SUBSIDIO (3) PRE-ADOLESCENTES
MANIFESTAÇÃO DOS DONS
Atos
16.16-24.
16 - E aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu
ao encontro uma jovem que tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando,
dava grande lucro aos seus senhores.
17 - Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava,
dizendo: Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do
Deus Altíssimo.
18 - E isto fez ela por muitos dias. Mas Paulo,
perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando
que saias dela. E, na mesma hora, saiu.
19 - E, vendo seus senhores que a esperança do seu
lucro estava perdida, prenderam Paulo e Silas e os levaram à praça, à presença
dos magistrados.
20 - E, apresentando-os aos magistrados, disseram:
Estes homens, sendo judeus, perturbaram a nossa cidade.
21 - E nos expõem costumes que nos não é lícito
receber nem praticar, visto que somos romanos.
22 - E a multidão se levantou unida contra eles, e
os magistrados, rasgando-lhes as vestes, mandaram açoitá-los com varas.
23 - E, havendo-lhes dado muitos açoites, os
lançaram na prisão, mandando ao carcereiro que os guardasse com segurança,
24 - o qual, tendo recebido tal ordem, os lançou no
cárcere interior e lhes segurou os pés no tronco.
Professor, dando sequência ao estudo acerca da
importância dos dons espirituais na Igreja, estudaremos nesta lição a respeito
dos dons que manifestam a sabedoria divina: a palavra da sabedoria, a palavra
da ciência e o discernimento de espíritos. Enfatize o fato de que a palavra da
sabedoria é uma operação sobrenatural do Espírito Santo sobre a mente humana. A
palavra da ciência é o dom divino para conhecer os fatos e circunstâncias que
se acham oculto (At 5.1-10). Não é conhecimento científico. Já o discernimento
de espíritos é uma habilitação sobrenatural para identificar a natureza dos
espíritos (divino, humano e maligno). Incentive os alunos a buscarem os dons
espirituais, pois vivemos em um mundo corrompido pelo pecado onde as
falsificações espirituais e o engano aumentam a cada dia.
Palavra Chave.Sabedoria: Qualidade de sábio;
prudência; sensatez.
Abordaremos, nesta lição, os dons que manifestam a
sabedoria divina: a palavra da sabedoria, a palavra da ciência e o dom de
discernir os espíritos (1 Co 12.8-10). Através desses dons espirituais, a
Igreja de Cristo passa a conhecer as coisas de forma sobrenatural. Conforme
veremos, tais ferramentas são indispensáveis à igreja, a fim de que esta venha
a cumprir integralmente a sua missão.
I. OS DONS DO ESPÍRITO SANTO
1. Os dons espirituais. Em 1 Coríntios 12.8-10,
Paulo apresenta os dons espirituais concedidos pelo Espírito Santo, visando a
edificação da Igreja (1 Co 12.7). Neste mesmo texto, o apóstolo esclarece que a
diferença mais notável entre os verdadeiros e os falsos dons é a rejeição, ou a
aceitação, do senhorio de Cristo (1 Co 12.3). Somente os autênticos servos de
Cristo aceitam-no como Salvador e Senhor.
2. Classificação dos dons. Os dons podem ser
classificados, para uma melhor compreensão, da seguinte maneira: 1) dons que
manifestam a sabedoria de Deus (1 Co 12.8-10); 2) dons que manifestam o poder
de Deus (1 Co 12.9,10); e 3) dons que manifestam a mensagem de Deus (1 Co
12.10).
3. A escassez dos dons espirituais. Nunca os dons
espirituais fizeram-se tão necessários quanto hoje. Num século de enganos e
falsificações espirituais, carecemos das capacitações sobrenaturais provindas
do Espírito Santo, a fim de que saibamos diferençar a verdade da mentira. Mas
sem a santíssima fé como poderemos receber os dons (Rm 12.6)? As dádivas de
Deus só podem ser recebidas pela fé mediante a ação do Espírito Santo (Gl 3.5;
Hb 10.38).
Na Igreja Primitiva, onde o temor de Deus e a
reverência eram abundantes (At 2.43), os dons espirituais manifestavam-se com
regularidade e frequência. A irreverência, a falta de oração e de leitura da
Bíblia Sagrada, além de impedirem as legítimas manifestações espirituais,
deturpam-nas, gerando confusão e desordem (cf. 1 Co 14).Os dons do Espírito
Santo podem ser classificados em três categorias: manifestação da sabedoria de
Deus; manifestação do poder de Deus e manifestação da mensagem de Deus.
II. A PALAVRA DA SABEDORIA
1. A sabedoria satânica. Embora Satanás seja
considerado astuto e sábio (Gn 3.1; Ez 28.3-5), ele, como toda a criatura, tem
suas limitações. Apesar de sábio, não é onisciente. Todavia, astuto como é, usa
de toda a sua sagacidade para induzir o ser humano a fazer-lhe a vontade. Eis
porque, precisamos ter muita cautela com os milagres, sinais e maravilhas, pois
nem toda manifestação sobrenatural vem de Deus. É por isso que os dons
espirituais relacionados à sabedoria divina fazem-se urgentes e necessários à
Igreja de Cristo.
2. A sabedoria de Deus. Onisciente e onipresente, a
sabedoria de Deus é ilimitada, pois dEle procede todo conhecimento (Pv 2.6). Se
Ele é a fonte de todo o saber, por que não lho pedir? Tiago afirma que o Senhor
concede sabedoria aos que lhe pedem (Tg 1.5). Essa sabedoria, porém, não deve
ser confundida com o dom do Espírito Santo conhecido como a palavra de
sabedoria. Ressalvamos que, independente deste dom, deve o crente continuar a
crescer na graça e no conhecimento, pois somente assim chegaremos à maturidade
cristã (2 Pe 3.18).
3. O dom da palavra de sabedoria. A palavra de
sabedoria é o primeiro dos nove dons espirituais mencionados pelo apóstolo
Paulo em 1 Coríntios, capítulo 12. Não se trata de habilidade intelectual ou
acúmulo de conhecimentos através de estudos e pesquisas; trata-se de uma
operação sobrenatural do Espírito Santo sobre a mente humana, tornando-a capaz
de resolver problemas tidos como insolúveis (1 Co 12.8).
Salomão, por exemplo, usou a sabedoria divina ao
julgar o caso daquelas mulheres que lutavam pela posse de um recém-nascido (1
Rs 3.16-28). Todos os que ouviram a sentença do rei temeram ao Senhor, pois
sabiam que sobre o monarca atuara uma sabedoria sobrenatural vinda diretamente
de Deus (1 Rs 3.28). Como carecemos desse dom! Muitos problemas, tidos como
insolúveis, seriam prontamente resolvidos entre nós, na obra de Deus, em toda
sua abrangência.O dom da palavra de sabedoria é a operação sobrenatural do
Espírito Santo na mente humana, objetivando, resolver problemas insolúveis.
III. A PALAVRA DA CIÊNCIA E O DISCERNIMENTO DE
ESPÍRITOS
1. O dom da palavra da ciência. “[...] e a outro,
pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência” (1 Co 12.8). Paulo não se referia
evidentemente ao conhecimento científico que se adquire nas cátedras das
universidades; referia-se ele à capacidade sobrenatural concedida diretamente
pelo Espírito Santo, que nos habilita a conhecer fatos e circunstâncias que se
acham ocultos. Haja vista o ocorrido em Atos 5. Naquele momento, o Espírito
Santo revelou a Pedro, através da palavra da ciência, o que Ananias e Safira
haviam feito em segredo (At 5.1-10).
2. O discernimento de espíritos. Discernir
significa distinguir, estabelecer diferença. O Espírito Santo concede o dom de
discernir, a fim de que não sejamos enganados por espíritos e manifestações
espirituais que, apesar das aparências, não se originam em Deus, mas em fontes
demoníacas e carnais (1 Co 12.10).
Num universo religioso, como o atual, onde há
tantas imitações e fingimentos, faz-se urgente essa capacidade sobrenatural que
nos concede o Espírito Santo, para sabermos as proveniências dos espíritos.
Recomenda-nos o apóstolo João: “Amados, não creiais em todo espírito, mas
provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm
levantado no mundo” (1 Jo 4.1).
3. A importância do dom de discernimento. A vinda
de Cristo está mui próxima (1 Jo 2.18). Cumprem-se os sinais que anunciam a
volta iminente do Senhor. Haja vista a operação dos falsos doutores e profetas
que, usados por Satanás, ostentam uma aparente piedade e operam maravilhas com
o objetivo de enganar os escolhidos (Mt 24.24). Por isso, afirma John Stott,
“de todos os dons espirituais, um dos que mais devemos desejar é seguramente o
de discernimento”. Leia e medite em 2 Timóteo 3.1-9 e 2 Pedro 2.1-3.
O dom da palavra da ciência e o discernimento de
espíritos são capacidades sobrenaturais que o Espírito Santo concede, ao
crente, para conhecer fatos ocultos.
Os dons que manifestam a sabedoria divina têm por
objetivo não permitir que sejamos enganados e caiamos no erro. Satanás é o
enganador. Ele mudou suas táticas, porém continua a trabalhar dia e noite para
destruir a Igreja do Senhor. Estejamos atentos, munidos dos dons espirituais e
revestidos da armadura de Deus contra as astutas ciladas do Diabo (Ef 6.11).
Reavivemos, pois, o dom que há em nós (2 Tm 1.6).
“Distribuídos pelo Espírito para o que for útil
‘Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um
para o que for útil’ (1 Co 12.7).
Paulo dá três listas de dons neste capítulo (1 Co
12.8-10,28-30). Cada dom mencionado por ele parece algo que pode ser manifesto
em uma diversidade de modos segundo a vontade do Espírito Santo. Alguns supõem
que a primeira lista é completa e inclusiva. Mas Paulo não diz: ‘Estes são os
dons do Espírito’. Ele simplesmente apresenta a lista, dizendo: ‘Aqui está um
dom dado pelo Espírito, eis outro dom dado pelo mesmo Espírito’. Ele está
enfatizando que todos os dons vêm do Espírito Santo. Ele é uma pessoa infinita
e podemos ter absoluta certeza de que tem uma provisão infinita para atender a
cada necessidade.
O Espírito Santo dá manifestações (revelações,
meios pelos quais o Espírito Santo se faz conhecer abertamente) para cada
crente, mas não para o próprio benefício do indivíduo ou para alguma bênção que
a pessoa possa reivindicar para si mesma. Nem Paulo quer dizer que cada crente
tem um dom ou é ‘dotado’. O ponto é que todo dom que o Espírito Santo distribui
é dado por meio de indivíduos ‘para o que for útil’, para o bem comum, para o
bem do corpo local como um todo. Os dons ajudarão a edificar a assembleia
local, tanto espiritual quanto numericamente, da mesma maneira que os dons do
Espírito Santo o fizeram no livro de Atos” (HORTON, S. M. I & II Coríntios:
Os Problemas da Igreja e suas Soluções. 1.ed., RJ: CPAD, 2003, p.113).
“Que é a palavra de conhecimento
[ciência]
A palavra do conhecimento não é algo que se aprende
através do processo educacional. Nem ainda por conhecimento profundo, adquirido
mediante estudo das Escrituras, muito embora seja este um meio eficiente para
obtermos conhecimento de Deus. Não é bíblico admitir que um dom sobrenatural
tenha o propósito de substituir o estudo sistemático da Palavra de Deus. Seria
um erro muito sério presumir tal coisa (Mt 22.29). Por outro lado, temos a
lamentar que muitos cristãos se mostram ávidos por ‘revelações’ e extremamente
‘interessados’ por obras escatológicas e negligenciam o estudo da doutrina bíblica,
como considerando-a uma terceira ou quarta prioridade. Muitos erros e dolorosas
desilusões seriam evitados mediante o conhecimento básico da Bíblia.
O dom da palavra do conhecimento não tem, portanto,
o propósito de tomar o lugar devido ao estudo regular da Palavra de Deus. É
dado como provimento divino para servir em necessidade espiritual, para
ocasiões especiais, como e quando bem parece ao Espírito de Deus.
A função do dom de discernimento na
Igreja
A Igreja é assediada pelo poder das trevas. O
inimigo é propriamente o ‘espírito que, agora, opera nos filhos da
desobediência’ (Ef 2.2). Ele também domina as mentes e os corpos das pessoas
incrédulas, suscetíveis à influência de espíritos maus e de demônios. Satanás
pode usá-los para atacar e enganar até os obreiros desprovidos de discernimento
espiritual.
Todos podemos admitir que há muitas forças
espirituais neste mundo perdido. Por isso, somos advertidos a estar alerta
quanto à ação delas. O apóstolo João descreve: ‘Amados, não creiais em todo
espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos
profetas se têm levantado no mundo. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: todo
espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito
que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o
espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que está já no
mundo. Filhinhos, sois de Deus e já os tendes vencido, porque maior é o que
está em vós do que o que está no mundo’ (1 Jo 4.1-3). Neste texto, o apóstolo
nos indica um método pelo qual qualquer crente pode identificar um espírito
mau. Contudo, nem todas as circunstâncias são apropriadas para este método de
identificação. O dom de discernimento de espíritos pode prover-nos dos meios
evidentes para em qualquer ocasião detectarmos os espíritos maus, e isto é obra
de grande proveito para a causa de Cristo” (SOUZA, E. Â. Os nove dons do
Espírito Santo. RJ: CPAD, 1985, pp.37,38,44,45).(FONTE CPAD).
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PAZ DO SENHOR
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