Lições Bíblicas CPAD 4º Trimestre de
2006
Título: As verdades centrais da Fé Cristã
Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade
Lição 4: Espírito Santo, nosso Divino
Consolador
Data: 22 de Outubro de 2006
TEXTO ÁUREO
“Mas aquele Consolador, Espírito Santo, que o Pai
enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo
quanto vos tenho dito” (Jo 14.26).
VERDADE PRÁTICA
O Espírito Santo não é uma força
impessoal. É a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade; sua divindade não pode
ser, sob hipótese alguma, contestada.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Sl 51.11
O Espírito Santo habita no crente.
Terça - Is 63.10
O Espírito Santo pode ser contristado.
Quarta - At 1.8
O Espírito Santo reveste os crentes para o trabalho
missionário.
Quinta - Rm 5.5
O Espírito Santo derrama o amor em nosso coração.
Sexta - 1 Co 2.13
O Espírito Santo nos ensina.
Sábado - 1 Ts 1.6
O Espírito Santo enche-nos de alegria.
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
João 16.7-15.
7 - Todavia, digo-vos a verdade: que vos
convém que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se
eu for, enviar-vo-lo-ei.
8 - E, quando ele vier, convencerá o mundo do
pecado, e da justiça, e do juízo:
9 - do pecado, porque não crêem em mim;
10 - da justiça, porque vou para
meu Pai, e não me vereis mais;
11 - e do juízo, porque já o
príncipe deste mundo está julgado.
12 - Ainda tenho muito que vos
dizer, mas vós não o podeis suportar agora.
13 - Mas, quando vier aquele
Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade, porque não falará de si
mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir.
14 - Ele me glorificará, porque
há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.
15 - Tudo quanto o Pai tem é meu;
por isso, vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.
PONTO DE CONTATO
Professor, a palavra “teologia” não
se encontra na Bíblia. O termo era empregado pelos gregos para nomear um poeta,
quando este descrevia os deuses mitológicos da Hélade. Muito tempo depois, na
Idade Média, o vocábulo foi usado pelos mestres cristãos como referência ao
estudo da doutrina de Deus e aos ensinos sagrados da Igreja. O teólogo era
considerado um erudito, estudioso das Sagradas Escrituras e dos principais
dogmas do cristianismo. A principal ocupação do teólogo cristão, portanto, é
estudar a Bíblia Sagrada a fim de compreender suas doutrinas fundamentais.
Ademais, o teólogo também é responsável pela comunicação da fé cristã de forma
clara e objetiva aos homens da modernidade. Como professor da Escola Dominical,
você é responsável pelo ensino das doutrinas bíblicas da mesma forma que foram
os teólogos do passado.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
- Descrever os atributos pessoais do Espírito
Santo.
- Defender a divindade do Espírito Santo.
- Explicar os pecados contra o Espírito Santo.
SÍNTESE TEXTUAL
Na Teologia, a doutrina do Espírito
Santo é conhecida como “Pneumagiologia”. Este termo procede de três palavras
gregas:pneuma (espírito), hagios (santo) e logia (estudo).
Porém, o termo preferido dos estudiosos da Bíblia é aquele que procede do texto
de João 16.7: Paracletologia, ou a doutrina do Consolador. A palavra, paráklētos, encontrada apenas no evangelho e na
epístola de João (Jo 14.16,26; 15.26; 16.7; 1 Jo 2.1), procede de duas palavras
gregas: pará (para o lado de), e kaléō (chamar).
Literalmente significa “alguém que é chamado para estar ao lado de outro para
ajudá-lo”. O termo é traduzido, em 1 João 2.1, por “Advogado”. Portanto, duas
atividades divinas são atribuídas ao Espírito Santo: Consolador e Advogado. Não
é sem razão que a Bíblia afirma que o Espírito ajuda-nos em nossas fraquezas e
que intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26). O próprio Jesus
afirmou que o Espírito é allon, isto é, “outro da mesma natureza e
espécie”, e não heteron, “outro de espécie e natureza
diferente”; tal qual afirmou Paulo a respeito da natureza diferente do
evangelho ensinado pelos judaizantes na Galácia (Gl 1.6).
ORIENTAÇÃO
DIDÁTICA
Professor, você sabe o que é um
símbolo? O símbolo é uma figura, objeto, número ou emblema, cuja imagem
representa, de modo sensível, uma verdade moral ou religiosa. Através do
símbolo, uma certa verdade é substituída por um sinal. Um conceito abstrato recebe
correspondência material e concreta pela relação existente entre o conceito e o
símbolo por ele representado. Em função de as palavras não comunicarem
adequadamente a natureza das operações do Espírito Santo, muitos símbolos são
usados pela Bíblia a fim de revelar a magnitude das ministrações do Espírito.
Portanto, utilize-se da tabela abaixo para ilustrar a presente lição. Mas, tome
cuidado para não ir além do que o símbolo representa. Caso tenha dúvida em como
interpretar os símbolos, consulte a obra Hermenêutica Fácil e Descomplicada
(CPAD, 2005: p.218-236).
COMENTÁRIO
introdução
João Wesley explica porque o
ministério do Espírito Santo é tão importante na vida do crente: “Sem o
Espírito de Deus não podemos fazer nada, a não ser acrescentar pecado sobre
pecado”. O evangelista inglês buscou deixar bem claro, com essa afirmação, que o
Espírito Santo não é uma influência como dizem os hereges; é a Terceira Pessoa
da Santíssima Trindade; acha-se ativo na vida da Igreja, consolando-nos e
dirigindo-nos em todas as coisas.
Nesta lição, veremos o que a Bíblia
ensina acerca de sua personalidade, atuação e obra. Também veremos os pecados
cometidos contra Ele e o seu ministério nos dias de hoje. Tenho certeza de que,
na conclusão, todos haveremos de conscientizar-nos: nossa preocupação
concernente ao Espírito Santo não deve ser apossar-nos dEle; e, sim, permitir
que Ele se aposse de nossa alma, de nosso coração e de nosso corpo; somos o seu
templo e santuário.
I. A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO
A Bíblia mostra o Espírito Santo
atuando como um ser divino do Gênesis ao Apocalipse.
1. A Pessoa do Espírito Santo. Não
fosse o Espírito Santo uma pessoa, teria a Bíblia no-lo apresentado como tal? O
que é, porém, uma pessoa? É um ser cônscio de sua existência, dotado de
autodeterminação e que possui capacidade para agir. Não obstante essa definição
ser mais apropriada ao ser humano, utilizemo-la a fim de compreendermos a
personalidade do Espírito Santo.
2. O Espírito Santo age como uma
pessoa. O Espírito Santo age e interage como uma pessoa
completa e perfeita: fala (At 13.2); direciona (At 15.28); revela (At 20.23);
ensina (1 Co 2.13); testifica (Hb 10.15). Tivéssemos espaço, poderíamos citar
outros versículos e passagens da Palavra de Deus, provando que o Espírito Santo
é, de fato, uma pessoa. E contra a Palavra de Deus de nada valem os argumentos
e sofismas humanos.
II. A DIVINDADE DO ESPÍRITO
Além de ser uma pessoa completa e
perfeita, é o Espírito Santo também divino; assim no-lo apresenta a Bíblia. Não
é sem razão que o identificamos, teologicamente, como a Terceira Pessoa da
Santíssima Trindade. Conforme veremos, a seguir, Ele possui os mesmos atributos
existentes no Pai e no Filho, segundo as Escrituras. Além disso, atuou em todos
os atos divinos, pois divino Ele é.
1. O Espírito Santo é tratado como
Deus na Bíblia. As Sagradas Escrituras não se limitam a expor a
personalidade do Espírito Santo; tratam-no igualmente como Deus. Observemos
esta passagem de Atos: “Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o
teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo?... Não mentiste aos homens,
mas a Deus” (At 5.3,4).
Pode haver alguma dúvida sobre a
divindade do Espírito Santo? Detenhamo-nos, pois, nos atributos divinos que lhe
são conferidos.
2. Atributos naturais e imanentes. Os
atributos naturais fazem de Deus o que realmente Ele é: o Ser Supremo por
excelência. Sendo o Espírito Santo também Deus, possui Ele, além dos atributos
naturais, os imanentes, através dos quais põe-se Ele em contato com a criação.
Por conseguinte, o Espírito Santo é eterno (Hb 9.14); tem vida e transmite vida
(Gl 6.8). Ele é onisciente (Sl 139.7); onipotente (Lc 1.35). O que tais
atributos revelam? O Espírito Santo é Deus: somente Deus é quem possui
semelhantes qualidades.
III. A OBRA DO ESPÍRITO NA VIDA DO CRENTE
Ao tratar da obra do Espírito Santo
na vida do ser humano, J. Blanchard é ao mesmo tempo abrangente e sintético: “O
ministério do Espírito Santo é levar o impenitente ao Salvador e torná-lo
parecido com Ele”. De fato, a sua principal obra é levar-nos ao ideal divino:
“Porque eu sou o SENHOR, vosso Deus; portanto, vós vos santificareis e sereis
santos, porque eu sou santo” (Lv 11.44). Por isso, Ele é denominado Espírito
Santo: santifica-nos, tornando-nos semelhantes a Deus. Sua obra tem início, em
nós, ao convencer-nos do pecado.
1. A convicção de pecados. Ignorando
o homem natural as demandas bíblicas quanto a uma vida piedosa e reta diante de
Deus, o Espírito Santo convence-o do pecado, da justiça e do juízo,
constrangendo-o a receber a Cristo Jesus como Salvador e Redentor (Jo 16.8). No
entanto, conforme ensina a Bíblia, é possível resistir ao chamamento do
Espírito Santo (Mc 16.16; At 7.51).
2. A santificação. Conforme
já ressaltamos, a santificação do crente é a principal obra do Espírito Santo
que, neste processo, nos constrange a sermos como a luz da aurora (Pv 4.18).
Conhecido também como o Espírito de Santificação (Rm 1.4), tem Ele como
propósito santificar-nos e dar-nos poder sobre o pecado.
3. A plenitude de poder. Como
pentecostais, cremos na atualidade do batismo no Espírito Santo e dos dons
espirituais.
O batismo no Espírito Santo é o
revestimento que nos concede poder não apenas sobre o pecado, mas também para
testemunhar de Cristo (At 1.8). O sinal que evidencia o batismo no Espírito
Santo é o falar novas línguas (At 2.4; At 10.46; At 19.6).
A função dos dons espirituais, que o
crente recebe no ato do batismo, ou depois deste, é dotar a Igreja de poderes
sobrenaturais, para que ela seja edificada e cumpra a sua missão de forma
eficaz (At 19.6; 1 Co 12.7; 14.12).
IV. PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO
Além da blasfêmia contra o Espírito
Santo, considerado o mais grave dos pecados, há outras ofensas, igualmente
graves e seriíssimas, que podem condenar-nos à perdição eterna. Vejamos, em
primeiro lugar, por que a blasfêmia contra o Espírito Santo é imperdoável.
1. A blasfêmia contra o Espírito
Santo. Os fariseus diziam grosseiramente, que Jesus
expulsava os demônios com o poder de Belzebu. A advertência que lhes dirigiu o
Senhor foi mais do que enérgica; foi sentencial: “Portanto, eu vos digo: todo
pecado e blasfêmia se perdoará aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito
não será perdoada aos homens” (Mt 12.31).
Afinal, em que consiste esse pecado?
Em palavras ofensivas e desrespeitosas ao Espírito Santo. Mas por que é um
pecado imperdoável? Vejamos a explicação do sumo sacerdote, Eli, ao repreender
os seus filhos profanos: “Pecando homem contra homem, os juízes o julgarão;
pecando, porém, o homem contra o SENHOR, quem rogará por ele?” (1 Sm 2.25).
2. Resistência contra o Espírito
Santo. Este foi o pecado que caracterizou os filhos de
Israel quer no Antigo, quer no Novo Testamento (At 7.51). O que significa
resistir ao Espírito Santo? Significa opor-se, consciente e premeditadamente,
contra a ação regeneradora e santificadora do Espírito. Os que assim procedem
correm o risco de serem condenados ao lago de fogo, a menos que se arrependam.
3. Entristecer o Espírito Santo. Entristecer
o Espírito Santo é opor-se a Ele; é ignorar-lhe a vontade e adotar o mundanismo
como norma de vida. Aos irmãos de Éfeso, exorta Paulo: “E não entristeçais o
Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o Dia da redenção” (Ef
4.30).
O selo a que se refere o apóstolo não
é o batismo no Espírito Santo; é a garantia de vida eterna que temos nos
méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Caso contrário, apenas os batizados no
Espírito Santo entrariam no céu. Em Efésios 1.13, ressalta Paulo, que o selo
é-nos concedido no ato de crer e não no ato do batismo no Espírito Santo.
CONCLUSÃO
Nesta lição, não tivemos condições de
fazer um estudo mais exaustivo sobre a pessoa e a obra do Espírito Santo.
Poderíamos falar, por exemplo, sobre os seus nomes, acerca de sua atuação no
Antigo e no Novo Testamento e a respeito de sua presença na Igreja. E os dons
ministeriais?
O Espírito Santo continua a operar na
Igreja de Cristo tanto coletiva como individualmente. Ele atua na regeneração
do ser humano, na santificação do crente, revestindo-o de poder, objetivando
levá-lo a um trabalho eficiente no Reino de Deus. Assim, estaremos preparando-nos
para o arrebatamento da Igreja que, segundo os sinais, em breve acontecerá.
VOCABULÁRIO
Cônscio: Que
sabe bem o que faz ou o que deve fazer; ciente, consciente.
Hélade: Helênico; relativo ou pertencente à Grécia antiga.
Herege: Que professa doutrina contrária a Bíblia.
Impenitente: Que persiste no erro ou no crime; relapso, contumaz.
Sintético: Resumido; síntese; esboço.
Sofisma: Argumento contraditório, e que supõe má fé por parte de quem o apresenta; erro; engano.
Hélade: Helênico; relativo ou pertencente à Grécia antiga.
Herege: Que professa doutrina contrária a Bíblia.
Impenitente: Que persiste no erro ou no crime; relapso, contumaz.
Sintético: Resumido; síntese; esboço.
Sofisma: Argumento contraditório, e que supõe má fé por parte de quem o apresenta; erro; engano.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
BENTHO, E. C. Hermenêutica,
fácil e descomplicada. 3.ed., RJ: CPAD, 2005.
SILVA, S. P. A existência e a pessoa do Espírito Santo. RJ: CPAD, 1996.
SILVA, S. P. A existência e a pessoa do Espírito Santo. RJ: CPAD, 1996.
EXERCÍCIOS
1. Quem
é o Espírito Santo?
R. A
Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.
2. Quais
os atributos pessoais do Espírito Santo na Bíblia?
R. Fala
(At 13.2); direciona (At 15.28); revela (At 20.23); ensina (1 Co 2.13).
3. Quais
os principais atributos naturais do Espírito Santo?
R. Eterno
(Hb 9.14); onisciente (Sl 139.7); onipotente (Lc 1.35).
4. Quais
os principais pecados contra o Espírito Santo?
R. Blasfêmia
(Mt 12.31), resistência (At 7.51), entristecer (Ef4.30).
5. Como
podemos definir o batismo no Espírito Santo?
R. É
o revestimento que nos concede poder não apenas sobre o pecado, mas também para
testemunhar de Cristo (At 1.8).
AUXÍLIOS
SUPLEMENTARES
Subsídio Teológico
“A
Existência do Espírito Santo
1. Quem é o Espírito Santo. O
Espírito Santo é a terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Ele aparece pela
primeira vez nas Escrituras em Gênesis 1.2, e daí em diante sua presença é
proeminente em ambos os Testamentos. O vocábulo que dá sentido ao seu nome é o
grego pneuma, vindo da raiz hebraica ruach. Ambos os termos, quando aplicados
para dar significação divina é sem igual, denotam o infinito Espírito de Deus.
2. Sua Preexistência. A
natureza e os atributos do Espírito Santo caracterizam-no como o ‘Espírito
Eterno’, não tendo princípio e nem fim de existência (Hb 9.14). Uma vez que o
Espírito Santo tem a mesma natureza de Deus, o tempo não se aplica a Ele - já
que existe por si mesmo. Ele é um Ser vivo, dotado de personalidade, não sendo
uma mera influência ou emanação de Deus. Pelo contrário, o Espírito Santo e uma
Pessoa divina, que faz parte da Trindade.
3. Sua Natureza. A
terceira Pessoa da Trindade é Espírito por natureza! Ou seja, tal qual Ele e,
tanto o seu Ser como o seu caráter, assim são também o Pai e o Filho: iguais em
aspecto, poder e glória. O fato de o Espírito Santo ser Deus fica provado não
somente por identificação com o Pai e o Filho, nas fórmulas do batismo e da
bênção apostólica, mas também pelos atributos divinos que possui. Em outros
aspectos, o Espírito Santo é co-participante dos atos de Deus, especialmente
pela sua maneira tríplice de agir, como por exemplo: 1) na bênção das tribos
(Nm 6.24-26); 2) na bênção apostólica (2 Co 13.13); 3) no perdão (Dn 9.19); 4)
no louvor (Is 6.3); 5) no batismo (Mt 28.19); 6) nos dons (1 Co 12.4-6); 7) na
unidade da fé (Ef 4.4-6).”.
(SILVA, S. P. A
existência e a pessoa do Espírito Santo. RJ:
CPAD, 1996, p.11-16.)
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