando todos viam a imaturidade de João Marcos, Barnabé
via a sua disposição de jovem para o serviço missionário.
LIDERANÇA E COMUNICAÇÃO PAULINA
Liderança é conduzir um grupo de
pessoas a um objetivo, comandando com a aceitação dos liderados, sem imposição
de lei ou regra externa, mas o liderado aceita as orientações do líder por
disciplina consciente. Dessa forma Paulo comandava as igrejas conduzindo-as a
Cristo, orientando-as e ensinando conforme as orientações do próprio Mestre.
Carisma: “carisma”, originalmente essa palavra se
refere a dons do Espírito Santo, mas aqui na lição ela é usada como sinônimo de
carinho, afabilidade, empatia. Sugere que Paulo era carinhoso e afável com seus
liderados.“diante de reis”, pela carisma de Paulo, ele falava sem
ofender, com autoridade e conhecimento, dessa forma o apostolo estava
habilitado a falar tranquilamente a pobres e ricos. “profundo
conhecimento”, esses opositores do ministério de Paulo poderiam usar o
conhecimento de oratória que tinha para pregarem mais e ganharem mais almas pro
Reino de Deus. Porém eles resolveram acusar a Paulo, semelhante a muitos hoje.“procedia
de opositores”, comente que a carta aos Coríntios é uma carta de argumentos
de Paulo contra alguns de Corinto que o acusavam e não aceitavam a liderança,
principalmente pelo fato de ele não ter andado com Jesus Cristo.
Coragem: Aqui
afirma que Paulo tinha coragem principalmente no falar, repreendeu quando foi
preciso, inclusive aos apóstolos.
- “repreender Pedro
em público”, essa passagem se encontra em Gálatas 2.11-14, Paulo
repreende Pedro pois ele demonstrou uma hipocrisia, pois quando estava só com
os gentios ele comia com eles, mas quando chegou os judeus ele se afastou dos
gentios. Isso desagradou a Deus e a Paulo. “àquele que abortara a
missão”, essa afirmação se refere a passagem de At 15.36-40, quando
Paulo e Barnabé se separaram por contenda, pois Barnabé queria que seu sobrinho
Marcos os acompanhassem, mas Paulo não admitia erros, não aceitava indecisão e
não quis que Marcos fosse com eles. Convém lembrar que João Marcos se tornou um
grande missionário depois e foi o autor de evangelho de Marcos.
Comprometimento: “homem de palavra”,
relembre aos alunos que o líder é aquele que os liderados seguem e respeitam a
sua palavra, ele tem crédito, porque fala com seriedade e cumpre o que fala,
mas como respeitarão se o obreiro não tiver palavra, não cumprir os acordos e
compromissos.
Comente que muitos que estão na direção de muitas igrejas não são
líderes, não tem palavra e não percebe quando a igreja vai se esvaziando, pois
ninguém gosta de ser orientado por uma pessoa sem compromisso com sua própria
palavra. Geralmente são os que mais cobram a fidelidade dos outros. “aborrece”,
significa odiar, detestar, essa palavra é muito usada na Bíblia ex:“Porque o
que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso
faço.” Rm 7:15.“explica o porquê”, ninguém está livre de imprevistos,
de forma que não possa cumprir alguns compromissos, porém veja a orientação
aqui na lição, no caso é dar uma satisfação. Alguns obreiros deixam de
comparecer a uma reunião de oração, e não dão nenhuma satisfação, se tornam
obreiros sem comprometimento.
LIDERANÇA QUE DESENVOLVE TALENTOS
“identificar
líderes”, Paulo não era centralizador, quando ele
encontrava alguém capacitado, ele o preparava e dividia a responsabilidade com
esse irmão. O pastor centralizador é aquele que não distribui cargo nenhum, ele
fica com a secretaria, tesouraria, EBD, Departamento de missões, etc.
Dificuldades em achar interessados no ministério
- “capacidade
de um líder varia”, nem todos são iguais, uns estão em todos os cultos,
outros não. Uns vão à vigília no sábado a noite e estão na EBD domingo de
manhã, outros não conseguem. Esse princípio está expresso na Bíblia na seguinte
passagem: “ E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a
cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe.” Mt
25.5. Leia e comente com suas palavras esse tópico, pois ele é
importantíssimo, acrescente dizendo que naquela época para ser obreiro tinha
que ser convertido de verdade, diferente dos dias atuais em que muitos obreiros
ainda tem dúvida quanto ao seu chamado.
Olhos e ouvidos abertos para identificar líderes
- ilustração:
Um fato real, “certo obreiro começou trabalho com uma pequena igreja em um
bairro no interior do Rio de Janeiro, e no período de um ano ele não chamou
ninguém para assumir a secretaria, nem a tesouraria, nem consagrou nenhum
obreiro, dessa forma não podia fazer nenhuma obra de visitas, nem qualquer
atividade que precisasse de apoio, e com um ano aquele igrejinha fechou, pois o
irmão não tinha os olhos abertos para identificar possíveis colaboradores e
futuro líderes.- Tem obreiro que centraliza tudo com medo de perder status,
medo de perder o prestígio.
Coração aberto para
dar oportunidades: “oportunidade a homens e mulheres”,
acrescente que para achar possíveis líderes, a oportunidade é uma ferramenta
fundamental, pois quando alguém recebe uma oportunidade, o dirigente pode
observar como é o trabalho desse irmão ou irmã, mesmo que erre no começo, mas
se for dedicado então tem talento.- “João Marcos”, o texto de Atos
15.36-38 mostra que Marcos havia abandonado Paulo e Barnabé na obra, dessa
forma Paulo não teve mais confiança nele, porém peça aos alunos para lerem a
referência de 2 Tm 4.11, e comente que Paulo reconheceu depois o
valor daquele jovem, comente que se alguém decepcionou, não quer dizer vais
decepcionar sempre. Deus é quem molda os seus servos.
A FIDELIDADE DOS
OBREIROS DO SENHOR
A PREOCUPAÇÃO DE PAULO COM A
IGREJA
Paulo, um líder comprometido com o
pastorado.O versículo do texto áureo revela o coração amoroso de Paulo
que, apesar deencarcerado, ansiava por notícias dos irmãos na fé. O
apóstolo temia que a igreja filipense ficasse exposta aos “lobos devoradores”
que se aproveitam da vulnerabilidade e da fragilidade das “ovelhas” a fim de
“devorá-las” (Mt 10.16; At 20.29). Paulo se preocupava com a segurança
espiritual do rebanho de Filipos e esforçava-se ao máximo para atendê-lo.2.
Paulo, o mentor de novos obreiros.
O apóstolo apresenta dois obreiros
especiais para auxiliar a igreja de Filipos. Primeiramente, Paulo envia
Timóteo, dando testemunho de que ele era um obreiro qualificado para
ouvir e atender às necessidades espirituais da igreja. Em seguida, o
apóstolo valoriza um obreiro da própria igreja filipense, Epafrodito. Este
gozava de total confiança de Paulo, pois preservava a pureza do Evangelho
recebido. O apóstolo Paulo ainda destaca a integridade desses dois servos de
Deus contra a avareza dos falsos obreiros (v.21). Estes são líderes que não
zelam pela causa de Cristo, mas se dedicam apenas aos seus próprios interesses.
Paulo, um líder que amava a
igreja:Ao longo de toda a Carta aos Filipenses, percebemos que a relação do
apóstolo Paulo para com esta igreja era estabelecida em amor. Não era uma
relação comercial, pois o apóstolo não tratava a igreja como um negócio. Ele
não era um gerente e muito menos um patrão. A melhor figura a que Paulo pode
ser comparado em seu comportamento em relação à igreja é a de um pai que ama os
seus filhos gerados na fé de Cristo. Todas as palavras do apóstolo —
admoestações, exortações e deprecações — demonstram um profundo amor para com a
igreja de Filipos. Precisamos de obreiros que amem a Igreja do Senhor. Esta é
constituída por pessoas necessitadas, carentes, mas, sobretudo, desejosas de
serem amadas pelos representantes da igreja (2Tm 2.1-26).
O ENVIO DE TIMÓTEO À FILIPOS (2.19-24)
.
1. Paulo dá
testemunho por Timóteo.
O envio de Timóteo à Filipos tinha a
finalidade de fortalecer a liderança local e, consequentemente, todo o Corpo de
Cristo. Além de enviar notícias suas à igreja, Paulo também esperava consolar o
seu coração com boas informações acerca daquela comunidade de fé. Assim, como
Timóteo era uma pessoa de sua inteira confiança, considerado pelo apóstolo como
um filho (1Tm 1.2), tratava-se da pessoa indicada para ir a Filipos, pois sua
palavra à igreja seria íntegra, leal e no temor de Deus. Paulo estava seguro de
que o jovem Timóteo teria a mesma atitude que ele, ou seja, além de ensinar
amorosa e abnegadamente, pregaria o evangelho com total comprometimento a
Cristo (v.20).
2. O modelo paulino de liderança.Timóteo, Epafrodito
e Tito foram obreiros sob a liderança de Paulo. Eles aprenderam que o exercício
do santo ministério é delineado pela dedicação, humildade, disposição e amor
pela obra de Deus. Qualquer obreiro que queira honrar ao Senhor e sua Igreja
precisa levar em conta os sofrimentos enfrentados pelo Corpo de Cristo na
esperança de ser galardoado por Deus. Nessa perspectiva, o principal ensino de
Paulo aos seus liderados era que o líder é o servidor da Igreja. O apóstolo
aprendera com Jesus que o líder cristão deve servir à Igreja e jamais servir-se
dela (Mt 20.28).
As qualidades de Timóteo
(2.20-22)Timóteo aprendeu muito com Paulo em relação à finalidade da liderança.
Ele se solidarizou com o apóstolo e dispôs-se a cuidar dos interesses dos
filipenses como um autêntico líder. Paulo declarou aos filipenses que Timóteo,
além de “um caráter aprovado”, estava devidamente preparado para exercer a
liderança, pois tinha uma disposição de “servir” ao Senhor e à igreja. Todo
líder cristão precisa desenvolver uma empatia com a igreja, tornando-se um
marco referencial para toda a comunidade de fé (1Tm 4.6-16).
EPAFRODITO, UM OBREIRO DEDICADO (2.25-30).
1. Epafrodito, um mensageiro de
confiança.Epafrodito era grego, um obreiro local exemplar e de caráter ilibado. O
apóstolo Paulo o elogia como um grande “cooperador e companheiro nos combates”.
Sua tarefa inicial era a de ajudar o apóstolo enquanto ele estivesse preso,
animando-o e fortalecendo-o com boas notícias dos crentes filipenses.
Epafrodito também fora encarregado de levar a Paulo uma ajuda financeira da
parte da igreja de Filipos, objetivando custear as despesas da prisão
domiciliar do apóstolo.
2. Epafrodito, um verdadeiro
missionário.Epafrodito não levou apenas boas notícias para o apóstolo, mas também
propagou o Evangelho nas adjacências da cidade de Filipos. Em outras palavras,
Epafrodito era um autêntico missionário. À semelhança de Silvano e Timóteo (1Ts
1.1-7), bem como Barnabé, Tito, Áquila e Priscila, ele entendia que, se o alvo
era pregar o Evangelho, até mesmo os sofrimentos por causa do nome de Jesus
faziam parte de seu galardão.
Paulo envia Epafrodito.Filipenses 2.20
relata o desejo de Paulo em mandar alguém para cuidar dos assuntos da igreja em
Filipos. O pensamento inicial era enviar Timóteo, pois Epafrodito adoecera
vindo quase a falecer. Deus, porém, teve misericórdia desse obreiro e o curou
(v.27), dando ao apóstolo a oportunidade de enviá-lo à igreja em Filipos
(v.28). Epafrodito possuía condições morais e emocionais para tratar dos
problemas daquela igreja. Por isso, o apóstolo pede aos filipenses que o
recebam em Cristo, honrando-o como obreiro fiel (vv.29,30). Que os obreiros
cuidem da Igreja de Cristo com amor e zelo, e que os membros do Corpo do Senhor
reconheçam a maturidade, a fidelidade e a responsabilidade dos obreiros que
Deus dá à Igreja (Hb 13.17).
PAULO SE IDENTIFICA COMO SERVIDOR DE CRISTO (6.1,2)
Paulo se descreve como cooperador de Deus no ministério da reconciliação (v.1). A organização dos capítulos da Bíblia (não somente das epístolas paulinas) muitas vezes não obedece à estrutura lógica dos versículos. Os dois primeiros versículos do capítulo 6 são um complemento do capítulo cinco. Quando Paulo usa o plural e "nós, cooperando também com ele", refere-se ao Senhor Jesus que realizou a obra expiatória, pois o Pai o fez pecado por nós (5.21), a fim de pagar a dívida da humanidade, reconciliando-nos com o Criador.
Ao tornar conhecida a obra da redenção, Paulo afirma que estamos cooperando com Jesus Cristo. Deus não depende de ninguém para fazer o que precisa ser feito, mas Ele deseja uma relação de comunhão e serviço em conjunto com o homem, para que este tenha o privilégio de participar do ministério da reconciliação.
Paulo, um modelo de líder-servidor. Paulo aprendeu com Jesus que o serviço é a postura ideal para quem deseja liderar, pois o Mestre mesmo disse que não tinha vindo ao mundo para ser servido, mas para servir (Mt 20.26-28). O apóstolo dedicou, pois, sua vida e personificou sua liderança como um líder-servidor. Ele procurou imitar o Mestre em tudo, servindo apenas aos interesses da Igreja de Cristo (2 Co 12.15; Fp 2.17; 1 Ts 2.8).
Paulo desperta os coríntios para a chegada do tempo aceitável (v.2). O versículo dois é uma citação de Isaías 49.8. Neste vaticínio do profeta messiânico, surge o Servo do Senhor (que é o Cristo profetizado), com a promessa de ajuda no dia em que a salvação for manifestada aos gentios. Paulo usa a profecia para anunciar que o tempo aceitável (favorável) é agora, o dia da salvação é hoje, e a proclamação do Evangelho que pregava está no presente. O tempo aceitável por Deus e pelos homens é agora, e todos podem participar livremente da reconciliação oferecida em Cristo. A parte final do versículo dois evidencia a preocupação paulina com os coríntios em relação à graça de Deus. A graça salvadora é para "agora", porque este é o momento oportuno de sua aceitação.
A ABNEGAÇÃO DE UM LÍDER-SERVIDOR (6.3-10)
O cuidado de um líder-servidor. Paulo volta a descrever as agruras do seu ministério apostólico, a fim de fortalecer o fato de que o líder na Igreja de Cristo precisa estar pronto para enfrentar as dificuldades inerentes ao ministério. O apóstolo afirma essa verdade, com as seguintes palavras: "não dando nós escândalo em coisa alguma" (v.3). Em outras palavras, ele estava dizendo que evitava dar qualquer "mau testemunho", para que o seu ministério em particular e o de seus companheiros não fossem desacreditados.
Experiências de um líder-servidor (vv.4-6). Nos versículos 4 a 6, Paulo descreve seu ministério apostólico apresentando uma série de seis tribulações e aflições experimentadas por ele. Didaticamente, ele separa esses acontecimentos em três conjuntos, contendo três "experiências" cada. Nos versículos 4 e 5, ele menciona: "aflições, necessidades e angústias" e "açoites, prisões e tumultos". O primeiro e segundo conjuntos descrevem as várias situações de sofrimento, que causaram danos físicos e materiais ao apóstolo Paulo. Ainda no versículo cinco, ele menciona "trabalhos, vigílias e jejuns", referindo-se às dificuldades enfrentadas em seu ministério. Porém, apesar de tudo isso, Paulo não se envergonha do Evangelho de Cristo nem desiste de continuar seu trabalho.
. Os elementos da graça que o sustentaram nestas experiências (vv.7-10). Em contraposição às seis dificuldades mencionadas acima, no versículo seis, Paulo apresenta outros seis "elementos" que lhe deram força interior, resultantes da graça, e que o sustentaram, bem como a seus companheiros, naquelas tribulações: "pureza, ciência (conhecimento), longanimidade, benignidade, a presença do Espírito Santo e o amor não fingido (verdadeiro)".
A pureza, que é o primeiro elemento, tem a ver com a atitude de um coração íntegro e mãos limpas para realizar a obra de Deus. Ao citar ciência, Paulo referia-se ao conhecimento da Palavra de Deus. Longanimidade fala da capacidade de suportar injúrias e desprezos, sem nutrir ressentimentos. A benignidade, traduzida às vezes por bondade, possibilita o líder cristão a não agir com revanche ou desforra. Fazer algo no Espírito Santo significa reconhecer a sua direção em todas as decisões da nossa vida. Por último, Paulo fala do amor, que deve este ser a nossa maior motivação para o exercício ministerial. Todos esses elementos positivos têm sua fonte no Espírito Santo (v.6), o qual produz o amor não fingido.
AS ARMAS DE ATAQUE E DEFESA DE UM LÍDER-SERVIDOR
As armas da justiça numa guerra espiritual (v.7). Quando usa a metáfora de armas, a mente de Paulo parece transferir-se para um campo de batalha. Como embaixador de Cristo, sente-se também como um soldado preparado para a luta. Suas armas não são materiais ou exteriores; são espirituais (Ef 6.11-17; 1 Ts 5.8). Sua força interior é o "poder de Deus" que o capacita a enfrentar as adversidades sem se render ou transigir em sua integridade moral e espiritual.
Os contrastes da vida cristã na experiência de um líder-servidor (vv.8-10). Nos versículos 8 a 10, o texto mostra alguns paradoxos da experiência de Paulo como servo do Senhor. O Comentário Bíblico Pentecostal da CPAD afirma que Paulo "experimentou louvor e vergonha; foi elogiado e caluniado, visto como um genuíno servo de Deus e como uma fraude enganosa; foi tratado como uma celebridade e também ignorado" (p.1099). Ora, em todas essas ocasiões, Paulo superou as dificuldades e circunstâncias sem perder de vista a perspectiva divina. Essas experiências deram-lhe condições de ter alegria frente à tristeza e, pela pobreza material, ter a certeza da inefável riqueza celestial.
Paulo dá uma resposta aos adeptos da Teologia da Prosperidade (v.10). "Como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo e possuindo tudo". Paulo fala literalmente de pobreza material. Não há nada metafórico nessa frase. Ele fortalece o conceito de que a possessão material não é símbolo de riqueza espiritual. Por isso, a riqueza que Paulo podia oferecer era proveniente do Evangelho de Cristo. Dessa forma, o apóstolo demonstra que a pobreza terrena não significa nada, e que ninguém precisa tornar-se pobre para obter riquezas espirituais. A questão aqui é: Qual a nossa prioridade - Deus ou o dinheiro? Pois ninguém pode servir a dois senhores (Mt 6.24). Se quisermos servir ao Senhor com inteireza de coração, precisamos seguir os passos de Jesus que foi, é e sempre será o modelo perfeito de líder-servidor. Ele viveu para fazer a vontade do Pai e servir a todos (Mc 10.45).
"Agora é o Dia da Salvação 6.1,2. Como cooperadores de Deus, que pertencem a Ele, como também trabalham para Ele, e como embaixadores de Cristo (2 Co 5.20), Paulo e sua equipe exortavam os coríntios a não receber a graça de Deus sem resultado algum. Os coríntios tinham recebido a graça de Deus, inclusive a salvação por Cristo, mas eles não deviam supor que a salvação é mantida automaticamente. É possível 'deixá-la ir por nada' (2 Co 6.1, NEB). Isto aconteceria se eles voltassem à antiga maneira de viver ou se dessem ouvidos aos críticos 'superespirituais' ou aos falsos apóstolos que estavam ensinando um evangelho diferente (cf. 2 Co 11.4; Gl 2.21). Precisamos viver de acordo com a nova vida que nos foi dada (cf. Jo 15.2; Deus tira os ramos que não dão frutos). A seguir, Paulo cita Isaías 49.8 e o aplica aos coríntios. Eles estavam vivendo nos dias em que a profecia estava sendo cumprida. É o dia de Deus, o tempo de Deus. Paulo não diminui a importância da era futura ou as últimas coisas. Mas eles têm de reconhecer que esta é a era final antes da era milenar. Agora é o dia em que Deus torna possível a reconciliação a Ele por Cristo. Hoje é o dia da salvação (cf. Hb 3.12-15). À medida que nos aproximamos do fim dos tempos também temos de aplicar as observações de Paulo à nossa época, de forma que não recebamos a graça de Deus 'em vão' [...]. Nada seria mais triste que ter recebido a graça de Deus e, no fim, se perder. (HORTON, Stanley M. I & II Coríntios: Os Problemas da Igreja e Suas Soluções. 1.ed. RJ, CPAD, 2003, pp.213-14).
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