Lições Bíblicas CPAD 1º Trimestre de
2013
Título: Elias e Eliseu — Um ministério de
poder para toda a Igreja
Comentarista: José Gonçalves
Lição 4: Elias e os profetas de Baal
Data: 27 de Janeiro de 2013
TEXTO ÁUREO
“Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até
quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é
Baal, segui-o. Porém o povo lhe não respondeu nada” (1
Rs 18.21).
VERDADE PRÁTICA
O confronto entre Elias e os profetas
de Baal marcou definitivamente a separação entre a verdadeira e a falsa
adoração em Israel.
HINOS SUGERIDOS
124, 342, 454.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - 2 Rs 1.2,3
Rejeitando os falsos deuses
Terça - 1 Rs 18.19
Rejeitando os falsos profetas
Quarta - 2 Rs 10.11
Rejeitando os falsos sacerdotes
Quinta - Êx 12.38
Rejeitando o sincretismo religioso
Sexta - 1 Rs 18.21
Rejeitando a falsa adoração
Sábado - 1 Rs 18.24
Promovendo a verdadeira adoração
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
1 Reis 18.36-40.
36 - Sucedeu, pois, que,
oferecendo-se a oferta de manjares, o profeta Elias se chegou e disse: Ó
SENHOR, Deus de Abraão, de lsaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus
em Israel, e que eu sou teu servo, e que conforme a tua palavra fiz todas estas
coisas.
37 - Responde-me, SENHOR,
responde-me, para que este povo conheça que tu, SENHOR, és Deus e que tu
fizeste tornar o seu coração para trás.
38 - Então, caiu fogo do SENHOR,
e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que
estava no rego.
39 - O que vendo todo o povo,
caiu sobre os seus rostos e disse: Só o SENHOR é Deus! Só o SENHOR é Deus!
40 - E Elias lhes disse: Lançai
mão dos profetas de Baal, que nenhum deles escape. E lançaram mão deles; e
Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom e ali os matou.
INTERAÇÃO
Não
são poucos os falsos profetas que tentam atormentar a vida daqueles que servem
a Jesus. O pior é que estes em geral conhecem os sentimentos e as fragilidades
espirituais dos que os ouvem, e não perdem a oportunidade de lembrá-los de que
tem autoridade para determinar-lhes a “vontade divina”. Prezado professor, não
são poucos os casos com que nos deparamos com esse tipo de pessoa, por isso,
oriente seus alunos quanto a esse perigo. Encoraje-os a não temerem os falsos
profetas. A ordem de Jesus para nós em relação a estes enganadores é:
“Acautelai-vos”.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
- Destacar a importância de se confrontar os
falsos deuses.
- Explicar quais são os perigos de dar crédito
aos falsos profetas.
- Conscientizar-se da necessidade de confrontar
a falsa adoração.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor, para concluir o terceiro
tópico da lição, reproduza o esquema abaixo de acordo com as suas
possibilidades. Explique aos alunos que a adoração vai muito além do culto
semanal. Ela é um estilo de vida. Não há como enganar a si mesmo vinte e quatro
horas por dia. Adoração verdadeira é fruto da sinceridade do coração. Não há
lugar para dissimulação, perversidade e mentiras. Mas sim para a verdade, o
amor e a voluntariedade. É tudo aquilo que revela a essência da vida. Sejamos,
pois, verdadeiros adoradores!
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Falso: Contrário a realidade;
fingimento, dissimulação, dolo.
O confronto de Elias com os profetas
de Baal, conforme narrado no décimo oitavo capítulo do livro de 1 Reis, foi um
dos fatos mais significativos da história bíblica. Mais significativo ainda foi
a vitória que o profeta de Tisbe obteve sobre os falsos profetas: significou a
continuidade da existência de Israel como povo a quem Deus havia escolhido para
cumprir seu propósito salvífico com a humanidade.
Nesta lição, estudaremos como o
profeta Elias foi usado pelo Senhor para confrontar os falsos profetas com seus
falsos deuses, fazendo com que o povo de Deus abandonasse a falsa adoração.
I. CONFRONTANDO OS FALSOS DEUSES
1. Conhecendo o falso deus Baal. Baal
era uma divindade cananeia (1 Rs 16.31). Por diversas vezes fizemos referência
a esse fato, mas aqui iremos conhecer mais detalhadamente esse falso deus, e
assim entender porque ele causava tanto fascínio no mundo cananeu e também em
Israel. A palavra Baal significa proprietário, marido ou senhor.
Os estudiosos observam que esse nome
traz esses significados para demonstrar que a divindade pagã exercia controle e
posse não somente sobre o lugar onde se encontrava, mas também sobre as
pessoas. Os profetas estavam conscientes de que não se podia admitir tal fato
entre o povo de Deus, e por isso levantaram suas vozes em protesto contra a
divindade pagã (1 Rs 21.25,26).
2. Identificando a falsa divindade
Aserá. A crença cananeia dizia que El seria
o deus principal, isto é, o pai dos outros deuses, e Aserá era a deusa-mãe. O
texto bíblico de 1 Reis 18.17-19, faz referência a essas duas divindades. A
palavra poste-ídoloneste
texto é a tradução do termo hebraico `ashera ou Aserá,
e mantém o significado de bosque para adoração de ídolos. Aserá, conhecida também como Astarote ou Astarte,
era uma deusa ligada à fertilidade humana e animal e também da colheita. No
texto bíblico observamos que ela exerceu uma influência grandemente negativa
entre o povo de Deus (Jz 2.13, 3.7; 1 Rs 11.33). Assim entendemos o porquê da
resistência profética a esse culto.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A crença popular cananita dizia que El
era o deus principal, ou seja, o pai dos outros deuses, e Aserá era a
deusa-mãe.
II. CONFRONTANDO OS FALSOS PROFETAS
1. Profetizavam sob encomenda. Os
fatos ocorridos no reinado de Acabe vêm mais uma vez confirmar uma verdade:
nenhum sistema é profético, nenhum profeta pertence ao sistema. O texto de 1
Reis 18.19 destaca essa verdade. Os profetas de Baal eram, de fato, profetas,
mas comiam da mesa de Jezabel. Eram profetas, mas possuíam seus ministérios
alugados para Acabe e sua esposa. Eles profetizavam o que o rei queria ouvir,
pois faziam parte do sistema estatal de governo. Nenhum homem de Deus, nem
tampouco a igreja, podem ficar comprometidos com qualquer esquema religioso ou
político. Se assim o fizerem, perdem suas vozes proféticas (1 Rs 22.13,14).
2. Eram mais numerosos. Acabe
e sua esposa, Jezabel, haviam institucionalizado a idolatria no reino do Norte.
Baal e Aserá não eram apenas os deuses principais, mas também os oficiais. O
culto idólatra estava presente em toda a nação, de norte a sul e de leste a
oeste. Dessa forma, para manter a presença da religião pagã na mente do povo, a
casa real necessitava de um grande número de falsos profetas. O texto sagrado
por diversas vezes destaca esse fato (1 Rs 18.19). E Elias pôs isso em
evidência na presença do povo (1 Rs 18.22). Não havia verdade, autenticidade e
tampouco qualidade no falso culto, mas apenas quantidade.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Os falsos profetas de Acabe eram mais
numerosos e profetizavam por encomenda.
III. CONFRONTANDO A FALSA ADORAÇÃO
1. Em que ela imita a verdadeira. O
relato do capítulo 18 de 1 Reis revela que a adoração a Baal possuía rituais
que tinham certa semelhança com o ritual hebreu. Usavam altar, havia música,
danças e também havia sacrifícios. Elias, porém, sabia que aquela religião
falsa, apesar de suas crenças e rituais, jamais conseguiria produzir fogo (1 Rs
18.24). O teste seria, portanto, a produção de fogo!
Observamos que os profetas de Baal
ficaram grande parte do dia tentando produzir fogo e não conseguiram (1 Rs
18.26-29). Uma das marcas do culto falso é exatamente a tentativa de copiar, ou
reproduzir, o verdadeiro. Encontramos ainda hoje dezenas de religiões e seitas
tentando produzir fogo santo e não logram qualquer êxito. Somente o verdadeiro
culto a Deus faz descer fogo do céu (1 Rs 18.38)!
2. No que ela se diferencia da
verdadeira. A adoração verdadeira se diferencia da falsa em
vários aspectos. O relato do capítulo 18 de 1 Reis destaca alguns que
consideramos essenciais. Em primeiro lugar, a adoração verdadeira firma-se na
revelação de Deus na história (1 Rs 18.36). Abraão, Isaque e Jacó, foram
pessoas reais assim como foram reais as ações de Deus em suas vidas. Em segundo
lugar, verdadeira adoração distingue-se também pela participação do adorador no
culto. Elias disse: “E que eu sou teu servo” (1 Rs 18.36). A Bíblia diz que
Deus procura adoradores (Jo 4.24). Israel havia sido uma nação escolhida pelo
Senhor (Êx 19.5). Elias invocou, como servo pertencente a esse povo, os
direitos da aliança. Em terceiro lugar, ela diferencia-se pela Palavra de Deus,
que é o instrumento usado para concretizar os planos e propósitos de Deus (1 Rs
18.36).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A verdadeira adoração firma-se na
revelação de Deus na história.
IV. CONFRONTANDO O SINCRETISMO RELIGIOSO ESTATAL
1. O perigo do sincretismo religioso. O
dicionário da língua portuguesa de Aurélio define o vocábulo sincretismo como
“a fusão de elementos culturais diferentes, ou até antagônicos, em um só
elemento, continuando perceptíveis alguns sinais originais”. Essa definição
ajusta-se bem ao culto judeu no reino do Norte durante o governo de Acabe. A
adoração verdadeira havia se misturado com a falsa e o resultado não podia ser
mais desastroso. Esse problema da “mistura” do culto hebreu com outras crenças
foi uma ameaça bem presente ao longo da história de Israel (Êx 12.38; Ne 13.3).
O sincretismo religioso foi uma ameaça, ainda o é e sempre o será. A fé bíblica
não pode se misturar com outras crenças!
2. A resposta divina ao sincretismo. O
texto sagrado diz que logo após o Senhor ter respondido com fogo a oração de
Elias (1 Rs 18.38), o profeta de Tisbe deu instrução ao povo: “Lançai mão dos
profetas de Baal, que nenhum deles escape. E lançaram mão deles; e Elias os fez
descer ao ribeiro de Quisom e ali os matou” (1 Rs 18.40). Parece uma decisão
muito radical, mas não foi. O remédio para extirpar o mal precisava ser tomado.
A decisão de Elias não foi tomada por sua própria conta, mas seguia a
orientação divina dada pelo Senhor a Moisés. A lei deuteronômica dizia que era
necessário destruir todos aqueles que arrastassem o povo de Deus para a
idolatria (Dt 13.12-18; 20.12-13).
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
O Deus de Israel é rigorosamente
contrário a idolatria. Nele não há sincretismo religioso.
CONCLUSÃO
O desafio do profeta Elias contra os
profetas de Baal foi muito além de uma simples luta do bem contra o mal. Ele
serviu para demonstrar quem de fato era o Deus verdadeiro e, portanto,
merecedor de toda adoração. Foi decisivo para fazer retroceder o coração do
povo até então dividido. Mostrou que o pecado deve ser tratado como pecado e
que a decisão de extirpá-lo deve ser tomada com firmeza.
A luta contra a falsa adoração
continua ainda hoje por parte dos que desejam ser fiéis a Deus. Não há como
negar que ao nosso redor ecoam ainda os dons advindos de vários cultos falsos,
alguns deles travestidos da piedade cristã. Assim como Elias, uma igreja
triunfante deve levantar a sua voz a fim de que a verdadeira adoração
prevaleça.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
LAHAYE, T.; HINDSON, E. (Eds.) Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. RJ:
CPAD, 2008.
ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
EXERCÍCIOS
1. De
acordo com a lição, quais as duas divindades pagãs principais no reino do
Norte?
R. El
e Aserá.
2. Explique
como alguém pode deixar de ser uma voz profética.
R. Quando
por conveniência adota as mesmas práticas e atitudes do sistema vigente.
3. Como
a verdadeira adoração se diferencia da falsa?
R. A
adoração verdadeira se firma na revelação de Deus na história; na participação
do adorador no culto; pela Palavra de Deus.
4. Defina
“sincretismo”.
R. Fusão
de elementos culturais diferentes, ou até antagônicos, em um só elemento,
continuando perceptíveis alguns sinais originais.
5. Por
que o desafio entre Elias e os profetas de Baal foi muito além de uma guerra entre
o bem e o mal?
R. Ele
serviu para demonstrar quem de fato era o Deus verdadeiro e merecedor de toda
adoração.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Teológico
“O
fruto é discernido espiritualmente
Jesus deixa claro que devemos julgar
os profetas pelos seus frutos. Paulo e João também nos instruíram a ‘provar’ ou
‘julgar’ os profetas (1 Ts 5.21; 1 Jo 4.1; 1 Co 14.29). Este fruto não é
distinguido pelos nossos cinco sentidos naturais, nem é identificado de modo
intelectual — deve ser discernido espiritualmente. Paulo escreveu: ‘Mas o que é
espiritual discerne bem tudo... comparando as coisas espirituais com as
espirituais’ (1 Co 2.15,13). Quando nos arrependemos e limpamos os nossos
corações de quaisquer motivos ímpios e aceitamos a verdade de Deus, ficamos então
em condição de sermos suscetíveis ao direcionamento do Espírito Santo [...]
Nos dias de Jesus existiam ministros
que ‘exteriormente pareciam justos aos homens’ (Mt 23.28). Mas interiormente
eles estavam cheios de hipocrisia e iniquidade. Sua aparência era enganadora
até que os verdadeiros motivos fossem expostos pela luz da Palavra viva de
Deus. Jesus comparou seus corações ao solo ruim que produzia frutos pecaminosos
(Mt 13.1-23; 15.17-20)” (BEVERE, J. Assim
Diz o Senhor? Como saber quando Deus está falando através de outra pessoa. 1
ed., RJ: CPAD, 2006, p.166).
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
Elias e os profetas de Baal
Da mesma forma que Deus tem homens e
mulheres que de forma comprometida se deixam ser usados por Ele, Satanás também
tem os seus.
Observemos alguns aspectos da
narrativa que trata do desafio de Elias contra os profetas de Baal e o
resultado desse desafio. Os profetas de Baal gozavam da confiança de Jezabel e
Acabe. Eles comiam da mesa do rei em um período de escassez em Israel, privilégio
que outros grupos não tinham. Por sua vez, Elias não contava com o favor ou a
simpatia real, e depois de sua profecia contra Acabe, foi caçado em diversos
lugares. Obadias, um homem de Deus que servia a Acabe no palácio e que guardou
em vida cem profetas do Senhor, mesmo com o risco de ser descoberto e morto,
disse a Elias quando o encontrou: “Vive o SENHOR, teu Deus, que não houve nação
nem reino aonde o meu senhor não mandasse em busca de ti; e dizendo eles: Aqui
não está, então, ajuramentava os reinos e as nações, se eles te não tinham
achado” (1 Rs 18.10). A ausência de chuvas em Israel deixou Elias no topo da
lista de pessoas procuradas pelo rei. Para o rei, Elias era uma persona non grata em
Israel. Aqui cabe uma advertência a todos os que estão em posição de liderança:
Elias foi usado como profeta contra um rei que abandonou o Senhor. É evidente
que se Acabe meditasse nas palavras de Elias e mudasse de atitude, Deus
certamente seria com ele.
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PAZ DO SENHOR
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