ESTUDO E COMENTARIO LIVRO DO EXÔDO
Princípios do Sacerdócio Bíblico.
O Peitoral (28.13-30)
Êx 28.13,14 As pedras do peitoral eram engastadas em garras de ouro. Cf. 0 vs. 11. Eram semelhantes aos engastes das duas pedras de ônix das ombreiras da estola sacerdotal. Havia duas correntes de ouro (vs. 14) que serviam ao propósito de suspender o peitoral a partir das ombreiras. Essas correntes não foram confeccionadas à maneira moderna, como elos entrelaçados, e, sim, eram como fios de ouro torcidos à moda de cordas, um trabalho artístico e complicado. Essas correntes estavam presas aos engastes das duas pedras de ônix. Ver os vss. 22-28 deste capítulo quanto a outras informações sobre a questão.
Os arqueólogos têm descoberto essas correntes de ouro em várias culturas antigas, incluindo a egípcia, sendo perfeitamente possível que esses vários tipos de arte do ourives, empregados na construção do tabernáculo e em sua decoração, tivessem sido aprendidos pelos israelitas enquanto estavam no exílio, no Egito.
Êx 28.15 O peitoral do juízo, Há um detalhado artigo sobre esse item, no Dicionário. Assim, as descrições que damos aqui são abreviadas. O artigo no Dicionário intitula-se Peitoral do Sumo Sacerdote. Aquele artigo inclui vários simbolismos do peitoral. O espaço devotado a essa parte do vestuário do sumo sacerdote mostra a grande importância que o autor sagrado dava à mesma. Era feita do mesmo material que a estola (cf. o vs. 6). Tinha as dimensões 46 x 23 cm. Mas como era dobrado ao meio, tornava-se um quadrado com 23 cm de lado. Doze diferentes pedras preciosas eram engastadas em garras de ouro.
Os nomes das tribos de Israel foram gravados ali, um nome em cada pedra. Assim, os nomes das tribos de Israel sobre as duas pedras de ônix (seis nomes em cada pedra), e os nomes dessas mesmas tribos aqui (um nome em cada pedra), formavam um duplo lembrete, diante de Deus, acerca do povo de Israel, em favor de quem o sumo sacerdote oficiava. E fitas azuis prendiam o peitoral de encontro ao peito do sumo sacerdote, das extremidades inferiores para baixo, mediante argolas de ouro, de tal modo que 0 peitoral nunca se separava da estola, quando 0 sumo sacerdote oficiava.
A sequência dos nomes dos filhos de Israel provavelmente seguia a mesma ordem que havia nas duas pedras de ônix, conforme se vê no vs. 9 deste capitulo.
No hebraico, a palavra para “peitoral” é hoshen, termo que significa objeto belo. Portanto, tanto na construção do tabernáculo quanto em tudo quanto dizia respeito ao mesmo, predominava o senso estético. O peitoral atuava como bolsinha para o Urim e o Tumim, sendo essa a sua principal finalidade. Por isso mesmo, há estudiosos que pensam que o peitoral era uma espécie de algibeira, embora também tivesse usos simbólicos, conforme já mencionei. Deixo que o leitor examine o resto das descrições no citado artigo do Dicionário. Cf. o habilidoso trabalho que essa peça exigiu com o que se vê em Êxo. 26.1,31; 28.6, pois em ambos os casos temos a mesma técnica e as mesmas cores empregadas.
Êx 28.16 Quadrado e duplo. Parece que os hebreus associavam o formato geométrico quadrado à ideia de perfeição (ver Êxo. 27.1). Os gregos, por sua vez, faziam tal associação com a figura geométrica do círculo. Os altares antigos tinham um topo de forma quadrada. Mas havia altares circulares. Podemos pensar que a ideia de perfeição estava associada a ambas essas formas. Também foi achado um altar de formato triangular no topo, na Mesopotâmia; e havia altares de formato retangular. Mas 0 quadrado era a forma mais comum.
Lemos que o peitoral era quadrado e duplo, porque sendo um retângulo de 46 x 23 cm, era dobrado ao meio, para formar uma espécie de bolsa com aproximadamente 23 cm de lado. É provável que um dos lados da peça dobrada fosse costurada, como também a parte de cima, deixando um bolso lateral. Os egípcios faziam peitorais bastante fortes, duplos, de linho, e 0 estilo desses peitorais egípcios bem pode ter sido copiado neste caso. Maimonides (Hamikdash, c. 9, see. 6) disse que o pano tinha 46 cm de comprimento antes de ser dobrado ao meio. Cf. o formato quadrado da Nova Jerusalém, símbolo da Igreja de Cristo em sua glória (Apo. 21.16). Parecem estar envolvidas nisso as ideias de firmeza, força, beleza simétrica e perfeição.
Êx 28.17 Quatro ordens de pedras. Cada fileira continha três pedras diferentes, o que resultava em doze pedras. Nessas doze pedras foram gravados os nomes das doze tribos de Israel, provavelmente seguindo a ordem de nascimento dos patriarcas, conforme já foi dito no vs. 9 deste capítulo. As pedras de ônix das ombreiras da estola sacerdotal, também foram gravadas, cada uma, com os nomes de seis das tribos de Israel (Êxo. 28.11,12). Mas a função das pedras era a mesma: relembrar 0 sumo sacerdote do povo ao qual servia, ao entrar no Santo dos Santos. Ver as notas sobre 0 vs. 29 deste capítulo quanto a maiores explicações desse detalhe. Cf. isso com Apo. 21.19,20 onde há uma lista similar de pedras preciosas, que faziam parte da amamentação dos alicerces da Nova Jerusalém. Cf. também a lista de pedras preciosas em Ezequiel 28.13.
Há uma considerável dificuldade na identificação dessas pedras antigas com as pedras modernas, chamadas por esses nomes. Os antigos não dispunham de ferra- mentas capazes de trabalhar devidamente com as pedras preciosas de maior dureza, embora soubessem lapidar e gravar bem pedras de menor dureza. No entanto, a arqueologia tem achado joias feitas até mesmo com as pedras preciosas de maior dureza. A despeito disso, permanece de pé o problema de identificação. O artigo existente no Dicionário, chamado Joias e Pedras Preciosas menciona e descreve as doze pedras mencionadas na lista que temos à nossa frente. Várias dessas pedras recebem artigos separados. Ver a quarta seção daquele artigo.
Primeira Ordem:
Sárdio. No hebraico o nome é odem; no grego, sardion. No Antigo Testamento, ver aqui; Êxo. 39.10 e Eze. 28.13. No Novo Testamento, ver Apo. 4.3; 21.20. Trata-se de uma variedade translúcida de sílica (dióxido de sílica), muita fina. Mediante uma luz projetada sobre ela, torna-se marrom ou marrom alaranjado, mas de um vermelho profundo mediante luz diretamente incidente. Trata-se de uma variedade de calcedônia (dureza sete). Portanto, uma pedra semipreciosa. Na visão de João, essa pedra decorava o sexto fundamento das muralhas de Jerusalém (Apo. 21.20).
O autor sagrado repetiu a informação de que cada pedra teria seu próprio engaste de ouro (ver o vs. 13). Assim, o nome de cada tribo recebia uma atenção e uma honra individuais no peitoral do sumo sacerdote; e este podia e devia lembrar a cada qual, em separado, e a todos eles, individualmente, quando estivesse ocupado em seus deveres sagrados (ver 0 vs. 29).
Êx 28.21 Esculpidas como sinetes. A gravação dos nomes das doze tribos de Israel seguiria o mesmo procedimento efetuado no caso das duas pedras de ônix (vss. 10,11), sendo de presumir que os nomes seguiriam a mesma ordem, ou seja, a sequência cronológica do nascimento dos patriarcas que deram às tribos os seus nomes. Essa ordem presumível aparece nas notas sobre 0 vs. 9 deste capítulo. No caso das pedras de ônix, havia apenas duas, cada qual com seis nomes. Mas no caso das pedras do peitoral, cada qual ostentava um nome. Também supõe-se que as ordens ou fileiras, de uma a quatro, seguiria essa mesma ordem, pelo que a primeira ordem teria os nomes de Rúben, Simeão e Levi, e assim por diante. Todavia, vários outros arranjos têm sido sugeridos, pelo que a questão ficou em dúvida.
Adam Clarke (in loc.) sugeriu um arranjo de acordo com os filhos de Lia; depois de Bila, depois de Zilpa, e, finalmente, de Raquel, em lugar de um arranjo cronológico. Mas devemos admitir que Adam Clarke escudou-se sobre vários eruditos judeus que haviam falado nesse arranjo. John Gill, em contras- te, seguiu a ordem de nascimentos, conforme se vê nos vss. 9-10 deste capítulo. Também é possível que 0 nome de Levi não estivesse incluído, sob pena de terem de ser gravados treze nomes, a menos que, em lugar de Efraim e Manassés, houvesse somente 0 nome de José. Não havia uma tribo de José, e, sim, duas tribos que descendiam de seus dois filhos, Efraim e Manassés. Levi, por sua vez, tornou-se uma casta sacerdotal, tendo perdido sua distinção e herança tribal (ver Núm. 1.47 ss.). E assim, se deixarmos de fora Levi, mas adicionarmos Efraim e Manassés, chegaremos ao número “doze”. A lista de Adam Clarke inclui Levi e José, mas deixa de fora Manassés e Efraim. Não há certeza sobre como determinar exatamente quais nomes foram incluídos, e nem qual o método seguido.
Êx 28.22 Correntes como cordas. O autor sacro volta aqui à informação dada no vs. 14 deste capítulo, onde há notas expositivas. Ver 0 artigo do Dicionário, Sacerdotes, Vestimentas dos, onde dou um desenho representando 0 sumo sacerdote com todos os seus paramentos. Essa gravura ajuda-nos a visualizar a questão. O item no lado superior esquerdo é a estola. “Das duas correntes de ouro puro (vs. 14) pendia a algibeira (o peitoral). Para cada corrente havia uma argola de ouro no canto superior da algibeira. A outra extremidade de cada corrente de ouro ficava presa a uma das pedras de ônix, na parte frontal das duas ombreiras” (J. Coert Rylaarsdam, in loc.). Portanto, o peitoral ficava fixado em seu lugar, mediante a ajuda de duas correntes de ouro, presas às ombreiras, e também mediante a ajuda de dois laços azuis, de sua extremidade inferior para baixo.
Obra trançada de ouro puro. Como cordas (conforme se vê no começo deste mesmo versículo). Não eram correntes formadas por elos, conforme se vê nas correntes modernas, e, sim, fios torcidos de ouro, como se faz com cordas ou fios.Êx 28.23-25 Duas argolas de ouro. Essas argolas foram postas nas extremidades superiores do peitoral. Nessas argolas ficavam presas as correntes de ouro que desciam das ombreiras. Desse modo, as correntes de ouro uniam as argolas às pedras de ônix da estola (vss. 13,14 deste capítulo).
Êx 28.26-28 Havia duas outras argolas de ouro, nas duas extremidades inferiores do peitoral, pelo lado de dentro. Então um laço azul (vs. 28), prendia o peitoral à estola sacerdotal, puxando-o para baixo. De acordo com o vs. 27, parece que havia outras duas argolas de oura, que também contribuíam para prender o peitoral no seu lugar. Embora haja alguma dúvida, entre os intérpretes, quanto a como entender exata- mente esse arranjo, parece que os laços azuis (provavelmente feitos de linho) prendiam as argolas duas a duas. A localização exata de todo esse conjunto tem deixado os intérpretes confusos. O que é claro, pelo menos para alguns, é que as correntes de ouro ligavam o peitoral à estola sacerdotal (na parte de baixo).
No vs. 28 de nossa versão portuguesa a impressão que se tem é que esse arranjo de argolas, duas a duas, era ligado por fitas azuis, sobre o cinto da estola.
Obra esmerada. Nenhuma outra peça do vestuário do sumo sacerdote era confeccionada com maior arte e esmero do que o cinto da estola sacerdotal. Sobre esse item já se comentou no oitavo versículo deste capítulo. O artigo do Dicionário, chamado Sacerdotes, Vestimentas dos, tem um desenho sobre esse item. O cinto apertava a estola em torno da cintura do sumo sacerdote (Lev. 8.7).
Êx 28.29 Arão levará os nomes dos filhos de Israel... sobre o seu coração. Estava em pauta um serviço eminentemente espiritual. Arão era o representante de Israel diante de Deus, e nunca deveria olvidar-se do fato, em sua mente e em seu coração. As palavras “sobre o seu coração” aparecem por três vezes, não mera- mente para fornecer-nos uma localização, mas também um sentimento. Arão de- veria fazer seu trabalho de todo o coração. Os sacerdotes operavam como intermediários, como intercessores e como mestres. Os vss. 12 e 21 mostram-nos que as pedras (as de ônix, que eram duas, sobre as ombreiras, e as doze pedras sobre 0 peitoral) traziam os nomes das doze tribos de Israel. Em favor delas é que ele trabalhava, e estavam sempre diante dele nas próprias vestes que vestia, bem como dentro de seu coração. Há informes de que Charles Spurgeon conhecia por nome cada membro de sua vasta congregação, e que tinha tal conhecimento por- que sempre procurava manter contato com os mesmos. Ele era um pastor de ovelhas.CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 429-432.
28:5-14. A Estola Sacerdotal.
6. Farão a estola sacerdotal. A medida de nossa perplexidade pode ser demonstrada pelo fato de nem sequer sabermos se a estola sacerdotal era um colete ou um avental, para usar termos modernos. Em qualquer caso, era feita de material precioso (embora em outras partes do Velho Testamento seja descrita meramente como a “ estola sacerdotal de linho” , talvez por ser este o mais comum dos seus materiais). A estola era a veste sacerdotal típica, presa por duas ombreiras nas quais estavam engastadas duas pedras memoriais gravadas com os nomes das tribos de Israel. A maioria dos comentaristas modernos prefere o sentido de “ avental” ao de “ colete” , em vista da descrição de Davi em 2 Samuel 6:14. O menino Samuel usava uma estola sacerdotal de linho (1 Sm 2:18), bem como todos os homens da cidade sacerdotal de Nobe (1 Sm 22:18). Por outro lado, quando Davi precisou de orientação, pediu a Abiatar, o sacerdote, que trouxesse a “ estola sacerdotal” (1 Sm 23:9).
Uma vez que a bolsa contendo as pedras oraculares sagradas era usada por sobre a estola, a referência naquela passagem deve ser à própria bolsa. Além disso, a “ estola sacerdotal” é um eufemismo claro para “ idolo” em certas ocasiões, embora a razão de tal uso seja desconhecida (Jz 8:27; 17:5).
12. Pedras de memória. Cf versículo 30. Arão levava os nomes das tribos de Israel perante Deus sempre que entrava no Tabernáculo, identificando-se com o povo.
28:15*30. A Bolsa dos Oráculos.
15. O peitoral do juízo. Peitoral é pura especulação para o termo hebraico fyõSen. Se a tradução for correta, Noth cita um paralelo impressionante em Biblos, na Idade do Bronze. Trata-se de uma placa de ouro, engastada com joias, presa por uma corrente de ouro. Aparentemente servia de adorno para o tórax de um rei local. Excetuando-se o fato de que o peitoral israelita era feito de pano, não de metal, e era duplo (formando uma espécie de bolsa para as pedras com as quais se lançavam sortes), a semelhança é notável. Basicamente, a ideia é bem simples: o sacerdote levava os objetos preciosos (fossem eles o que fossem) numa pequena bolsa amarrada a seu pescoço: esta bolsa, por sua vez, é apropriadamente adornada com os símbolos das tribos de Israel.
29. Arão levará os nomes dos filhos de Israel. Cf. o versículo 9 com referência às suas ombreiras. Isto reitera o conceito de levar as tribos de Israel perante YHWH, já expresso no versículo 12, quer seja a ideia de levar sua culpa ou a de interceder por eles em oração 30. O Urim e o Tumim. Isto explica porque esta peça do vestuário sacerdotal era chamada de “ peitoral do juízo” , uma vez que continha as duas pedras oraculares, pelas quais o “juízo” de Deus podia ser conhecido.
Seus nomes significam “luzes e perfeição”, que se tomados literalmente, podem ser uma referência à natureza do Deus cuja vontade elas revelavam. Podem, entretanto, ter sido usadas no sentido de “ alfa e ômega” , princípio e fim(Ap 1:8), já que os dois nomes começam respectivamente com a primeira e a última letras do alfabeto hebraico. Estas “ sortes” sagradas eram usadas para discernir a orientação divina, normalmente com respostas do tipo “ sim” e “ não” : o exemplo mais claro é o caso da indagação de Saul (1 Sm 14:41). Sua natureza é bem incerta: a sugestão mais provável é a de duas pedras preciosas, mas a maneira em que eram usadas não é clara. A julgar de analogias mais recentes, uma das pedras era retirada (ou lançada fora) do peitoral, e a resposta “ sim” ou “ não” dependeria de qual pedra aparecesse. Não há evidência bíblica para o uso deste método de se obter orientação depois do tempo de Davi, mas presumivelmente os sacerdotes continuaram a usar o peitoral do juízo, devido ao conservadorismo inerente a todas as religiões. O sistema de “ lançar sortes” depois de orar, como meio de obter orientação reaparece em Atos 1:26.
Talvez valha a pena observar que o oferecer sacrifícios não era, de maneira alguma, a única função do sacerdote israelita. Como observa Driver, a ele também cabia dar “ torah” ou instrução (Dt 33:10), decidir por meio de Urim e Tumim (como aqui), e oferecer decisões judiciais “ perante Deus” no santuário (22:8,9). Além do mais, Urim e Tumim não eram a única maneira aceitável de se pedir a direção divina, mesmo no começo da história de Israel (1 Sm 28:15). Podemos presumir que, à medida que crescia a atividade profética em Israel, a necessidade de se recorrer a tais meios “mecânicos” de orientação diminuiu. Na Nova Aliança, não é por acaso que, depois da vinda do Espirito (Atos 2), o uso de “ sortes” não mais acontece. Deus guia Seu povo diretamente.R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 193-195.
28.3 — Sábios de coração. Esta é a primeira descrição da destreza humana que moldaria os itens para a adoração no tabernáculo (em Êx 35.25, a mesma expressão é usada para definir as mulheres habilidosas que fizeram a tecelagem).
Essas pessoas possuíam uma habilidade que lhes fora concedida pelo Senhor. Além disso, Deus adicionou a essa capacidade um dom especial do Espírito para auxiliar em Sua obra, por isso a especificação a quem eu tenha enchido do espírito de sabedoria. O estudo dos dons do Espírito (Rm 12.3-8; 1 Co 12.1-11) pode começar com esse registro dos artesãos guiados espiritualmente.
28.4 — As vestimentas sacerdotais foram especificadas: um éfode (v. 5-14), um peitoral (v. 15- 30), um manto (v. 31-35), uma túnica (v. 39), uma mitra (v. 36-38) e um cinto (v. 39). Outras vestes foram feitas para os filhos de Arão (v. 40-43).
28.5-14 — O éfode (uma transliteração do hebraico da palavra 'ephod) tem sido descrito de forma variada. Algumas vezes se encontra a referência a um manto sem mangas; outras vezes, a um colete feito de linho fino de cores vibrantes. Suas duas partes cobriam o peito e as costas, com costuras nos ombros e uma faixa na cintura. Os ombros eram ornados com belas pedras memoriais.
28.5,6 — Há muitas ideias a respeito do possível significado para o uso das diversas cores. É difícil, entretanto, descobrir no texto das Escrituras os valores simbólicos. Aparentemente, a melhor aproximação que se faz desse significado é, simplesmente, que o uso de cores vibrantes foi resultado de uma bela e extraordinária ornamentação.
Como o texto diz, foi uma obra esmerada.
28.7-12 — A s duas pedras sardónicas, talhadas com os nomes das tribos de Israel, eram presas em engastes de ouro. Elas simbolizavam o trabalho intercessor de um sacerdote. Ele deveria representar o povo perante Deus. Os nomes das tribos estavam literalmente escritos em seus ombros, de forma que o sacerdote pudesse levar seus nomes como um memorial diante de Deus.
28.13,14 — O uso do ouro acentuava a beleza e o valor do ornamento. Todo tipo de enfeite nas vestes de um sacerdote falava da maravilha de sua aproximação com o Deus vivo. Imagine como nossas vestimentas serão no céu, quando veremos o Senhor!
28.15 — O peitoral era uma pequena bolsa que ficava pendurada abaixo do pescoço do sacerdote. Era decorado com 12 pedras, uma para cada tribo de Israel. Nele ficavam o Urim e o Tumim (v. 30).
Esse assessório era usado pelo sacerdote em julgamentos solicitados, isto é, quando ele necessitava de uma decisão vinda do Senhor acerca de uma questão que fora apresentada para sua apreciação.
O peitoral era feito dos mesmos tecidos que o éfode, no qual deveria ser devidamente amarrado.
28 .16 — Quadrado. O peitoral media um palmo de comprimento e um palmo de largura. O palmo é verificado com a mão estendida, fazendo - se a medição do polegar até o dedo mínimo.
28.17-28 — Quatro ordens de pedras preciosas e semipreciosas seriam fixadas ao peitoral. Essas 12 pedras levariam os nomes das 12 tribos de Israel, outro símbolo da representação sacerdotal do povo perante Deus. Nem todas as pedras podem ser precisamente identificadas hoje.
28.29 — Sobre o seu coração é uma tocante expressão que lembrava o sacerdote de sua solene responsabilidade. Ele representava a nação perante o Deus vivo. Qualquer dedicação menor merecia o divino julgamento (veja o triste destino de Nadabe e Abiú, filhos de Arão, em Lv 10.1,2).EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 181-182.
O Testemunho da História (I Cor 15.3-11)
O testemunho da história inclui os registros das Escrituras e o testemunho pessoal.
a) Declaração das Escrituras (15.3-4). Paulo declara que “seu ensino não é invenção sua, e que ele é apenas um canal através do qual este ensino foi transmitido aos coríntios”. Uma das fontes das suas ideias eram as Escrituras (3). Como o NT ainda não existia nessa época, as Escrituras mencionadas seriam o AT. As passagens que provavelmente Paulo tinha em mente eram Isaías 53; Salmo 16; e Oséias 6.2. O verbo foi sepultado (4) está no tempo indeterminado e indica um acontecimento do passado. O verbo ressuscitou (egegertai) está no tempo perfeito e indica um processo contínuo - pois o Cristo ressuscitado é continuamente o centro da vida.Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 358.
I Cor 15.3 Agora, porém, ele apresenta mais uma vez o próprio evangelho aos coríntios, sendo que toda a ênfase recai cada vez mais sobre a ―ressurreição‖. “Antes de tudo, vos transmiti o que também recebi.” O evangelho é uma rica mensagem, porém existe nele um ―acima de tudo‖, um centro que a tudo domina. E esse ―acima de tudo‖ não é um centrum Paulinum! Paulo, que na carta aos Gálatas é capaz de enfatizar (Gl 1.12) que ele ―não o recebeu [o evangelho], nem o aprendeu de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo‖, emprega aqui propositadamente os termos técnicos dos rabinos sobre o aprender de outros que lhe são familiares desde a juventude: “receber – transmitir”. Os coríntios não devem ter nenhuma possibilidade de esquivar-se de suas colocações com a desculpa de que se trata apenas de uma opinião particular de Paulo. Não, o apóstolo se encontra de maneira plena e integral no fluxo da tradição geral e não está reproduzindo seus próprios pensamentos. Isso não é uma contradição com Gl 1.12. A palavra do Senhor ressuscitado a Saulo de Tarso às portas de Damasco é tão sucinta quanto possível: ―Eu sou Jesus a quem persegues.‖ A revelação direta de Jesus tornou certeza para quem até então o perseguia, somente esse único fato, de que aquele Jesus pregado à cruz está verdadeiramente vivo e é o kyrios. Todo o resto, todos os detalhes, todas as correlações históricas de Jesus tiveram de ser aprendidas daqueles que estiveram desde o início com Jesus.
Em seu encontro com Paulo Jesus nem mesmo havia falado do sentido e da finalidade de seu sofrimento e morte. Com certeza foi por meio do próprio Espírito Santo que resplandeceu para o convertido Paulo a solução básica do enigma escandaloso, isto é, por que o Messias Jesus, expulso por Israel, teve de morrer como maldito (Gl 3.13) no madeiro: “que Cristo morreu pelos nossos pecados”. Porque ele de imediato anunciou a Jesus e somente três anos mais tarde visitou Pedro em Jerusalém. Ao mesmo tempo, porém, foi da maior importância para ele que ele ouvisse de Pedro e da primeira igreja a mesma coisa: “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras.”
Estamos tão acostumados com essa frase curta que podemos ouvi-la sem ficarmos singularmente abalados. Contudo, quanto ela diz! Como devem ser terríveis os nossos pecados se tornaram essa terrível morte maldita do Messias necessária para a nossa salvação. Como é certa, porém, nossa redenção, nossa posição limpa perante Deus, se Deus realizou esse ato extremo em favor de nós! Nesse ponto Paulo é completamente unânime com a tradição do primeiro cristianismo. Não obstante toda a riqueza de palavras e feitos de Jesus relatados, os evangelhos são acima de tudo ― história da paixão‖ e correm em direção da cruz. O que Jesus realizou curando enfermidades, libertando pessoas endemoninhadas, consertando vidas humanas, tudo está de antemão alicerçado em sua morte por nossos pecados e selado por essa morte. Com toda a razão e com plena convicção Paulo por isso estava decidido a ― nada saber senão a Jesus Cristo e este crucificado‖ (1Co 2.2). Também nisso tinha certeza da concordância com ― as Escrituras‖. Agora não precisava fornecer aos coríntios diversas provas da Escritura. De suas cartas depreendemos que Paulo constantemente aponta para o que está escrito ao fazer suas exposições. Seu interesse não reside num sistema teológico do Antigo Testamento, mas sempre em palavras isoladas decisivas que representam para ele a voz convincente das ―Escrituras‖.Werner de Boor. Comentário Esperança Cartas aos I Coríntios . Editora Evangélica Esperança.
2. O Urim e Tu mim (Êx 28.30).
Peitoral de Juízo. O Urim e o Tumim
"Também porás no peitoral do juízo Urim e Tumim", (luzes e perfeições) "para que estejam sobre o coração de Arão, quando entrar diante do SENHOR; assim, Arão levará o juízo dos filhos de Israel sobre o seu coração, diante do SENHOR, continuamente" (versículo 30). Aprendemos em várias passagens da Escritura que o Urim estava relacionado com a comunicação da mente de Deus, quanto às diferentes questões que se levantavam nos porá perante Eleazar, o sacerdote, o qual por ele consultará, segundo o juízo de Urim, perante o SENHOR" (Num. 27:21). "E de Levi disse: Teu Tumim e teu Urim (as tuas perfeições e luzes) são para o teu amado... ensinaram os teus juízos a Jacó e a tua lei a Israel" (Dt 33:8 -10). "E perguntou Saul ao SENHOR, porém o SENHOR lhe não respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas" (1 Sm 28:6). "E otirsata lhes disse que não comessem das coisas sagradas, até que houvesse sacerdote com Urim e com Tumim"(Ed 2:63).
Vemos assim que o sumo sacerdote não só levava o juízo da congregação perante o Senhor, como comunicava também o juízo do Senhor à congregação—solenes, importantes, e preciosas funções! É o que temos, com perfeição divina, no nosso "grande sumo sacerdote, ...que penetrou nos céus" (Hb 4:14). Leva continuamente o juízo do Seu povo sobre o coração, e, por intermédio do Espírito Santo, comunica-nos o conselho de Deus a respeito dos pormenores mais insignificantes da nossa vida diária. Não temos necessidade de sonhos ou visões: se andarmos em Espírito, desfrutaremos toda a certeza que pode conceder o perfeito "Urim" sobre o coração do nosso Sumo Sacerdote.C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.
Êx 28.30 O Urim e o Tumim. Há um artigo detalhado sobre essas pedras (ou o que quer que elas tenham sido) no Dicionário. Há muitas opiniões quanto à natureza desses objetos e quanto à sua utilidade. Talvez a Oxford Annotated Bible (in Ioc.) esteja com a razão ao dizer apenas que eram sortes por meio das quais o sumo sacerdote (ao lançá-las) tomava decisões oraculares. Portanto, serviriam de meios de oráculo, medi- ante os quais o sumo sacerdote obtinha decisões ou informações, conforme vemos em Núm. 27.21; Deu. 33.8 e I Sam. 28.6. Os apóstolos usaram sortes a fim de determinar a importante questão da substituição de Judas Iscariotes como apóstolo (Atos 1.26); e é possível que o precedente para isso fosse 0 exemplo dado pelos próprios antigos su- mos sacerdotes de Israel.
Também há quem pense que o Urim e o Tumim fossem diamantes através dos quais o sumo sacerdote, talvez mediante auto-hipnose, era capaz de entrar em estado de transe, quando então entrava em contato com a mente de Yahweh. Seja como for, estava em foco uma forma de adivinhação (ver a esse respeito no Dicionário).
Tipos. Visto que temos à nossa frente um modo de iluminação espiritual, o Urim e o Tumim simbolizavam a luz que nos é conferida pelo Espírito de Deus, o Grande iluminador.CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 432.
O Urim e o Tumim, por cujo intermédio à vontade de Deus era conhecida em casos duvidosos, foram colocados neste peitoral, que é, por isto, chamado de peitoral do juízo, v. 30. Urim e Tumim significam luz e perfeição. Entre os estudiosos existem muitas conjeturas sobre o que seriam eles. Não temos razão para pensar que fossem qualquer coisa que Moisés devesse confeccionar, além do que foi ordenado antes, de modo que, ou o próprio Deus os fez e os deu a Moisés, para que os pudesse sobre o peitoral, quando outras coisas fossem preparadas (Lv 8.8), ou nada mais são do que uma declaração do uso adicional daquilo que já tinha sido ordenado que fosse confeccionado.
Eu penso que as palavras podem ser interpretadas da seguinte maneira: E darás, ou acrescentarás, ou colocarás no peitoral do juízo a luz e a perfeição, e elas estarão sobre o coração de Arão. Isto é, ele será dotado de um poder de conhecer e dar a conhecer a vontade de Deus, em quaisquer casos difíceis e duvidosos, relacionados ao estado civil ou eclesiástico da nação. O governo era uma teocracia; Deus era o seu Rei, o sumo sacerdote era, depois de Deus, o seu governante, e o Urim e o Tumim eram o seu ministério ou gabinete. Provavelmente Moisés escreveu sobre o peitoral, ou teceu ali, as palavras Urim e Tumim, para indicar que o sumo sacerdote, ao vestir este peitoral, e ao pedir conselho a Deus em qualquer emergência relacionada ao público, fosse instruído a tomar tais medidas e a dar o conselho que Deus reconhecesse. Se ele estivesse diante da arca (mas sem o véu), provavelmente receberia instruções do propiciatório, como acontecia com Moisés (cap. 25.22).
Desta maneira, aparentemente, aconteceu com Finéias, Juízes 20.27,28. Se ele estivesse afastado da arca, como estava Abiatar quando buscou ao Senhor, por Davi (1 Sm 23.6ss.), então a resposta seria dada, ou por uma voz do céu, ou por um impulso na mente do sumo sacerdote, o que talvez esteja indicado na expressão, Levará o juízo dos filhos de Israel sobre o seu coração. Este oráculo foi muito útil para Israel; Josué o consultou (Nm 27.21) e, provavelmente, também os juízes posteriores a ele. Eles foram perdidos no cativeiro, e nunca foram recuperados, embora, aparentemente, fossem esperados, Esdras 2.63. Mas isto era um indício de boas coisas futuras e a essência é Cristo.
Ele é o nosso oráculo. Por Ele, Deus, nestes últimos dias, nos dá a conhecer, a si mesmo, e à sua vontade, Hebreus 1.2; João 1.18. A divina revelação está centrada nele, e vem a nós por meio dele; Ele é a luz, a luz verdadeira, a testemunha fiel, a verdade propriamente dita, e dele nós recebemos o Espírito da verdade, que conduz a toda a verdade. A união do peitoral ao éfode indica que o trabalho profético de Cristo se baseava no seu sacerdócio. E pelo mérito da sua morte Ele resgatou esta honra para si mesmo, e este favor, para nós. O Cordeiro que tinha sido morto é que era digno de tomar o livro e abrir os selos, Apocalipse 5.9.HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 318. estudalicao.blogspot.com).
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
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