Lições Bíblicas CPAD 1º Trimestre de
2013
Título: Elias e Eliseu — Um ministério de
poder para toda a Igreja
Comentarista: José Gonçalves
Lição 8: O legado de Elias
Data: 24 de Fevereiro de 2013
TEXTO ÁUREO
“E disse Josafá: Não há aqui algum profeta do
Senhor, para que consultemos ao Senhor por ele? Então, respondeu um dos servos
do rei de Israel e disse: Aqui está Eliseu, filho de Safate, que deitava água
sobre as mãos de Elias” (2 Rs 3.11).
VERDADE PRÁTICA
Através do ministério de Eliseu
aprendemos que os grandes homens foram aqueles que aprenderam a servir.
HINOS SUGERIDOS
4, 33, 394.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1 Rs 19.16
A origem da chamada
Terça - 1 Rs 19.20
A exclusividade da chamada
Quarta - 1 Rs 19.21
O custo da chamada
Quinta - 2 Rs 2.14
A autoridade da chamada
Sexta - 2 Rs 3.13,14
Os inimigos da chamada
Sábado - 2 Rs 2.15
Os resultados da chamada
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
1 Reis 19.16,17,19-21.
16 - Também a Jeú, filho de
Ninsi, ungirás rei de Israel e também Eliseu, filho de Safate, de Abel-Meolá,
ungirás profeta em teu lugar.
17 - E há de ser que o que
escapar da espada de Hazael, matá-lo-á Jeú; e o que escapar da espada de Jeú,
matá-lo-á Eliseu.
19 - Partiu, pois, Elias dali e
achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois
adiante dele; e ele estava com a duodécima. Elias passou por ele e lançou a sua
capa sobre ele.
20 - Então, deixou ele os bois, e
correu após Elias, e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe e, então,
te seguirei. E ele lhe disse: Vai e volta; porque que te tenho eu feito?
21 - Voltou, pois, de atrás dele,
e tomou uma junta de bois, e os matou, e, com os aparelhos dos bois, cozeu as
carnes, e as deu ao povo, e comeram. Então, se levantou, e seguiu a Elias, e o
servia.
INTERAÇÃO
A
lição de hoje tem como objetivo refletir acerca do legado de Elias. Aprendemos
com este profeta que os homens de Deus bem-sucedidos em seus ministérios são
aqueles que têm o coração disposto a. servir. Elias serviu a Deus com
integridade e foi um modelo para o seu sucessor, Eliseu. Sabemos que nesta vida
tudo tem o seu tempo, por isso, chegou o dia em que o ministério de Elias
encerrou-se. Todavia, ele, como profeta do Senhor, não foi pego de surpresa.
Como um líder fiel e íntegro diante do Pai Celeste, teve o cuidado de seguir a
orientação divina na escolha do seu sucessor.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
- Reconhecer o caráter divino da vocação e
chamada de Elias.
- Detalhar os princípios da exclusividade,
autoridade da vocação e a chamada de Elias.
- Compreender como se deu a sucessão e o
discipulado de Eliseu.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor, para introdução da lição
sugerimos um estudo dirigido. Divida a classe em três grupos. Depois que já
estiverem formados, entregue a cada grupo uma das questões relacionadas abaixo.
Cada grupo terá, no máximo, cinco minutos para discutir seu tema e outros cinco
minutos para expor suas conclusões à classe. Explique que Elias lançou sua capa
sobre os ombros de Eliseu, demonstrando que ele seria seu sucessor. Quando a
sucessão foi concluída, Elias a deixou para Eliseu (2 Rs 11-14). Conclua a
atividade explicando que todo ministério é transitório, e que o mais importante
não é como começamos, e sim como terminamos.
QUESTÕES PARA O ESTUDO DIRIGIDO
O LEGADO DE ELIAS
1. “Qual
o significado de lançar a capa sobre Eliseu (1 Rs 19.19)?”.
2. “Por
que Eliseu matou seus bois (2 Rs 19.20)?”; “Qual o significado desse gesto?”.
3. “Como
se deu a chamada de Elias e o término do seu ministério?”.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Sucessor: Aquele que sucede a outrem
ou que o substitui em cargo, funções.
O teólogo norte-americano A. W. Tozer
disse certa vez que “nada morre de Deus quando um homem de Deus morre!”. Essa
máxima é verdadeira em relação ao profeta Elias e ao seu sucessor, Eliseu.
Elias exerceu um ministério excepcional no reino do Norte e, sem dúvida, foi o
responsável por ajudar o povo de Deus a manter a sua identidade. Todavia, assim
como todos os homens, chegou o dia em que precisou parar. Elias teve o cuidado
de seguir a orientação divina na escolha do seu sucessor, bem como em
prepará-lo da forma correta. Esta lição nos ensinará como se deu esse processo
e como podemos aprender com ele.
I. O LONGO PERCURSO DE ELIAS
1. Uma volta às origens. Elias
fez um longo percurso até chegar ao Monte Horebe, também conhecido na
literatura bíblica como Monte Sinai (Êx 3.1; 19.1,2). De Berseba até ao monte
Sinai, o percurso era de aproximadamente quatrocentos quilômetros. Foi nesse
Monte que o Senhor havia se revelado a Moisés muito tempo antes como o grande
EU SOU (Êx 3.14). Posteriormente, foi nesse mesmo monte que o Senhor revelou a
Lei a Moisés (Êx 19 - 20). A distância era grande, mas Elias necessitava voltar
às origens da sua fé! Sem dúvidas, esses fatos estavam na mente de Elias quando
ele para ali se dirigiu. Para reorientar a caminhada, nada melhor do que uma
volta às origens!
2. Uma revelação transformadora. Vendo
que Elias havia se enclausurado em uma caverna, o próprio Senhor trata de
dialogar com o profeta. É nesse diálogo que percebemos que Elias estava vendo
as coisas de forma distorcida. Duas coisas ficam patentes: Deus continuava
sendo Senhor da história e Elias não havia trabalhado em vão (1 Rs 19.9-14). O
Senhor revela, então, ao profeta a existência de sete mil remanescentes da
adoração a Deus (1 Rs 19.18). Quem eram? Ninguém sabe, mas com certeza pessoas
do povo que nem mesmo eram vistas, mas que amavam ao Senhor. Foi o próprio Deus
quem os havia conservado. Mas a revelação continuou: Deus revelou a Elias a
necessidade de um sucessor (1 Rs 19.16). Deus agora tinha outros planos para Elias.
Deveria, portanto, dar lugar a outro. Não somos descartáveis, mas ninguém é
insubstituível.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Precisamos nos conscientizar que na obra
de Deus não somos descartáveis, mas, de igual forma, ninguém é insubstituível.
II. ELIAS NA CASA DE ELISEU
1. A exclusividade da chamada. O
texto de 1 Reis 19.19-21, que trata sobre a vocação de Eliseu, é rico em
detalhes a respeito de sua chamada. Alguns deles se sobressaem nesse relato.
Primeiramente observamos que Deus chama pessoas fiéis. Sem dúvida, Eliseu fazia
parte da estatística divina dos sete mil. Em segundo lugar, Deus chama para o
seu serviço pessoas que são ocupadas. Ele estava trabalhando com doze juntas de
bois! A obra de Deus não é profissão nem tampouco emprego. É vocação! Em
terceiro lugar, Eliseu percebeu que o ministério tem custo! Ele sacrificou os
bois e os deu como comida ao povo. Quem põe a sua mão no arado não pode olhar
para trás. Em quarto lugar, Eliseu entendeu que o ministério profético é um
“servir”. Eliseu passou a servir a Elias.
2. A autoridade da chamada. Quando
Elias encontrou a Eliseu, o texto sagrado registra: “E lançou o seu manto sobre
ele” (1 Rs 19.19). Na cultura bíblica, o manto é símbolo da autoridade
profética (2 Rs 1.8 cf. Zc 13.4). Lançá-lo sobre outrem demonstrava
transferência de poder e autoridade. Com esse gesto, Eliseu estava sendo
credenciado para o ofício profético. De nada adianta o ofício se a unção não o
acompanha! Não é, portanto, o ofício que determina a unção, mas a unção que
valida o ofício! Eliseu de fato recebeu autoridade divina, pois exerceu um
ministério marcado por milagres. Hoje há muita titulação, mas pouca unção de
Deus!
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Deus chama e prepara pessoas fiéis para
a sua obra. A obra do Senhor é para os chamados e vocacionados.
III. ELIAS E O DISCIPULADO DE ELISEU
1. As virtudes de Eliseu. O
relato de 2 Reis 2.1-8 mostra algumas fases do discipulado de Eliseu. Elias vai
a vários lugares diferentes e em cada um deles observa-se que o profeta põe o
discípulo à prova. Primeiramente, Eliseu demonstrou estar familiarizado com
aquilo que o Senhor estava prestes a fazer (2 Rs 2.1). Ele estava consciente de
que algo extraordinário, envolvendo o profeta Elias, aconteceria a qualquer
momento (2 Rs 2.3), e que ele também fazia parte dessa história. Em segundo
lugar, Eliseu demonstrou perseverança quando se recusou largar Elias. Ele o
acompanhou em Gilgal, Betel, Jericó e Jordão (2 Rs 2.1-6). Tivesse ele ficado
pelo caminho, não teria sido o homem de Deus que foi! Somente os perseverantes
conseguem chegar ao fim. Em terceiro lugar, Eliseu provou ser um homem
vigilante quando “viu” Elias sendo assunto aos céus! (2 Rs 2.12).
2. A nobreza de um pedido. O
pedido que Eliseu fez a Elias antes de o profeta ser assunto aos céus é algo
que merece uma reflexão à parte. Na verdade, o pedido de Eliseu revela a
nobreza da sua chamada. Diante de uma oportunidade única, Eliseu não teve
dúvidas, e pediu: “Que haja porção dobrada do teu espírito sobre mim” (2 Rs
2.9). Eliseu tomou conhecimento daquilo que seu mestre fazia, e em outras
ocasiões ele mesmo fora testemunha desses milagres. Ele não tinha dúvidas;
queria aquilo para ele, só que em uma proporção bem maior. Deus agradou-se do
pedido de Eliseu como se agradara do pedido de Salomão (1 Rs 3.10).
Muitas vezes as pessoas preferem
aquilo que é medíocre em vez do que é nobre. Preferem escolher o que satisfaz o
ego em vez de escolher o que agrada e alegra a Deus.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Eliseu era perseverante, se ele tivesse
ficado pelo caminho, não teria sido o homem de Deus que foi! Somente os
perseverantes conseguem chegar ao fim.
IV. O LEGADO DE ELIAS
1. Espiritual. Elias
saiu de cena, mas deixou a seu discípulo um grande legado. Não era rico, mas
foi um gigante na fé. E, como tal, passou ao seu discípulo um exemplo de
piedade e serviço. O profeta defendeu ardorosamente o culto divino (1 Rs
18.22-36). Extremamente ousado, enfrentou o rei Acabe e predisse a grande seca
sobre Israel (1 Rs 17.1). Somente um homem com semelhante fé em Deus seria
capaz de protagonizar os fatos narrados nos livros de Reis (1 Rs 17.8-23;
18.41-46). Eliseu viveu nesse contexto, foi influenciado por ele e teve esse
legado como herança.
2. Moral. O
profeta Elias não era apenas um homem de grandes virtudes espirituais; era
também portador de singulares predicados morais. O seu valor e coragem são
perceptíveis no relato bíblico. Ele confrontou os profetas de Baal e
reprimiu-os severamente (1 Rs 18.19). A percepção do que era certo, ou errado,
do que era justo, ou injusto, era bem patente na vida de Elias. Por isso ele
teve autoridade moral e espiritual para repreender severamente a Acabe, quando
este consentiu no assassinato de Nabote (1 Rs 21.17-20).
Eliseu aprendera que ninguém
conseguirá ser um homem de Deus como Elias o foi, se não possuir valores morais
e espirituais bem definidos.
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
Ninguém conseguirá ser um homem de Deus
como Elias o foi, se não possuir valores morais e espirituais bem definidos.
CONCLUSÃO
A história de Elias e de seu
sucessor, Eliseu, é instrutiva para a liderança espiritual. Com Elias,
aprendemos que os líderes são humanos e, portanto, suscetíveis a falhas.
Aprendemos que a história do reino de Deus é construída por homens que se
dispõem a obedecê-lo.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
MERRILL, E. H. História
de Israel no Antigo Testamento: O
reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.
EXERCÍCIOS
1. De
que forma o Senhor corrigiu a compreensão que Elias possuía dos fatos?
R. Mostrando
a ele que havia ainda sete mil fiéis e, portanto, ele não havia trabalhado em
vão.
2. De
que forma Eliseu reagiu ã chamada divina?
R. Sacrificando
os animais e deixando o convívio familiar para acompanhar Elias.
3. De
que forma Eliseu demonstrou ser um homem virtuoso?
R. Demonstrando
discernimento, perseverança e vigilância.
4. Cite
os legados deixados pelo profeta Elias listados na lição.
R. Moral
e espiritual.
5. Como
podemos perceber o valore coragem de Elias no relato bíblico?
R. Ele
confrontou os profetas de Baal e reprimiu-os severamente.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Bibliográfico
“Eliseu,
o sucessor
Poucos substitutos nas Escrituras
foram tão eficientes quanto Eliseu que foi o sucessor de Elias como profeta de
Deus para Israel. Mas Eliseu teve o profeta Elias como um grande exemplo a ser
seguido. Ele permaneceu com Elias até os últimos momentos da vida do seu mestre
na terra. Estava disposto a seguir e aprender a fim de receber poder para fazer
o trabalho o qual Deus o havia chamado.
Tanto Elias como Eliseu concentraram
seus esforços nas necessidades do povo que estava ao seu redor. O impetuoso
Elias confrontou e expôs a idolatria, ajudando a criar uma atmosfera onde o
povo pudesse adorar a Deus livre e publicamente. Eliseu então agiu com a
finalidade de demonstrar a poderosa natureza de Deus, ainda que cuidadosa, para
todos aqueles que vieram a ele em busca de ajuda. Ele passou mais tempo
cuidando compassivamente do povo do que em conflitos contra o mal. A Bíblia
registra 18 encontros entre Eliseu e as pessoas necessitadas. Eliseu teve uma
visão mais ampla e de maior alcance na vida do que a maioria das pessoas,
porque reconheceu que em Deus havia mais bênçãos a favor da vida. Ele sabia que
tudo o que somos e temos vem de Deus” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. 1
ed., RJ: CPAD, 2004, p.516).
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
O legado de Elias
A Bíblia nos mostra que Elias deixou
uma herança para as gerações posteriores, e seu legado foi visto na pessoa de
Eliseu, em atitudes, milagres e espiritualidade. Sobre esse assunto, duas
observações devem ser feitas:
Onde Eliseu estava por ocasião de sua
chamada. A Palavra nos diz que Eliseu estava “lavrando com
doze juntas de bois” quando Elias, por orientação divina, o escolheu para ser
profeta em seu lugar. Não raro, a Bíblia nos apresenta profetas de Deus que
tinham uma vida produtiva na sociedade, que contribuíam com seu trabalho.
Eliseu estava lavrando a terra quando foi chamado por Deus. Amós era boiadeiro,
e foi escolhido por Deus para falar nos reinados de Uzias, em Judá, e de
Jeroboão II, em Israel. Daniel, além de profeta, era um exímio administrador, e
ocupou diversos cargos fora dos limites de Israel. Portanto, Deus nos quer como
seus servos e tendo uma vida produtiva na sociedade em que vivemos.
O exemplo deixado por Elias. Elias
deixou um exemplo de dedicação ao trabalho do Senhor. A forma como foi usado
por Deus confrontando Acabe é um exemplo para todos os que são seduzidos a
adular as lideranças ímpias. Elias também foi um exemplo de obediência em
relação à sua substituição. Conforme a orientação de Deus, convocou para o
ministério profético Eliseu, que seria seu substituto, um fato que deve nos
servir de inspiração: Elias não teve receio de ser substituído por outra
pessoa. Não teve medo de Eliseu ser mais conhecido que ele, ou de ser mais
“poderoso” nem de ter um ministério mais longo. Elias simplesmente obedeceu a
Deus e “formou” Eliseu, deixando para Israel um profeta de grande quilate.
Há líderes que se tornam tão vaidosos
que não admitem ser substituídos. Mas Deus espera que o seu trabalho continue,
e todos temos um tempo definido por Deus para trabalhar para Ele. Quando formos
desafiados por Deus a ser substituídos, não devemos imaginar que estamos sendo
descartados, ou que Deus não nos quer mais em seu serviço. Além disso, as novas
gerações precisam ter sua oportunidade de servir com seus talentos ao Senhor. O
próprio Jesus deixou claro que seus seguidores fariam coisas maiores do que Ele
mesmo fez, exceto a salvação, é claro (Jo 14.12). Se o Mestre deu o exemplo de
humildade, porque não o podemos seguir?
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PAZ DO SENHOR
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