Lições Bíblicas CPAD 4º Trimestre de
2006
Título: As verdades centrais da Fé Cristã
Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade
Lição 2: Deus, O Ser Supremo por excelência
Data: 8 de Outubro de 2006
TEXTO ÁUREO
“Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único
SENHOR” (Dt 6.4).
VERDADE PRÁTICA
Criador dos céus, da terra e do ser
humano, o Senhor Deus é o Ser Supremo por excelência.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Jo 3.33
Deus é verdadeiro
Terça - Jo 4.24
Deus é Espírito
Quarta - 1 Jo 1.5
Deus é luz
Quinta - 1 Jo 4.8
Deus é amor
Sexta - Dt 32.4
Deus é a verdade
Sábado - 2 Co 9.8
Deus é poderoso
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
Salmos 33.1-12.
1 - Regozijai-vos no SENHOR, vós, justos, pois
aos retos convém o louvor.
2 - Louvai ao SENHOR com harpa, cantai a ele
com saltério de dez cordas.
3 - Cantai-lhe um cântico novo; tocai bem e
com júbilo.
4 - Porque a palavra do SENHOR é reta, e todas
as suas obras são fiéis.
5 - Ele ama a justiça e o juízo; a terra está
cheia da bondade do SENHOR.
6 - Pela palavra do SENHOR foram feitos os
céus; e todo o exército deles, pelo espírito da sua boca.
7 - Ele ajunta as águas do mar como num
montão; põe os abismos em tesouros.
8 - Tema toda a terra ao SENHOR; temam-no
todos os moradores do mundo.
9 - Porque falou, e tudo se fez; mandou, e
logo tudo apareceu.
10 - O SENHOR desfaz o conselho
das nações; quebranta os intentos dos povos.
11 - O conselho do SENHOR
permanece para sempre; os intentos do seu coração, de geração em geração.
12 - Bem-aventurada é a nação
cujo Deus é o SENHOR, e o povo que ele escolheu para a sua herança.
PONTO DE CONTATO
Caro
professor, é um privilégio singular estudarmos as doutrinas principais da
Bíblia. No entanto, é conveniente que o mestre não abuse do “teologismo”, ou
seja, da linguagem e dos princípios teológicos. O principal propósito do ensino
da Teologia na Escola Dominical, não é a exibição da capacidade intelectual do
educador, mas o maravilhoso encontro do educando com Cristo, “em quem estão
escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência” (Cl 2.2,3). Assim
sendo, o professor não é um mero detentor do conhecimento, mas um agente, que
tanto ouve quanto fala a Palavra de Deus aos seus alunos, a fim de conduzi-los
à verdade eterna.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
- Distinguir, dentre os atributos divinos, os
morais dos naturais.
- Classificar os atributos transcendentes de
Deus.
- Explicar a necessidade da revelação de Deus na
Escritura.
SÍNTESE TEXTUAL
As Escrituras Sagradas afirmam que a
natureza essencial de Deus não pode ser plenamente conhecida pela criatura (Êx
33.20; Jó 11.7; Is 40.28; Jo 1.18; 1 Tm 6.16; 1 Jo 3.2). No entanto, Deus se
auto-revelou por meio da criação — Revelação Geral (Sl 8; 19; 148; Rm 1.19-21;
2.25,16); através do Verbo Encarnado (Jo 1.1, 14, 17, 18; 14.8,9; Hb 1.1-3) e
pelas Escrituras — Revelação Especial (2 Tm 3.16; Sl 119.33-40).
A natureza e o caráter de Deus foram
manifestados através dos seus nomes e atributos. Os nomes de Deus revelam a sua
natureza singular, enquanto os seus atributos, o seu caráter santíssimo (Gn
22.14; Êx 15.26; Sl 139).
Quanto à natureza de Deus, a Bíblia
afirma que o Senhor é “Espírito” (Jo 4.24; 2 Co 3.17; Is 31.1).
Sendo Deus espírito, dotado de todos
os atributos pessoais, a Bíblia afirma que Ele: não
é homem (Nm 23.19; Os 11.7; Ml 3.6; Dt 4.1); não possui “carne
e ossos” (Lc 24.39; Nm 23.19; Os 11.9; Jo 5.37); e, que sua sublime glória é inacessível e insondável (1
Tm 6.16; Cl 1.15; Jo 1.18; 1 Jo 3.2). No entanto, podemos: conhecê-lo (Os 6.3);
amá-lo (Lc 10.27); adorá-lo e servi-lo (Mt 4.10; Jo 4.24).
ORIENTAÇÃO
DIDÁTICA
Caro professor, na cultura hebraica,
o nome revelava o caráter de quem o possuía, isto é, sua natureza íntima (1 Sm
25.25; Gn 25.26; 32.28; 35.10). Da mesma forma, os nomes de Deus encontrados
nas Escrituras, confirmam seus atributos e sua natureza gloriosa. Portanto,
para esta lição, elabore uma “Tabela Demonstrativa dos Nomes Divinos”. Esse recurso
possibilitará ao educando uma apreciação do caráter e da natureza de Deus
mediante o estudo de seus nomes. Ao apresentar os nomes divinos, não se esqueça
de explicá-los de acordo com o contexto histórico, e de aplicá-los ao cotidiano
dos alunos. Reproduza a tabela abaixo de acordo com os recursos disponíveis.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Atributo: Os nomes de Deus indicam a sua
natureza; os atributos, o seu caráter.
Inimigo irreconciliável da religião,
Voltaire surpreende-nos com esta afirmação: “Se Deus não existisse, seria
necessário inventá-lo”. O pensador francês buscou enfatizar, com o seu estilo
nada reverente, que Deus é absolutamente necessário; sem Ele nada seria
possível. Infelizmente, não são poucos os que, do alto de sua tolice, professam
não acreditar na realidade do Todo-Poderoso.
Nesta lição, mostraremos ser a
existência de Deus algo não somente provado como inerente à alma humana. Nosso
objetivo não é analisar a Deus; é registrar o que a Bíblia declara acerca de
sua natureza e atributos. Aliás, quem jamais poderia analisar um ser infinito,
eterno e que existe por si mesmo? Por isso, todas as afirmações que fizermos
concernentes a Deus terão como base não a vã filosofia; e, sim, a Bíblia
Sagrada.
I. QUEM É DEUS
No Salmo 33, que nos serve de leitura
bíblica em classe, o escritor sagrado discorre de um modo maravilhoso sobre os
atributos e as obras de Deus. Utilizando-se de uma poesia elevadíssima,
sintetiza um conhecimento essencial sobre o Todo-Poderoso; um conhecimento,
aliás, que nos obrigaria a despender milhares de páginas. No entanto, o autor
sagrado declara, em poucas sentenças, o que Deus é, o que Ele fez e o que
continua a fazer.
1. Definição lingüística. A
palavra Deus é
a tradução do vocábulo hebraico ’ĕlōhim; no grego, temos a palavra theos.’Ĕlōhim é
um substantivo plural que, tendo em vista determinados contextos, encerra este
princípio: a existência da Santíssima Trindade.
2. Definição teológica. Em
nosso Dicionário Teológico, damos a seguinte definição de Deus: “Ser Supremo,
absoluto e infinito por excelência; criador dos céus e da terra (Gn 1.1);
eterno e imutável (Is 26.4); onipotente, onisciente e onipresente (Jó 42.2; Sl
139). Deus é espírito (Jo 4.24). Ser incriado, é a razão primeira de tudo
quanto existe”.
II. A EXISTÊNCIA DE DEUS
Alguém declarou que Deus é a melhor
prova de si mesmo. Como referendar a existência de Deus se esta acha-se patente
em todas as coisas? Ler Rm 1.19-21. Quando os santos escritores, inspirados
pelo Espírito Santo, puseram-se a registrar a revelação divina, nenhuma
preocupação tiveram eles em provar a existência de Deus. Pois o Todo-Poderoso
fazia parte de seu cotidiano; era inconcebível viver sem Ele ou à parte dEle.
Leia com atenção o Salmo 26.
Os que se dizem ateus, quer teóricos
quer práticos, não passam de tolos conforme canta o salmista: “Disseram os
néscios no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em
suas obras, não há ninguém que faça o bem” (Sl 14.1).
III. A REVELAÇÃO ESPECIAL DE DEUS
C. S. Lewis ao tratar da revelação
especial de Deus, afirmou: “Deus nunca se faz de filósofo diante de uma
lavadeira”. O que o escritor inglês busca enfatizar nessa frase tão
profundamente simples? Deus deseja revelar-se ao ser humano, pois ama-o com um
amor eterno. Amando-nos como nos ama, utiliza-se Ele de uma linguagem que todos
podemos entender (Hb 1.1-3). Não me refiro apenas à natureza, à consciência ou
à complexidade de nosso corpo que, de forma bem patente, revelam-nos a sua
existência; refiro-me também às Sagradas Escrituras. Por isso, tanto o filósofo
quanto à lavadeira, que se arrependem de seus pecados e lêem a Bíblia, sentem
que Deus lhes fala clara, profunda e redentivamente. Vejamos, pois, o que é a
revelação divina.
1. Definição lingüística. A
palavra revelação provém do latim revelatione e
significa: revelar, tirar o véu, descobrir (2 Co 3.16).
2. Definição teológica. Ação
divina que comunica aos homens os desígnios de Deus e as verdades que estes
envolvem (1 Co 2.10). A Bíblia é assim considerada por conter a revelação
definitiva e acabada de Deus acerca de seus planos em relação à humanidade. É
através dela que passamos a conhecer redentivamente a Deus (2 Tm 3.15-17).
IV. NATUREZA ESSENCIAL DE DEUS
A natureza essencial de Deus é um
assunto demasiadamente complexo (Sl 139.6). Deparando-se com tal dificuldade,
confessa Tomás de Aquino: “O máximo que conhecemos de Deus é nada em relação ao
que Ele é”. Vejamos, porém, o que é possível saber acerca de sua natureza
essencial. Entre os seus atributos naturais ou transcedentais, podemos
mencionar: asseidade, espiritualidade, imensidade, imutabilidade e eternidade.
1. Asseidade. Atributo
natural, absoluto e incomunicável de Deus, segundo o qual Ele existe por si
mesmo. Ele não depende de nenhum outro ser para existir ou para continuar
existindo; Ele tem vida em si mesmo (Jo 5.26).
2. Espiritualidade. Deus
é espírito, afirmou o Senhor Jesus à mulher samaritana (Jo 4.24). Nesta
definição essencial de Deus, aprendemos algo muito importante: Deus é um
espírito puro e simples. Ele é o que é. Sendo espírito, transcende o mundo
material; com este, porém, mantém um relacionamento redentivo (Jo 5.37).
3. Imensidade. Atributo
exclusivo de Deus, que o faz transcender a todos os limites quer do mundo
físico, quer do espiritual, ou do celestial (Is 57.15).
4. Imutabilidade. Qualidade
exclusiva do Supremo Ser, que o torna imune às mudanças quer de natureza
qualitativa, quer de natureza moral; sua bondade é infinita (Tg 1.17). Há uma
íntima relação entre a sua bondade e imutabilidade. Quando Jesus afirmou que
Deus é bom, quis deixar bem claro que Ele não pode ser melhor do que é (Mc
10.18).
5. Eternidade. Como
o Ser Eterno por excelência, Deus sempre existiu e sempre haverá de existir;
não teve início nem terá fim (Sl 90.2).
V. ATRIBUTOS IMANENTES E MORAIS DE DEUS
No tópico anterior, estudamos os
atributos naturais ou transcendentes de Deus. A seguir, veremos as qualidades
através das quais entra Ele em contato com o mundo criado: os atributos
imanentes e os atributos morais do Supremo Ser.
1. Atributos imanentes de Deus. Onipotência,
onipresença e onisciência (Jó 42.2; Sl 139; 44.21). Isto significa que Deus
pode todas as coisas, encontra-se em todos os lugares ao mesmo tempo e de tudo
tem ciência. Que Deus pode todas as coisas, não há dúvidas; mas nada fará que
contrarie a sua natureza justa e santa.
2. Atributos morais de Deus. Os
atributos morais de Deus podem e devem ser possuídos por todos os seus servos:
Santidade, justiça, misericórdia, sabedoria e amor.
Deus é santo e exige que todos os
seus servos também o sejam (Lv 19.2). Ele é justo e deseja que, de igual modo,
o sejamos (1 Jo 3.7). Ele é misericordioso e reivindica que assim ajamos (Cl
3.12). Deus é sábio e conosco reparte a sua sabedoria (Tg 1.5). E se Ele
amou-nos com um amor eterno, devemos também nos amar uns aos outros (1 Jo 4.8).
CONCLUSÃO
No curto espaço de que dispomos,
é-nos impossível explorar exaustivamente um assunto tão imensurável a nós
mortais: a realidade do Supremo Ser. Acredito, porém, que todos já nos
conscientiza-mos da grandeza e da infinitude de Deus. Sendo Ele, porém, o que
é, não nos despreza: revelou-nos o seu grande amor, enviando o seu Filho Jesus
Cristo para morrer em nosso lugar. E, assim, passamos a conhecê-lo
redentivamente. Não é possível conhecer completamente a Deus; entretanto, é
possível conhecê-lo verdadeiramente (Jó 42.5).
VOCABULÁRIO
Imanente: Característica
divina mediante a qual Deus torna-se conhecido pelo homem mediante os atributos
morais.
Transcendente: Característica divina mediante a qual o ser de Deus não é comunicável às suas criaturas morais.
Transcendente: Característica divina mediante a qual o ser de Deus não é comunicável às suas criaturas morais.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
HORTON, S. M. Teologia
Sistemática: uma perspectiva pentecostal. RJ:
CPAD, 1996.
EXERCÍCIOS
1. Como
podemos definir a Deus?
R. Ser
Supremo, absoluto e infinito por excelência; criador dos céus e da terra (Gn
1.1); eterno e imutável (Is 26.4).
2. Qual
o significado teológico da revelação de Deus?
R. Ação
divina que comunica aos homens os desígnios de Deus.
3. Quais
são os atributos naturais de Deus?
R. Asseidade,
espiritualidade, imensidade, imutabilidade e eternidade.
4. Quais
são os atributos imanentes de Deus?
R. Onipotência,
onipresença e onisciência.
5. Quais
são os atributos morais de Deus?
R. Santidade,
justiça, misericórdia, sabedoria e amor.
AUXÍLIOS
SUPLEMENTARES
Subsídio Teológico
“As
Obras de Deus.
Outro aspecto da doutrina de Deus que
requer a nossa atenção é o das suas obras. Este aspecto pode ser dividido em:
1) seus decretos; 2) sua providência e 3) conservação.
1. Decretos. Os
decretos divinos são o seu plano eterno que, em virtude de suas características,
faz parte de um só plano, que é imutável e eterno (Ef 3.11; Tg 1.17). São
independentes e não podem ser condicionados de nenhuma maneira (Sl 135.6). Têm
a ver com as ações de Deus, e não com a sua natureza (Rm 3.26). Dentro desses
decretos, há as ações praticadas por Deus, pelas quais tem Ele responsabilidade
soberana; e também as ações das quais Ele, embora permitam que aconteçam, não é
responsável. Baseado nessa distinção, torna-se possível concluir que Deus nem é
autor do mal (embora seja o criador de todas as criaturas subalternas), nem é a
causa derradeira do pecado.
2. Conservação e Providência. Deus
está sustentando ativamente o mundo que criou. Na conservação, Ele sustenta a
criação através de leis estabelecidas (At 17.25). Na providência, Ele controla
todas as coisas existentes no Universo, com o propósito de levar a efeito seu
plano sábio e amoroso, de forma que não venha a interferir na liberdade de suas
criaturas (Gn 20.6; 50.20; Jó 1.12; Rm 1.24)”.
(JOYNER, R. O
Deus único e verdadeiro. In HORTON, S. M. Teologia
Sistemática: uma perspectiva pentecostal. RJ:
CPAD, 1996)
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PAZ DO SENHOR
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