Lições Bíblicas CPAD 4º Trimestre de
2013
Título: Sabedoria de Deus para uma vida
vitoriosa — A atualidade de Provérbios e Eclesiastes
Comentarista: José Gonçalves
Lição 10: Cumprindo as obrigações diante de
Deus
Data: 8 de Dezembro de 2013
TEXTO ÁUREO
“Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em
cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o” (Ec
5.4).
VERDADE PRÁTICA
A nossa vida de adoração somente será
verdadeira quando nos conscientizarmos dos nossos direitos e deveres diante de
Deus.
HINOS SUGERIDOS
15, 300, 547.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Ec 5.8
Obrigações de natureza política
Terça - Ec 5.1
Obrigações de natureza espiritual
Quarta - Ec 5.2a
Reverência a Deus
Quinta - 1Sm 15.22
Obediência a Deus
Sexta - Ec 5.2b
A transcendência de Deus
Sábado - Ec 5.4; 2Co 6.16
A imanência de Deus
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
Eclesiastes 5.1-5.
1 - Guarda o teu pé, quando entrares na Casa
de Deus; e inclina-te mais a ouvir do que a oferecer sacrifícios de tolos, pois
não sabem que fazem mal.
2 - Não te precipites com a tua boca, nem o
teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus
está nos céus, e tu estás sobre a terra; pelo que sejam poucas as tuas
palavras.
3 - Porque da muita ocupação vêm os sonhos, e
a voz do tolo, da multidão das palavras.
4 - Quando a Deus fizeres algum voto, não
tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o.
5 - Melhor é que não votes do que votes e não
pagues.
INTERAÇÃO
Em
todas as esferas da vida temos responsabilidades. É na família, no trabalho, na
faculdade, nas amizades, enfim; em todos os lugares onde nos relacionamos está
o nosso senso de responsabilidade. Com as coisas de Deus não é diferente. Ora,
o Senhor nosso Deus é Santo, Amoroso e Misericordioso. Por isso, devemos nos
empenhar no compromisso de imitá-Lo, servindo-O de toda mente e coração. A vida
com Deus é para ser levada a sério e devemos vivê-la até as últimas
consequências. Quando o amor do Pai inunda-nos à alma, não temos dúvida do
quanto podemos fazer para Ele e ao próximo que está em torno de nós.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
- Conceituar as obrigações de natureza
político-social e religiosa.
- Explicar as obrigações ante a santidade de
Deus (reverência e obediência).
- Compreender as obrigações frente a
transcendência e a imanência de Deus.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Prezado professor, para introduzir o
terceiro e o quarto tópicos que tratam sobre a Transcendência e a Imanência,
sugerimos que você reproduza o quadro abaixo. Analise com a classe as
definições de “transcendência” e “imanência”. Em seguida, explique a relação
entre esses atributos. Afirme que o nosso Deus, apesar de ser distinto da sua
criação, está presente no mundo. Essa atividade objetiva reforçar a assimilação
dos conceitos teológicos pelos alunos. Boa aula!
BREVE EXPLICAÇÃO PARA TRANSCENDÊNCIA E
A IMANÊNCIA
TRANSCENDÊNCIA
[Do lat. transcendentia] O que ultrapassa o conhecimento
comum, e vai além da experiência meramente humana. A transcendência é um dos
atributos naturais de Deus.
IMANÊNCIA
[Do lat. immanentia] Qualidade do que está em si mesmo, não
transita a outrem. É o oposto de transcendência. Embora seja Deus
transcendente, não se encontra à parte de sua criação; acha-se presente nesta
através dos atributos de sua imanência: onipresença, onisciência e onipotência;
e por intermédio de seus atributos morais.
A imanência corrobora com a
intervenção divina na criação. Seres humanos, a natureza e tudo o que há no
mundo pertencem ao nosso Deus. Entretanto, a Sua transcendência não permite que
Ele mesmo se confunda com sua criação. O nosso Pai não é a natureza; não é o
homem; nem, muito menos, o animal. O nosso Deus é o Criador de tudo! E Ele se
relaciona com a sua criação.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Obrigação: Ação de obrigar; fato de
estar obrigado a fazer uma ação.
Na lição anterior, vimos que o
pregador tratou sobre as coisas que acontecem “debaixo do sol” (Ec 1 — 4). Ele
demonstrou que o conhecimento sem o temor de Deus não é sabedoria, mas loucura.
Demonstrou ainda que a busca desenfreada pelo prazer é correr “atrás do vento”
e que a aquisição de bens materiais não pode fazer de nós pessoas felizes. E,
por último, ensinou que o trabalho, sem a visão objetiva de Deus transforma-se
em mero ativismo.
A partir do capítulo cinco, porém,
Salomão versa sobre o estilo de vida do adorador consciente dos seus direitos e
obrigações diante de Deus. Esse assunto é o que, à luz dos atributos divinos
revelados nas Escrituras Sagradas — santidade, transcendência e imanência —,
buscaremos compreender. Nesta lição, veremos que as nossas obrigações não se
limitam ao “mundo eclesiástico-religioso”, mas também ao universo que Deus
criou.
I. OBRIGAÇÕES E DEVOÇÃO
1. Obrigações de natureza
político-social. Há um ditado popular que diz: “Primeiro a
obrigação, depois a devoção”. Aqui, há um dualismo que separa a obrigação (vida
social) da devoção (vida espiritual), como se ambas fossem duas dimensões
distintas. Tal máxima não é bíblica, pois o livro de Eclesiastes denota uma
perspectiva completamente oposta (Ec 8.2). As Escrituras orientam-nos a
priorizar o Reino de Deus sem perder de vista a dimensão material em que
estamos inseridos (Mt 6.33; 22.21).
Vivemos em um mundo em que há
autoridades constituídas e onde, consequentemente, direitos e deveres são
estabelecidos. Somos cidadãos e possuímos direitos e deveres para com o Estado.
Pagamos os impostos, podemos votar e receber votos. Enfim, não podemos
eximir-nos das nossas obrigações para com a nação. A nossa consciência cívica
deve ter como base a Bíblia Sagrada.
2. Obrigações de natureza religiosa. Além
da nossa obrigação político-social, de natureza cível, há também a de natureza
religiosa ou espiritual. Elas acontecem na dimensão do culto, da adoração.
A palavra hebraica shachar mantém o sentido de “prostrar-se com deferência
diante de um superior” (Gn 22.5; Êx 20.5). É com esse entendimento que Salomão
fala da casa de Deus como o local de adoração (Ec 5.1). Construtor do grande
templo, ele sabia que essa casa tinha como objetivos centralizar o culto, a fim
de assegurar os elementos mais sublimes de sua liturgia: a adoração verdadeira
a Deus e a unidade dos adoradores num único povo.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
As obrigações do crente são de natureza
político-social e de ordem religiosa.
II. OBRIGAÇÕES ANTE A SANTIDADE DE DEUS
1. Reverência. Todo
culto tem uma liturgia, e não há nada de errado nisso. A palavra liturgia está
associada ao culto da Igreja Primitiva. Quando em Antioquia houve uma escolha e
separação de obreiros para a obra missionária (At 13.2), Lucas registra o fato
utilizando a palavra grega leitourgeo para designar serviço, e dessa palavra vem o
vocábulo português liturgia.
Esta também faz parte da adoração a Deus.
Salomão sabia disso e advertiu-nos
quanto ao cuidado que devemos ter quando entrarmos na casa de Deus (Ec 5.1).
Desligue o celular, não masque chiclete, seja reverente! Seja um verdadeiro
adorador!
2. Obediência. Obedecer
a um conjunto de normas e regras sem atentar para os princípios que o
fundamentam é puro legalismo. Não vale a pena observar o preceito sem atentar
para o princípio existente por trás dele. O livro de Eclesiastes demonstra isso
com clareza (Ec 5.1), pois Deus não se interessa na observância do sacrifício
em si, e sim na obediência aos princípios que regulamentam a sua prática. Foi
exatamente isso que o profeta Samuel ensinou a Saul (1Sm 15.22).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
A santidade de Deus impulsiona o crente
a viver reverente e obedientemente.
III. OBRIGAÇÕES FRENTE À TRANSCENDÊNCIA DE DEUS
1. Deus, o criador. Todas
as religiões possuem a noção do sagrado e demonstram respeito por ele. No
cristianismo, como no judaísmo, a consciência do sagrado revela-se na
manifestação do Deus verdadeiro, que ao longo da história deu-se a conhecer ao
homem. O Deus Criador se distingue da própria criação (Dt 4.15-20). A teologia
bíblica denomina essa doutrina de “a transcendência de Deus”. Deus está além de
suas criaturas, como afirma o Eclesiastes: “Deus está nos céus, e tu estás
sobre a terra” (Ec 5.2b). Ele pode humanizar-se, como já o fez (Jo 1.14), mas o
homem não pode tornar-se divino. Quem procurou ser igual a Deus foi expulso do céu
(Ez 28.1,2; Is 14.12-15).
2. Homem, a criatura. O
homem foi criado por Deus como a coroa da criação. Ele não surgiu do acaso nem
de uma mistura acidental de elementos naturais. E a nós Deus se revelou,
manifestou seus atributos, vontades e apesar de estarmos condenados à morte
eterna, Deus proporcionou em Jesus Cristo a salvação que nos era necessária
para que passássemos a eternidade futura com o nosso Criador e Redentor.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A transcendência divina revela-nos que o
nosso Deus é o Criador; o homem, criatura.
IV. OBRIGAÇÕES DIANTE DA IMANÊNCIA DE DEUS
1. Deus está próximo. O
atributo da imanência divina revela-nos um Deus que se relaciona com a sua
criação. Isto significa que o Pai Celeste não é um Deus distante que, após
criar o mundo, ausentou-se dele! Pelo contrário, Ele é um Deus presente,
participa da sua criação e nela intervém.
O capítulo cinco de Eclesiastes narra
Salomão falando do culto a Deus e como o Senhor identifica-se com o homem que
lhe oferece adoração, seja aprovando-o ou reprovando-o (Ec 5.4b). Essa mesma
verdade é confirmada em o Novo Testamento (2Co 6.16). A proximidade de Deus com
o homem deve fazer-nos melhores crentes e pessoas.
2. O valor das orações e votos. Deus
não apenas se faz presente, mas também prometeu abençoar os seus filhos,
atendendo nossas orações e súplicas. Isso acontecerá quando orarmos de acordo
com sua vontade (Jr 29.12,13; Jo 14.13,14).
Cientes dessa verdade, os judeus não
somente oravam a Deus, como também se empenhavam com votos (Nm 30.3-16; Dt
23.21-23). Não há dúvidas de que o livro de Eclesiastes tem em mente essas
passagens bíblicas, quando adverte sobre a seriedade do voto (Ec 5.4). Em o
Novo Testamento, não encontramos um preceito específico concernente a essa
prática, mas o seu princípio permanece válido, pois o cumprimento de um voto,
ou de um propósito diante de Deus, é algo que ultrapassa gerações.
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
A imanência divina revela-nos que Deus
está próximo e ouve as nossas orações.
CONCLUSÃO
Nesta lição, abordamos as palavras de
Salomão no contexto da adoração bíblica. Conscientizamo-nos de que não há
adoração verdadeira que não leve em conta as obrigações diante de Deus e dos
homens. Se quisermos viver uma vida espiritual plena devemos ter em mente as
implicações que a acompanham. De nada adianta termos templos suntuosos,
pregadores eloquentes e cantores famosos se não estamos cumprindo as obrigações
que uma verdadeira adoração requer.
VOCABULÁRIO
Ativismo: Trabalho
desenvolvido em meios revolucionários, políticos, estudantis, sindicais;
militância.
Dualismo: Princípio comum a diversas religiões e seitas que professam a coexistência irredutível do corpo e do espírito, do bem e do mal.
Legalismo: Tendência a se reduzir a fé cristã aos aspectos puramente materiais e formais das observâncias práticas e obrigações eclesiásticas.
Dualismo: Princípio comum a diversas religiões e seitas que professam a coexistência irredutível do corpo e do espírito, do bem e do mal.
Legalismo: Tendência a se reduzir a fé cristã aos aspectos puramente materiais e formais das observâncias práticas e obrigações eclesiásticas.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
Bíblia de Estudo em Defesa da Fé: Questões reais, respostas precisas, fé solidificada. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
HORTON, S. (Ed.). Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1 ed., RJ: CPAD, 1996.
HORTON, S. (Ed.). Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1 ed., RJ: CPAD, 1996.
EXERCÍCIOS
1. O
que as Escrituras orientam-nos em relação ao Reino de Deus e acerca da dimensão
material?
R. As
Escrituras orientam-nos a priorizar o Reino de Deus sem perder de vista a
dimensão material em que estamos inseridos.
2. O
que significa a palavra “liturgia”?
R. Serviço.
3. Como
a consciência do sagrado revelou-se ao homem?
R. Revelou-se
na manifestação do Deus verdadeiro, que ao longo da história deu-se a conhecer
ao homem.
4. O
que o atributo da imanência divina revela-nos?
R. Um
Deus que se relaciona com a sua criação.
5. Você
tem verdadeiramente cultuado a Deus?
R. Resposta
pessoal.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Vida Cristã
“Adoração
centrada em Deus
A adoração centrada em Deus começa
com o foco na tremenda revelação de Deus. Este Deus das Santas Escrituras é o
Onipotente (Todo-Poderoso) Criador, que falou e tudo veio a existir! Este é
Deus, que é Onipresente (presente em todos os lugares), acima de tudo, abaixo
de tudo, mas não contido em nada. Deus é Onisciente (sabe tudo), chegando até a
enumerar os cabelos de nossa cabeça. Ele conhece nossos pensamentos antes que
venham a existir ou tornar-se conhecidos. Deus é santo e habita na luz
inacessível de sua própria glória.
Quando nos reunimos para cultuá-lo em
adoração, devemos conscientemente começar com esta grande imagem de Deus diante
de nós e nos perguntar: Como devemos conduzir nossa vida a cada dia e moldar
nossa reunião para glorificar a este Deus? Isto é muito importante para esta
presente geração, porque manter em mente esta visão bíblica de Deus enquanto
adoramos nos ajuda a evitar a idolatria. Não cometa o erro de pensar que você
não é culpado de idolatria, simplesmente porque não se curva diante de ídolos.
Somos culpados de idolatria toda vez que pensamos em Deus de forma diferente do
que a Bíblia o retrata” (HUGUES, B. Disciplinas
da Mulher Cristã. 1 ed., RJ: CPAD, 2005, pp.56-57).
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
Cumprindo as obrigações diante de Deus
O capítulo 5 de Eclesiastes é uma
série de conselhos práticos, onde Salomão inicia falando a respeito da vida
religiosa e da reverência que é devida na Casa de Deus (Ec 5.1). Os israelitas,
desde a infância eram ensinados a reverenciarem o sábado como dia santo e o
santuário do Senhor (Lv 19.30; 26.2). Será que nossos filhos sabem da
importância de se adorar ao Senhor no seu templo?
A língua grega dispõe de duas
palavras para culto: latreia e proskuneo. A primeira significa adoração e a
segunda reverenciar. Cultuar a Deus é adorá-lo. É reconhecer que Ele é único e
digno de receber toda a honra, glória e louvores. Muitos confundem cultuar a
Deus com ir à igreja. Às vezes os crentes até vão à igreja, mas não louvam e
adoram ao Senhor. Deus busca aqueles que o adoram em espírito e em verdade (Jo
4.24).
Os israelitas não tinham a liberdade
que nós temos hoje. Na Antiga Aliança para se apresentar diante de Deus era
necessário sacrifícios e a intervenção de um sacerdote. Atualmente não mais
precisamos disso, pois a morte e a ressurreição de Jesus nos garante livre
acesso à presença do Pai. Todavia, é preciso respeito. O poeta Alemão Goethe
declarou: “A alma da religião cristã é a reverência”. Certa vez, Jesus entrou
no Templo e ficou indignado com a falta de reverência das pessoas. O louvor e a
adoração haviam sido substituídos pelo comércio (Mt 21.12). O que se ouvia ali
não eram aleluias e glórias ao Todo-Poderoso, mas o grito dos cambistas e dos
que comercializavam os pombinhos que eram utilizados nos sacrifícios. O Mestre
ficou indignado! Jesus colocou toda aquela “turma” no seu devido lugar. O
louvor, a adoração e a oração estavam sendo substituídos.
Hoje temos livre acesso a Deus, não
precisamos realizar todo o ritual litúrgico do culto levítico, porém não
significa que em nossos cultos não devemos seguir uma liturgia santa, bíblica.
Paulo ao ensinar a respeito do culto diz que tudo deve ser feito para a
edificação: “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem
salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo
para edificação” (1Co 14.26).
Para muitos israelitas a ida até
Jerusalém, onde estava o Templo, não era somente uma obrigação religiosa.
Certamente eles iam ao Templo para celebrar as festas sagradas com o coração
alegre. Observe o que nós diz o salmista: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos
à Casa do Senhor!” (Sl 122.1). Vamos à Casa do Senhor não por uma obrigação
religiosa, mas porque o amamos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
PAZ DO SENHOR
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.