Lições Bíblicas CPAD 1º Trimestre de
2012
Título: A Verdadeira Prosperidade — A vida
cristã abundante
Comentarista: José Gonçalves
Lição 7: “Tudo posso Naquele que me fortalece”
Data: 12 de Fevereiro de 2012
TEXTO ÁUREO
“Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp
4.13).
VERDADE PRÁTICA
A satisfação e a suficiência do
crente vêm de Cristo e independem da abundância ou da escassez de bens
materiais.
HINOS SUGERIDOS
107, 140, 178
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Fp 4.12
A suficiência de Cristo em meio à escassez
Terça - Fp 4.14
O auxílio é bem-vindo na necessidade
Quarta - Fp 2.30
Suportando aflições pela obra de Cristo
Quinta - Fp 4.15
A suficiência de Cristo em atos de generosidade
Sexta - Fp 4.18
Generosidade como sacrifício a Deus
Sábado - Fp 4.2
A suficiência de Cristo através da unidade
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
Filipenses 4.10-19.
10 - Ora, muito me regozijei no
Senhor por, finalmente, reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis
lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.
11 - Não digo isto como por
necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
12 - Sei estar abatido e sei
também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído,
tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer
necessidade.
13 - Posso todas as coisas
naquele que me fortalece.
14 - Todavia, fizestes bem em
tomar parte na minha aflição.
15 - E bem sabeis também vós, ó
filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma
igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente.
16 - Porque também, uma e outra
vez, me mandastes o necessário a Tessalônica.
17 - Não que procure dádivas, mas
procuro o fruto que aumente a vossa conta.
18 - Mas bastante tenho recebido
e tenho abundância; cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa
parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e
aprazível a Deus.
19 - O meu Deus, segundo as suas
riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.
INTERAÇÃO
“Posso
todas as coisas naquele que me fortalece”. Com certeza este é um dos textos
mais conhecidos e citados das Escrituras Sagradas. Todavia, na maioria das
vezes é mencionado de forma equivocada, fora do seu contexto. Paulo escreveu à
igreja de Filipos quando se encontrava preso em Roma. Ele queria agradecer os irmãos
filipenses pela oferta generosa que eles haviam enviado. O apóstolo dos gentios
estava atravessando um momento difícil, todavia, ele conforta os irmãos
mostrando que durante seu ministério aprendeu tanto a ter fartura como a
padecer necessidades. Os adeptos da Teologia da Prosperidade tomam esse texto
fora do seu contexto e utilizam-no indevidamente, fazendo com que muitos
crentes acreditem que podem possuir o que quiserem, já que é Deus quem lhes
garante isso.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
- Conscientizar-se de que a prosperidade também
ocorre na adversidade.
- Reconhecer que a prosperidade fundamenta-se na
dependência de Deus.
- Identificar a unidade e a solidariedade como
fundamentos necessários para a prosperidade.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor, reproduza no quadro de giz
o esquema abaixo. Utilize o quadro para explicar aos alunos que Paulo padeceu
muitas necessidades. Ele experimentou a dor, o sofrimento e a escassez. Os
sofrimentos fortaleceram a sua fé e o seu caráter. Por isso, o Senhor não o
livrou de tais padecimentos, todavia, Ele o fortaleceu e o capacitou para
enfrentar todos os momentos difíceis com coragem.
Os sofrimentos de Paulo
•
Ele enfrentou “muitas tribulações” ao servir a Deus (At 14.22).
•
Foi afligido no “espírito”, por causa do pecado dominante na sociedade (At
17.16).
•
Derramou muitas lágrimas (2 Co 2.4).
•
Angústia de espírito, por causa do pecado tolerado dentro da igreja (2 Co
2.1-3).
•
Tribulações “por fora e por dentro”, por causa do seu compromisso com a pureza
moral e doutrinária da igreja (2 Co 7.5).
•
Sofreu três naufrágios e foi apedrejado (2 Co 11.25).
•
Enfrentou muitos perigos (2 Co 11.26).
•
Frio, fome e nudez (2 Co 11.27).
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Suficiência: Quantidade que basta para
suprir todas as nossas necessidades.
Na aula de hoje, veremos o que de
fato significa a conhecidíssima declaração de Paulo: “Posso todas as coisas
naquele que me fortalece” (Fp 4.13). Muitos falsos mestres e doutores
interpretam essa passagem fora de seu contexto e, extravagantemente, ensinam
que o crente pode possuir o que quiser e fazer o que bem entender, pois Deus o
apoiará em todas as circunstâncias. Assim, o “posso todas as coisas” passou a
ser usado como se fosse um mantra que garante tudo na vida, independentemente
da vontade divina.
Uma vez que esta interpretação
exótica do texto sagrado é mais presunção do que confiança em Deus e mais
triunfalismo do que verdadeira fé, precisamos entender o que realmente o
apóstolo quis dizer quando afirmou: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece”.
I. PROSPERIDADE NA ADVERSIDADE
1. Escassez e abundância. Uma
das regras básicas da interpretação da Bíblia é a análise do texto de acordo
com o seu contexto. Por conseguinte, quando alguém, para fantasiar uma
existência saudável, rica e isenta de problemas, fundamenta-se, por exemplo, em
Filipenses 4.13, está perversamente torcendo a Palavra de Deus. Além do mais, o
próprio Cristo advertiu-nos: “Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz;
no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33).
Vejamos, pois, o que realmente quis dizer o apóstolo.
Antes de mais nada, Paulo declara sua
total dependência de Cristo em todas as circunstâncias: “Sei estar abatido e
sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou
instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a
padecer necessidade” (Fp 4.12). Nesse versículo, o apóstolo deixa bem claro
que, embora já houvesse experimentado escassez e abundância, jamais deixou de
confiar em Deus. Sejam quais fossem as circunstâncias, o Senhor Jesus era a sua
contínua suficiência. É por isso que, nEle, o apóstolo podia todas as coisas.
Se alguém, portanto, quiser
justificar a Teologia da Prosperidade com base na vida de Paulo, perde o seu
tempo. Ele não ficou rico no seu exercício ministerial. Pelo contrário. Ele
iniciou o seu ministério fazendo tendas (At 18.3) e terminou a sua carreira em
uma prisão em Roma (Fp 1.3; At 28.30). No final de seus dias, precisou que
Timóteo lhe enviasse uma capa, para se aquecer no cárcere (2 Tm 4.13). O que
disso concluímos? O contentamento do apóstolo não dependia da abundância ou da
escassez de bens materiais, mas da suficiência em Cristo.
2. Perseguição e rejeição. Apesar
de Paulo haver escrito a Epístola aos Filipenses durante o seu encarceramento,
impressiona-nos ver-lhe a alegria e o regozijo (Fp 1.7,13,14). Tal fato
evidencia uma grande verdade: a alegria do cristão independe de circunstâncias,
pois é a demonstração da verdadeira paz com Deus. Portanto, ao contrário do que
muita gente possa imaginar, a prisão do apóstolo estava sendo uma fonte de
bênçãos para o progresso do Evangelho assim como fora a sua liberdade (Fp
1.13,14). O importante para ele é que o Senhor Jesus fosse exaltado através do
seu testemunho, ainda que de dentro de uma masmorra.
Não vemos, em Paulo, um escapismo
triunfalista que nega o sofrimento na vida do crente através de uma
irresponsável e leviana confissão: “Tudo posso, tudo posso”. Tampouco vemo-lo
lamentando-se por haver Deus permitido fosse ele encarcerado. O que prevalece,
no apóstolo, é o contentamento em todas as coisas (Fp 4.11,12)!
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O contentamento do crente não depende da
abundância ou da escassez de bens materiais, mas da suficiência em Cristo.
II. PROSPERIDADE NA HUMILDADE
1. O exemplo de Paulo. Ao
demonstrar contentamento, independentemente das circunstâncias, Paulo não
manifesta orgulho. Na realidade, o apóstolo demonstra que a sua felicidade era
o resultado de sua total dependência de Deus. Infelizmente, a declaração do
“tudo posso” transformou-se, para muitos, em uma chave mágica para conquistar tudo
o que desejam, a fim de se sentirem pequenos deuses. O texto de Filipenses
contrapõe-se a esse comportamento (Fp 2.4). Não podemos concordar com uma
prosperidade que fomenta a soberba. A declaração paulina, longe de
engrandecer-nos, deve esvaziar-nos de tudo, para que tenhamos a verdadeira
riqueza: a suficiência divina!
2. O exemplo de Cristo. O
maior exemplo de humildade, para o apóstolo, não era ele, mas Cristo Jesus que,
mesmo sendo Deus, fez-se homem, assumindo a forma de servo (Fp 2.5-7). A
encarnação, ao invés de lhe diminuir a divindade, acrescentou-lhe a humanidade.
Ele não perdeu os atributos divinos, mas se esvaziou de sua glória para que,
com Ele, fôssemos glorificados (Jo 17.5). Caia por terra toda a ostentação.
Pois o Filho de Deus, embora rico e dono de todo o Universo, fez-se pobre por
amor a nós (Fp 2.6; 2 Co 8.9).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Ser próspero é permanecer humilde em
toda e qualquer situação.
III. PROSPERIDADE NA CARIDADE E NA UNIDADE
1. Amor e caridade. Em
Filipenses 1.9, Paulo destaca o caráter dos irmãos de Filipos que,
sensibilizados com a sua situação, resolveram ajudá-lo generosamente (Fp 4.15).
O modelo de prosperidade ensinado por Paulo nada tem com o adotado hoje.
Atualmente, prosperidade significa, entre outras coisas, independência de Deus.
No entanto, Paulo demonstra que o crente, seja rico, seja pobre, sempre
dependerá do Senhor, porque sem Ele nada podemos fazer. Toda a suficiência vem
do Pai Celeste. Você sabia disso?
2. Provisão e gratidão. É
interessante analisarmos o “tudo posso” de Paulo em Filipenses 4.13 à luz do
que ele disse no versículo 11. Conforme lemos, o apóstolo revela ter aprendido
a estar contente quer na necessidade, quer na abundância. Ele demonstra, assim,
que toda a nossa suficiência acha-se em Deus e não em nós mesmos. Por isso, ao
invés de lamentar-se, recebe a oferta que os filipenses lhe enviaram como um
“sacrifício agradável e aprazível a Deus” (Fp 4.18). Paulo sabia que o Senhor
amparava-o através dos crentes de Filipos. E nem por isso ele se sentia menos
próspero.
3. A comunhão e a sã doutrina. Um
ensinamento que se sobressai na Epístola aos Filipenses é que a real felicidade
fundamenta-se tanto em nosso relacionamento com Deus quanto com o próximo (Fp
2.1-6; 4.2). Logo, a prosperidade genuinamente bíblica consolida-se na unidade
e na comunhão do Espírito Santo.
Por outro lado, o apóstolo alerta-nos
quanto aos maus obreiros (Fp 3.2). Uma igreja biblicamente próspera não somente
mantém-se coesa internamente, mas também se guarda das intrusões externas. As
heresias e modismos estão enfermando igrejas e desviando muitos crentes da
verdade. Lembremo-nos de que a prosperidade bíblica é decorrente da sã
doutrina.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O crente, seja ele financeiramente rico
ou pobre, deve sempre depender do Senhor, porque sem Ele nada podemos fazer.
Nossa suficiência vem do Pai Celeste.
CONCLUSÃO
Por conseguinte, o “tudo posso” do
apóstolo Paulo revela nossa total e completa dependência de Deus. Sendo um
homem dependente de Deus, o apóstolo não moldava a sua vida pelas
circunstâncias. Cristo era o centro de sua existência. O mesmo Deus que o fortalecia
na abundância, também o sustentava na escassez. Dessa forma, afirmemos com
segurança e ousadia: “Tudo posso naquele que me fortalece!” Amém.
VOCABULÁRIO
Coesa: Relativo
a coesão; atração; unidade.
Escapismo: Fuga da realidade.
Exótica: Esquisito, excêntrico.
Mantra: Palavras pronunciadas em forma ritualística ou musical com finalidade mágica.
Masmorra: Prisão subterrânea.
Escapismo: Fuga da realidade.
Exótica: Esquisito, excêntrico.
Mantra: Palavras pronunciadas em forma ritualística ou musical com finalidade mágica.
Masmorra: Prisão subterrânea.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
RICHARDS, L. O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed.,
RJ: CPAD, 2007.
EXERCÍCIOS
1. De
acordo com a lição, qual deve ser a regra básica da interpretação bíblica?
R. Uma
das regras básicas da interpretação da Bíblia é a análise do texto de acordo
com o seu contexto.
2. O
que Paulo queria dizer com “tudo posso naquele me fortalece”?
R. Nesse
versículo, o apóstolo deixa bem claro que, embora já houvesse experimentado
escassez e abundância, jamais deixou de confiar em Deus. Sejam quais fossem as
circunstâncias, o Senhor Jesus era a sua contínua suficiência. É por isso que,
nEle, o apóstolo podia todas as coisas.
3. Quem
é o nosso maior exemplo de humildade?
R. Jesus
Cristo.
4. Qual
era o modelo de prosperidade ensinado por Paulo?
R. O
modelo de Paulo é que o crente, seja rico, seja pobre, sempre dependerá do
Senhor, porque sem Ele nada podemos fazer. Toda a suficiência vem do Pai
Celeste.
5. Em
que a prosperidade bíblica consolida-se?
R. A
prosperidade genuinamente bíblica consolida-se na unidade e na comunhão do
Espírito Santo.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Exegético
“Compromisso
com o contentamento (Fp 4.10-13)
[...] Nos versos 11-14, Paulo
ressalta ser livre da opressão da necessidade. Sua alegria não se deve a ter
suas necessidades satisfeitas, mas ao fato de que a preocupação dos filipenses
está fundamentada no Senhor. O relacionamento de Paulo com Deus tem-no
conduzido a um senso de contentamento que transcende sua circunstância
imediata. Paulo experimentou tanto a necessidade quanto a abundância. (A
palavra usada para ‘necessidade’ aqui, é a mesma para a humilhação de Cristo no
capítulo 2.8 de Filipenses; mas, devido a este contexto, provavelmente se
refere à privação econômica). Ele então emprega dois conjuntos de verbos
contrastantes para mostrar os extremos através dos quais experimentou
contentamento: quando estava bem alimentado, quando teve fome, quando viveu
períodos de abundância e quando padeceu necessidades. Através de todas estas
situações, descobriu o segredo do contentamento. Em uma conclusão triunfal, no
verso 13 revela a sua principal fonte de contentamento: ‘Posso todas as coisas,
naquele que me fortalece’. Este contexto do verso tem sido frequentemente
transgredido, e esta verdade tem sido colocada a serviço de extravagâncias
caprichosas. O apóstolo está claramente se referindo à grande variedade de suas
próprias experiências (Fp 4.12)” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento. 2.ed., RJ: CPAD, 2004, p.1313).
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