Lições Bíblicas CPAD 3º Trimestre de
2012
Título: Vencendo as aflições da vida — Muitas
são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva
Lição 1: No mundo tereis aflições
Data: 1º de Julho de 2012
TEXTO ÁUREO
“Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz;
no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”(Jo 16.33).
VERDADE PRÁTICA
Mesmo sofrendo as consequências da
queda, sabemos que Deus está no controle de todas as coisas.
HINOS SUGERIDOS
203, 228, 302.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Jo 16.33
No mundo teremos aflições
Terça - Rm 8.22
O sofrimento da criação
Quarta - Mt 9.32
Sofrimentos de ordem espiritual
Quinta - Gn 3.16-19; Rm 5.12
Sofrimentos de ordem pecaminosa
Sexta - Gn 6.1-12
A corrupção do gênero humano
Sábado - 1 Co 15.35-58
Esperamos a plena glorificação
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
João 16.20,21,25-33.
20 - Na verdade, na verdade vos
digo que vós chorastes e vos lamentareis, e o mundo se alegrará, e vós estareis
tristes; mas a vossa tristeza se converterá em alegria.
21 - A mulher, quando está para
dar à luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas, depois de ter dado
à luz a criança, já se não lembra da aflição, pelo prazer de haver nascido um
homem no mundo.
25 - Disse-vos isso por
parábolas; chega, porém, a hora em que vos não falarei mais por parábolas, mas
abertamente vos falarei acerca do Pai.
26 - Naquele dia, pedireis em meu
nome, e não vos digo que eu rogarei por vós ao Pai,
27 - pois o mesmo Pai vos ama,
visto como vós me amastes e crestes que saí de Deus.
28 - Saí do Pai e vim ao mundo;
outra vez, deixo o mundo e vou para o Pai.
29 - Disseram-lhe os seus
discípulos: Eis que, agora, falas abertamente e não dizes parábola alguma.
30 - Agora, conhecemos que sabes
tudo e não precisas de que alguém te interrogue. Por isso, cremos que saíste de
Deus.
31 - Respondeu-lhes Jesus:
Credes, agora?
32 - Eis que chega a hora, e já
se aproxima, em que vós sereis dispersos, cada um para sua casa, e me deixareis
só, mas não estou só, porque o Pai está comigo.
33 - Tenho-vos dito isso, para
que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci
o mundo.
INTERAÇÃO
Prezado
professor, pela graça de Deus iniciaremos mais um trimestre. Estudaremos o tema
“Vencendo as aflições da vida”. Não são poucas as afirmações equivocadas de que
“o crente não sofre neste mundo”. No entanto, veremos, na presente lição,
exatamente o contrário do que se é postulado em alguns arraiais evangélicos. O
comentarista desse trimestre é o pastor Eliezer de Lira e Silva, conferencista
em Escolas Bíblicas e diretor do projeto missionário “Ide Ensinai”, em Moçambique,
África. Aproveite a oportunidade para enfatizar que a vontade de Deus para
nossas vidas é boa, perfeita e agradável.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
- Descrever as aflições do tempo presente.
- Responder “por que o crente sofre?”.
- Conscientizar-se de que podemos crescer e
desfrutar da paz do Senhor no sofrimento.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
No primeiro tópico da lição, o
comentarista descreve alguns acontecimentos de ordem natural, econômica e
física no mundo que habitamos. Nele relatam-se as crises afirmando que essas
abatem-se sobre os ímpios, mas também se sobrepõem aos crentes fiéis a Jesus.
Com o auxílio da estrutura abaixo (reproduza de acordo com as suas condições),
peça para a turma preencher as respectivas colunas com reportagens de revistas,
jornais e internet destacando as crises e tragédias de ordens expostas no
diagrama sugerido. Conclua o tópico dizendo que esses acontecimentos se dão
e/ou se deram tanto a ímpios quanto a cristãos.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Mundo: [gr. kosmos,
ordem, beleza; do lat. mundus, puro] É a terra e o conjunto de
todas as coisas criadas por Deus.
O crente em Jesus pode vir a sofrer?
Se a resposta for não, então por que o sofrimento assalta-lhe a vida? Neste
trimestre, estudaremos as “aflições do tempo presente”. Veremos que elas,
conforme ensinou Jesus (Jo 16.33), são uma realidade inevitável até mesmo na
vida do crente mais fiel. Mas da mesma forma como Ele padeceu, porém triunfou,
nós também poderemos vencer todas as batalhas. E, assim, cresceremos
integralmente na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.
I. AS AFLIÇÕES DO TEMPO PRESENTE
1. De ordem natural. Presenciamos
uma desordem nunca antes vista na natureza. Apesar dos falsos alarmes, não
podemos ignorar a devastação provocada pela ação irresponsável do homem. A
Bíblia diz que a criação geme e está com “dores de parto” pelo que o ser humano
tem-lhe feito (Rm 8.22). Quantas calamidades nos abatem por causa da degradação
ambiental. São tragédias assombrosas que ceifam milhares de vidas. As poluições
nos lagos, rios e mares, e as ocupações em áreas de riscos contribuem para a ocorrência
de tragédias. Tais aflições também afetam os crentes fiéis.
2. De ordem econômica. Outra
aflição que se abate sobre o mundo é a de ordem financeira. A crise econômica
internacional empobrece países, nações e famílias. Quantos não deram cabo da
própria vida porque, da noite para o dia, descobriram que perderam todos os
bens? Em nosso país, milhões de pessoas sobrevivem com menos de um salário
mínimo. A pobreza, a fome e a miséria continuam a flagelar vidas ao redor do
mundo, inclusive as dos servos de Deus (Mc 12.41-44).
3. De ordem física. Segundo
dados da Organização Mundial de Saúde, doenças como câncer, hepatite,
hipertensão arterial, depressão e obesidade são consideradas as pragas do
século XXI. Essa informação traz-nos algumas indagações: Será que o crente fiel
não é vítima de câncer? Ou não desenvolve a depressão e não sofre de
hipertensão arterial? Não precisamos de muito esforço para reconhecer que as
enfermidades também atingem os salvos e são consequência da queda (Rm 6.23).
Mesmo cientes de que as doenças acometem igualmente o servo de Deus, é
impossível ignorar que há enfermidades de natureza espiritual e oriundas de
práticas pecaminosas (Mt 9.32,33; Jo 5.14,15).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
As aflições do tempo presente são
representadas pelas crises de ordem natural, econômica e física. Malefícios que
acometem igualmente o servo de Deus.
II. POR QUE O CRENTE SOFRE
1. A queda. O
sofrimento é algo comum a todos os homens, sejam ímpios sejam justos. Uma razão
para a existência do mal é a queda humana.
Deus fez um mundo perfeito (Gn 1.31), mas a transgressão de Adão trouxe a
tristeza, a dor e a morte (Gn 3.16-19; Rm 5.12). Por isso, todos estão
igualmente sujeitos ao sofrimento (Rm 2.12; 8.22).
2. A degeneração humana. Com
a queda no Éden, o homem sofreu um processo de degeneração moral, social e
espiritual. Tal degradação, observada na vida de Caim (Gn 4.8-16), Lameque (Gn
4.23,24) e de toda aquela geração, levou Deus a destruir o mundo pelo dilúvio
(Gn 6.1-7.24). O relato bíblico mostra claramente a corrupção humana e o
aparecimento do ódio, da violência, das guerras e de todos os atos que
contrariam a vontade divina. Não é exatamente essa a situação da sociedade
atual? A humanidade acha-se em franca rebelião contra Deus (Rm 3.23).
3. O novo nascimento e o sofrimento. A
experiência pessoal e genuína do novo nascimento gera no crente uma natureza
oposta a da queda (1 Jo 5.1,19). Entretanto, apesar de ter nascido de novo, o
crente em Jesus não deixa de experimentar o sofrimento, pois, como disse
Agostinho de Hipona: “A permanência da concupiscência em nós é uma maneira de
provarmos a Deus o nosso amor a Ele, lutando contra o pecado por amor ao
Senhor; é, sobretudo, no rompimento radical com o pecado que damos a Deus a
prova real do nosso amor”. Assim, experimentamos o sofrimento porque habitamos
um corpo que ainda não foi transformado, mas que espera a sua plena
glorificação (1 Co 15.35-58).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
A Queda e a degeneração humana são as
chaves para se compreender a realidade do sofrimento.
III. O CRESCIMENTO E A PAZ NAS AFLIÇÕES
1. A soberania divina na vida do
crente. A soberania divina na existência do crente
garante-lhe que os olhos de Deus sondem-lhe a vida por inteiro. Somos em suas
mãos o que o vaso é nas mãos do oleiro (Jr 18.4). Por isso, você pode falar
como o salmista: “Eu me alegrarei e regozijarei na tua benignidade, pois
consideraste a minha aflição; conheceste a minha alma nas angústias” (Sl 31.7).
Querido irmão, querida irmã, não se desespere! O Senhor, Criador dos céus e da
terra, cuida inteiramente de você e dos seus, porque “a terra é do
Senhor e toda a
sua plenitude” (1 Co 10.26).
2. Tudo coopera para o bem. A
vontade de Deus para as nossas vidas é boa, perfeita e agradável (Rm 12.2). O
escritor aos Hebreus reconhece que o Senhor, muitas vezes, usa a provação para
corrigir-nos e fazer brotar em nossa vida o “fruto pacífico de justiça” (Hb
12.3-11). No exercício desse processo, crescemos como pessoas e servos de Deus,
aprendendo na faculdade das aflições da vida. Assim, podemos dizer
inequivocamente que “todas as coisas contribuem
juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por
seu decreto” (Rm 8.28).
3. Desfrutando a paz do Senhor. Olhar
para o sofrimento e a aflição humana e, paradoxalmente, desfrutar da paz de
Cristo, parece-nos loucura! Mas não o é quando entendemos que Deus age segundo
o conselho da sua vontade, visando sempre o bem e o crescimento dos seus
filhos. O deserto da vida não é percorrido sob a ilusão mágica da “sombra e
água fresca”, mas com os pés firmes na realidade desértica do sol escaldante
(Rm 5.1-5; Fp 4.7). Nesse interregno, porém, desfrutamos a bondade, a
misericórdia e a proteção do Criador dos céus e da terra. Mesmo vivendo em um
mundo de aflições, podemos experimentar a paz que excede todo o entendimento e
cantar em alto e bom som o coro do hino 178 da Harpa Cristã: “Paz, paz/
gloriosa paz/ Paz, paz/ perfeita paz/ desde que Cristo minh'alma salvou/ tenho
doce paz!”.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O crente em Jesus pode crescer na graça
e desfrutar a paz de Deus em meio ao sofrimento. O Senhor é soberano e tudo
coopera para o bem daqueles que O amam.
CONCLUSÃO
Neste mundo, estamos sujeitos às
aflições e sofrimentos de qualquer espécie. A vida cristã envolve períodos
difíceis e trabalhosos. No entanto, se a nossa expectativa estiver na soberania
de Deus e no seu bem, desfrutaremos, mesmo que andemos em aflição, da mais
perfeita e sublime paz de Cristo. Que ao longo desse trimestre, o Todo-Poderoso
ilumine-lhe a mente e o coração para deleitar-se em sua eterna e maravilhosa
graça. Amém!
VOCABULÁRIO
Interregno: Intervalo,
interrupção momentânea; interlúdio.
Paradoxalmente: Pensamento, proposição ou argumento que contraria os princípios básicos e gerais que costumam orientar o pensamento humano.
Cataclísmica: Catastrófica, trágica, convulsão, revolução.
Paradoxalmente: Pensamento, proposição ou argumento que contraria os princípios básicos e gerais que costumam orientar o pensamento humano.
Cataclísmica: Catastrófica, trágica, convulsão, revolução.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
COLSON, C.; PEARCEY, N. E Agora Como Viveremos? 2.ed.,
RJ: CPAD, 2000.
RHODES, R. Por que coisas ruins acontecem se Deus é bom? 1.ed., RJ: CPAD, 2010.
RHODES, R. Por que coisas ruins acontecem se Deus é bom? 1.ed., RJ: CPAD, 2010.
EXERCÍCIOS
1. O
que não podemos ignorar em relação à desordem da natureza?
R. A
devastação provocada pela ação irresponsável do homem.
2. As
enfermidades como câncer, hipertensão arterial, dentre outras, podem atingir o
crente? Por quê?
R. Sim.
As enfermidades também atingem os salvos e são consequência da queda.
3. Que
tipo de processo o homem sofreu no Éden?
R. Um
processo de degeneração moral, social e espiritual.
4. Apesar
de nascido de novo, o crente deixa de experimentar o sofrimento?
R. Não.
Apesar de ter nascido de novo, o crente em Jesus não deixa de experimentar o
sofrimento.
5. Você
pode, mesmo no sofrimento, desfrutar da paz do Senhor?
R. Mesmo
vivendo em um mundo de aflições, podemos experimentar a paz que excede todo o
entendimento.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Apologético
“Sofrer
faz algum sentido?
‘Um Deus que não aboliu o sofrimento
— pior ainda, um Deus que aboliu o pecado precisamente pelo sofrimento — é um
escândalo para a mente moderna’ (Peter
Kreeft).
[...] É vital reconhecermos a
historicidade da Queda. Se a Queda é meramente um símbolo, enquanto na
realidade o pecado é intrínseco à natureza humana, então voltamos ao dilema de
Einstein: que Deus criou o mal e está implicado em nossos erros. As Escrituras
dão uma resposta genuína para o problema do mal somente porque insiste que Deus
criou o mundo originalmente bom — e que o mal entrou num certo ponto da
história. E quando isso aconteceu, causou uma mudança cataclísmica, distorcendo
e desfigurando a Criação, resultando em morte e destruição. É por esse motivo
que o mal é tão odioso, tão repulsivo, tão trágico. Nossa resposta é
inteiramente apropriada, e a única razão por que Deus pode realmente nos
confortar é que Ele está do nosso lado. Ele não criou o mal, e também, detesta a maneira
com que isso desfigurou o trabalho de suas mãos” (COLSON, C.; PEARCEY, N. E Agora Como Viveremos? 2.ed.,
RJ: CPAD, 2000, p.258).
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