Gênesis 1.27,28; 2.7,18,22.
INTRODUÇÃO
A família foi a primeira instituição divina e possui atribuições como:
vida íntima conjugal, propagação do gênero humano, subsistência, educação,
proteção e afeto. Deus tinha um propósito específico ao estabelecê-la,
portanto, conferiu responsabilidades a cada membro dela e um dia teremos de
prestar-Lhe contas.
Para que ela alcance o ideal divino, cada componente deve exercer seu
papel com fidelidade, diligência e amor. O maior modelo de paternidade em que
podemos nos espelhar é o do Pai celestial, pois Ele consegue harmonizar amor
com justiça e bondade com severidade (Rm 11.22). Entretanto, a Bíblia fornece
alguns bons exemplos de pais que obtiveram grande sucesso em seu lar. Aprenda a
ter o respeito de sua família como Noé, a ser um grande líder como Josué e a
exercer o sacerdócio no lar como Filipe.
DIDÁTICA
Neste trimestre, estaremos estudando sobre a família, faça algo bastante
especial com sua turma. Separe um tempo durante a semana para refletir sobre
que atividades você poderia realizar para incrementar suas aulas e torná-las
ainda mais interessantes. Pense também como poderia ajudar a família de seus
alunos a superar os seus problemas. Uma atividade muito simples é pedir-lhes
que anotem num pedaço de papel quais as dificuldades encontradas no
relacionamento familiar. Reserve cinco minutos para que eles façam uma análise
crítica e sincera. Cada aluno deve guardar o seu papel e apresentar a Deus
estas dificuldades durante todo o trimestre. Participe deste propósito com sua
classe, pois, certamente, Deus fará grandes obras.
Com esta lição, damos início a uma série de ensinamentos bíblicos acerca
das ameaças à integridade e ao bem-estar da família. Trataremos também de
conceitos e padrões bíblicos estabelecidos por Deus para a bênção e felicidade
de tal instituição. A família, em síntese, como estrutura social, deve
identificar-se e relacionar-se intimamente com a igreja. Na tão conhecida e
instrutiva passagem sobre a família (Ef 5.28-33; 6.1-4), a Palavra de Deus cita
a igreja seis vezes.
I. CONCEITO E ATRIBUIÇÕES DA FAMÍLIA
1. Conceito. Família é o sistema social básico, instituído no Éden por
Deus, para a constituição da sociedade e prossecução da raça humana. Os
primeiros capítulos de Gênesis revelam que a família foi a primeira das
instituições divinas na terra.
Jesus utilizou-se da família para ilustrar certos atributos, atos,
qualidades e dádivas de Deus, como o amor, o perdão, a longanimidade, a
paternidade. Vários dos milagres de Jesus estão relacionados à família, suas
necessidades, provações, encargos e responsabilidades (Mt 8.5-15; 9.18-26; Jo
2.1-11; 4.46-54; 11.1-45). Isto nos leva a imaginar o grande valor que Deus
confere a esta sua primeira e vital instituição humana.
2. Atribuições da família. Dentre as muitas atribuições da família,
enumeramos algumas consideradas relevantes:
a) Vida íntima conjugal. Só o casamento justifica e legitima a união
sexual marido-mulher. Logo no primeiro capítulo da Bíblia está escrito a
respeito do primeiro casal, “Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e
enchei a terra” (v.28). E como se dá tal multiplicação? Pela união física do
casal, que deve decorrer do amor e do consenso mútuo. No capítulo seguinte (Gn
2.24) está também registrado que, após o casamento, homem e mulher “serão ambos
uma carne”.
b) Propagação do gênero humano. Este foi um dos propósitos de Deus quando
da instituição da família: a geração de filhos, para o povoamento da terra e a
prossecução do gênero humano. Deus conferiu esta faculdade ao casal, o que
constitui uma elevada responsabilidade (Gn 1.28).
c) Subsistência. Basicamente, a motivação que está subentendida no
desempenho diuturno e penoso do trabalho e igualmente do exercício das
profissões é o sustento, o conforto, o bem-estar; enfim, o atendimento
suficiente e sensato das necessidades dos membros da família.
d) Educação. Os filhos são herança do Senhor (Sl 127.3) e não meros
acidentes biológicos na vida do casal. Cada filho que nasce ou que é admitido
na família importa em cinco principais responsabilidades para os pais: um
corpinho para cuidar (vestuário, saúde, etc); um estômago para alimentar; uma
personalidade para formar; uma mente para educar e uma pessoa completa para ser
conduzida a Cristo, seu Salvador e Senhor.
e) Proteção. É responsabilidade dos pais prover no lar paz, harmonia,
sossego, união, proteção e amparo. Ver as lições espirituais de Deuteronômio
22.8.
f) Afeto. As relações afetuosas, fraternas e cordiais iniciam-se na
família. É nesse ambiente, propício e acolhedor, que a criança recebe afeto,
cuidado amoroso dos pais e irmãos mais velhos, e aprende a praticá-lo.
II. A FAMÍLIA DE DEUS
Deus valoriza tanto a família que a tomou como exemplo para ilustrar o
seu relacionamento com a igreja, como já mostramos na introdução desta lição.
1. Deus, nosso Pai. Deus é o nosso supremo exemplo quanto ao papel da
paternidade. Vejamos algumas de suas características como nosso Pai celestial.
a) Pai cuidadoso e provedor que jamais falha. Ele cuida de cada um de
seus filhos (Mt 10.31) e de suas necessidades (Mt 6.8). Ele, que já nos deu a
suprema dádiva do céu — Jesus, não nos daria também com Ele todas as coisas?
(Rm 8.32).
b) Pai amorável. Não há maior amor que o de Deus por nós (Jo 3.16; 15.13;
1 Jo 4.10,19; Rm 5.8). Ele é de igual modo compassivo e amoroso para com o
filho que erra (Lc 15.20).
c) Pai que disciplina. O filho sempre está sujeito à disciplina amorosa
de seu pai. A disciplina é um sinal do amor de Deus para com seus filhos,
visando seu benefício (Hb 12.5ss). Mediante a disciplina, Deus visa nos tornar
melhores discípulos dEle. Os termos disciplina e discípulo têm sua origem no
mesmo radical latino que significa aprender.
d) Pai perdoador. Não há passagem que ilustre tão bem esta característica
quanto a parábola do Filho Pródigo (Lc 15.11-32).
e) Pai conciliador. Na mesma parábola do Filho Pródigo, Jesus nos mostra
que, muitas vezes, os pais são os apropriados e idôneos mediadores de conflitos
na família (Lc 15.31,32).
2. O relacionamento entre os irmãos. Segundo a Bíblia, os filhos de Deus
devem sempre se relacionar bem uns com os outros baseados no amor. O apóstolo
João, em outras palavras, nos diz que Deus não habita naquele que não ama a seu
irmão (1 Jo 4.11,20,21; 2.9-11; Jo 13.34), o que evidentemente não é filho de
Deus! “Se amamos uns aos outros, Deus continua a habitar em nós, e o seu amor é
em nós aperfeiçoado” (Bíblia de Estudo Pentecostal).
Os crentes devem ser conhecidos pelo amor que demonstram uns aos outros,
pois quando assim fazem, eles imitam a seu Senhor e Mestre (Jo 13.35).
O amor de Deus manifesto em nós é um distintivo do cristão que o leva a
considerar seus semelhantes com estima, respeito, justiça e compaixão. O amor
cristão é uma virtude inspirada e exemplificada por Cristo. Este amor permeia
todo o evangelho (Jo 3.16; Mt 22.34-40; 1 Tm 1.5; Jo 15.12) e é, em resumo, a
essência do cristianismo. Ele deve ser real no viver dos crentes para que sua
vida espiritual na família de Deus — a Igreja (Ef 2.19) — seja abundante,
abençoada e harmônica.
III. BONS EXEMPLOS DE FAMÍLIA
Da Bíblia podemos extrair bons exemplos de famílias, que devem ser
imitados:
1. Noé. Mesmo idoso, com filhos adultos, Noé ainda liderava sua família e
tinha dela o respeito e a submissão sem qualquer dificuldade. Seus filhos
deixaram suas atividades e atenderam o chamado do pai (Gn 7.1-7; Hb 11.7). Como
se vê, eles eram casados, cada um com sua vida doméstica independente, ainda
assim, não se recusaram a aceitar os conselhos do pai. O resultado é que esta
obediência redundou na benção pessoal da preservação da vida de cada um deles
e, mais do que isso, foram instrumentos exclusivos de Deus na preservação da
espécie humana. Outrossim, Deus os abençoou na companhia de seu pai (Gn 9.1).
2. Josué. Em seu último ato público, Josué, como chefe de família temente
a Deus, lançou ao povo um desafio: “Escolhei hoje a quem sirvais” (Js 24.15).
Ele já havia feito sua escolha, por si e por sua família. Certamente assim
procedeu Josué pela fé no Senhor, pois era homem de fé como se vê em Hebreus
11.30. A afirmação pública de Josué autentica sua convicção de que, deixando
este mundo, sua família sobreviveria estruturada nos princípios decorrentes dos
valores que ele lhes havia passado durante toda a sua vida.
3. Filipe. Nas suas incessantes lides em prol da causa do Mestre, Paulo
não iria se hospedar com pessoas cujas vidas não demonstrassem um elevado
quilate e maturidade espiritual condizente (At 21.8,9). O relato de Atos
espelha a boa estrutura espiritual existente na família de Filipe, resultante
de um investimento espiritual demorado e contínuo. A princípio, como diácono da
igreja em Jerusalém (At 6.5), e mais tarde, como evangelista (At 8.4-40).
Filipe, apesar de sua intensa atividade ministerial, não se descuidou do
exercício sacerdotal no lar. Por isso, teve a grande satisfação de contemplar
suas quatro filhas servindo a Deus, sendo portadoras de dons espirituais.
A Bíblia é clara quando afirma que sem Cristo nada podemos fazer (Jo
15.15). Isto também é verdade no relacionamento familiar. O Senhor, sendo o
centro do lar em tudo, concederá a sua bênção no sentido de que cada membro da
família dê sua contribuição para que o relacionamento cristão ideal seja uma
realidade no lar, a fim de honrar o nome do Senhor. A Palavra de Deus é um guia
para tudo na nossa vida. É dela que vamos extrair o padrão de comportamento que
cada membro da família deve ter, a partir da mais tenra infância. Procedendo
assim, a vida de cada um de nós se aproximará bastante do ideal estabelecido
por Deus.
“O que é família? A família não é um grupo de pessoas rivais, alheias aos
interesses uma das outras. Em termos de unidade, é o conjunto de todas as
pessoas que vivem sob o mesmo teto, proteção ou dependência do dono da casa ou
chefe, que visam ao bem-estar do lar; enfim, que se comunicam, se amam, se
ajudam. Essa convivência exige o uso e a aplicação de toda a capacidade de
viver em conjunto, a bem do perfeito e contínuo ajustamento entre seus membros
e destes para com Deus. O convívio entre os familiares indica o grau e o nível
da relação com o Pai e determina o curso do sucesso na família... A despeito da
desobediência de Adão e Eva, Deus não mudou seu plano quanto à instituição da
família, pois era o meio lícito e puro para perpetuar a raça humana em nível de
elevada moral. Eles foram castigados por sua desobediência, mas antes de
expulsá-los do Éden, Deus deu-lhes sinal da sua graça e a promessa de redenção:
‘E fez o Senhor Deus para Adão e para sua mulher túnicas de peles e os vestiu’
(Gn 3.21). Portanto, logo que o primeiro casal tombou diante do combate de
Satanás, o Criador manifestou a sua bondade em prol da restauração da paz e da
alegria de suas preciosas criaturas.
Deus se interessa pelo bem estar e pela salvação de sua família, Ele
demonstrou que não deseja vê-la despida das qualidades morais, virtudes de uma
sociedade digna do Criador, próspera e feliz. Cuide de sua família! Lucas, ao
encerrar a genealogia de Jesus, identifica o Mestre com toda a raça humana,
dizendo: ‘E o mesmo Jesus começava a ser de quase trinta anos, sendo (como se
cuidava) filho de José, e José de Eli’, e conclui com: ‘E Cainã, de Enos, e
Enos, de Sete, e Sete, de Adão, e Adão, de Deus’ (Lc 3.23-38).
Concluindo, a família foi criada por Deus para cumprir a sua vontade e
habitar com Ele na glória eterna: ‘Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu
e a tua casa’ (At 16.31).” (...E Fez Deus a Família. CPAD, págs. 15,16 e 30).(fonte CPAD ).
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PAZ DO SENHOR
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