Lições Bíblicas CPAD 2º Trimestre de 2007
Título: Tempos Trabalhosos - Como enfrentar
os desafios deste século
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição 1: Tempos trabalhosos para a Igreja
Data: 08 de Abril de 2007
TEXTO ÁUREO
“Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão
tempos trabalhosos” (2 Tm 3.1).
VERDADE PRÁTICA
Nestes últimos dias, a Igreja tem de
se mostrar sempre vigilante e alicerçada na Bíblia Sagrada para combater,
eficazmente, as forças do mal que se levantam contra o evangelho de Cristo.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Dn 12.10
Os salvos serão provados
Terça - Fp 1.29
Fé com sofrimento
Quarta - 2 Ts 2.7
O “mistério da injustiça” já atua no mundo
Quinta - Ap 3.20
Jesus do lado de fora da igreja
Sexta - 1 Tm 6.10
Desviados por amor ao dinheiro
Sábado - 1 Co 13.6
O amor não folga com a injustiça
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
1 Timóteo 4.1-4; 2 Timóteo 3.1,2.
1 Timóteo 4
1 - Mas o Espírito expressamente diz que, nos
últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores
e a doutrinas de demônios,
2 - pela hipocrisia de homens que falam
mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência,
3 - proibindo o casamento e ordenando a
abstinência dos manjares que Deus criou para os fiéis e para os que conhecem a
verdade, a fim de usarem deles com ações de graças;
4 - porque toda criatura de Deus é boa, e não
há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças.
2 Timóteo 3
1 - Sabe, porém, isto: que nos últimos dias
sobrevirão tempos trabalhosos;
2 - porque haverá homens amantes de si mesmos,
avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães,
ingratos, profanos.
INTERAÇÃO
Caro
professor, inicie a primeira aula deste trimestre apresentando aos alunos o
tema geral das Lições Bíblicas: “Tempos trabalhosos: como enfrentar os desafios
deste século”. Comente que as treze lições analisam os principais desafios
enfrentados pela Igreja de Cristo e, portanto, é necessário que todos os
educandos adquiram suas lições e acompanhem assiduamente as exposições
didáticas, a fim de que compreendam os desafios da sociedade pós-moderna à luz
dos princípios absolutos da Palavra de Deus. Fale também sobre o comentarista,
Pr. Elinaldo Renovato - Pr. Presidente da Assembléia de Deus de Parnamirim, RN,
professor universitário, bacharel em Ciências Econômicas e autor de diversas
obras editadas pela CPAD. Deus abençoe ricamente a sua vida e a de seus alunos
durante o segundo trimestre de Lições Bíblicas (Js 1.6-9).
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
- Descrever as características dos últimos
tempos.
- Contestar os modismos doutrinários.
- Definir o sentido bíblico de apostasia.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor, nesta primeira lição, faça
um organograma das lições que estudaremos durante o trimestre. Trata-se de um
quadro que relaciona os conceitos (sinopse), as atitudes (o que fazer) e os
valores (o que ser) necessários à vida cristã integral. Os objetivos são:
apresentar uma síntese de todo o conteúdo do trimestre, recapitular os pontos
fundamentais das lições, e reafirmar os conceitos e procedimentos necessários à
vida cristã. No gráfico abaixo, há um modelo que você deve complementar,
conforme o desenvolvimento do trimestre. Use materiais variados e coloridos de
acordo com os recursos disponíveis e exponha o gráfico em sua classe.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Apostasia: Abandono premeditado e
consciente da fé cristã.
Como podemos depreender do texto
sagrado, Deus sempre alertou o seu povo quanto aos perigos que nos rondam (Mt
10.16; Jo 16.33; Lc 21.16). A mensagem que Paulo escreveu em sua primeira carta
a Timóteo, base da presente lição, trata das dificuldades pelas quais a Igreja
haveria de passar em seus primórdios e, ao mesmo tempo, projeta-se para os
tempos que antecederiam o retorno de Cristo.
I. CARACTERÍSTICAS DOS ÚLTIMOS TEMPOS (1 Tm 4.1-5)
1.
Apostasia. “Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos
tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a
doutrinas de demônios” (1 Tm 4.1). A apostasia constitui-se no abandono
premeditado e consciente da fé cristã; é uma característica marcante dos
últimos tempos, conforme alerta-nos Paulo.
a) Apostasia na igreja. De
acordo com a Bíblia de Estudo Pentecostal, há dois tipos de apostasia: a
teológica e a moral. Na primeira, observam-se desvios doutrinários. Na segunda,
comportamentos contrários à santidade requerida por Deus em sua Palavra (Hb
12.14; 1 Pe 1.15,16).
A Igreja tem testemunhado muitos
casos de apostasia entre os santos. À medida que se aproxima a vinda de Jesus,
o número de apóstatas aumenta preocupantemente. O evangelho da cruz, com o
desafio de sofrer por Cristo (Fp 1.29), de renunciar ao pecado (Rm 8.13), de
sacrificar-se pelo Reino de Deus e de renunciar a si mesmo, vem sofrendo
constantes e impiedosos ataques (Mt 24.12; 2 Tm 3.1-5; 4.3). A Bíblia afirma
que, nos dias que antecedem a manifestação do Anticristo, ocorrerá uma grande
onda de apostasias (2 Ts 2.3,4). É hora de redobrar a vigilância.
b) A desvalorização da Bíblia. Inspirados
em teologias liberais, há crentes que não mais vêem a Bíblia como a inspirada,
inerrante e infalível Palavra de Deus - nossa única regra de fé e prática.
Alguns chegam a ensinar que a Bíblia não é a Palavra de Deus, mas apenas a
contém. Leia com toda atenção 2 Tm 3.16. A própria Bíblia nos adverte com toda
clareza, sobre esse tempo (2 Ts 2.3).
2.
Apostasia como sinal da volta de Jesus. De
acordo com a Bíblia, a apostasia é um dos mais fortes sinais concernentes à
volta de Cristo (Lc 18.8; 1 Jo 2.18; 2 Ts 2.7).
a) Super-crentes. Para
que se tenha idéia do alcance da apostasia, vejamos também o que andam
ensinando os falsos mestres e doutores: “Satanás venceu Jesus na cruz”; “Nunca, jamais, em tempo algum, vá
ao Senhor dizendo: Se for da tua vontade... Não permita que essas palavras
destruidoras da fé saiam de sua boca”; “Deus precisa receber permissão para
trabalhar neste reino terrestre do homem... Sim”; “Você está no controle das
coisas!”.
Infelizmente, há muitos incautos
dispostos a aceitar semelhantes blasfêmias. Não nos enganemos: Deus está no
controle de tudo e não precisa de permissão humana para atuar quer na história
das nações quer na vida de cada um de nós. Ele é soberano e tudo tem de ser
feito de acordo com a sua vontade. Quanto ao Diabo, foi este vencido para
sempre na cruz. Aleluia!
b) Perdoar a Deus! Alguns
falsos doutores chegam ao cúmulo de ensinar que se deve perdoar inclusive a
Deus, pois, às vezes, Ele não cumpre suas palavras, causando ressentimentos nos
que o buscam. Por isso, segundo recomendam, devemos submeter-nos à chamada
“cura interior” e à “regressão espiritual”. Ora, os tais doutores deveriam
saber que a Palavra de Deus é infalível e que Deus é Santo. Por conseguinte,
quem precisa de perdão e arrependimento é o homem e não o Todo-Poderoso.
Portanto, seja Deus verdadeiro e todo homem mentiroso (Rm 3.4).
c) Culto aos anjos. Há
muitos crentes iludidos adorando os anjos (Cl 2.18). Infelizmente, há
pregadores que só iniciam a pregação depois de pedir a presença dos anjos e,
com isso, iludem os simples. Isso é apostasia! Os anjos também são servos de
Deus; sua missão é atuar em prol dos que hão de herdar a vida eterna (Hb 1.14).
E além do mais, recusam adoração (Ap 19.10).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Os dois tipos de apostasia são:
teológica e moral. A primeira refere-se aos desvios doutrinários. A segunda,
aos comportamentos opostos à santidade divina.
II. HIPOCRISIA E INSENSIBILIDADE ESPIRITUAL
1.
O que é hipocrisia? Hipocrisia é “impostura, fingimento, simulação,
falsidade, falsa devoção”. “... o Espírito expressamente diz que, nos últimos
tempos, apostatarão alguns da fé, (...) pela hipocrisia de homens que falam mentiras”
(1 Tm 4.1,2a). E quem é o pai da mentira? É o Diabo (Jo 8.44). Portanto, os
mentirosos serão lançados no lago de fogo (Ap 21.8).
a) Lobos fantasiados de ovelhas. Os
hipócritas aparentam uma coisa, mas são outra (At 20.29,30). Fingem-se de
cristãos, mas servem ao Diabo; fingem-se de santos, mas são pecadores
inveterados. Estão na igreja, mas não fazem parte da Igreja de Cristo. Suas
intenções são malignas.
b) Principais características. Os
hipócritas gostam de ser glorificados pelos homens (Mt 6.2), pois dos homens
buscam a glória. Eles contribuem financeiramente, mas não são sinceros para com
Deus. Jesus condena os que assim procedem (Mt 23.23).
2.
O que é insensibilidade espiritual? O
texto bíblico é enfático: “Apostatarão alguns da fé (...) tendo cauterizada a
sua própria consciência” (1 Tm 4.2b). Cauterizar, segundo o dicionário, é
utilizar um meio químico, ou ferro incandescente, para destruir a sensibilidade
de um tecido orgânico. Quando a consciência fica cauterizada, o homem age como
os animais, apenas instintivamente.
Conta-se que uma jovem crente
engravidara-se do namorado. A mãe repreendeu-a, levando o caso ao pastor. Uma
irmã, porém, desaprovou aquela mãe: “Você não devia ter feito isso; bastava
encaminhar sua filha para um aborto e tudo estaria resolvido. O pastor não
precisava saber de nada”. Alguém pode esconder-se do pastor, mas de Deus
ninguém se esconde (Sl 139.7-12). Cuidado com o relativismo moral; a Bíblia
lida com valores absolutos e inegociáveis: o que é pecado é sempre pecado.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
A hipocrisia e a insensibilidade
espiritual são dois comportamentos sociais e proféticos que antecedem a vinda
de Jesus.
III. PROLIFERAÇÃO DA REBELIÃO CONTRA DEUS (2 Tm
3.1-9)
1.
“Homens amantes de si mesmos”. Jesus
ensinou que o maior dos mandamentos é amar a Deus de todo o coração; o segundo,
semelhante ao primeiro, é amar ao próximo como a si mesmo (Mt 22.35-39). Nestes
tempos trabalhosos, porém, o amor próprio e egoísta está matando o amor a Deus
e ao próximo. Esse tipo de amor nega as verdadeiras dimensões do amor cristão.
2.
Homens “avarentos” (v.2). As Escrituras afirmam que a avareza é idolatria (Cl
3.5). O pecado da avareza se manifesta no amor e culto ao dinheiro e ao
materialismo (Ef 5.5; 1 Tm 6.10). Em Romanos 1.29, o pecado da avareza é
arrolado juntamente com a prostituição e o homicídio.
Eis porque a Bíblia adverte acerca
dos falsos mestres que, movidos pela avareza, se utilizam de fábulas engenhosas
para auferir lucros e enganar a Igreja de Deus (2 Pe 2.3; 1.16). Os falsos
mestres e doutores são considerados malditos pela Palavra de Deus (2 Pe 2.14).
3.
Homens “presunçosos” (v.2). Presunção é vaidade. Os presunçosos e ingratos para
com Deus agem como Israel: ao prosperarem, dão “coices”; viram as costas a Deus
(Dt 32.15). Eles passam a agir como se Deus não existisse. Amam mais a vida
presente do que os bens eternos.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A rebelião contra Deus se acentua por
meio do individualismo, da avareza, da presunção e do orgulho.
CONCLUSÃO
Nesses tempos trabalhosos, precisamos
orar e vigiar com mais seriedade, para que não sejamos tragados pela onda de
apostasia e insensibilidade espiritual. Somente com um profundo quebrantamento
espiritual, e uma vida sempre renovada no Espírito (2 Co 4.16), poderemos estar
em condições de aguardar a vinda de Jesus de modo santo e de conformidade com a
sua Palavra.
VOCABULÁRIO
Longínquo: Afastado,
distante; futuro.
Ortodoxia: Absoluta conformidade com um princípio ou doutrina.
Regressão espiritual: Falso tratamento que mistura teologia, psicologia e hipnose, para descobrir um evento traumático responsável pelo sofrimento e bloqueios emocionais e espirituais que impedem o crescimento do indivíduo.
Teologia Liberal: Corrente teológica que nega, entre outras coisas, a inspiração e a inerrância das Escrituras.
Ortodoxia: Absoluta conformidade com um princípio ou doutrina.
Regressão espiritual: Falso tratamento que mistura teologia, psicologia e hipnose, para descobrir um evento traumático responsável pelo sofrimento e bloqueios emocionais e espirituais que impedem o crescimento do indivíduo.
Teologia Liberal: Corrente teológica que nega, entre outras coisas, a inspiração e a inerrância das Escrituras.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
ARRINCTON, F. L.; STRONSTAD, R. Comentário bíblico
pentecostal: Novo Testamento. 2.ed.,
RJ: CPAD, 2004.
EXERCÍCIOS
1. Em
que se constitui a apostasia?
R. No
abandono premeditado e consciente da fé cristã.
2. Quais
os tipos de apostasia?
R. Apostasia
teológica e moral.
3. Qual
o significado da palavra “hipocrisia”?
R. Impostura,
fingimento, simulação, falsidade.
4. O
que aconteceu quando a consciência fica cauterizada?
R. O
homem age como os animais, apenas instintivamente.
5. Como
se manifesta o pecado da avareza?
R. No
amor e culto ao dinheiro e ao materialismo.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Teológico
“A
Apostasia Pessoal (Hb 3.12)
A apostasia (gr. apostasia) aparece duas vezes no NT como substantivo (At
21.21; 2 Ts 2.3) e, aqui em Hb 3.12, como verbo (gr. aphistemi, traduzido por ‘apartar’). O termo grego é
definido como ‘decair, deserção, rebelião, abandono, retirada ou afastar-se
daquilo a que antes se estava ligado’.
1. Significado de apostasia. Apostatar
significa cortar o relacionamento salvífico com Cristo, ou apartar-se da união
vital com Ele e da verdadeira fé nEle. Sendo assim, a apostasia individual é
possível somente para quem já experimentou a salvação, a regeneração e a
renovação pelo Espírito Santo (Lc 8.13; Hb 6.4,5); não é simples negação das
doutrinas do NT pelos inconversos dentro da igreja visível. A apostasia pode
envolver dois aspectos distintos, embora relacionados entre si: (a) a apostasia teológica, isto é, a rejeição de todos os ensinos originais
de Cristo e dos apóstolos ou alguns deles (1 Tm 4.1; 2 Tm 4.3); e (b) a apostasia moral, ou seja, aquele que era crente deixa de
permanecer em Cristo e volta a ser escravo do pecado e da imoralidade (Is
29.13; Mt 23.25-28; Rm 6.15-23; 8.6-13).
2. Advertência bíblica. A
Bíblia adverte fortemente quanto à possibilidade da apostasia, visando tanto
nos alertar do perigo fatal de abandonar nossa união com Cristo, como para nos
motivara perseverar na fé e na obediência”.
(Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ:
CPAD, 1995, p.1903.)
APLICAÇÃO
PESSOAL
A
incredulidade é o pecado inicial e mortal que conduz o crente à rebelião e à
apostasia (Hb 3.7-10). O pecado de incredulidade foi o motivo pelo qual o povo
de Israel voltou a Cades Barnéia e pereceu no deserto (Hb 3). Essa mesma
rebeldia continua viva e ativa no século XXI, ameaçando aqueles que teimam em
desobedecer as Sagradas Escrituras (1 Tm 4.1). Assim como o povo pereceu no
deserto, muitos crentes estão fracos e incapazes de continuar a jornada cristã,
em função da dureza de seus corações impenitentes. A Escritura, no entanto,
admoesta: “Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mal e
infiel, para se apartar do Deus vivo” (Hb 3.12).
A
descrença e a dureza de coração precedem à ruína espiritual, pois o “pecado
voluntário” (Hb 10.26) tem sua gênese na falta de fé. O termo “voluntário”
enfatiza a natureza premeditada e calculada do pecado. Logo, o incrédulo
premedita e calcula suas ações pecaminosas. Já a palavra “pecar”, particípio
presente de uma ação contínua, indica a persistência no erro. O antídoto contra
a obstinação pecaminosa é uma fé inabalável em Jesus Cristo, como afirma a
Bíblia: “Não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que
crêem para a conservação da alma” (Hb 10.39).
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