Lições
Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos
2º Trimestre de 1998
Título: Romanos — O Evangelho da justiça de
Deus
Comentarista: Esequias Soares da Silva
Lição 5: Privilégios dos justificados pela fé
Data: 3 de Maio de 1998
TEXTO ÁUREO
“Porque todas quantas promessas há de Deus são nele
sim; e por ele o Amém, para glória de Deus, por nós” (2Co
1.20).
VERDADE PRÁTICA
A justificação pela fé é o começo de
uma nova vida, trazendo paz, graça, glória e absolvição da ira futura.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Fp 4.7
A paz de Deus excede todo o
entendimento
Terça — Ef 2.18
Por Jesus temos acesso ao Pai
Quarta — Mt 11.28-30
Em Jesus, encontramos descanso para
nossas almas
Quinta — Mt 5.11,12
Somos participantes dos sofrimentos
de Cristo
Sexta — 1Pe 4.12-16
Se padecemos como cristãos, devemos
glorificar a Deus
Sábado — 1Jo 4.19
Deus nos amou primeiro
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 5.1-11.
1 — Sendo, pois, justificados
pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo;
2 — pelo qual também temos
entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança
da glória de Deus.
3 — E não somente isto, mas
também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a
paciência;
4 — e a paciência, a
experiência; e a experiência, a esperança.
5 — E a esperança não traz
confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo
Espírito Santo que nos foi dado.
6 — Porque Cristo, estando nós
ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.
7 — Porque apenas alguém morrerá
por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer.
8 — Mas Deus prova o seu amor
para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.
9 — Logo, muito mais agora,
sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
10 — Porque, se nós, sendo
inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais,
estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.
11 — E não somente isto, mas
também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora
alcançamos a reconciliação.
PONTO DE CONTATO
Como está a motivação dos seus alunos
pelo estudo da Epístola aos Romanos? Você tem percebido interesse e animação
durante as aulas? Que bom! Mas, não se acomode, continue buscando melhorias
para a sua classe, com oração, leitura da Bíblia, livros teológicos e didáticos,
buscando material auxiliar para enriquecer as suas aulas e tornando-as mais
agradáveis e proveitosas. Dessa maneira você irá promover uma maior
aprendizagem destes temas tão importantes para a edificação espiritual de seus
alunos.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
·
Enumerar os
privilégios daqueles que são justificados pela fé.
·
Identificar qual
é o efeito imediato da justificação.
·
Explicar que
o sofrimento para o cristão tem, como objetivo final, produzir a esperança do porvir.
·
Distinguir a
situação do homem em inimizade com Deus daquele que é reconciliado mediante
Jesus Cristo.
SÍNTESE TEXTUAL
Nesta lição estaremos estudando os
frutos da justificação pela fé, sua fonte, seus beneficiários e os seus
resultados na vida dos cristãos.
Veremos, também, a maneira objetiva e
subjetiva do amor de Deus derramado pelos pecadores e a mudança de posição
destes, diante de Deus, por causa da Sua graça.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Procure fazer com que seus alunos se
sintam valorizados, como pessoa, mostrando-lhes que são importantes para Deus.
Todos têm valor inestimável. Demonstre isto promovendo a participação de todos
e aproveitando, na medida do possível, a colaboração de cada um. Nesta lição,
por exemplo, você poderá distribuir algumas questões escritas num papel para
que respondam durante a aula:
1. Explique
a palavra “paz” do versículo 1.
2. Como
“gloriar-se nas tribulações”?
3. A
tribulação produz o quê?
4. E
a paciência?
5. E
a experiência?
6. E
a esperança?
7. Quando
pedimos paciência a Deus o que poderá vir antes?
Pode-se fazer outras questões de
acordo com o número de alunos.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Depois de demonstrar, com base no
Antigo Testamento, a doutrina da justificação pela fé, Paulo, agora, começa a
enumerar as bênçãos provenientes dessa doutrina. Em Romanos 4.25, o apóstolo
declara que Jesus ressuscitou para a nossa justificação. Isso serve como ponto
de partida para o capítulo 5, que é o estudo de hoje.
I. FRUTOS DA JUSTIFICAÇÃO
1. A segunda seção de Romanos. Os
capítulos 5 a 8 de Romanos registram os privilégios dos que são justificados
pela fé: paz com Deus (Rm 5): união com Cristo (Rm 6); libertação da lei (Rm 7)
e vida abundante no Espírito (Rm 8).
2. “Temos” ou “tenhamos”? (v.1). A
expressão “tenhamos paz com Deus” não é apropriada nesse contexto. “Temos” é a
tradução mais adequada, pois a “paz com Deus” nos toma aceitos por Cristo. E,
dessa forma, não estamos mais sob a ameaça da ira de Deus. A palavra hebraica
para “paz” é shalom, e a grega, eirene, que significa “completo”.
3. “Paz com Deus” (v.1). O
homem no pecado é inimigo de Deus (v.10); mas quando é justificado pela fé em
Jesus Cristo, é reconciliado com Deus, e essa reconciliação traz-lhe paz. Esse
é o efeito imediato da justificação.
4. “Entrada pela fé a esta graça”
(v.2a). Graça é favor imerecido. Nós não merecíamos a
salvação, mas por Jesus, agora, temos acesso a esta graça. É Cristo quem
introduz o pecador à presença de Deus. “Estamos firmes” significa o efeito
contínuo da justificação.
5. “E nos gloriamos na esperança da
glória de Deus” (v.2b). “Gloriamos” revela o regozijo e o gozo inefável do
crente como antecipação das bênçãos futuras. “Glória de Deus” é o mesmo que a
manifestação de Deus. Aqui, é uma expressão que significa o céu, lugar da
habitação de Deus e de sua manifestação.
II. O SOFRIMENTO
1. Gloriar-se nas tribulações (v.3a). O
quadro glorioso registrado nos versículos 1 e 2 não significa uma vida
totalmente isenta de tribulações. Jesus disse: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se
a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me” (Mc 8.34)
Essas tribulações não são apenas
dores, enfermidades, depressões, tristezas nem aflições; são também as pressões
deste mundo hostil que crucificou o nosso Senhor Jesus Cristo (At 14.22). Jesus
disse que no mundo teríamos aflição, mas que ficássemos seguros, pois Ele
venceu o mundo (Jo 16.33).
2. Ser cristão não significa ser
masoquista. Paulo não afirma nem dá a entender que ser cristão
seja sentir prazer no sofrimento. Veja o que ele diz: “mas também nos
gloriamos”. A Palavra é realista, mostrando que encontramos espinhos na jornada
da vida cristã, e que, mesmo assim, o crente é feliz e glorifica a Deus. Isso
em virtude da glória que em nós será revelada (Rm 8.18), e que traz resultados
positivos para a vida cristã, pois tudo concorre para o bem dos que amam a Deus
(Rm 8.28). Temos júbilos nas bênçãos e também nas tribulações.
3. “A tribulação produz a paciência”
(v.3b). Aqui “paciência”, no grego, é hypomene, que vem de duas palavras gregashypo, “sob” e o verbo meno, “permanecer”.
O referido vocábulo significa:
“paciência, perseverança, firmeza, fortaleza”. É a virtude de alguém sofrer com
resignação. Se não existisse sofrimento não existiria paciência. Estejamos
certos de que o bem proveniente da paciência é maior que os males das
tribulações.
4. A paciência produz a experiência
(v.4a). A paciência nas perseguições torna o cristão
aprovado e vitorioso (2Ts 1.4,5). Isso serve para o nosso amadurecimento e para
uma maior aproximação com Deus.
5. A experiência produz a esperança
(vv.4b,5). O caráter cristão é produzido em meio aos
sofrimentos. É nessas circunstâncias que o Espírito Santo mais trabalha a nossa
vida, gerando em nós a confiança de que Deus nos levará à glória do porvir. A
esperança está entre as principais virtudes da fé cristã, ao lado do amor e da
fé (1Co 13.13).
III. A MORTE DE CRISTO PELOS PECADORES
1. Quem pode garantir que essa
esperança não falhe? A base da justificação são a morte e a ressurreição
de Jesus Cristo (Rm 3.24-26; 4.25). Tudo isso provém do amor de Deus (v.8).
Paulo demonstra nos vv.6-8 por que a esperança não falha. Ele apresenta duas
provas: a evidência subjetiva e a evidência objetiva.
2. Prova subjetiva (v.5). O
amor de Deus derramado em nossos corações, e isso através do Espírito Santo.
Esta é a prova subjetiva. Interessante é que o apóstolo acrescentou: “que nos
foi dado”. O Espírito Santo nos foi dado quando recebemos a Jesus Cristo como
Salvador.
Nada no mundo pode roubar a convicção
da vida eterna, pois o Espírito Santo de Deus “testifica com o nosso espírito
que somos filhos de Deus” (Rm 8.16). E algo que Deus colocou em nós, e está
dentro de nós. Esse amor de Deus inunda todo o nosso ser de esperança e de
júbilo. Essa prova, porém, não serve para os outros, mas só para quem tem essa
comunhão com Deus.
3. Prova objetiva (vv.6-8). O
amor de Deus está no fato de haver Cristo morrido por nós, sendo nós ainda
pecadores. A morte de Jesus é um fato histórico. Por isso é uma prova objetiva.
Éramos inimigos de Deus; ultrajávamos
o seu santo nome com palavras e ações. Que interesse Deus poderia ter por nós?
Paulo diz: “pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer” (v.7). Ora, se
Deus se interessou por nós quando ainda éramos seus inimigos, quanto mais agora
que estamos reconciliados com Ele. A morte de Jesus é a prova objetiva e
externa do amor de Deus por nós (Jo 3.16).
IV. A RECONCILIAÇÃO DOS PECADORES
1. “Muito mais” (vv.9,10). O
argumento do apóstolo é indestrutível. No capítulo 5 de Romanos, ele usa quatro
vezes a expressão “muito mais”. Duas com referência à segurança do crente, e
outras duas (vv.15-17) acerca da abundância da graça. Nós, que estávamos em
estado de miséria, e éramos rebeldes e inimigos de Deus, fomos alvos de seu
amor inaudito. Fomos justificados no tempo presente. Portanto, “muito mais”
agora, que somos filhos de Deus, estamos, por Ele, livres da condenação futura
(1Ts 1.10).
2. Reconciliação (v.11). O
referido substantivo só aparece quatro vezes no Novo Testamento grego, e vem do
verbokatallasso, “reconciliar”. Quanto ao verbo reconciliar,
encontrado nestas passagens: Rm 5.10; 1Co 7.11; 2Co 5.18-20, significa mudar de
inimizade para amizade. Foi isso que aconteceu entre nós e Deus!
CONCLUSÃO
Agora, sabemos e sentimos que estamos
reconciliados com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso,
desfrutamos desses benefícios e privilégios. Quem ainda não tem essa esperança
nem está usufruindo das bênçãos mencionadas nessa lição, precisa urgentemente
crer na graça de Deus, aceitando a Jesus como o seu Salvador pessoal.
VOCABULÁRIO
Inefável: Que
não se pode exprimir por palavras; indizível.
Masoquista: Que se deleita com o próprio sofrimento.
Hostil: Contrário, adverso, inimigo, agressivo.
Ultrajar: Ofender a dignidade de; difamar, injuriar, insultar, afrontar.
Inaudito: Que nunca se ouviu dizer; de que não há exemplo; extraordinário.
Masoquista: Que se deleita com o próprio sofrimento.
Hostil: Contrário, adverso, inimigo, agressivo.
Ultrajar: Ofender a dignidade de; difamar, injuriar, insultar, afrontar.
Inaudito: Que nunca se ouviu dizer; de que não há exemplo; extraordinário.
QUESTIONÁRIO
1. Quais
os privilégios dos que são justificados pela fé?
R. Paz com Deus (Rm 5); união com Cristo (Rm 6); libertação da lei (Rm 7) e
vida abundante no Espírito (Rm 8).
2. Quais
são os resultados do sofrimento para o cristão?
R. Traz resultados positivos para a vida cristã, pois tudo concorre para o
bem dos que amam a Deus (Rm 8.28).
3. Por
que a experiência produz a esperança?
R. É nas circunstâncias que o Espírito Santo mais trabalha a nossa vida,
gerando em nós a confiança de que Deus nos levará à glória do porvir.
4. Qual
a base de nossa justificação?
R. A base da nossa justificação são a morte e a ressurreição de Jesus
Cristo.
5. O
que significa a palavra “reconciliar”?
R. Significa mudar de inimizade para amizade. Foi isso que aconteceu entre
nós e Deus!
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
Subsídio
Teológico
“A justificação é o anúncio
extraordinário de que o pecador já está plenamente justificado. Aos olhos de
Deus, seus pecados já não existem mais, pois ‘quanto está longe o Oriente do
Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões’ (Sl 103.12). Miqueias
expressa lindamente esse benefício da graça: ‘Quem, ó Deus, é semelhante a ti.
que perdoas a iniquidade, e que te esqueces da rebelião do restante da tua
herança? O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na
benignidade. Tomará a apiedar-se de nós; subjugará as nossas iniquidades, e lançará
todos os nossos pecados nas profundezas do mar’ (Mq 7.18.19).
Três bênçãos específicas fluem da
justificação. A primeira é a redenção dos pecados, cuja pena é a morte —
espiritual e física (Gn 2.16.17; Rm 5.12-14; 6.23). Essa penalidade foi
removida pela morte de Cristo, o qual suportou o castigo que nos estava
reservado (Is 53.5,6; 1Pe 2.24). A justificação implica também a restauração do
favor divino. Além de havermos incorrido na penalidade requerida pelas nossas
transgressões, havíamos também perdido o favor divino, pois Deus não tem
comunhão com o pecado (Jo 3.36; Rm 1.18). No entanto, através da fé em Cristo,
fomos restaurados à comunhão com o Pai Celeste (Gl 3.26 e 1Jo 1.3). Finalmente,
a justificação traz consigo a imputação da retidão. Assim como a pena pelo
pecado fora ‘debitada em nossa conta’, a retidão de Cristo, no ato da
justificação, é creditada em nossa conta (Fp 3.9; Gn 15.6). Fomos envolvidos
com a pureza de Cristo. Ele tornou-se nossa veste nupcial (Mt 22.11,12)” (Doutrinas
Bíblicas. CPAD).
Subsídio
Doutrinário
“Mais uma vez é mediante Jesus Cristo
que obtivemos igualmente acesso pela fé, a esta graça, na qual estamos firmes.
Esse segundo benefício da
justificação nos introduz à presença de Deus diante do trono da graça, para usufruir
de todas as bênçãos a que temos direito como justificados em Cristo. Somos
colocados em uma nova posição, visto que já alcançamos a ‘paz com Deus’. Temos
agora uma nova posição em Cristo e isto resulta na possibilidade de termos
acesso à graça de Deus.
Esse acesso a Deus nos torna filhos
de Deus, e a posição de ‘filhos’ em adoção por Jesus Cristo é o passaporte para
entrarmos na presença do Pai Todo-Poderoso. Esse acesso significa comunhão mais
perene e pessoal com Deus. A palavra acesso no grego é ‘prosagoge’ que dá a ideia de ‘aproximação,
introdução’. A palavra introdução dá ideia neste texto de apresentação. Por
Jesus Cristo somos apresentados a Deus Pai, sem qualquer outro protocolo. A fé
em Jesus é o meio de entrarmos na presença de Deus. Não é um ‘acesso a Deus’
semelhante a alguém que busca entrar ou ter acesso à presença de uma autoridade
secular. Não se trata de um acesso mecânico, seco e formal. Para com Deus, o
acesso resulta de uma reconciliação feita anteriormente por Jesus Cristo, e que
agora, esse ‘acesso à graça’ é espontâneo, sem protocolo, sem impedimentos. É
um acesso que significa intimidade com Ele” (Carta aos Romanos, CPAD).
Subsídio
Devocional
O cristão não deve encarar o
sofrimento da mesma maneira que um não crente. Com as tribulações o caráter
cristão alcança aprofundamento e aprimoramento.
Justificado por Deus, o cristão está
num processo de transformação de acordo com a imagem de Jesus Cristo. O agente
dessa transformação é o Espírito Santo. A tribulação dá a oportunidade para o
Espírito Santo operar no cristão essa obra. Imagine se a vida só nos reservasse
o sucesso e a alegria, nosso progresso espiritual seria mínimo. Não queremos
dizer que o cristão deve viver num conformismo que beira ao masoquismo. Mas
que, o sofrimento, inerente à natureza humana, Deus o usa para produzir
magníficos resultados no cristão.
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PAZ DO SENHOR
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