Lições Bíblicas CPAD 1º Trimestre de
2012
Título: A Verdadeira Prosperidade — A vida
cristã abundante
Comentarista: José Gonçalves
Lição 4: A prosperidade em o Novo Testamento
Data: 22 de Janeiro de 2012
TEXTO ÁUREO
“Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas
justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17).
VERDADE PRÁTICA
O conceito de prosperidade em o Novo
Testamento vai muito além da aquisição de bens terrenos; ele está fundamentado
nas promessas do reino de Deus na época vindoura.
HINOS SUGERIDOS
242, 459, 560.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1 Tm 6.8-10
A prosperidade não é sucesso
Terça - Lc 12.15
A prosperidade revela-se no que somos
Quarta - Mt 6.31
A prosperidade e as preocupações da vida
Quinta - Cl 2.2,3
A verdadeira prosperidade
Sexta - At 6.1-6
Prosperidade para suprir os necessitados
Sábado - Rm 15.26
Prosperidade e solidariedade
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
2 Coríntios 8.1-9.
1 - Também, irmãos, vos fazemos conhecer a
graça de Deus dada às igrejas da Macedônia;
2 - como, em muita prova de tribulação, houve
abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza superabundou em riquezas
da sua generosidade.
3 - Porque, segundo o seu poder (o que eu
mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente,
4 - pedindo-nos com muitos rogos a graça e a
comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos.
5 - E não somente fizeram como nós
esperávamos, mas também a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor e depois a
nós, pela vontade de Deus;
6 - de maneira que exortamos a Tito que, assim
como antes tinha começado, assim também acabe essa graça entre vós.
7 - Portanto, assim como em tudo sois
abundantes na fé, e na palavra, e na ciência, e em toda diligência, e em vosso
amor para conosco, assim também abundeis nessa graça.
8 - Não digo isso como quem manda, mas para
provar, pela diligência dos outros, a sinceridade do vosso amor;
9 - porque já sabeis a graça de nosso Senhor
Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que, pela sua
pobreza, enriquecêsseis.
INTERAÇÃO
Professor,
como você definiria prosperidade? Ser próspero é ter muitos bens materiais? A
Palavra de Deus nos mostra que ser bem-sucedido e próspero vai muito além dos
bens materiais. Jesus optou por ter um estilo de vida simples e nunca
incentivou seus discípulos a buscarem ou acumularem tesouros na terra (Mt
6.19-21). Ele nos ensinou a buscar o Reino de Deus e a sua justiça em primeiro
lugar (Mt 6.33). Para o Salvador o que importa não é o ter, mas o ser. Nesta
lição, veremos que verdadeira prosperidade consiste em ter um relacionamento
perfeito com o Pai Celeste. Ter vida próspera é ter paz interior. E essa paz
dinheiro algum pode comprar.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
- Saber que a prosperidade em o Novo Testamento
é escatológica.
- Conscientizar-se de que a prosperidade em o
Novo Testamento é mais uma questão de ser que de ter.
- Compreender que a prosperidade em o Novo
testamento é sempre uma questão filantrópica.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor, providencie cópias do
quadro abaixo para os alunos. Distribua as cópias e explique a turma que, de
acordo com a mentalidade mundana e antibíblica, o “ter” passou a substituir o
“ser”. Como servos de Deus, não podemos concordar com tal pensamento (Rm 12.2).
Com o auxílio das cópias, exponha o contraste entre as mentalidades mundana e
bíblica com respeito aos bens materiais. Diga que a Palavra de Deus deve ser a
nossa única regra de fé e prática. As Escrituras deixam claro que os bens
espirituais transcendem infinitamente os materiais.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Filantropia: Desprendimento, generosidade
para com outrem; caridade.
Na lição de hoje, veremos o que
significa a prosperidade para o cristão (1 Co 16.2; 3 Jo 2). Entre outras
coisas, buscaremos responder a esta importante pergunta: Como o Senhor Jesus e
seus apóstolos definiram a verdadeira prosperidade? (Jo 10.10; Fp 4.12,18).
Verificaremos que o sentido de prosperidade, em o Novo Testamento, vai muito
além das posses materiais. Você tem porfiado por viver uma vida de íntima
comunhão com o Senhor? Isso é viver prosperamente.
I. A PROSPERIDADE NO NOVO TESTAMENTO É ESCATOLÓGICA
1. Prosperidade e consumo. Contrastando
a doutrina do Novo Testamento sobre a prosperidade com o ensino de determinados
mestres, constatamos haver uma abissal diferença entre ambos. Enquanto os tais
doutores incentivam o consumo e o acúmulo de bens materiais, o Senhor Jesus e
seus apóstolos até desencorajam tal ideia (Mt 6.19; 1 Tm 6.8-10). É por isso
que muitos cristãos, apesar das aparências, não se enquadram no modelo
apresentado pela Palavra de Deus.
Sucesso e consumo são termos que
definem o que se considera hoje uma vida próspera. Todavia, é importante
ressaltar: a prosperidade, de acordo com o ensino apostólico, não significa
realização material, mas o aprofundamento da comunhão do ser humano com Deus.
Se para o homem moderno prosperar implica galgar os degraus do sucesso e da
fama, para a Bíblia tais coisas não têm valor algum. Aliás, ela até incentiva a
perda desses bens (Fp 3.7,8; Lc 18.22; 19.2,8)!
2. Prosperidade e futuridade. A
promessa de uma vida absolutamente saudável, rica, bem-sucedida e livre de
aflições nada tem a ver com a visão escatológica dos primeiros cristãos. Por já
estarem desfrutando das bênçãos do mundo vindouro (Mc 10.29,30), eles tinham os
corações completamente voltados para a manifestação plena do Reino de Deus.
Isso levou o apóstolo Paulo a desejar ardentemente a vinda do Senhor (1 Ts
4.17; 2 Co 5.8; 2 Tm 4.8).
Faz-se necessário resgatar a dimensão
escatológica que caracterizava a Igreja Primitiva (Mt 6.31). A Escritura
exorta-nos a não confiar nas riquezas (1 Tm 6.17) nem acumulá-las (Mt 6.19). Se
o crente colocar o coração nos bens materiais certamente cairá na tentação da
cobiça (1 Tm 6.9,10). Tiago alerta que a confiança nos bens terrenos conduz à
opressão e ao engano (Tg 2.6; 5.4).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Ser próspero não significa ter bens
materiais, mas uma profunda comunhão com Deus.
II. A PROSPERIDADE EM O NOVO TESTAMENTO É MAIS UMA QUESTÃO DE SER DO QUE
DE TER
1. Tesouros na terra. O
Novo Testamento adverte-nos quanto ao perigo da inversão dos valores eternos
(Lc 12.13-21). Nessa passagem, encontramos alguém que estava mais preocupado em
ter do que ser. Ele queria “ter” muitos bens materiais, mas demonstrou total
descaso em “ser” alguém zeloso pelas coisas espirituais (Lc 12.21). O “ter”
está relacionado com aquilo que possuímos, enquanto que o “ser” com aquilo que
realmente somos. O texto sagrado revela que quando Deus pediu a alma daquele
homem, este nada tinha preparado (Lc 12.20). A riqueza em si não é má. Porém, o
que fazemos dela pode transformar-se em algo danoso para nós e para os que nos
cercam (Sl 62.10).
A Bíblia condena o “amor do
dinheiro”, mas não a sua aquisição através do trabalho honesto e responsável (1
Tm 6.10). Na História Sagrada, encontramos várias pessoas ricas e, nem por
isso, foram condenadas, pois tinham a Deus sempre em primeiro plano (Mt 27.57;
Lc 19.2). Mas, infelizmente, muitos preferem as riquezas a manter uma profunda
e doce comunhão com o Senhor (Lc 18.24).
2. Tesouros no céu. Na
doutrina apostólica, os verdadeiros valores são os eternos e não os temporais.
Sim, as verdadeiras riquezas são as espirituais e não as materiais. Os judeus
do tempo de Jesus acreditavam que a posse dos bens terrenos era sinal do favor
divino. Logo, os ricos deveriam ser tratados com especial deferência. Foi por
isso que os discípulos estranharam quando Jesus afirmou: “Quão dificilmente,
entrarão no Reino de Deus os que têm riquezas! Porque é mais fácil entrar um
camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus” (Lc
18.24,25). Diante disso, indagaram: “Logo, quem pode ser salvo?”.
Acreditava-se que a riqueza era
evidência de salvação! Jesus prontamente corrigiu essa ideia (Lc 12.15). Paulo
deixa bem claro que os bens espirituais transcendem infinitamente os materiais
(Ef 3.8; 1 Co 1.30,31). Eis por que não se importou de perder tudo para ganhar
o Filho de Deus (Fp 3.7,8). Não se esqueça, Cristo deve ser buscado e almejado,
porque nEle estão todos os verdadeiros tesouros e riquezas (Cl 2.3).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
No ensino apostólico, as verdadeiras
riquezas são as espirituais e não as materiais.
III. A PROSPERIDADE EM O NOVO TESTAMENTO É FILANTRÓPICA
1. Uma igreja com diferentes classes
sociais. Nos dias de Jesus, havia diferentes classes
sociais. Havia os ricos, a classe média, os diaristas e os escravos. Havia
também uma boa parte da população que era amparada pelo governo. Quando a
Igreja teve início, pessoas de todas essas camadas sociais agregaram-se à nova
fé (At 6.7). Tanto Paulo quanto os outros apóstolos a todos instruía
indistintamente (1 Co 7.21; Fm 10-18). A Igreja, embora social e economicamente
heterogênea, era homogênea em sua fé (At 4.32).
2. Não esquecer dos pobres. O
cuidado com os menos favorecidos é um dever da Igreja. Paulo recorda que Pedro,
Tiago e João, que eram tidos como as colunas da igreja em Jerusalém,
pediram-lhe que não se esquecesse dos pobres (Cl 2.10). A pobreza entre os
crentes hebreus deu-se em decorrência da fome que acabou por atingir o mundo
daquela época (At 11.28).
Assim orientado, Paulo iniciou uma
campanha para arrecadar donativos para os crentes pobres de Jerusalém. As
igrejas gentias responderam generosamente ao apelo do apóstolo (Rm 15.26). Os
irmãos de Corinto, entretanto, não se mostraram entusiasmados para cooperar.
Por causa disso, foram exortados pelo apóstolo (2 Co 8-9).
Há muitos crentes que, embora ricos
espiritualmente, carecem de bens materiais para a sua sobrevivência. A estes
não devemos fechar o coração, mas ajudá-los com alegria. A prosperidade
legitima-se com a generosidade.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A prosperidade bíblica legitima-se na
generosidade.
CONCLUSÃO
A vida abundante está relacionada a
um correto relacionamento com Deus, que resulta em paz interior. Embora
possamos ser agraciados com bens materiais, nossa vida não deve ser direcionada
por uma cultura de consumo que busca desenfreadamente a realização do ego em
detrimento dos valores espirituais. É o que nos ensina o Novo Testamento.
VOCABULÁRIO
Abissal: Referente
ao abismo; abismal.
Donativo: Objeto de doação; presente.
Heterogênea: De diferente natureza.
Homogênea: Adesão entre seus elementos.
Porfia: Luta por uma coisa desejada.
Donativo: Objeto de doação; presente.
Heterogênea: De diferente natureza.
Homogênea: Adesão entre seus elementos.
Porfia: Luta por uma coisa desejada.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
RICHARDS, L. O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed.,
RJ: CPAD, 2007.
EXERCÍCIOS
1. De
acordo com ensino apostólico, o que significa prosperidade?
R. Significa
o aprofundamento da comunhão do ser humano com Deus.
2. De
acordo com a epístola de Tiago, o que a confiança nos bens materiais gera?
R. A
confiança nos bens terrenos conduz à opressão e ao engano (Tg 2.6; 5.4).
3. As
riquezas segundo as Escrituras são más? Explique.
R. A
riqueza em si não é má. Porém, o que fazemos dela pode transformar-se em algo
danoso para nós e para os que nos cercam (Sl 62.10).
4. Quais
são os verdadeiros valores segundo a doutrina apostólica?
R. Os
verdadeiros valores são os eternos e não os temporais.
5. A
que está relacionada a vida abundante?
R. A
vida abundante está relacionada a um correto relacionamento com Deus, que
resulta em paz interior.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Devocional
“Quando somos bem-sucedidos, não
devemos confiar no sucesso, mas acreditar em Deus, que nos concedeu os talentos;
permanecer humildes, honestos e dependentes; saber que, por alguma razão,
recebemos um dever sagrado; não depender de títulos, influência, dinheiro ou
posição; confiar diariamente no Criador e saber que, tenhamos muito ou pouco, o
seu amor por nós jamais mudará. Ele não se impressiona com riqueza, educação ou
poder. O que o impressiona é a nossa confiança sincera nEle.
[...] Quando Deus nos proporciona
algum êxito, a sua intenção é que o usemos a favor dEle. O nosso sucesso pode
ser a ferramenta que ajudará outras pessoas, individual ou coletivamente. Ele
também pode ser usado com motivos e comportamentos errados, bem como por
egoísmo.
Deus criou-nos para sermos
bem-sucedidos. Mas qual é a definição que Ele faz de sucesso? Seria poder?
Seria aquilo que temos ou quanto dinheiro possuímos? Teria algo a ver com
educação, política, ou ser diretor de uma companhia que aparece na lista das
500 empresas mais produtivas [...]?
Estas são algumas definições comuns,
e que têm o seu valor. Contudo, é mais profundo que isto. Embora Deus deseje
que todos sejamos bem-sucedidos, precisamos entender não apenas a sua definição
de sucesso, mas de onde ela vem - e devemos segurá-la gentilmente” (COODALL, W. O Sucesso que Mata: Fuja das armadilhas que roubam os seus sonhos. 1.ed.,
RJ: CPAD, 2011, p.16).
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“[...] O que Deus quer de nós não é o
nosso dinheiro. Quando nos entregamos ao Senhor, aderimos à contribuição (2 Co
8.5). Lembre-se do exemplo de Cristo. Ele nos deu tudo para enriquecer as
nossas vidas. As riquezas que temos nele são as verdadeiras riquezas, não a
opulência material (2 Co 8.9). Contribua na medida de sua possibilidade. O ato
de doar não tem como objetivo empobrecer o contribuinte. O que agrada a Deus
não é o montante da doação comparada com a nossa disponibilidade, mas a
disposição em fazê-lo. Contribua para satisfazer necessidades. A contribuição
tem por objetivo as necessidades básicas de cristãos carentes. Este princípio
reflete a vulnerabilidade do mundo do século primeiro aos famintos e a igreja
nas perseguições, que geralmente significa que os crentes perderam seus meios
de subsistência. O princípio de contribuir era uma forma de externar a
sensibilidade aos pobres e de que nossa preocupação maior ainda deve ser para
com a carência humana e não com as questões de ordem patrimonial, pois a igreja
de Jesus é gente. Contribuir é semear. A oferta é um investimento para o nosso
futuro eterno. Quanto maior o investimento, maior será o retorno (2 Co 9.6)”
(RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia:Uma análise de Gênesis a Apocalipse, capítulo por
capítulo. 1.ed., RJ: CPAD, 2005, p.781).
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