SUBSIDIO (1)
PRE-ADOLESCENTES
OS DONS
E MANIFESTAÇÃOES
1 Coríntios 12.8-11;
13.1,2.
1 Coríntios 12
8 - Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da
sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;
9 - e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a
outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar;
10 - e a outro, a operação de maravilhas; e a
outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a
variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas.
11 - Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas
coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.
1 Coríntios 13
1 - Ainda que eu falasse as línguas dos homens e
dos anjos e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que
tine.
2 - E ainda que tivesse o dom de profecia, e
conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé,
de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor; nada seria.
Qual é o real propósito dos dons espirituais? Você,
professor, tem uma visão bíblica e teológica a respeito do objetivo dos dons?
Muitos estão se utilizando dos dons de forma interesseira e egoísta. As dádivas
divinas nos são concedidas pela graça e devem ser utilizadas com sabedoria e
santidade a fim de que o nome do Senhor seja exaltado e todos os membros do
Corpo de Cristo sejam edificados. Os dons não são para elitizar o crente.
Também não são sinal de superioridade espiritual.
ORIENTAÇÃO
Professor, para introduzir o primeiro tópico da
lição, divida a classe em dois grupos. Depois, escreva no quadro as seguintes
indagações: “O que precisamos fazer para receber os dons espirituais?”; “A
santidade é condição para o recebimento dos dons?”. Cada grupo deverá ficar com
uma questão. Dê alguns minutos para que os alunos discutam as questões. Em
seguida reúna a todos formando um único grupo. Peça a um representante de cada
grupo fazer suas considerações sobre a sua questão. Ouça os alunos com atenção.
Depois, explique que os dons espirituais são habilidades concedidas pelo
Espírito Santo para edificação da igreja. Para receber estas habilidades basta
crer e pedir com fé.
Os dons são presentes divinos e fruto da
misericórdia do Pai. É graça de Deus!
Palavra
Chave
Propósito:
Aquilo que se busca alcançar; objetivo, finalidade, intuito.
Nesta lição estudaremos o verdadeiro propósito dos
dons espirituais concedidos por Deus à sua Igreja. Os dons do Espírito Santo
são recursos imprescindíveis do Pai para os seus filhos. O seu propósito é
edificar-nos e unir-nos, fortalecendo assim a Igreja de Cristo (1Tm 3.15).
I. OS DONS NÃO SÃO PARA ELITIZAR O CRENTE
1. A igreja coríntia. A Igreja em Corinto
localizava-se numa cidade comercial e próxima do mar, sendo uma das mais
importantes do Império Romano. Corinto era uma cidade economicamente rica,
porém marcada pelo culto idolátrico. Durante a segunda viagem missionária de
Paulo, a igreja recebeu a visita do apóstolo (At 18.1-18). Por conhecer muito
bem a comunidade cristã em Corinto foi que o apóstolo dos gentios tratou, em
sua Primeira Epístola dirigida àquela igreja, sobre a abundância da manifestação
dos dons do Espírito, chegando a afirmar daquela igreja que “nenhum dom” lhe
faltava (1Co 1.7).
2. Uma igreja de muitos dons, mas carnal. Os dons
do Espírito concedidos por Deus à igreja de Corinto tinham por finalidade
prepará-la e santificá-la para o serviço do evangelho: a proclamação da Palavra
de Deus naquela cidade. Todavia, além de aquela igreja não usar corretamente os
dons que recebera do Pai, tinha em seu meio divisões, inveja, imoralidade
sexual, etc. Como pode uma igreja evidentemente cristã ser ao mesmo tempo
carnal e imoral? Por isso Paulo a chama de carnal e imatura (1Co 3.1,3). Com
este relato, aprendemos que as manifestações espirituais na igreja local não
são propriamente indicadoras de seriedade, espiritualidade e santidade. Uma igreja
onde predominam a inveja, contenda e dissensões, nem de longe pode ser chamada
de espiritual, e sim de carnal.
3. Dom não é sinal de superioridade espiritual.
Muitos creem erroneamente que os irmãos agraciados com dons da parte de Deus
são, por isso, mais espirituais que os outros. Todavia, os dons do Espírito são
concedidos pela graça de Deus. Por ser resultado da graça divina, não recebemos
tais dons por méritos próprios, mas pela bondade e misericórdia de Deus. Que a
mensagem de Jesus possa ressoar em nossa consciência e convencer-nos de uma vez
por todas de que os dons não são garantia de espiritualidade genuína: “Muitos
me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em
teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas
maravilhas? E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de
mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7.22,23).Os dons do Espírito Santo são
concedidos pela graça divina; eles não devem ser usados para elitizar o crente.
II. EDIFICANDO A SI MESMO E AOS OUTROS
1. Edificando a si mesmo. Paulo diz que quem “fala
língua estranha edifica-se a si mesmo” (1Co 14.4). O apóstolo estimulava os
crentes da igreja de Corinto a cultivarem sua devoção particular a Deus através
do falar em línguas concedidas pelo Espírito, com o objetivo de edificarem a si
mesmos. Isto não significa que o apóstolo dos gentios proibia o falar em
línguas publicamente, mas ao fazê-lo de maneira devocional o crente batizado
com o Espírito Santo edifica-se no seu relacionamento com Deus. Falar ou orar
em línguas provenientes do Espírito é uma bênção espiritual maravilhosa.
2. Edificando os outros. Os crentes de Corinto
falavam em línguas e exerciam vários dons espirituais, mas parece que eles não
se preocupavam muito em ajudar as pessoas. Por isso, o apóstolo lembra que os
dons só têm razão de existir quando o portador preocupa-se com a edificação da
vida do outro irmão em Cristo (1Co 14.12). Em lugar de buscarmos prosperidade
material, como se pudéssemos barganhar com Deus usando dinheiro em troca de
bênçãos, busquemos os dons espirituais. Agindo assim edificaremos a nós mesmos
e também aos outros.
3. Edificando até o não crente. Embora o apóstolo
dos gentios estimulasse todos os crentes a falarem em línguas, isto é, a
edificarem a si mesmos, seu desejo era que também esses mesmos crentes
profetizassem a fim de que a igreja toda fosse edificada. O comentário da
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal diz sobre esse texto: “Embora o próprio
Paulo falasse em línguas, enfatizava a profecia, porque esta edificava a Igreja
inteira, enquanto falarem línguas beneficiava principalmente o falante”. Todos
quantos vierem a frequentar nossas reuniões devem ser edificados, sejam crentes
ou não. Por isso, não podemos escandalizar aqueles que não comungam a mesma fé
que nós (1Co 14.23). Como eles compreenderão a mensagem do evangelho se em uma
reunião não entenderem o que está sendo falado? (1Co 14.9).
Os dons só têm uma razão de existir na vida do
crente: edificar a vida do outro irmão em Cristo.
III. EDIFICAR TODO O CORPO DE CRISTO
1. Os dons na igreja. Na Primeira Carta aos
Coríntios, Paulo dedica dois capítulos (12 e 14) para falar a respeito do uso
dos dons na igreja. O apóstolo mostra que quando os dons são utilizados com
amor, todo o Corpo de Cristo é edificado. Conforme diz Thomas Hoover,
parafraseando Paulo em Efésios 4.16, “os membros do corpo, cada qual com sua
própria função concedida pelo Espírito, cooperam para o bem de todas. O amor é
essencial para os dons espirituais alcançarem seu propósito”. Se não houver
amor, certamente não haverá edificação (1Co 13). Sem o amor de Deus nos
tornamos egoístas e acabamos por colocar nossos interesses em primeiro lugar. O
propósito dos dons, que é edificar o Corpo de Cristo, só pode ser cumprido se
tivermos o amor de Deus em nossa vida.
2. Os sábios arquitetos do Corpo de Cristo. Deus
levanta homens para edificarem espiritual, moral e doutrinariamente a igreja
local. A Igreja é o “edifício de Deus” (1Co 3.9). Os ministros, sábios
arquitetos (1Co 3.10). O fundamento já está posto pelos apóstolos: Jesus Cristo
(1Co 3.11). Mas os ministros têm de tomar o cuidado com as pedras assentadas
sobre este alicerce, pois eles também tomam parte na edificação espiritual da
Igreja de Cristo segundo a mesma graça concedida aos apóstolos. Por isso, Paulo
faz uma solene advertência para a liderança hoje: “mas veja cada um como
edifica sobre ele. Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já
está posto, o qual é Jesus Cristo” (1Co 3.10,11).
3. Despenseiros dos dons. O apóstolo Pedro exortou
a igreja acerca da administração dos dons de Deus (1Pe 4.10,11). Ele usou a
figura do despenseiro que, antigamente, era o homem que administrava a despensa
e tinha total confiança do patrão. O despenseiro adquiria os mantimentos,
zelava para que não estragassem e os distribuíam para a alimentação da família.
Desta forma, os despenseiros da obra do Senhor devem alimentar a “família de
Deus” (1Co 4.1; Ef 2.19). Eles precisam ter o cuidado no uso dos dons
concedidos pelo Senhor para prover a alimentação espiritual, objetivando a
edificação do Corpo de Cristo: “Cada um administre aos outros o dom como o
recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém falar,
fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o
poder que Deus dá, para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a
quem pertence a glória e o poder para todo o sempre” (1Pe 4.10,11).Quando os
dons espirituais são utilizados com amor todo o Corpo de Cristo é edificado.
A igreja de Jesus Cristo tem uma missão a cumprir:
proclamar o evangelho em um mundo hostil
às verdades de Cristo e descrente de Deus. Diante desta tão sublime tarefa, a
igreja necessita do poder divino. Os dons espirituais são um “arsenal” à
disposição do corpo de Cristo para o cumprimento eficaz de sua missão na terra.
Como já foi dito, o propósito dos dons é edificar toda a igreja, todo Corpo de
Cristo para ser abençoado, exortado e consolado. Por isso, nunca devemos usar
os santos dons de Deus em benefício particular, como se fosse algo exclusivo de
certas pessoas. Somos chamados a servir a Igreja do Senhor, e não a utilizar os
dons de Deus para nós mesmos.
“Dado conforme o Espírito Deseja
A primeira relação dos dons com a repetição do fato
que cada um é dado pelo Espírito (1Co 12.8-10) leva ao clímax no versículo 11,
que diz: ‘Mas um só e o mesmo Espírito opera todas as coisas, repartindo
particularmente [individualmente] como quer’. Aqui temos um paralelo com
Hebreus 2.4, que fala dos apóstolos que primeiramente ouviram o Senhor e depois
transmitiram a mensagem: ‘Testificando também Deus com eles, por sinais
[sobrenaturais], e milagres, e várias maravilhas [tipos de obras de grande
poder] e dons [distribuições separadas] do Espírito Santo, distribuídos por sua
vontade’. É evidente, à luz destes trechos, que o Espírito Santo é soberano ao
outorgar os dons. São distribuídos segundo a sua vontade. Buscamos os melhores
dons, mas Ele é o único que sabe o que é realmente melhor em qualquer situação.
Fica evidente, também, que os dons permanecem debaixo de sua autoridade. Nunca
são nossos no sentido de não precisarmos do Espírito Santo, pela fé, para cada
expressão desses dons. Nunca se tornam parte da nossa própria natureza, ao
ponto de não perdê-los, de serem tirados de nós. A Bíblia diz que os dons e a
vocação de Deus são permanentes (Deus não muda de opinião a respeito deles),
mas aqui há referência a Israel (Rm 11.28,29)” (HORTON, Stanley M. A Doutrina
do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12 ed., Rio de Janeiro: CPAD,
2012, p.230).
“O amor é
essencial
Os dons têm um lugar especial na igreja e são muito
úteis. Mas o amor representa a essência da vida cristã, e é absolutamente
necessário. Ele encontra um lugar mesmo entre os dons carismáticos, porém os
dons sem a presença do amor são como um corpo sem alma.
Sem amor, o dom de falar se torna vazio e
imprudente — ele é como o metal que soa ou como o sino que tine. O metal que
soa (‘gongo barulhento’) significa que um pedaço de metal não lavrado ou gongo
usado para chamar a atenção. Tinir (alalazon) significa ‘colidir’, ou um som
alto e áspero. O sino (ou símbolo) consistia de duas meias circunferências que
eram golpeadas causando um estrondo. A ideia aqui é de um inexpressivo som de
metal em lugar de música.
O objetivo do apóstolo é mostrar que o homem que
professa o dom da glossolalia, da forma como era praticada em Corinto, mas que
não tem amor, na realidade não é mais que um instrumento metálico impessoal”
(Comentário Bíblico Beacon. 1 ed. Vol. 8, Rio de Janeiro: CPAD, 2006,
pp.343,44).
O
Propósito dos Dons
Muitas dúvidas pairam sobre os crentes pentecostais
quando o assunto é os dons espirituais. Elas prejudicam a obra de Deus e o
recebimento das bênçãos divinas. Os dons do Espírito Santo são recursos
indispensáveis para o Corpo de Cristo. Eles contribuem para a expansão e
edificação da Igreja.
Os dons são sempre concedidos aos crentes visando
um propósito específico. Qual será este objetivo? O alvo divino é a edificação
de todos os membros do Corpo. Infelizmente, alguns fazem um uso errado dos
dons. Vemos crentes tentando usar os dons para alcançar interesses pessoais. Em
vez de glorificar o nome do Senhor, estes se utilizam dos dons a fim de galgar
posições eclesiásticas. Muitos não estão mais sendo usados pelo Espírito Santo,
mas estão tentando usar o Espírito. Eles estão enganando a si próprios. O Senhor
conhece nossos corações e as nossas intenções. Haverá um dia que teremos que
prestar contas ao Senhor a respeito do uso dos nossos dons e talentos. Neste
dia muitos ouvirão do próprio Senhor a quem tentaram enganar (Mt 7.24).
O objetivo dos dons não é a superioridade ou
elitização de um grupo (1Co 12.7).Por falta de conhecimento bíblico, muitos
acreditam, erroneamente, que os dons são um sinal de grande espiritualidade e
até de superioridade, mas não o são. Tomemos como exemplo os irmãos da igreja
de Corinto. Ao visitar aquela igreja, Paulo relatou que ali havia a
manifestação de muitos dons espirituais (1Co 1.7).
Corinto era uma cidade
cosmopolita, marcada pela idolatria, paganismo e imoralidade. Ser um crente
fiel naquela cidade não era fácil. Logo, Deus concedeu muitos dons do Espírito
Santo àqueles irmãos a fim de que tivessem condições de lutar contra a
idolatria, a imoralidade e permanecessem em santidade até a volta de Cristo.
Todavia, a igreja de Corinto estava longe de ser uma igreja espiritual. O pecado
havia adentrado ali. Paulo chama os irmãos de Corinto de carnais e meninos (1Co
3.1). Fica então a pergunta: “O que torna o crente espiritual? Os dons?”
Podemos aprender, por intermédio dos irmãos de Corinto, que não. Quem tem poder
para santificar os crentes é o Espírito Santo. Os dons são dádivas divinas. São
presentes e não tem o poder de nos santificar.
Os dons espirituais são dádivas importantes e
necessárias à igreja nestes últimos dias antes da Segunda Vinda de Cristo.
Estamos vivendo tempos trabalhosos (2Tm 3.1), por isso, precisamos ser cheios
do Espírito Santo e procurar com dedicação os dons espirituais (1Co 12.31).(FONTE
CPAD ).
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PAZ DO SENHOR
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