Lição 6 - O Fruto do ESPÍRITO -Paciência: O Fruto
Da Perseverança.
Lições Bíblicas Aluno - Jovens e Adultos - 1º
TRIMESTRE DE 2005
TEXTO ÁUREO: “Alegrai-vos na esperança, sede
pacientes na tribulação, perseverai na oração” (Rm 12.12).
1 Timóteo 6.11 Mas tu, ó homem de Deus, foge destas
coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, a caridade, a paciência, a mansidão.
VERDADE PRÁTICA: Paciência e perseverança são
virtudes cristãs imprescindíveis aos que aguardam a volta de Cristo.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - 2 Ts 1.4 A paciência dos crentes de
Tessalônica
Terça - Rm 8.24,25 Aguardando com paciência sua
completa salvação
Quarta - Tg 5.11
A paciência move a bondade e a piedade divinas
Quinta - 2 Co 1.6 A paciência capacita o crente a
suportar a tribulação
Sexta - Hb 6.13-15 A promessa de Deus é alcançada
por meio da paciência
Sábado - Rm 15.4
A paciência é fortalecida com a leitura das Escrituras
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: TIAGO 5.7-11 = 7 Sede,
pois, irmãos, pacientes até à vinda do Senhor. Vede que o lavrador espera o
precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até receber as primeiras e
as últimas chuvas. 8 Sede vós também pacientes, e fortalecei os vossos
corações, porque a vinda do Senhor está próxima. 9 Irmãos, não vos queixeis uns
dos outros, para não serdes julgados. O juiz está à porta. 10 Irmãos, tomai
como exemplo de sofrimento e paciência os profetas que falaram em nome do
Senhor. 11 Como sabeis, temos por bem-aventurados os que perseveraram. Ouvistes
da paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu. O Senhor é cheio de
misericórdia e compaixão.
O texto da
Leitura Bíblica é atribuído a Tiago, irmão de Jesus. Este discípulo de Cristo é
conhecido pela tradição da comunidade cristã como “Tiago, o Justo”. Para Tiago,
as tentações que provam a fé produzem ‘paciência’ (1.3) e ‘maturidade
espiritual’ (1.4). Esta paciência é demonstrada no domínio da língua e da ira
(1.25), na mansidão, no compromisso com a palavra (1.21), na fraternidade
cristã (1.27), na prática da fé (2.14s), na santidade (4.8), na submissão a
Deus (4.8); e por fim, na expectativa da vinda de Cristo (5.7). Tiago
concordaria plenamente com Eclesiastes 7.8: ‘Melhor é o fim das coisas do que o
princípio delas; melhor é o longânimo do que o altivo de coração’. O sofrimento
dos ‘irmãos’ não perdurará; teve um início, contudo, o fim será muito melhor
(5.8), tal qual a paciência e a perseverança de Jó (v.11). Portanto, é
necessário ser paciente. No original, é possuir ‘ânimo longo’(Tg 5.7, 8 e 10)
ou ser ‘perseverante’ ou ‘resistente’ (Tg 5.11). De acordo com o original, o
termo aflição (v.10) significa ‘suportar o mal pacientemente’ é a mesma palavra
traduzida em 2 Timóteo 4.5 por ‘sofre as aflições’, isto é, ‘suporte o mal’.
OBJETIVOS: Após esta aula, seu aluno deverá estar
apto a:
1- Definir o termo paciência segundo o original.
2- Relacionar a paciência aos aspectos da vida
cristã.
3- Descrever o tríplice aspecto da paciência.
COMENTÁRIO – INTRODUÇÃO
O exercício da paciência é uma qualidade bastante
difícil nos dias em que vivemos, principalmente devido ao corre-corre de nosso
dia a dia, mas é de imprescindível importância para o crente que deseja ir
morar no céu.
É nos momentos de maior tensão que somos testados
nessa qualidade do fruto do ESPÍRITO que está implantada em nós.
É notado e louvado o cristão que consegue ser
paciente diante das adversidades que surgem em seu viver terreno.
Somente com a ajuda do ESPÍRITO SANTO é que
conseguimos exercer paciência e ajudar aos que estão a nossa volta, a passar
pelas tribulações do cotidiano.
I. A PACIÊNCIA E OS ASPECTOS DA VIDA CRISTÃ
“Paciência. hypomone, literalmente, ‘permanência em
baixo de’ (formado de hypo, ‘em baixo de’, e meno, ‘ficar’), ‘paciência’. ‘A
paciência, que só desenvolve nas provas (Tg 1.2), pode ser passiva, ou seja,
igual a ‘tolerância, resignação’, como: (a) nas provas em geral (Lc 21.19; Mt
24.13; Rm 12.12); (b) nas provas que sobrevêm ao serviço no Evangelho (2 Co 6.4
; 12.12; 2 Tm 3.10); (c) sob castigo, que é a prova considerada a vir da mão de
Deus, nosso Pai (Hb 12.7); (d) sob aflições imerecidas (1 Pe 2.20); ou ativa,
ou seja, igual a ‘persistência, perseverança’, como: (e) ao fazer o bem (Rm
2.7); (f) na produção de frutos (Lc 8.15); (g) no correr a corrida proposta (Hb
12.1).
A paciência aperfeiçoa o caráter cristão (Tg 1.4), e
a participação na paciência de Jesus é, portanto, a condição na qual os crentes
virão a ser admitidos a reinar com Ele (2 Tm 2.12; Ap 1.9). Para esta
paciência, os crentes são ‘corroborados em toda a fortaleza’ (Cl 1.11), ‘pelo
Seu Espírito no homem interior’ (Ef 3.16)”. (VINE, E.W. (et al). Dicionário
Vine: o significado exegético das palavras do Antigo e do Novo Testamento. RJ:
CPAD, 2002, p.842.)
O maior exemplo conhecido biblicamente como o homem
de maior paciência é com certeza Jó. (Tg 5.11 Como sabeis, temos por
bem-aventurados os que perseveraram. Ouvistes da paciência de Jó, e vistes o
fim que o Senhor lhe deu. O Senhor é cheio de misericórdia e compaixão.)
Sl 37.7 Descanse no SENHOR e aguarde por ele com
paciência; não se aborreça com o sucesso dos outros, nem com aqueles que
maquinam o mal.
Aquele que desenvolve a paciência em seu caráter
descansa em DEUS e não inveja aos ímpios.
Pv 19.11 A sabedoria do homem lhe dá paciência; sua
glória é ignorar as ofensas.
Mostremos nossa sabedoria mesmo diante de ofensas.
Pv 25.15 Com muita paciência pode-se convencer a
autoridade, e a língua branda quebra até ossos.
Não temos medo das autoridades, mas as respeitamos e
sabemos como falar-lhes com paciência.
Jr 15.15b Que, pela tua paciência para com eles, eu
não seja eliminado. Sabes que sofro afronta por tua causa.
Rm 2.4 Ou será que você despreza as riquezas da sua
bondade, tolerância e paciência, não reconhecendo que a bondade de Deus o leva
ao arrependimento?
2Pe 3.15 Tenham em mente que a paciência de nosso
Senhor significa salvação, como também o nosso amado irmão Paulo lhes escreveu,
com a sabedoria que Deus lhe deu.
Respeitemos, oremos e aceitemos a paciência de DEUS
para com os ímpios. pois Ele tem em vista a salvação dos mesmos.
2Co 1.6 Se somos atribulados, é para consolação e
salvação de vocês; se somos consolados, é para consolação de vocês, a qual lhes
dá paciência para suportarem os mesmos sofrimentos que nós estamos padecendo.
Em nossa paciência ajudamos os outros a serem pacientes
também em suas tribulações.
Tg 5. 7 Portanto, irmãos, sejam pacientes até a
vinda do Senhor. Vejam como o agricultor aguarda que a terra produza a preciosa
colheita e como espera com paciência até virem as chuvas do outono e da
primavera. 8 Sejam também pacientes e fortaleçam o seu coração, pois a vinda do
Senhor está próxima. 9 Irmãos, não se queixem uns dos outros, para que não
sejam julgados.
Esperemos com paciência a volta de nosso Senhor e
Salvador JESUS CRISTO.
**Do Latin patientia
Resignação; conformidade em suportar os males ou os
incômodos sem se queixar; perseverança tranqüila; calma na continuação de
qualquer tarefa ainda que esta seja difícil ou muito demorada; tranqüilidade
com que se espera aquilo que tarda.
Há forte relação entre a paciência e os outros
aspectos da vida cristã. A seguir, consideraremos algumas delas à luz das
Escrituras.
1. Paciência e sofrimento. O sofrimento pode ser
causado por diversos fatores, perseguição religiosa, inveja, discussões,
inimizades, perca de emprego, morte de alguém da família, etc..; até mesmo por
sofrimento alheio podemos sofrer, porém, uma coisa é certa, ninguém passa por
esta vida sem ter momentos de sofrimento. Sabemos que o sofrimento faz com que
analisemos o modo de vida que estamos levando e tomemos rumos novos e mais
seguros para não sofrermos mais, funciona como estimulador à prevenção.
As provações podem ser comparadas ao trabalho de
cães guardadores de ovelhas: mantê-las perto do pastor. As provações funcionam
como disciplina do Pai divino e amoroso em prol de nossa santidade (Hb
12.7-11). Observemos as ilustrações seguintes:
a) O exemplo da planta. Uma planta nova, submetida a
intensos ventos, desenvolve raízes fortes e profundas. Assim como carregar
peso, faz com que os nossos ossos fiquem fortes e não tenhamos osteoporose,
assim também o sofrimento nos treina para sermos fortes.
b) O exemplo da cruz. Muitos textos bíblicos nos
revelam que o caminho rumo ao céu inclui uma cruz. Mt 10.38 e quem não toma a
sua cruz e não me segue, não é digno de mim. JESUS chama-nos a atenção para a
cruz que certamente virá para aqueles que o querem seguir, portanto,
esforcemo-nos por tornar este trabalho o menos sofrível possível, mas sabendo
que teremos que passar por aflições.
2. Paciência e perseverança. Para se alcançar uma
meta ou objetivo, devemos buscar com todas as nossas forças e ainda pedirmos
auxílio a DEUS para nos fortalecer nesta jornada, porém nunca conquistaremos o
triunfo sem sabermos esperar a hora certa para então louvarmos a DEUS por mais
uma batalha ganha!
3. Paciência, alegria e esperança. Em Romanos 5.3,4,
constatamos a relação entre os seguintes termos: sofrimento, alegria, paciência
e esperança.
Como uma rosa a desabrochar, cada etapa é descrita
por Paulo, talvez analisando sua vida cristã e seu crescimento espiritual. Não
devemos nos conformar diante de situações difíceis, mas buscar a solução em
DEUS para tais situações; o cristão foi chamado para guerrear contra o reino das
treva e não existe paz sem haver guerra; o crente que vive em paz é aquele que
guerreia constantemente contra Satanás e suas hostes.
4. Paciência e sabedoria. As palavras de Provérbios
14.29 declaram: “O longânimo é grande em entendimento, mas o de ânimo precipitado
exalta a loucura”. Devemos escolher entre "Sofrer para aprender", ou
"Ver os outros sofrerem e aprender com seu sofrimento". Aquele que é
paciente analisa o motivo do sofrimento alheio e antes que passe pelo mesmo
sofrimento, muda seu proceder; é o famoso "Prevenir para não
remediar"
5. Paciência e paz. A paciência é característica
natural de quem vive em paz tanto consigo mesmo, quanto com os que o cercam. A
paz é conquistada na perspectiva de um futuro que muitas vezes está distante,
por isso, é necessário a paciência para que se possa esperar o resultado de
nosso plantio, ou semeadura.
6. Paciência e força. A força física só é benéfica
se for controlada pelo ESPÍRITO SANTO, assim a hora de se usar a força deve ser
a hora ditada pela paciência, pela análise da potência a ser usada e como deve
ser usada. é melhor e superior a força espiritual do que a física. Com
sabedoria se vence uma guerra, porém nem sempre vence o mais forte, mas sempre
vence o mais sábio.
7. Paciência e perdão. Dizem que o tempo sara as
feridas, realmente a paciência tem mostrado que o adiamento da discussão traz
benefícios ao futuro bom relacionamento. Cada pessoa tem o direito de pensar
diferente de nós e de julgar diferente de nós, devemos esperar que o ESPÍRITO
SANTO convença a outra pessoa da verdade e assim a união e a paz sejam
restabelecidas.
8. Fé acrescida de paciência. A fé nos impulsiona, a
paciência nos controla para fazermos
certo. A fé é um poder transformador enquanto a paciência é um controlador
dessa força, dosando de acordo com a necessidade, cada aplicação dessa fé. A
fé, a paciência e as promessas de Deus estão relacionadas na bela passagem de
Hebreus 6.11,12 (11 Queremos que cada um de vocês mostre essa mesma prontidão
até o fim, para que tenham a plena certeza da esperança, 12 de modo que vocês
não se tornem negligentes, mas imitem aqueles que, por meio da fé e da
paciência, recebem a herança prometida).
II. O TRÍPLICE ASPECTO DA PACIÊNCIA
1. A Paciência de Deus.
A paciência de Deus: um aspecto importante do seu
amor
Sabemos que Deus é amor (1 João 4:8) e que o amor é
paciente (1 Coríntios 13:4). Sem dúvida alguma, a paciência ou longanimidade é
um aspecto importante do amor de Deus. É uma qualidade divina mencionada várias
vezes no Antigo Testamento. Êxodo 34:6-7 descreve Deus nestes termos:
"SENHOR, SENHOR Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em
misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que
perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado,
e visita a iniqüidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até à
terceira e quarta geração!" Em Naum 1:3, encontramos este comentário sobre
a paciência e a justiça de Deus: "O SENHOR é tardio em irar_se, mas grande
em poder e jamais inocenta o culpado; o SENHOR tem o seu caminho na tormenta e
na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés."
Passagens como essas esclarecem o sentido da
paciência de Deus. Quando a Bíblia afirma que Deus é longânimo, está dizendo
que ele demora em se irar. A longanimidade não sugere injustiça. Deus ainda
exige o castigo merecido pelo pecado, mas nem sempre castiga na hora da
transgressão. Vamos examinar esse assunto mais profundamente.
O que a Bíblia diz sobre a paciência de Deus?
Deus demorou em castigar o povo desobediente de
Israel para manter a honra do seu próprio nome: "Por amor do meu nome,
retardarei a minha ira e por causa da minha honra me conterei para contigo,
para que te não venha a exterminar" (Isaías 48:9). Se Deus tivesse
praticado a justiça na hora, a primeira vez que Israel pecou, ele nunca teria
cumprido a promessa de oferecer salvação para todos nós através do descendente
de Abraão (Gênesis 12:3). No Novo Testamento, Paulo usa a palavra longanimidade
para descrever essa demora em castigar. Ele diz em Romanos 9:22-24: "Que
diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu
poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a
perdição, a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em
vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão, os quais somos nós,
a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os
gentios?"A justiça aplicada sem longanimidade teria resultado na
condenação de todos, até de nós! Deus temporariamente poupou um povo para
salvar muitos outros.
O apóstolo Paulo serve como outro exemplo bom. Pela
longanimidade de Deus ele deixou de ser perseguidor e passou a ser pregador das
boas novas (1 Timóteo 1:16). Jesus usou a palavra "paciente" para descrever
a atitude da pessoa que espera para receber o que lhe é devido (Mateus
18:26,29).
É fácil perder um aspecto importante da
longanimidade do Senhor. Às vezes, pessoas acham que Deus simplesmente decidiu
perdoar pecados, e que a dívida não foi paga. Mas as Escrituras deixam bem
claro que não foi assim. Deus adiou a cobrança, mas jamais deixou de ser justo
e exigente em relação à dívida do pecado. Um texto que ajuda a entender esse
fato é Romanos 3:25-26: "...a quem Deus propôs, no seu sangue, como
propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua
tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista
a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o
justificador daquele que tem fé em Jesus." Esses versículos estão entre os
mais ricos do Novo Testamento. Deus tolerava pecado durante algum tempo,
sabendo que a justiça seria satisfeita pelo sacrifício de Jesus. Assim, ele é
justo (exigindo o pagamento pelo pecado) e o justificador (oferecendo seu
próprio Filho para pagar a dívida dos outros; compare Efésios 1:7).
Deus é longânimo quando ele dá tempo para o pecador
se arrepender
Deus seria perfeitamente justo se ele castigasse o
pecador na hora, mas ele escolhe ser paciente. A longanimidade de Deus é vista
nos dias de Noé, dando tempo para os homens se arrependerem (1 Pedro 3:20). Na
época de Neemias, o povo reconheceu que Deus tinha sido muito paciente com seus
antepassados (Neemias 9:29-30). Podemos ver esta mesma longanimidade em nossas
vidas. Se Deus castigasse cada pessoa no momento do seu primeiro pecado, o que
teria acontecido conosco. Eu não estaria vivo para escrever este artigo, e quem
estaria aqui na terra para lê-lo?
A longanimidade não adianta se não houver
arrependimento
O propósito de Deus em mostrar a paciência é de nos
conduzir ao arrependimento. "Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e
tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao
arrependimento?" (Romanos 2:4). No
intervalo entre o pecado e a cobrança, precisa haver arrependimento. Se o
pecador não aproveitar sua oportunidade para se converter, a paciência de Deus
não tem valor nenhum. As pessoas que continuam no pecado, não se arrependendo
enquanto há esperança, se conduzem à perdição. Salmo 7:12-13 diz: "Se o
homem não se converter, afiará Deus a sua espada; já armou o arco, tem-no
pronto; para ele preparou já instrumentos de morte, preparou suas setas
inflamadas."
Devemos usar a oportunidade que Deus nos oferece
A paciência de Deus nos oferece a oportunidade de
nos arrepender e fazer a vontade dele.
Não devemos deixar esta oportunidade escapar,
e jamais devemos achar que a longanimidade de Deus dá permissão para
pecar mais. Jesus não voltou ainda por causa do desejo de Deus de que todos se
arrependam (2 Pedro 3:9). "Por essa razão, pois, amados, esperando estas
coisas, empenhai-vos por serdes achados por ele em paz, sem mácula e
irrepreensíveis, e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor..."
(2 Pedro 3:14-15).
A paciência de Deus pede a volta do pecador. Isaías
ensinou este princípio há 2.700 anos, quando falou ao povo de Judá:
"Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.
Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao
SENHOR, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em
perdoar" (Isaías 55:6-7). Deus está
disposto a perdoar, mas ele não força ninguém a se arrepender.
A paciência de Deus tem limite
Embora muitas pessoas agem como se a paciência de
Deus não tivesse limites, a Bíblia mostra que haverá um ponto final na
longanimidade do Senhor. Deus colocou um ponto final nos dias de Noé:
"...o SENHOR fechou a porta" (Gênesis 7:16). Na vida de cada pessoa,
a morte marca o fim da oportunidade de se arrepender e receber o benefício da
misericórdia de Deus. A pessoa que morre despreparada não terá outra chance
(Lucas 12:20-21; 16:24). Hebreus 9:27 nos assegura que o julgamento vem depois
da morte. Seremos julgados pelas coisas feitas no nosso único corpo (2
Coríntios 5:10). Doutrinas de purgatório e reencarnação, que oferecem uma outra
oportunidade para se arrepender ou se aperfeiçoar após a morte são doutrinas
falsas que contradizem as Escrituras.
Devemos ouvir a voz de Deus hoje
Cada vez que seu coração bate, você está chegando um
pouco mais perto do fim da sua vida na terra. Ou a sua morte ou a volta de
Cristo vai pôr um ponto final na sua oportunidade de se preparar para o
julgamento. Deus tem sido muito longânimo conosco, mas a longanimidade dele não
é eterna! Ou aceitamos o preço do resgate pago por Jesus, ou ficamos com uma
eterna dívida que nunca será possível pagar. O livro de Hebreus, capítulos 3 e
4, cita o exemplo dos israelitas para ensinar uma lição importante aos servos
de Cristo. Uma geração rebelde perdeu sua oportunidade e não entrou na terra
prometida. Repetidamente, o autor nos convida a ouvir a voz de Deus hoje
(3:7,15; 4:7). A longanimidade de Deus nos deu todos os minutos da nossa vida
até o presente momento, mas não dá garantia de mais nenhum. Se deixarmos nossa
oportunidade passar, pode ser tarde demais. No mesmo trecho onde Paulo nos
relembra que todos seremos julgados por Cristo, ele diz: "E por isso que
também nos esforçamos... para lhe sermos agradáveis" (2 Coríntios 5:9).
2. O Cristão e a Paciência.
O PODER DA PACIÊNCIA
“O amor é paciente” (1 Co. 13.4).
Introdução
Quando você
se relaciona com as pessoas na busca de grandes, saudáveis e crescentes
relacionamentos, a primeira coisa que você precisa é ser paciente. Como Deus
sabia disso? Bem, Ele possui milhares de anos de experiência em lidar com as
pessoas. Ele precisou ter paciência. A palavra no grego, literalmente
significa: “levar muito tempo até ferver”. Falamos sobre uma pessoa que tem
pavio curto; isto significa a necessidade de se Ter uma pavio comprido. Esta
palavra é usada na Bíblia exclusivamente para pessoas. Você precisa levar um
longo tempo para ferver quando se relaciona com as pessoas.
O Amor é paciente. Significa que é amável ser
paciente. É grosseiro ser impaciente. Quando sou paciente com minhas filhas,
sou amável. Quando sou paciente com a minha esposa, sou amável. Quando sou
impaciente, sou grosseiro.
POR QUE A PACIÊNCIA É TÃO VITAL NOS RELACIONAMENTOS?
Por que Deus começou falando de paciência, dentre
muitas outras virtudes, quando deu as
primeiras instruções sobre grandes relacionamentos? Qual é a sua importância?
Porque toda pessoa é diferente
1 Co. 12.6 diz: “Há diferentes formas de atuação,
mas é o mesmo Deus quem efetua tudo em todos”. Ele diz que cada pessoa é
original. Se você é pai de três filhas como eu, você sabe muito bem disso. É
incrível como os seus filhos são diferentes uns dos outros. Da mesma família,
filhos diferentes. Deus criou você com um molde especial.
Há cinco fatores que fazem você ser diferente de
outras pessoas. Eles identificam como Deus moldou você:
Seus Dons Espirituais – As habilidades, as
habilidades especiais que Deus lhe deu para servi-lo e estabelecer relações com
Ele;
Seu Coração – Nós somos motivados de forma
diferente. Temos interesses diversos. Coisas que motivam você não me motivam e
vice-versa. Temos batimentos cardíacos diferentes;
Habilidades – Temos diferentes habilidades, talentos
naturais, capacidades;
Personalidade – Todos nós temos personalidades
diferentes. Diferentes percepções e valores. Pessoas tímidas e outras
salientes, as que gostam de rotina e as que gostam de variar, as que são introvertidas e as que são extrovertidas;
Experiências -
Todos temos diferentes origens, diferentes necessidades.
Todos nós somos diferentes. Porque somos diferentes,
precisamos ser pacientes... Porque somos diferentes e nenhum de nós é igual,
isso cria mal-entendidos. Muitas vezes não conseguimos entender um ao outro.
Não sabemos de onde as pessoas estão vindo.
1 Co. 2.11 diz: “...quem conhece os pensamentos do
homem, a não ser o espírito do homem que nele está?”. Circule “quem”. Ninguém
pode entender seu cônjuge ou seu chefe. Você ouviu ou falou algumas das
seguintes frases nesses últimos trinta dias?
Eu não entendo o jeito dele agir, porque ele faz
coisas assim!
Ela não me entende!
Ele vive noutro mundo!
Ela não faz qualquer sentido.
Como você pode pensar essas coisas?
Meus pais são de outro planeta!
Por que preciso repetir 48 vezes a mesma coisa para
você fazer certo?
Por que você não falou comigo?
Por que você fica tão sensível?
1 Ts. 5.14 diz: “Sejam pacientes para com todos”.
Como posso ser paciente com todos? A razão de sermos impacientes com as pessoas
vem de mal-entendidos e mal-entendidos de nossas falsas suposições.
Como eu faço isso? Deus manda. Ele não diz: “Eu
sugiro que você seja paciente para com todos”. Ele diz: “Faça assim. Seja
paciente com todos”. Deus nunca nos manda fazer algo sem nos mostrar como
fazê-lo.
COMO SER MAIS PACIENTE COM AS PESSOAS?
1. Lembre-se o quanto Deus tem sido paciente com
você.
“Mas por isso mesmo alcancei misericórdia, para que
em mim, o pior dos pecadores, Cristo Jesus demonstrasse toda a grandeza da sua
paciência, usando-me como um exemplo para aqueles que nele haveriam de crer
para a vida eterna” (1 Tm. 1.16).
“Aceitem-se uns aos outros, da mesma forma que
Cristo os aceitou, a fim de que vocês glorifiquem a Deus” (Rm. 15.7).
2. Aprenda por ouvir
“A sabedoria do homem lhe dá paciência” (Pv. 19.11).
“O homem paciente dá prova de grande entendimento”
(Pv. 14.29).
Se você não procura entender as pessoas, não terá
paciência com elas. Se você não entende as pessoas, não haverá relacionamento,
porque relacionamentos são baseados em entendimento. Se eu não entender você e
você não me entender, que tipo de relacionamento poderemos ter? Este é um ponto
fundamental. Sem entendimento não há relacionamento. Entendimento é o alicerce
para relacionamentos. Mal-entendidos destroem relacionamentos.
Como ouvir as pessoas? A Bíblia diz: “Quem responde antes de ouvir comete insensatez e
passa vergonha” (Pv. 18.13). Isto é bem claro!
Não avalie o que as pessoas fazem ou o que você ouve até ouvir tudo.
Deus nos deu dois ouvidos e uma boca – o que significa que você deve ouvir duas
vezes mais do que falar.
Qual tem sido seu índice de ouvir? Numa escala de 0 –10, que nota você se daria como ouvinte? A
maioria de nós pensa que é bom ouvinte. Podemos escutar bem sem sermos bons
ouvintes.
As pesquisas mostram que apenas 7% do que realmente
você diz é comunicado em palavras. 43% do que você quer dizer se dá através do
como você diz - tom de voz, emissão, volume, dicção. Os restantes 50% aparecem
nas expressões não-verbais – expressão facial, gestos manuais, linguagem
corporal. É por isso que quando você está telefonando você é apenas 50%
efetivo. Você não pode ver o que a outra pessoa está comunicando através do
corpo.
Isto significa que nossos olhos são tão importantes
no ouvir como nossos ouvidos. Marido, sua esposa já lhe disse: “Por que você
não olha para mim enquanto eu falo com você? Saia de trás desse jornal.” Ela
acertou em cheio! Seus olhos são tão importantes quanto seus ouvidos na
comunicação, porque apenas 7% da comunicação está em suas palavras. Você
precisa aprender a ouvir.
3. Façam concessões com os outros
Todas as pessoas têm dias maus. De vez em quando
ficamos desequilibrados, numa hora do dia, da semana, do mês. A Bíblia diz que
devemos fazer concessões aos outros. “Sejam completamente humildes e dóceis,
sejam pacientes, suportando uns aos outros com amor” (Ef. 4.2). A Bíblia diz em
Provérbios 12.16: “O homem prudente ignora o insulto”. Todos passamos dias
ruins e ficamos um pouco desequilibrados.
4. Trate os outros do jeito que você quer ser
tratado
Isso não é novidade. Esta é a Regra Áurea. “Assim,
em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam” (Mt. 7.12).
Este único versículo pode salvar muitos casamentos. É fácil de entender, mas
difícil de praticar. Se pudéssemos praticar preveniríamos a maioria dos
divórcios.
Filipenses 2.4-5 diz: “Cada um cuide, não somente dos
seus interesses, mas também dos interesses dos outros. Seja a atitude de vocês
a mesma de Cristo Jesus”. Preste atenção nas necessidades dos outros. Olhe.
Ouça. Descubra em que estão interessados. Você pode descrever quais são os 4 ou
5 principais interesses de cada membro
de sua família? Algumas vezes ficamos tão preocupados conosco mesmos e
prisioneiros em nosso próprio mundo. A Bíblia recomenda que olhemos os
interesses dos outros. A palavra grega é scopos - como telescópio – estar
atento para. Se você se preocupa, você fica atento. Tenha consideração pelos
outros.
“Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus”.
Este é o segredo real da paciência. Não é natural para você ser paciente com
todos. É preciso o poder de Deus em sua vida. Esta semana, seja no trabalho,
escola, supermercado, você vai se defrontar com situações de confronto. Deus
diz seja paciente com todos. Como você pode ser paciente com todos? Tendo a
mesma atitude de Jesus Cristo. Somente com Jesus Cristo em sua vida você pode
tratar as pessoas do modo como Ele tratou. Este é o segredo da paciência.
Este é o
poder da paciência! Diga: “Deus, em vez de mudar aquelas pessoas que me
irritam, comece trabalhando as minhas atitudes”. Uma vez que Deus lhe alcance,
Ele começa a alcançar outras pessoas.
3. O Ministério e a Paciência. Este fruto é
inestimável na vida e no trabalho do ministro do evangelho.
No capítulo 16 do livro de Atos, temos um grande
exemplo de portas fechadas:
Paulo e Timóteo foram para a Ásia fazer a Obra de
Deus no meio de um povo que precisava de Deus, tendo sendo impedidos pelo
Espírito Santo, então seguiram para Bitínia, porém o Espírito Santo também não
os permitiu...uma porta foi fechada. Eles, apesar da porta fechada, esperaram e
confiaram em Deus. Ao dormir, Paulo tem uma visão: estava ali em pé um homem da
Macedônia, que lhe rogava: Passa à Macedônia e ajuda-nos. Porém tão somente
entenderam que uma grande porta foi aberta, onde igrejas foram edificadas e a
cada dia cresciam em número.
Temos aí um grande exemplo onde foi depositada em
Deus a confiança de que uma porta, ainda maior, seria aberta.
Se uma porta se fechou, existe uma razão para isso.
É só confiar!
Três pontos para esperar a porta se abrir:
1- Entender que Deus é soberano. A responsabilidade
e a Autoridade é Dele!
2- Se é Ele quem está no controle, eu posso confiar!
3- Se uma porta se fechou, é por que por esses dias
vai se abrir uma ainda maior!
CONCLUSÃO
Normalmente ensinamos sobre “a paciência de Jó”.
Este personagem bíblico sofreu por muito tempo, e esperou no Senhor,
pacientemente, antes de serem restituídos sua saúde, família e bens. Moisés
esteve quarenta anos aperfeiçoando este fruto a fim de desenvolver seu
potencial para a obra do Senhor. Paulo esteve pacientemente no deserto por três
anos, para entre outras coisas, desaprender o muito que ele sabia de errado,
como ele mesmo confessa. Em Tiago 5.8, recebemos o seguinte conselho: “Sede vós
também pacientes, fortalecei o vosso coração, porque já a vinda do Senhor está
próxima”. O desenvolvimento da paciência no interior do crente é essencial para
o seu amadurecimento espiritual (2 Pe 1.5-8).
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PAZ DO SENHOR
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