Lições Bíblicas CPAD 3º Trimestre de 1998
Título: Escatologia — O estudo das últimas
coisas
Comentarista: Elienai Cabral
Lição
5: Sinais
da vinda de Cristo
Data: 2 de Agosto de 1998
TEXTO ÁUREO
“E já está
próximo o fim de todas as coisas; portanto, sede sóbrios e vigiai em oração” (1
Pe 4.7).
VERDADE PRÁTICA
A certeza da volta de Jesus Cristo é a verdade mais
significativa de toda a profecia bíblica.
LEITURA DIÁRIA
Segunda -
At 2.19; Lc 21.11; Jl 2.30,31
Sinais em
cima no céu
Terça - Mt
27.51; At 2.19; Lc 21.11,12
Sinais em
baixo na terra
Quarta -
Lc 21.12; Mt 24.5,9,10; Ap 6.9-11
Sinais na
vida religiosa
Quinta -
Lc 17.26-28; Mt 24.37,38; Tg 5.1-6
Sinais na
vida social
Sexta - Lc
17.28-30; 2 Tm 3.1-4
Sinais na
vida moral
Sábado -
Mt 25.1-10
Sinais
entre o povo de Deus
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus
24.3-14.
3 - E, estando assentado no monte das
Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos, em particular, dizendo:
Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do
mundo?
4 - E Jesus, respondendo, disse-lhes:
Acautelai-vos, que ninguém vos engane,
5 - porque muitos virão em meu nome,
dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.
6 - E ouvireis de guerras e de rumores
de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça,
mas ainda não é o fim.
7 - Porquanto se levantará nação
contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em
vários lugares.
8 - Mas todas essas coisas são o
princípio de dores.
9 - Então, vos hão de entregar para
serdes atormentados e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as gentes por
causa do meu nome.
10 - Nesse tempo, muitos serão
escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão.
11 - E surgirão muitos falsos profetas
e enganarão a muitos.
12 - E, por se multiplicar a
iniqüidade, o amor de muitos esfriará.
13 - Mas aquele que perseverar até ao
fim será salvo.
14 - E este evangelho do reino será
pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, então virá o fim.
PONTO DE CONTATO
1 João 3.3 fala que a esperança da vinda de Jesus nos purifica.
O versículo mostra como é importante esta lição para a edificação espiritual de
seus alunos. Aguardando a vinda de Cristo, o crente estará mais vigilante,
mantendo-se longe do pecado e do engano.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Estabelecer distinção entre os sinais históricos e os sinais em evidência
da vinda de Cristo.
·
Descrever o monte escatológico e a sua relação com a vinda de
Cristo.
·
Identificar os falsos sinais da vinda de Cristo.
·
Verbalizar as predições de sinais concretos da vinda de Cristo.
SÍNTESE TEXTUAL
Apresentando predições escatológicas e sinais atuais da vinda de
Jesus, esta lição pretende servir de alerta para toda a Igreja, principalmente,
para os crentes despercebidos da brevidade da vinda do Senhor.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
O significado de acautelar é pôr de sobreaviso, prevenir,
precaver. Esta foi a palavra que Jesus usou quando os discípulos perguntaram
como seria a vinda dele e que sinal teriam. Jesus orientou-os a terem cautela
para que não fossem enganados, dando-lhes uma relação dos sinais prévios à Sua
vinda. Isto nos dá a entender que precisamos conhecer os sinais para ficarmos
de sobreaviso, e para isto precisamos estudar a Bíblia. Conforme diz em
Provérbios 22.3 “O avisado vê o mau e esconde-se...”. Para levar o aluno a esse
entendimento introduza o tema perguntando o significado de acautelar e o que
fazer para não sermos enganados. Na Bíblia
de Estudo Pentecostal, no texto de rodapé referente a Mt 24.11, lemos que
nos últimos dias “crentes professos aceitarão ‘novas revelações’, mesmo que
elas conflitem com a Palavra revelada de Deus. Isto motivará oposição à verdade
bíblica dentro da Igreja. Homens pregando o evangelho misto ocuparão posições
estratégicas de liderança nas denominações e nas escolas teológicas. Os tais
enganarão e desviarão a muitos dentro da Igreja”.
COMENTÁRIO
introdução
Diante da declaração de Jesus sobre a queda de Jerusalém e a
destruição do seu majestoso templo (Mt 24.1,2), os discípulos fizeram-lhe a
pergunta-chave que originou o grande discurso profético: “Dize-nos quando serão
essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” O texto de
Mateus 24, mormente os primeiros 14 versículos, é uma profecia com abrangência
histórica e escatológica. Em primeiro lugar, diz respeito a Israel e, depois,
refere-se à Igreja.
I. PREDIÇÕES
DE CARÁTER PARTICULAR (Mt 24.1-3)
Jesus, ao proferir Seu discurso público nos pátios do grande
templo de Jerusalém, aproveita a ocasião para predizer sobre o futuro da cidade
e do seu templo. Ele prediz a destruição antecipando o final dos tempos. Alguns
fatos proféticos seriam presenciados e vividos por aquela geração, mas seriam
ao mesmo tempo indícios de fatos escatológicos inevitáveis.
1. A destruição de Jerusalém e do templo (vv.1,2). Um pouco antes dessa predição, os discípulos
quiseram impressionar Jesus chamando-lhe a atenção para a esplêndida e forte
estrutura do templo que era o orgulho de todo israelita. Para fortalecer seu
discurso, Jesus então predisse a destruição de tudo aquilo ainda naquela
geração.
2. Predições feitas num monte escatológico (v.3). E interessante destacar o monte das Oliveiras
não só como um monte com histórias de vitórias e derrotas, de guerras físicas e
espirituais, mas o monte no qual acontecerá o evento mais importante da
escatologia cristã: Jesus Cristo descerá visivelmente sobre ele. A pergunta
“Quando sucederão estas coisas” resultou da predição de Jesus sobre o templo e
a cidade. Na seqüência, os discípulos queriam saber ainda sobre a vinda de
Cristo, e disseram: “Que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo”. A
expressão “tua vinda” é uma referência à segunda vinda pessoal de Cristo,
especialmente sobre aquele mesmo monte onde estavam conversando.
II. PREDIÇÕES
SOBRE FALSOS ALARMES ESCATOLÓGICOS (Mt 24.4-6)
Mateus 24.4 é uma admoestação contra os falsos sinais que seriam
alardeados como se fossem os reais e verdadeiros. Diz o texto: “Acautelai-vos,
que ninguém vos engane”. Indiscutivelmente, essa pessoa, além de presunçosa e
não conhecedora das Escrituras, é falso profeta. Quais seriam os falsos alarmes
ou sinais pelos quais não podemos nos deixar enganar?
1. Falsos cristos (v.5). Nos quase dois mil anos de história do
Cristianismo, centenas de falsos cristos (ou messias) têm aparecido e enganado
a muita gente.
2. Guerras não-determinantes (v.6). São falsas guerras todas aquelas que não podem
ser determinadas como sinais evidentes da volta do Senhor Jesus. Elas confundem
porque não têm as características que determinam um sinal escatológico.
Pequenas e grandes guerras têm marcado com sangue o nosso planeta. Jesus previu
esse tipo de problema, e orientou-nos: “E certamente ouvireis falar de guerras
e rumores de guerras; vede, não vos assusteis porque, é necessário que isto
aconteça, mas ainda não é o fim”.
III.
PREDIÇÕES DE SINAIS CONCRETOS (Mt 24.7)
Não há evidência doutrinária para se afirmar que determinados
acontecimentos da atualidade sejam sinais precisos da volta de Jesus.
Entretanto, o modo como o Senhor indicou-os nos abre um campo de compreensão
mais amplo. Entendemos que esses sinais indicam “o começo do fim” ou “o
princípio de dores” (Mt 24.8).
1. A simultaneidade dos sinais. Há uma certa simultaneidade dos acontecimentos
que envolvem “conflitos bélicos entre nações, fomes, pestes e terremotos”.
2. “Nação contra nação, e reino contra reino”. Tivemos duas grandes guerras mundiais. A
primeira aconteceu de 1914 a 1918, e a segunda de 1939 a 1945. A destruição
provocada por essas guerras mundiais é incalculável.
3. “Haverá fomes, pestes e terremotos” (Lc 21.11). Sinais como “fomes, pestes e terremotos” são
fatos marcantes em nossos dias. A contaminação ambiental provocada pelo
desregramento ecológico, tem envenenado os três mais importantes espaços vitais
da humanidade, que são: o ar, as águas e a terra. A proliferação das doenças
aumenta cada vez mais o índice de mortalidade. Misteriosas pestes desafiam a
ciência assolando a humanidade. A fome traz para o panorama mundial um espectro
de terror.
IV. PREDIÇÕES
DE SINAIS ATUAIS (Mt 24.8-13)
1. O princípio de dores (v.8). O texto refere-se metaforicamente às dores de
parto de uma mulher que está para dar à luz uma criança. São as primeiras dores
decorrentes das contrações que anunciam a hora do parto. Na verdade, Jesus
estava declarando que os sinais envolvendo fomes, pestes e terremotos seriam apenas
sinais precursores da vinda da era messiânica, sonhada e desejada pelos judeus
(1 Ts 5.3).
2. A angústia na terra (v.8; Lc 21.25). Essa angústia está embutida no “princípio de
dores” sentida pela humanidade e, especialmente, pela Igreja de Cristo. E, de
fato, a perplexidade das criaturas diante dos sinais que se evidenciam na Terra
(Lc 21.25,26); uma neurose coletiva mundial que provoca o desespero (Rm
8.20,22); é o pressentimento da chegada do fim dessa agonia (Dn 12.4). Nesses
tempos de globalização da economia mundial, percebe-se a preocupação, quando
apenas uma economia se descontrola e traz um desassossego total (2 Ts 2.7; Ap
13.16,17).
3. A ameaça de uma Igreja mista (vv.10-13). Nestes versículos Jesus previu certos
problemas que afetariam sua Igreja. Essa Igreja mista aparece na malfadada tese
do Ecumenismo. Indiscutivelmente é uma falsa unidade porque dilui princípios
fundamentais de formação da Igreja segundo o padrão neotestamentário. Muitos
cristãos haveriam de trair a Igreja e desertá-la por causa das perseguições. A
ação de “trair-se uns aos outros” refere-se àqueles que, para salvar a própria
pele, entregariam seus irmãos às autoridades.
4. A multiplicação da iniqüidade (v.12). A palavra iniqüidade na língua original tem a
idéia de coisas ilegais ou de liberdade sem lei que a controle. Quando Jesus
declarou que a iniqüidade se multiplicaria estava antevendo a realidade de
nossos dias. A tendência para a ilegalidade e sua prática tem sido comum entre
os cristãos. O aumento da iniqüidade, isto é, da violação dos princípios
divinos, afetaria esse sentimento de relação com Cristo. O zelo e o desejo pela
Casa de Deus perdem a sua força quando o coração é iníquo.
CONCLUSÃO
Os sinais da vinda de Jesus devem ser assunto de interesse para
todos os crentes despertados e ao mesmo tempo um grande alerta para os crentes
descuidados e adormecidos espiritualmente. E, assim, possam entender que,
apesar dos teólogos divergirem quanto a distinguir os primeiros 14 versículos
de Mateus 24 como sendo dentro da era da graça ou da Igreja, o segredo para
escapar, principalmente do período dos tempos dos gentios (que antecede a
Grande Tribulação — Mt 24.14), é “perseverar até o fim” (Mt 24.13).
VOCABULÁRIO
Alardeados: Ostentados, divulgados.
Platonizar: Adotar o amor platônico (Platão, filósofo grego, 428-317 a.C), que é apenas o amor ideal alheio a interesses ou gozos materiais.
Predições: Ato ou efeito de predizer, profecia, vaticínio.
Platonizar: Adotar o amor platônico (Platão, filósofo grego, 428-317 a.C), que é apenas o amor ideal alheio a interesses ou gozos materiais.
Predições: Ato ou efeito de predizer, profecia, vaticínio.
EXERCÍCIOS
1. A quem diz respeito a profecia de Mateus 24?
R. Em primeiro lugar, diz respeito a
Israel e, depois, refere-se à Igreja.
2. Qual o evento mais importante que ocorrerá no
monte das Oliveiras?
R. Jesus Cristo descerá visivelmente
sobre esse monte.
3. Quais os sinais falsos especificados por Jesus
no seu discurso?
R. Falsos cristos e guerras
não-determinantes.
4. Quais os sinais concretos que assinalam a vinda
de Cristo?
R. Conflitos bélicos entre nações,
fomes, pestes e terremotos.
5. O que Jesus declarou com a expressão “princípio
de dores”?
R. Ele declarou que os sinais envolvendo
fomes, pestes e terremotos seriam apenas sinais precursores da vinda da era
messiânica, sonhada e desejada pelos judeus (1 Ts 5.3).
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
Subsídio
Histórico
No ano 70 d. C. o general Tito com seus exércitos entrou em
Jerusalém e destruiu tudo, inclusive o templo. De fato, não ficou pedra sobre
pedra. Quem já visitou Jerusalém tem o testemunho histórico evidenciado nos
restos das muralhas e dos edifícios sagrados dos dias de Jesus. A profecia teve
seu cumprimento literal.
Geograficamente, o monte das Oliveiras se destaca pela sua
altura. Do alto dele se pode ver toda a Jerusalém bem como o local do antigo
templo de Salomão. Mas o que chama a atenção em Mt 24.3 é o fato de Jesus ter
chamado seus discípulos de modo particular e especial para profetizar sobre o
futuro de Israel.
Subsídio
Doutrinário
Dois dos sinais concretos da vinda do Senhor indicados em Mt
24.7 e em Lc 21.11 merecem nossa maior atenção:
A possibilidade de uma terceira guerra mundial, com os poderes
químicos e atômicos sob o domínio de algumas nações, é assustadora. Entretanto,
antes de uma catástrofe global, certamente o Senhor virá e arrebatará o Seu
povo da Terra.
A produção de alimentos está comprometida por causa de elementos
químicos, em decorrência da ganância e da falta de temor a Deus. Só no século
20 a estatística mundial apresenta mais de 6.500 terremotos. Percebe-se, então,
uma certa simultaneidade entre os sinais catastróficos que prenunciam a volta
do Senhor.
Subsídio
Teológico
A respeito dos sinais atuais devemos entender ainda que:
No original grego a expressão “princípio de dores” (v.8) dá a
idéia de trabalho de parto. Porém, trabalho de parto de quem? O contexto refere-se
ao Messias, porque todo o texto prenuncia a vinda do Messias (Is 26.16-19; Mq
4.9,10; Ap 12.1-5; 1 Ts 5.3).
É impossível haver unidade em denominações cristãs que admitem
confissões idolátricas e diluem verdades indissolúveis da Palavra de Deus. Falsos
e verdadeiros cristãos estariam juntos, mas não demorariam a revelar suas
identidades. Várias parábolas de Jesus mostram as diferenças entre o falso e o
verdadeiro, o puro e o impuro, o pecador e o santo. Parábolas como as do joio e
o trigo, da rede que ajunta peixes de toda espécie, das dez virgens, das
ovelhas e dos bodes, etc. Nos dias que antecedem a Sua volta, Jesus prediz que
haveria uma mistura não saudável no meio do seu povo (vv.10-13).
Naqueles dias, as autoridades judaicas e romanas, ordenaram a
morte de muitos judeus-cristãos. Não será diferente nos dias que antecedem a
volta de Cristo. Uma mistura de idéias e doutrinas anticristãs tem,
indubitavelmente, levedado a massa da doutrina genuinamente cristã. São os
falsos profetas (Mt 24.11), motivados por interesses egoístas e demoníacos,
torcem a Palavra de Deus e a interpretam ao seu bel-prazer. Eles injetam na
vida da igreja o veneno de conceitos libertinistas, desvinculados completamente
dos princípios divinos. Esses conceitos platonizam o amor verdadeiro ao Senhor
e o tornam um sentimento de amor egoístico, baseado na auto-afirmação e no
prazer carnal.
O inverso de iniqüidade é eqüidade, que é o reconhecimento do
direito de cada um. Diz respeito ao tratamento com igualdade, retidão e
justiça. Uma das características típicas do Diabo é o egoísmo, que tem se
manifestado terrivelmente em nossa sociedade. A multiplicação da iniqüidade
afetaria a Igreja (Mt 24.12). Jesus declarou que por causa disto “o amor de
muitos se esfriará”. Que tipo de amor é este que o texto se refere? É o amor
comprometido com Cristo e com Sua Igreja.
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PAZ DO SENHOR
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