Lições Bíblicas CPAD 1º Trimestre de 2008
Título: Jesus Cristo -
Verdadeiro homem, verdadeiro Deus
Comentarista: Esequias Soares
Lição 5: O batismo de Jesus
Data: 3 de
Fevereiro de 2008
TEXTO ÁUREO
“E eu não o conhecia, mas, para que
ele fosse manifestado a Israel, vim eu, por isso, batizando com água” (Jo
1.31).
VERDADE PRÁTICA
Assim
como Jesus foi batizado para cumprir toda a justiça, o cristão deve obedecer às
Escrituras para cumprir a vontade de Deus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Lc 3.21,22
O Espírito Santo no
batismo de Jesus
Terça - Mt 3.16
O batismo de Jesus
foi por imersão
Quarta - Lc 3.22; Jo 1.33
O Pai certifica a
identidade do Filho no batismo
Quinta - Mt 3.15
Jesus foi batizado
para cumprir toda a justiça
Sexta - Mt 28.19; Mc 16.16
O batismo nas águas
é uma ordenança bíblica
Sábado - At 8.37
É necessário crer
em Jesus para ser batizado
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 3.1-6, 13-17.
1 - E, naqueles dias, apareceu João Batista
pregando no deserto da Judéia
2 - e dizendo: Arrependei-vos, porque é
chegado o Reino dos céus.
3 - Porque este é o anunciado pelo profeta
Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor,
endireitai as suas veredas.
4 - E este João tinha a sua veste de pêlos de
camelo e um cinto de couro em tomo de seus lombos e alimentava-se de gafanhotos
e de mel silvestre.
5 - Então, ia ter com ele Jerusalém, e toda a
Judéia, e toda a província adjacente ao Jordão;
6 - e eram por ele batizados no rio Jordão,
confessando os seus pecados.
13 - Então, veio Jesus da Galiléia ter com João
junto do Jordão, para ser batizado por ele.
14 - Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço
de ser batizado por ti, e vens tu a mim?
15 - Jesus, porém, respondendo, disse-lhe:
Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o
permitiu.
16 - E, sendo Jesus batizado, saiu logo da
água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como
pomba e vindo sobre ele.
17 - E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o
meu Filho amado, em quem me comprazo.
INTERAÇÃO
Caro professor, o seu ministério de
ensino é uma dádiva que Deus concedeu a igreja local. Agradeça ao Senhor e ao
seu pastor-superintendente pelo privilégio de ser professor da Escola
Dominical. Porém, ter apenas a vocação não basta é indispensável irrestrita
dedicação ao ensino (Rm 12.7), comunhão com Deus e profundidade teológica (Hb
5.12; 6.1). Deus o abençoe!
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Distinguir o batismo de João do
ritual judaico.
·
Explicar o propósito do batismo de
Cristo.
·
Descrever os fatos do batismo de
Jesus.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor,
após cumprimentar os alunos, faça a seguinte pergunta: “Se Jesus não era
pecador por que se submeteu ao batismo de arrependimento realizado por João?”.
Ouça atentamente as respostas e a seguir ministre a lição. Lembre-se de que o
método de perguntas e respostas, segundo o professor Marcos Tuler, “leva o
aluno a pensar e a estabelecer as relações entre as verdades já apreendidas e a
organizá-las em sua memória”. Ao final de cada tópico da lição, continue a
empregar a problematização como recurso, usando as questões presentes neste
manual e que constam também na lição do aluno. Após as respostas da classe, use
a sinopse de cada tópico para fixar o ensino principal da seção, e, somente
depois, avance para o assunto seguinte.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Batismo: Ritual ministrado ao crente como testemunho
de seu arrependimento e fé na obra salvífica de Jesus.
O
batismo de Jesus é narrado nos quatro Evangelhos: Mateus (3.13-17), Marcos
(1.9-11), Lucas (3.21,22) e João (1.32-34). Isso, por si só, constitui forte
testemunho de sua importância e singularidade. Entretanto, o Evangelho de João
destaca-se dos demais. Em sua narrativa, o apóstolo apresenta o testemunho do
Pai a respeito da identidade do Filho, e ainda registra a declaração de João
Batista sobre a missão redentora de Cristo (Jo 1.29-34).
Em
seu batismo, Jesus foi apresentado como o Filho amado do Pai (Mt 3.17) e Servo
do Senhor (Mt 3.17 cf. Is 42.1). Estudemos, pois, esta valiosa lição.
I. O PROFETA JOÃO
1. João, o batista (vv.1,2). “Batista”
significa “aquele que batiza”. João era chamado de “Batista” porque batizava no
deserto da Judéia, nas águas do rio Jordão (Mt 3.1,6; Mc 1.4,5; 6.14). Ele fora
escolhido por Deus desde o ventre de sua mãe para realizar uma obra muito
especial (Lc 1.15-17): pregar “o batismo de arrependimento, para remissão de
pecados” (Mc 1.4), e ordenar a todos que produzissem “frutos dignos de
arrependimento” (Mt 3.8). João promovera em seu tempo, em pleno deserto, uma
campanha nacional de arrependimento e confissão de pecados.
2. O precursor do Messias (v.3). João
estava consciente de sua chamada, missão e identidade (Mt 3.11; Jo 1.33; 3.28).
Fora ele enviado por Deus para anunciar a chegada do Messias e “testificar a
respeito da Luz” (Jo 1.7, 8; Mc 1.2,3): “Este é aquele que vem após mim, que
foi antes de mim, do qual eu não sou digno de desatar as correias das
sandálias... E eu vi e tenho testificado que este é o Filho de Deus” (Jo
1.27,34). O testemunho de João atestava a infinita superioridade de Jesus.
3. Sua mensagem (vv.2-5). A
mensagem de João tinha por objetivo convencer o povo de seus pecados e os
líderes judeus de sua hipocrisia religiosa (Mt 3.7-12). Homens e mulheres eram
batizados e instados a produzirem frutos “dignos de arrependimento” (Mt 3.8).
Muitos provenientes de Jerusalém, da Judéia e das províncias adjacentes ao
Jordão, caminhavam quilômetros atraídos pelo ardor da mensagem do contundente
profeta (v.5). João era admirado e reconhecido pelo povo (Mc 11.32), porém,
tenazmente odiado pela classe dominante (Mc 6.14-29; Rm 10.21).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O
profeta João foi o precursor do Messias, pregador eloqüente na região desértica
da Judéia e batizador daqueles que criam em sua mensagem.
II. O BATISMO EM ÁGUAS NA BÍBLIA
1. Entre os judeus. O
batismo em águas já existia em Israel quando João iniciara seu ministério
profético no deserto da Judéia. A novidade não estava no ato em si, mas no fato
de os judeus também serem submetidos ao batismo. Pois, até então, esse ritual
restringia-se aos gentios convertidos ao judaísmo. Para os judeus, somente os
pagãos necessitavam de arrependimento (Cl 2.15; Mt 3.9). Era por esse motivo
que as autoridades judaicas estranhavam o fato de João batizar os descendentes
de Abraão (Mt 3.7-9). Todavia, a mensagem divina é incisiva: “É necessário
nascer de novo”, e não simplesmente pertencer a uma nação (Mt 3.9; Jo 3.3).
2. Seu significado. O
batismo é um ritual repleto de significados espirituais, ministrado ao crente
como testemunho de arrependimento e de fé nos méritos salvadores de Cristo. No
original, o termo batismo significa “mergulho”, “imergir” ou “imersão”.
Essa
mesma palavra grega foi empregada na Septuaginta em 2 Reis 5.14, referindo-se
aos sete mergulhos de Naamã no rio Jordão. O sentido de “mergulho”, no ato do
batismo, também está presente na descrição do apóstolo Paulo em Romanos 6.4,5.
3. O batismo cristão. O
arrependimento e o perdão dos pecados precedem o batismo cristão. João somente
batizava àqueles que estivessem dispostos a renunciar o pecado e a mudar de
estilo de vida: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mt 3.8; Lc
3.8). Os primeiros convertidos, no dia de Pentecostes, foram batizados
justamente porque primeiro receberam a Palavra “de bom grado” (At 2.41). Em
lugar algum, o Novo Testamento ensina que o batismo é eficaz para ministrar a
salvação, ou transmitir “graças espirituais” ao batizando. Embora ineficaz para
a salvação da alma, o batismo é uma ordenança divina que deve ser cumprida
cabalmente por todos os cristãos (Mt 28.19, 20; Mc 16.16), pois atesta a obra
salvífica já realizada na vida dos que crêem.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Ao
invés de batizar os prosélitos do judaísmo, João batizava os judeus, filhos de
Abraão. O batismo cristão, contudo, deve ser precedido pelo arrependimento e
perdão dos pecados através dos méritos salvíficos de Cristo.
III. O BATISMO DO SENHOR JESUS
1. Jesus é superior a João Batista
(v.14). Em razão de reconhecer o senhorio e a
impecabilidade de Cristo, João recusou-se a batizá-lo (Jo 1.29; 3.31). A Bíblia
revela que “João opunha-se-Ihe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e
vens tu a mim?” (v.14).
No
original, o verbo traduzido por “opor-se”, significa “impedir energicamente”.
Isso significa que João recusou-se ardorosamente a batizar o Senhor Jesus. Ele
dizia, e com toda razão, que necessitava ser batizado por Ele, e não o
contrário. Assim como João, muitos ainda hoje ficam perplexos com o batismo de
Jesus, uma vez que ele não tinha pecado e, portanto, não necessitava de
arrependimento e confissão.
2. Em seu batismo, Jesus cumpriu toda
a justiça (v.15). Há os que pensam que Jesus insistiu em ser batizado
para que a igreja seguisse o seu exemplo. Outros imaginam que o objetivo de
Jesus era endossar o ministério de João. Porém, o verdadeiro propósito era
cumprir “toda a justiça” de Deus: “Porque assim nos convém cumprir toda a
justiça” (v.15). É oportuno salientar que o pronome oblíquo “nos” não se refere
apenas a Jesus e a João, mas a todos os que se submetiam ao batismo. Assim,
mesmo sem ter cometido qualquer pecado (2 Co 5.21), o Senhor Jesus
identificou-se com a massa pecadora (Gl 3.13; Hb 2.17), por meio do batismo.
3. A descida do Espírito Santo sobre
Jesus (v.16). Em Gênesis 1.2, a Bíblia afirma que o Espírito de
Deus “flutuava” ou “voava” “sobre a face das águas”. No original, o verbo
“movia”, significa “pairava”, “flutuava”, “voava”. Traduz a idéia de “cobrir os
filhotes com asas”, indicando “preservação”, “criação” e “cuidado”.
No
dia de Pentecostes, o Espírito desceu como vento e fogo sobre os discípulos (At
2.2-4). Entretanto, foi “em forma corpórea, como pomba” (Lc 3.22) que o
Espírito de Deus pousou sobre o Senhor Jesus, visto que não possuía qualquer
pecado para ser consumido. A pomba, como símbolo do Espírito Santo, representa
pureza, simplicidade e mansidão.
4. O testemunho do Pai (v.17). Assim
que Jesus saiu da água uma voz bradou dos céus dizendo: “Este é o meu Filho
amado, em quem me comprazo” (v.17). Agora não era mais o testemunho de João
Batista (Jo 1.29; Lc 3.16), mas a certificação pública do próprio Pai. Duas
importantes profecias messiânicas cumpriram-se nessa afirmação: Sl 2.7 e Is
42.1.
Os
evangelhos não afirmam categoricamente se todos os presentes ouviram “a voz dos
céus”. Contudo, é possível que de fato a tenham ouvido. Mateus, entretanto, ao
narrar o ministério público de Jesus, tornou claro o que está implícito nas
palavras celestes.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Embora
João relutasse em batizar o Senhor Jesus, este se submeteu ao rito a fim de
cumprir toda a justiça de Deus e a identificar-se com a massa pecadora, apesar
de santo e inculpável.
CONCLUSÃO
Os
quatro Evangelhos asseveram que Jesus foi batizado por João. O batismo do
Senhor revela sua plena identificação com a humanidade. Assim, pelo batismo nas
águas, nós também somos identificados com Ele na sua morte e ressurreição (Rm
6.4).
VOCABULÁRIO
Ardor: Energia;
vivacidade.
Atestar: Testemunhar; testificar; provar.
Ineficaz: Não eficaz; inútil.
Vaticinar: Predizer; profetizar; anunciar.
Atestar: Testemunhar; testificar; provar.
Ineficaz: Não eficaz; inútil.
Vaticinar: Predizer; profetizar; anunciar.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ARRINGTONN, F.L;
STRONSTAD, R. (eds.) Comentário
bíblico pentecostal: Novo Testamento. RJ:
CPAD, 2004.
TULER, M. Manual do professor da Escola Dominical. RJ: CPAD, 2002.
TULER, M. Manual do professor da Escola Dominical. RJ: CPAD, 2002.
EXERCÍCIOS
1. Explique
o motivo pelo qual o profeta João ficou conhecido como “João Batista”.
R. Porque
batizava no deserto da Judéia, nas águas do rio Jordão (Mt 3.1,6; Mc 1.4,5;
6.14).
2. Descreva
dois objetivos da mensagem pregada por João.
R. Convencer
o povo de seus pecados e os líderes judeus de sua hipocrisia religiosa (Mt
3.7-12).
3. O
que diferenciava o batismo de João do rito Judaico?
R. A
novidade não estava no ato em si, mas no fato de os judeus também serem
submetidos ao batismo.
4. O
que é o batismo cristão?
R. O
batismo é uma ordenança divina que deve ser cumprida cabalmente por todos os
cristãos (Mt 28.19, 20; Mc 16.16), pois atesta a obra salvífica já realizada na
vida dos que crêem.
5. Quais
as duas profecias que se cumpriram no batismo de Jesus?
R. Sl
2.7 e Is 42.1.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Doutrinário
“Por que Jesus se submeteu ao
batismo?
Há
várias maneiras de responder. De acordo com Lucas, era necessário para que
Jesus recebesse o poder do Espírito Santo a fim de cumprir sua chamada como
Messias. Em Mateus, Jesus disse: ‘Assim convém cumprir toda a justiça’ (3.15).
Ele carecia de purificação de pecados? Não, pois o Novo Testamento destaca que
o entendimento que os primeiros cristãos tinham de sacrifício exigia um
sacrifício sem mancha nem pecado, como nos sacrifícios judaicos. Jesus é
apresentado como Cordeiro imaculado de Deus e o sacrifício pascal (Mt 26.17-29;
Jo 1.29; Ap 5.6-8). Paulo também entendeu que Jesus não tinha pecados (2 Co
5.21); portanto, a purificação de pecados não é o ponto de debate para Jesus.
O
frequente tema de Mateus - cumprimento - afiança a resposta: para ‘cumprir toda
a justiça’. A justiça para Mateus não é meramente guardar normas e regulamentos
[...] Contudo a verdadeira justiça está baseada numa relação com Deus, que está
implícita no seu perdão misericordioso, e num recebedor arrependido que deseja
cumprir a justiça de Deus - e não no próprio entendimento que a pessoa tenha
disso (Mt 5.20; 6.33)”.
(ARRINGTONN, EL;
STRONSTAD, R. (eds.) Comentário
bíblico pentecostal: Novo Testamento. 2.ed.,
RJ: CPAD, 2004, p.27.)
APLICAÇÃO PESSOAL
Jesus, o Cordeiro santo de Deus,
submeteu-se ao batismo de João para “cumprir toda a justiça de Deus”. Além da
vontade do Senhor Jesus em cumprir a justiça de Deus, não havia qualquer outra
obrigação para tal. João reconhecera este fato e relutou em batizá-lo. Ora se o
próprio Senhor sujeitou-se ao batismo, por que alguns crentes protelam em
cumprir esse rito? Acaso são melhores e mais justos do que o Santo?
“O batismo não salva”, dizem. Porém,
todos os salvos em Cristo Jesus desejam descer as águas batismais! “O batismo
não transmite fé”, afirmam. Todavia, confirma publicamente a fé dos conversos a
Cristo. Que os tais aprendam em silêncio com o eunuco etíope: “Eis aqui água;
que impede que eu seja batizado? E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o
coração” (At 8.36,37).
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PAZ DO SENHOR
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