Lições Bíblicas CPAD 3º Trimestre de
2012
Título: Vencendo as aflições da vida — Muitas
são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva
Lição 14: A vida plena nas aflições
Data: 30 de Setembro de 2012
TEXTO ÁUREO
“Sei estar abatido e sei também ter abundância; em
toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como
a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade. Posso todas as
coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.12,13).
VERDADE PRÁTICA
As tribulações levam-nos a
amadurecer, em Cristo, capacitando-nos a desfrutar de uma vida espiritual
plena.
HINOS SUGERIDOS
526, 531, 535.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - At 9.5,16
O padecimento do apóstolo
Terça - 2 Tm 4.9-11
A solidão do apóstolo
Quarta - Mt 7.4; 2 Tm 2.4
O caminho que leva à vida
Quinta - 2 Co 2.4
Sofrimentos e angústias
Sexta - Fp 4.12
Instruído na provação
Sábado - Fp 4.13
Podemos tudo naquEle que nos fortalece
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
Filipenses 4.10-13.
10 - Ora, muito me regozijei no
Senhor por, finalmente, reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis
lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.
11 - Não digo isto como por
necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
12 - Sei estar abatido e sei
também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído,
tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer
necessidade.
13 - Posso todas as coisas
naquele que me fortalece.
INTERAÇÃO
Professor,
chegamos ao final de mais um trimestre, este foi um pouquinho mais longo devido
o fato do ano ser bissexto e ganharmos mais uma lição. Vivemos tempos onde
somos diuturnamente tentados a trocarmos a essência do verdadeiro Evangelho
pela artificialidade das mensagens que nos são convidativas. Prega-se o fim do
sofrimento em detrimento do sofrimento por Cristo; o antropocentrismo em
detrimento do cristocentrismo; o triunfalismo em detrimento da simplicidade de
Cristo Jesus. Mas, somos convidados, mesmo em tempos difíceis, prezado
professor, a não perdermos de vista a simplicidade e o equilíbrio do Evangelho.
Por isso, tende bom ânimo! Porque Ele, Jesus Cristo, venceu o mundo!
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
- Descrever as aflições da vida do apóstolo
Paulo.
- Explicar como se contentar em Cristo apesar
das necessidades.
- Saber que precisamos amadurecer pela
suficiência de Cristo, o nosso Senhor.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Prezado professor, antes de iniciar a
lição de hoje, faça uma revisão dos temas estudados neste trimestre. A revisão
do conteúdo programático das lições é muito importante para você concluir as
lições. O objetivo do trimestre foi demonstrar ao aluno que, apesar dos
percalços da vida, é possível ter uma vida plena da graça de Deus. Após a
revisão das lições, inicie a última aula explicando aos alunos que, apesar dos
sofrimentos cotidianos, como na vida de Paulo, podemos desfrutar da graça e do
amor de Deus respectivamente. Não esqueça de agradecer a Deus pela conclusão de
mais um trimestre.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Aflição: Estado daquele que está
aflito; profundo sofrimento; ânsia, agonia, angústia.
No início desse trimestre,
perguntamos se o crente em Jesus pode sofrer. A resposta reflete àquilo que já
sabemos. O sofrimento na vida do justo é perfeitamente natural, pois
peregrinamos num mundo de aflições. No entanto, é possível ao crente sofredor
viver plenamente em Cristo (Jo 10.10). Por isso, na lição de hoje, estudaremos
acerca da possibilidade de, apesar das angústias e lutas, vivermos de forma
plena. Veremos que o servo de Deus pode desfrutar de uma vida cristã abundante
em meio aos sofrimentos cotidianos. Com nossa mente e coração firmados no
Eterno, Ele nos conduzirá, pelo seu poder e graça, ao deleite das suas
promessas (Is 40.28).
I. VIVENDO AS AFLIÇÕES DA VIDA
1. As aflições de Paulo. Depois
de Jesus, uma das pessoas mais experimentadas no sofrimento por amor a Deus
certamente foi Paulo. O Meigo Nazareno revelara a Ananias a dolorosa
experiência paulina: “E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome” (At
9.16). Ao longo do Novo Testamento, o apóstolo dos gentios é provado de várias
formas (2 Co 11.23-33). O homem que perseguia os cristãos se torna perseguido;
aquele que os afligia, é afligido; o que consentia na morte dos outros, tem a
sua consentida. Por isso, o Senhor disse a Paulo que duro seria “recalcitrar
contra os aguilhões” (At 9.5).
2. Deixado por seus filhos na fé. “Bem
sabes isto: que os que estão na Ásia todos se afastaram de mim; entre os quais
foram Fígelo e Hermógenes” (2 Tm 1.15). Após uma prática intensa de implantação
de igrejas locais — discipulado, formação de liderança nativa e defesa do
Evangelho —, comunidades inteiras foram atendidas pelo trabalho de um
verdadeiro apostolado. Não obstante, Paulo sente-se abandonado por seus irmãos
de caminhada. Prisioneiro de Roma, é inimaginável a tristeza do apóstolo nesse
momento de solidão (2 Tm 4.9-11).
3. A tristeza do apóstolo. O
apóstolo dos gentios sente a dor do desamparo, da traição e da perda quando
pede a Timóteo: “Procura vir ter comigo depressa. Porque Demas me desamparou
amando o presente século [...] Só Lucas está comigo” (2 Tm 4.9,11). O quadro da
vida de Paulo mostra-nos como podemos ser vítimas do desamparo, da traição e do
abandono na caminhada cristã. Esse fato não acontece apenas com pessoas não
crentes. Aconteceu com Paulo! Pode acontecer com você também! Mas, onde está a
sua esperança? Em quem ela se fundamenta? As respostas a essas perguntas podem,
ou não, mudar o caminho de sua vida cristã (Mt 7.14; 2 Tm 2.4).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A provação do apóstolo dos gentios é
assim sintetizada: o homem que perseguia os cristãos é perseguido; aquele que
afligia, é afligido; o que consentia na morte dos outros, tem a sua consentida.
II. CONTENTANDO-SE EM CRISTO
1. Apesar da necessidade não
satisfeita. A prisão gélida onde Paulo foi encerrado expressa o
estado da completa falta de dignidade humana em que ele encontrava-se. Apesar
de receber apoio das igrejas locais, nem sempre o apóstolo dos gentios teve
suas necessidades satisfeitas. Por isso, dizia ele estar escrevendo em meio a
muitos sofrimentos, angústias e com muitas lágrimas (2 Co 2.4).
A experiência paulina desafia-nos a
viver um Evangelho que não prioriza a ilusão de uma vida de “mar de rosas”.
Antes, desafia-nos a viver a realidade dos “espinhos” e “abrolhos” que não
poucas vezes “ferem-nos a carne”. Todavia, a graça de Cristo é-nos suficiente
para que, mesmo não tendo as necessidades satisfeitas, o nosso coração se
acalme e venhamos a nos deleitarmos em Deus (2 Co 12.9).
2. Livre da opressão da necessidade. Embora
preso e necessitado, o apóstolo envia uma carta aos filipenses, demonstrando o
regozijo do Senhor em seu coração ao saber que os crentes daquela localidade
lembravam-se dele (Fp 4.10). Esse fato denota a maturidade do apóstolo em
Cristo mesmo no sofrimento do cativeiro (v.11). Como Paulo, devemos
regozijar-nos no Senhor em meio às aflições e aos sofrimentos da vida. Isso é
ser maduro e livre da opressão da necessidade! Embora esta nos assole o
coração, ainda assim esperamos em Deus e alegramo-nos nEle, que é a nossa
esperança (Sl 11.1; 35.9; 42.11).
3. Contente e fundamentado em Cristo. O
apóstolo dos gentios agradece aos filipenses pelas ofertas e generosidade
praticadas em seu favor (Fp 4.14). No entanto, embora carente, a alegria do
apóstolo pela oferta recebida não demonstra o desespero de alguém necessitado
por dinheiro, antes, evidencia a suficiência de Cristo representada através do
socorro da igreja de Filipos (4.18). Outro destaque nesse episódio é o regozijo
de Paulo pela maturidade cristã dos filipenses. Ele atestara que, a seu
exemplo, essa igreja encontrava-se edificada em Cristo (1.3-6). A alegria de
Paulo não estava na oferta recebida, mas no contentamento que desfrutava em
Cristo Jesus, nos momentos de aflições, e em ver a disposição da igreja
filipense.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Apesar de muitas vezes o apóstolo Paulo
não ter suas necessidades satisfeitas, ele se viu livre da opressão da
necessidade, contentando-se em Jesus Cristo.
III. AMADURECENDO PELA SUFICIÊNCIA DE CRISTO
1. Através das experiências. “Sei
estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as
coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter
abundância como a padecer necessidade” (Fp 4.12). Em Romanos 5.3-5 o apóstolo
Paulo descreve o processo da maturidade cristã que o Senhor espera de seus
servos: a tribulação produz a paciência; a paciência, a experiência; a
experiência, a esperança; a esperança, a certeza.
A vida de Paulo nos ensina que a
provação na vida do servo de Deus forjará uma pessoa melhor, mais crente em
Jesus e fiel a Deus. O sofrimento faz-nos constatar o quanto dependemos do
Senhor (Sl 118.8,9). Nada melhor do que crescermos em Deus, e diante dos
homens, com as nossas próprias experiências!
2. Não pela autossuficiência. Passar
pelas experiências angustiosas da vida só revela o quanto somos dependentes do
Altíssimo. Se não fosse por obra e graça de Deus não desfrutaríamos a sua doce
presença. Como explicar a solidez da fé de uma mãe que perdeu seu filho; da
esposa que, de forma trágica, viu a vida do seu cônjuge se esvair; do pai de
família que, da noite para o dia, veio a perder todos os bens materiais; mas,
ao mesmo tempo, podem dizer: O Senhor o deu e o tomou; bendito seja o nome do
Senhor! (Jó 1.21).
Muitos outros exemplos podem ser
lembrados, mas nessa oportunidade, destacamos o quanto somos finitos, limitados
e insuficientes na hora da aflição da vida. Há, porém, um lugar de abrigo nos
dias de tribulação: o esconderijo do Altíssimo. Pelo qual, podemos dizer: “Ele
é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei” (Sl 91.2).
3. Tudo posso naquele que me
fortalece. Essa expressão revela o contentamento de Paulo e a
sua verdadeira fonte: Jesus Cristo. Infelizmente, a expressão paulina tem sido
mal interpretada. O texto não mostra nada além da maturidade que o apóstolo
adquiriu. Após, e durante todo o sofrimento por amor a Cristo, o apóstolo pôde
regozijar-se, não pela autossuficiência, mas pela confiança em Cristo, nosso
Senhor. Diante de toda a provação e sofrimento, o Pai Celestial pode nos dar a
sua graça para suportar as aflições do mundo. Pois, verdadeiramente podemos
dizer: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Através das experiências obtidas na vida
cristã, não nos tornamos autossuficientes, mas amadurecemos pela suficiência de
Cristo.
CONCLUSÃO
Querido irmão e prezada irmã, jamais
foi nossa intenção, nesse trimestre, desenhar para você um quadro ilusório da
vida, dizendo: “Você não mais sofrerá, nem ficará doente ou muito menos
morrerá”. Não! Tais falácias não são promessas bíblicas. Jesus nunca usou
desses subterfúgios para lidar com os problemas existenciais dos seus
discípulos. Nós, segundo o seu exemplo, temos a obrigação de dizer ao povo de
Deus que no mundo teremos aflições (Jo 16.33). Mas Ele venceu o mundo e, por
isso, devemos ter bom ânimo. É perfeitamente possível desfrutar a paz do Senhor
no momento de provação e sofrimento. Por isso, tenha a paz em Deus, que excede
todo entendimento, e bom ânimo em Cristo! Ele está conosco todos os dias até a
consumação dos séculos (Mt 28.20). Amém!
VOCABULÁRIO
Gélida: Extremamente
fria; gelada, glacial.
Abrolhos: Espinho de qualquer planta.
Abrolhos: Espinho de qualquer planta.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
CABRAL, E. A
Defesa do Apostolado de Paulo: Estudo
na Segunda Carta aos Coríntios. 1.ed.,
RJ: CPAD, 2009.
ZUCK, R. B. Teologia do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2008.
ZUCK, R. B. Teologia do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2008.
EXERCÍCIOS
1. O
que o Meigo Nazareno revelou para Ananias acerca da experiência paulina?
R. O
quanto deveria padecer pelo nome de Jesus (At 9.16).
2. O
que o quadro de vida do apóstolo Paulo nos mostra?
R. Ele
nos mostra como podemos ser vítimas do desamparo, da traição e do abandono na
caminhada cristã.
3. Qual
o desafio da experiência paulina para nós?
R. Viver
o Evangelho que não priorize a ilusão de uma vida de “mar de rosas”, mas a
realidade dos “espinhos” e “abrolhos”.
4. Embora
preso e necessitado, o que o apóstolo demonstra quando envia uma carta aos
filipenses?
R. Regozijo
do Senhor em saber que os crentes daquela localidade lembravam-se dele.
5. O
que a expressão “Tudo posso naquele que me fortalece” revela?
R. O
contentamento de Paulo e a sua verdadeira fonte: Jesus Cristo.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Bibliológico
“O
consolo divino e o consolo comunitário
Paulo enfatiza o conceito de consolo.
‘O Deus de toda a consolação’ (2 Co 1.3). Deus Pai não é apenas um Deus que se
compadece de nós nas nossas tribulações, mas aquEle que alivia nossos
sofrimentos com o bálsamo de consolação do seu Espírito (Is 40.1; 66.13). A
força da palavra consolo está no termo grego parák[l]etos utilizado
em o Novo Testamento em referência à pessoa do Espírito Santo, como ‘o outro
consolador’ prometido por Jesus, antes de ascender ao seu lugar no céu (Jo
14.16; 16.13,14). No versículo 4, Paulo dá um caráter bem pessoal com a frase:
‘Aquele que nos consola’ referindo-se especialmente à sua experiência pessoal
vivida naqueles dias com as perseguições e calúnias contra a sua pessoa. Tanto
ele quanto seus companheiros de ministério tinham passado por tribulações no
mundo, mas tinham também o consolo e a paz de Cristo Jesus (Jo 14.27; 16.33).
Na sequência do versículo 4, Paulo diz que o consolo que recebemos de Deus em
meio às tribulações tem por objetivo servir de bênçãos para nós mesmos, que
aprendemos a lidar com as circunstâncias, e nos tornar canais de consolo para
outros. Na verdade, esse texto nos fala da responsabilidade do crente em
relação aos seus irmãos em Cristo, quando enfrentam tribulações” (CABRAL, E. A Defesa do Apostolado de Paulo: Estudo na Segunda Carta aos Coríntios. 1.ed.,
RJ: CPAD, 2009, p.36).
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