Lições Bíblicas CPAD 2º Trimestre de
2007
Título: Tempos Trabalhosos - Como enfrentar
os desafios deste século
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição 10: Inovações e modismos religiosos
Data: 10 de Junho de 2007
TEXTO ÁUREO
“E puseram a arca de Deus em um carro novo e a
levaram da casa de Abinadabe, que está em Ceba; e Uzá e Aio, filhos de
Abinadabe, guiavam o carro novo” (2 Sm 6.3).
VERDADE PRÁTICA
O mundo pós-moderno é pleno de
inovações. Mas a Igreja de Cristo não precisa de novidades, e sim, de constante
renovação no Espírito Santo.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1 Tm 3.15
Coluna e firmeza da Verdade
Terça - 2 Ts 3.6
Andar de acordo com a tradição cristã
Quarta - Ef 5.27
Santa e irrepreensível
Quinta - 1 Co 9.22
Evangelizando por todos os meios
Sexta - 1 Co 5.7
Cuidado com o "fermento velho"
Sábado - Êx 31.14-17
Concerto de Deus
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
Gálatas 1.8-10; 1 Pedro 1.13-16.
Gálatas 1
8 - Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do
céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja
anátema.
9 - Assim como já vo-lo dissemos, agora de
novo também vo-lo digo: se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já
recebestes, seja anátema.
10 - Porque persuado eu agora a
homens ou a Deus? Ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos
homens, não seria servo de Cristo.
1 Pedro 1
13 - Portanto, cingindo os lombos
do vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que se vos
ofereceu na revelação de Jesus Cristo,
14 - como filhos obedientes, não
vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância;
15 - mas, como é santo aquele que
vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver,
16 - porquanto escrito está: Sede
santos, porque eu sou santo.
INTERAÇÃO
Professor,
o tema deste domingo é algo que estamos vivenciando, de maneira tímida em
alguns lugares e de forma mais ousada em outros, não obstante, é necessário
abordá-lo com embasamento bíblico. A igreja não pode viver de inovações e
modismos, mas precisa ser alimentada pela verdadeira Palavra de Deus. Os
modismos - como o próprio nome indica - vêm e passam, mas a Palavra do Senhor
dura para sempre (Lc 21.33; Jo 6.68; 17.77; Fp 2.16).
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
- Valorizar a Bíblia como fonte de renovação.
- Identificar as inovações e os modismos
religiosos.
- Defender a verdadeira adoração, a pureza
doutrinária e o genuíno ministério.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para que o processo de
ensino-aprendizagem se desenvolva eficazmente é imprescindível a participação
dos alunos. Após a leitura da introdução, a fim de engajá-los a “batalhar pela
fé” (Jd v.3), elabore, juntamente com a classe, um quadro demonstrativo dos
modismos religiosos. Procure enumerar as inovações que têm ameaçado a igreja
local nos últimos anos. Reproduza o gráfico abaixo conforme os recursos
disponíveis (acrescente quantas linhas for necessário).
Na primeira coluna escreva o nome do
modismo e, nas seguintes, assinale com “X” a área de sua manifestação:
litúrgico, doutrinário ou ministerial. Um modismo pode corresponder às três
áreas.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Modismo: Aquilo que é transitório e está
em moda, tendo, portanto, caráter passageiro.
Os modismos e desvios doutrinários
constituem grandes desafios para a igreja destes últimos dias, por contrariarem
os princípios doutrinários esposados nas Sagradas Escrituras. É dever de todo
crente sincero e temente a Deus, preservar a sã doutrina.
Nesta lição, estudaremos algumas
dessas inovações nas áreas doutrinárias, ministeriais e litúrgicas.
I. INOVAÇÕES DOUTRINÁRIAS
1. O restauracionismo. Trata-se
de uma inovação teológica que procura adaptar, aos dias atuais, os ensinos,
ritos e costumes do antigo concerto entre Deus e Israel. É o velho fermento dos
fariseus e judaizantes (Mt 16.11; 1 Co 5.6,7; Cl 5.9). Eis os seus principais
ensinos:
a) A guarda do sábado. Certos
“mestres” ensinam que os cristãos devem guardar o sábado. Essa prática é uma
forma de retorno ao judaísmo. A guarda do sábado é um “concerto perpétuo”
somente para Israel (Êx 31.14-17; Lv 23.31,32; Ez 20.12,13,20). Lembremos que
Paulo exortou os crentes da Galácia sobre o perigo das práticas judaizantes na
igreja (Gl 1.6-9; 3.1-3).
b) O ritual da circuncisão. Em
Atos dos Apóstolos, lemos que os cristãos judeus tentaram coagir os cristãos
gentios a circuncidarem-se, conforme a lei de Moisés. Segundo diziam, a
salvação dependia, exclusivamente, desse ato litúrgico (At 15.1). Condicionavam
a salvação em Cristo à observação dos rituais mosaicos, considerados nulos pelo
Novo Testamento (Hb 8.13; 9.15-17; cf. Mt 9.16,17).
Na Nova Aliança, não há nenhuma necessidade
de os crentes circuncidarem-se para serem salvos. A salvação é dada aos homens
gratuitamente, por meio da fé na graça redentora de Jesus Cristo. Vejamos o que
a Bíblia ensina sobre a circuncisão em Rm 2.28,29; 1 Co 7.18,19; Cl 5.6; 6.15.
c) Festas de Israel. Certas
igrejas são ensinadas a celebrar as festas dos Tabernáculos (Lv 23.34; Dt
16.13), da Colheita (Êx 23.16; 34.22) e da Páscoa. Tais celebrações, juntamente
com outras quatro mencionadas na Bíblia, eram consideradas sagradas e
específicas do povo judeu.
A igreja não precisa festejar a
páscoa judaica, uma vez que Cristo é a nossa páscoa (1 Co 5.7). Ela deve, sim,
celebrar a Ceia do Senhor, que é uma festa genuinamente cristã, e que comemora
o Novo Pacto inaugurado com o sangue de Jesus (1 Co 11.20,25; At 2.42).
2. O evangelho da prosperidade
material. Os adeptos deste ensino acreditam que todo crente
deve ser rico e jamais adoecer. Caso contrário, o cristão está em pecado ou não
tem fé. Vejamos alguns desses ensinos:
a) Autoridade espiritual. Essa
falsa doutrina afirma que o crente tem autoridade espiritual porque é a própria
encarnação de Deus, assim como Jesus o foi. Os proponentes desse ensino chegam
ao absurdo de dizer que o cristão não tem um “deus” dentro dele, mas ele mesmo
é “um Deus”. Todavia, aprendemos com a Bíblia que a autoridade que Deus concede
a seus servos deriva-se de sua Palavra, e não daquilo que os homens ensinam à
parte dela.
b) “Pobreza é maldição”. Assim
como a riqueza nem sempre é uma bênção (Mc 19.23; Pv 30.9), pobreza não é
maldição (Mt 26.11; Mc 14.7; Dt 15.11; Jo 12.8). Segundo as Escrituras, os que
desejam ser ricos caem em tentação, laço e muitas concupiscências (1 Tm
6.6-10). Todavia, devemos ser ricos de boas obras (1 Tm 6.18,19), pois Deus
escolheu os pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino (Tg
2.5).
c) Confissão positiva. Segundo
os teólogos da prosperidade, se um crente disser que no prazo de um mês
conseguirá um carro zero, isso terá de acontecer. Afirmam que para ser curado é
só dizer que não aceita a doença. De acordo com essa falsa doutrina, o cristão
nunca deve orar pedindo que se faça a vontade de Deus. No entanto, devemos
seguir o exemplo de Jesus (Lc 22.42).
3. A verdadeira prosperidade. Não
há problema em ser próspero. Na Bíblia, há várias promessas de prosperidade e
saúde. Além disso, precisamos ter muito cuidado para não trocarmos a teologia
da prosperidade pela teologia da pobreza. Ambas são nocivas à vida espiritual.
Vejamos algumas formas de prosperidade mencionadas na Bíblia:
a) A prosperidade espiritual. A
prosperidade espiritual deve vir em primeiro lugar (Sl 112.3; Sl 73.23-28).
Entre outras preciosas bênçãos, inclui: a salvação em Cristo; o batismo no
Espírito Santo; o nome escrito no Livro da Vida e a herança com Cristo (Rm
8.17; Ef 1.3).
b) Prosperidade em tudo. As
bênçãos materiais prometidas a Israel no Antigo Testamento estavam
condicionadas à obediência a Palavra de Deus (Dt 28.1-14), e não à “confissão
positiva”. Da mesma forma, o Senhor tem prometido muitas bênçãos à Igreja,
porém, todas elas dependem de nossa submissão às Sagradas Escrituras (Sl 1.1-3;
Dt 29.29). Isso não significa, necessariamente, que o cristão enfermo e que
passe por necessidades materiais seja infiel a Deus, pois a prosperidade não se
restringe aos valores terrestres e passageiros, mas contempla principalmente os
valores eternos (Sl 37.5; Pv 30.7-9).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O restauracionismo e o evangelho da
prosperidade material são inovações perigosas que conduzem ao erro.
II. INOVAÇÕES E MODISMOS MINISTERIAIS
1. A síndrome do “carro novo” (2 Sm
6.1-3). Ao trazer a Arca do Senhor para Jerusalém, Davi não
atentou para um detalhe importante: nada poderia ser modificado ou inovado em
relação ao modo de lidar com aquele objeto sagrado. A despeito disso, a Arca
foi colocada sobre um carro de bois em vez de ser conduzida nos ombros dos
sacerdotes. Por que essa atitude, aparentemente normal, não teve a aprovação de
Deus?
a) A Arca fora conduzida por pessoas não autorizadas. Os
que transportavam a Arca do Senhor não eram divinamente chamados para esse
ofício (Nm 1.47-52; 4.1-49). Eleazar, filho de Abinadabe, é que havia sido
separado para esse ministério (1 Sm 7.1b).
b) A Arca fora conduzida de forma errada. De
acordo com a orientação divina, a Arca deveria ser transportada pelos levitas
(Êx 25.14; Dt 31.25; Js 3.3), e não por meio de carros puxados por bois. Aquele
carro de bois não deveria fazer parte do cortejo sagrado (2 Sm 6.6,7).
2. O ministério modernizado. Hoje,
em muitos lugares, há aqueles que pregam o evangelho, utilizando-se de “carros
de bois”, inserindo inovações e modismos contrários aos ensinos da Palavra de
Deus. Tais pessoas têm até boas intenções. Todavia, o que elas realmente
desejam é adequar o evangelho à cultura secular. Às vezes, não percebem que
estão misturando o sagrado com o profano.
Devemos obedecer aos mandamentos das
Escrituras de modo irrestrito, sem as muletas da inovação e dos modismos.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O episódio da transferência da Arca
apresenta-nos duas advertências: o perigo de querer fazer as coisas sagradas
conforme os modismos e o perigo da modernização ministerial.
III. INOVAÇÕES LITÚRGICAS
1. O evangelho do entretenimento. O
evangelho de Cristo não é entretenimento carnal, mas o poder de Deus para a
salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16). O “evangelho do entretenimento”
exalta o homem e não a Deus. Prega-se o evangelho, mas sem as suas exigências;
ensina a graça, mas sem a cruz de Cristo (Sl 93.5).
2. A liturgia no culto a Deus. Através
dos salmos de adoração a Deus aprendemos que a liturgia deve ser reverente e
santa. Assevera-nos o salmista: "Adorai ao Senhor na beleza da santidade;
tremei diante dele todos os moradores da terra" (Sl 96.9; 1 Cr 16.29; Sl
29.2).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O culto deve ser oferecido a Deus de
modo santo, reverente e consciente. Não é para o entretenimento do homem, mas
para adorar ao Senhor.
CONCLUSÃO
É necessário discernir em que direção
estamos caminhando. A Bíblia fala de dois caminhos, o da bênção e o da maldição
(Dt 11.26), e de duas portas, a estreita e a larga (Mt 7.13). Cuidado com as
inovações, pois o que a Igreja de Cristo realmente necessita é de uma constante
renovação no poder do Espírito Santo.
VOCABULÁRIO
Inovação: Ato
ou efeito de inovar; introduzir novidade em.
Modismo: Aquilo que está na moda, tendo, portanto, caráter efêmero.
Modismo: Aquilo que está na moda, tendo, portanto, caráter efêmero.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
SOARES, E. Heresias
e Modismos. RJ: CPAD, 2006.
EXERCÍCIOS
1. O
que é o restauracionismo?
R. É
uma inovação teológica, que procura adaptar os ensinos, ritos e costumes do
antigo concerto.
2. Cite
três inovações divulgadas pelo restauracionismo.
R. A
guarda do sábado, a circuncisão e as Festas de Israel.
3. Em
que acreditam os adeptos do evangelho da prosperidade material?
R. Acreditam
que todo crente deve ser rico e nunca adoecer.
4. O
que nos ensina o episódio de Uzá e a Arca da Aliança?
R. Que
devemos obedecer aos santos mandamentos da Escritura de modo irrestrito, sem as
muletas da inovação e dos modismos.
5. O
que faz o evangelho do entretenimento?
R. Exalta
mais o homem do que a Deus. Prega o evangelho, mas sem as suas exigências;
ensina sobre a graça, mas sem a cruz de Cristo.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Teológico
“Vento
de Doutrinas
Muitas doutrinas e práticas, em
nossos dias, têm surgido depois de ‘divinas’ visões e revelações, supostos
arrebatamentos ao céu ou ao inferno - individuais ou em grupo -, ‘quedas de
poder’, contatos com anjos ou espíritos, além de outras experiências no mínimo
estranhas.
Há crentes hoje sendo ‘levados em
roda por todo vento de doutrina’, porque não aprenderam a guardar a Palavra de
Deus acima de tudo (Ef 4.14). Em Marcos 16.17, está escrito: ‘E estes sinais
seguirão aos que crerem’. Porém, muitos têm agido como se Jesus tivesse dito:
‘E estes que crerem seguirão aos sinais’. Mas Paulo ensinou, em suas epístolas,
que não devemos ir além do que está escrito (1 Co 4.6)”.
(ZIBORDI, C. S. Evangelhos
que Paulo jamais pregaria. RJ: CPAD, 2006. p.25.)
APLICAÇÃO
PESSOAL
O
ser humano tem a propensão de aceitar toda e qualquer inovação. Tudo que foge a
normalidade - uma vez que não nos tire de nossa zona de conforto parece exercer
atração irrestrita. Infelizmente, até mesmo a Palavra de Deus é vilipendiada
pela comunidade cristã que, ávida por mudanças, acaba reproduzindo a dinâmica
da sociedade consumista, anticristã e ateísta.
Sejamos,
porém, como os crentes de Beréia, recebendo a Palavra de Deus de boa vontade,
mas sem deixar de ser criteriosos (At 17.11). Pois, alguns sem conhecimento e
outros de forma premeditada a torcem, reservando para si a perdição (2 Pe
3.16).
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PAZ DO SENHOR
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