Lições Bíblicas CPAD 1º Trimestre de
2013
Título: Elias e Eliseu — Um ministério de
poder para toda a Igreja
Comentarista: José Gonçalves
Lição 12: Eliseu e a Escola dos Profetas
Data: 24 de Março de 2013
TEXTO ÁUREO
“Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há
em Cristo Jesus. E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a
homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (2
Tm 2.1,2).
VERDADE PRÁTICA
A escola de profetas objetivava a
transmissão dos valores morais e espirituais que Deus havia entregado a Israel
através de sua Palavra.
HINOS SUGERIDOS
127, 186, 259.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - 2 Rs 6.1
Educação e instituição
Terça - 2 Rs 6.3
Educação e função
Quarta - 1 Rs 9.1
Educação e treinamento
Quinta - 2 Rs 6.6
Educação e encorajamento
Sexta - 2 Rs 4.36,37
Educação e experimento
Sábado - 2 Rs 5.26
Educação e exemplo
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
2 Reis 6.1-7.
1 - E disseram os filhos dos profetas a
Eliseu: Eis que o lugar em que habitamos diante da tua face nos é estreito.
2 - Vamos, pois, até ao Jordão, e tomemos de
lá, cada um de nós, uma viga, e façamo-nos ali um lugar, para habitar ali. E
disse ele: Ide.
3 - E disse um: Serve-te de ires com os teus
servos. E disse: Eu irei.
4 - E foi com eles; e, chegando eles ao
Jordão, cortaram madeira.
5 - E sucedeu que, derribando um deles uma
viga, o ferro caiu na água; e clamou e disse: Ai! Meu senhor! Porque era
emprestado.
6 - E disse o homem de Deus: Onde caiu? E,
mostrando-lhe ele o lugar, cortou um pau, e o lançou ali, e fez nadar o ferro.E
disse: Levanta-o. Então, ele estendeu a sua mão e o tomou.
7 - E disse: Levanta-o. Então, ele estendeu a
sua mão e o tomou.
INTERAÇÃO
Professor,
já no Antigo Testamento podemos perceber que a educação religiosa tinha um
lugar de destaque entre os israelitas. As Escolas de Profetas são uma prova
desta verdade. Estas instituições não tinham como propósito ensinar os alunos a
profetizarem. A profecia é um dom divino, por isso, somente o Senhor pode
ensinar os seus servos quanto ao profetizar. Todavia, um dos objetivos era
passar às gerações mais novas a herança cultural e espiritual da nação. Na
lição de hoje, estudaremos acerca da Escola de Profetas sob quatro
perspectivas: a instituição, os objetivos, o currículo e a metodologia. Boa
aula!
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
- Compreender o real propósito das escolas de
profetas.
- Saber a respeito do currículo da escola de
profetas.
- Relacionar alguns dos métodos utilizados nas
escolas de profetas.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor, reproduza o quadro abaixo
no quadro de giz. Utilize-o na introdução da lição. Explique aos alunos que as
Escolas de Profetas tinham como objetivo a transmissão dos valores morais e
espirituais que Deus havia entregado a Israel através de sua Palavra. Conclua
afirmando que os autênticos cristãos empenham-se no estudo e no ensino das
Sagradas Escrituras, pois o crente que não recebe instrução na Palavra está
sujeito a ser levado por todo vento de apostasia (Ef 4.14).
ESCOLAS DE PROFETAS
OBJETIVOS
A transmissão dos valores morais e
espirituais que Deus havia entregado a Israel através de sua Palavra.
CURRÍCULO
Em especial o livro de Deuteronômio,
pois especificava que princípios e preceitos regiam a aliança de Jeová com o
seu povo; aprendizado prático.
METODOLOGIA
Ensino através do exemplo.
COMENTÁRIO
introdução
Palavras Chave
Escola de Profetas: Instituição de ensino do
Antigo Testamento cujo objetivo era a transmissão dos valores morais e
espirituais que Deus havia entregado a Israel através de sua Palavra.
Por diversas vezes, vemos a expressão
“filhos dos profetas” aparecer nos livros de Reis. Os filhos, ou discípulos,
dos profetas estavam radicados em Betel, Jericó e Gilgal (2 Rs 2.3,5,7,15;
4.38). O contexto dessas passagens não deixa dúvidas de que esta expressão pode
ser entendida como sinônimo para escola de profetas.
O fato serve para mostrar que a
educação religiosa, ou formal, já recebia destaque no antigo Israel.
Ressalvamos que as escolas de profetas não tinham como propósito ensinar a
profetizar. Isso é uma atribuição divina. Todavia, era um testemunho vivo de
que o povo de Deus, em um passado tão distante, preocupava-se em passar às
gerações mais novas sua herança cultural e espiritual. Por isso, vejamos nessa
lição, a Escola de Profetas sob quatro perspectivas.
I. A INSTITUIÇÃO DAS ESCOLAS DE PROFETAS
1. Noção de organização e forma. O
texto de 2 Reis 6.1 mostra que essas Escolas de Profetas possuíam uma estrutura
física. Eles viviam em comunidade e, portanto, careciam de espaço físico não
somente para habitar, mas também onde pudessem ser instruídos: “Eis que o lugar
em que habitamos diante da tua face nos é estreito. Vamos, pois, até ao Jordão,
e tomemos de lá, cada um de nós, uma viga, e façamo-nos ali um lugar, para
habitar ali”.
Observa-se nesse texto que a
estrutura acabou ficando inadequada e um espaço maior foi reclamado. Para que
se tenha uma educação de qualidade necessita-se de uma estrutura adequada. Não
podemos educar sem primeiro estruturar!
2. Noção de organismo e função. As
escolas de profetas estavam sob uma supervisão e, portanto, possuíam um líder
espiritual que lhes dava orientação.
Os estudiosos acreditam que as
escolas de profetas surgiram com Samuel (1 Sm 10.5,10; 19,20) e,
posteriormente, consolidaram-se com a monarquia nos ministérios de Elias e
Eliseu.
No texto de 2 Reis 6.1, verificamos
que os discípulos dos profetas estavam sob a orientação de Eliseu e era com
este profeta que buscavam instrução. Eliseu não era apenas um homem com dons
sobrenaturais capaz de prever o futuro ou operar grandes milagres, mas também
um profeta que possuía uma missão pedagógica.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Eliseu não era apenas um homem com dons
sobrenaturais, mas também um profeta que possuía uma missão pedagógica.
II. OS OBJETIVOS DAS ESCOLAS DE PROFETAS
1. Treinamento. O
texto de 2 Reis 2.15,16 mostra que fazia parte do treinamento das escolas dos
profetas trabalhar sob as ordens do líder, obtendo assim permissão para a
execução de cada tarefa.
Em outras situações observamos que os
filhos dos profetas, quando já treinados, podiam agir por conta própria em
determinadas situações (1 Rs 20.35). Na igreja o discipulado ocorre quando
aquele que foi ensinado compartilha com outro o seu aprendizado.
2. Encorajamento. Os
expositores bíblicos observam que Eliseu não limitava o seu ministério à
pregação itinerante e a operação de milagres, mas agia também como um
supervisor das escolas de profetas. Ele fornecia instrução e encorajamento aos
jovens que ali estavam.
O contexto de 1 e 2 Reis não deixa
dúvidas de que Elias e Eliseu muito preocuparam-se em transmitir às gerações
mais novas o que haviam aprendido do Senhor. Nessas escolas, portanto, esses
alunos eram encorajados a buscar uma melhor compreensão da Palavra de Deus. Não
há objetivo maior para um educador do que encorajar o educando a buscar a
excelência no ensino.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
As Escolas de Profetas forneciam
instrução e encorajamento aos alunos a fim de que eles buscassem uma melhor
compreensão da Palavra de Deus.
III. O CURRÍCULO DAS ESCOLAS DE PROFETAS
1. A Escritura. Acompanhando
o ministério de Elias, vemos que a Palavra de Deus fazia parte do conteúdo
ensinado nas escolas de profetas. Dele, Eliseu recebeu essa herança. Quando se
encontrava no monte Sinai, Elias queixou-se de que os israelitas haviam
abandonado a aliança divina, destruído os locais do verdadeiro culto e matado
os profetas do Senhor (1 Rs 19.10).
A Palavra de Deus, em especial o
livro de Deuteronômio, especificava que princípios e preceitos regiam a aliança
de Jeová com o seu povo. A Palavra de Deus era e é essa aliança! Assim como
Elias, Eliseu também estava familiarizado com as implicações do concerto
divino. Era a Palavra de Deus que ele ensinava aos seus discípulos. É a Palavra
de Deus que nós também devemos ensinar hoje.
2. A experiência. Elias
e Eliseu eram homens experientes e partilhavam com os outros o que haviam
aprendido do Senhor (2 Rs 2.15, 19-22; 4.1-7, 42-44). No entanto, no contexto
bíblico, a experiência não está acima da revelação divina conforme se encontra
registrada na Bíblia. A Palavra de Deus é quem julga a experiência e não o
contrário. Elias, por exemplo, afirmou que suas experiências tiveram como
fundamento a Palavra de Deus (1 Rs 18.36).
Os mais jovens devem ter a humildade
de aprender com os mais experientes e os mais experientes não devem desprezar
os saberes dos mais jovens. O aprendizado se dá através do processo de
interação e a experiência faz parte desse processo.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O currículo da Escola de Profetas era em
especial o livro de Deuteronômio, pois especificava os princípios e preceitos
que regiam a aliança de Jeová com o seu povo.
IV. A METODOLOGIA DA ESCOLA DE PROFETAS
1. Ensino através do exemplo. As
Escolas de Profetas seguiam o idealismo hebreu concernente à educação. Havia
uma relação entre professor e aluno na comunidade onde viviam. A educação
acontecia também na sua forma oral e o exemplo era um desses métodos adotados
no processo educativo. Não há como negar que Eliseu ensinava através do
exemplo. Há vários relatos sobre os milagres de Eliseu, nos quais se percebe
que o aprendizado acontecia através da observação das ações do profeta.
Geazi, discípulo de Eliseu, sabia que
seu mestre era um exemplo de honestidade. Em o Novo Testamento, Jesus Cristo
colocou-se como o exemplo máximo a ser seguido e Paulo se pôs como um modelo a
ser imitado (Mt 9.9; 1 Co 11.1).
2. Ensino através da Palavra. Eliseu
não deixou nada escrito. O que sabemos dele é através do cronista sagrado. Mas
esse fato não significa que o profeta não usasse a Palavra de Deus em sua vida
devocional e também como instrumento de instrução nas Escolas de Profetas.
A forma como Eliseu julgava o
comportamento dos reis, aprovando-os, ou reprovando-os, não deixa dúvidas de
que usava a Palavra de Deus escrita para discipular os alunos das Escolas de
Profetas. Eliseu, por exemplo, mediu a iniquidade de Acabe através da piedade
de Josafá. Acabe era um rei mau porque não andava conforme a Palavra de Deus,
enquanto Josafá era estimado por fazer o caminho inverso.
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
As Escolas de Profetas seguiam o
idealismo hebreu concernente à educação.
CONCLUSÃO
Através do ministério de Eliseu,
observamos que as Escolas de Profetas eram dedicadas ao ensino formal. Ali era
ensinada a Palavra de Deus. Esse fato, por si só, é de grande relevância para
nós, porque demonstra a preocupação do homem de Deus em passar a outros o
conhecimento correto sobre o Deus único e verdadeiro.
Os tempos mudam e a cultura também.
Hoje, sabemos que a educação secular possui grande importância e, infelizmente
para muitos, é a única forma de educação existente. Não podemos negligenciar a
educação secular, mas não podemos de forma alguma perder de vista a dimensão
espiritual do conhecimento divino, que se encontra na Bíblia Sagrada.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
LEBAR, L. E. Educação
que é Cristã. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
EXERCÍCIOS
1. Segundo
a lição, o que podemos aprender sobre o aspecto institucional da Escola de
Profetas?
R. Que
a educação possui forma e função.
2. Destaque
dois dos objetivos da Escola de Profetas.
R. Treinamento
e encorajamento.
3. De
acordo com a lição, que conteúdos faziam parte do currículo da Escola de
Profetas?
R. A
Escritura e a experiência.
4. Cite
dois dos métodos educacionais usados na Escola de Profetas.
R. Ensino
através da palavra e do exemplo.
5. O
que podemos observar através do ministério de Eliseu?
R. Observamos
que as escolas de profetas eram dedicadas ao ensino formal.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Bibliográfico
“Escolas
Hebraicas
[...] Os profetas prestaram uma
assistência à instrução religiosa do povo através de suas pregações públicas.
As referências a um grupo de profeta em Ramá sob o comando de Samuel, e
possivelmente em Gibeá, mesmo tendo sido chamadas de escolas de profetas não
devem ser consideradas como as mais recentes escolas de escribas que
caracterizavam o judaísmo. Estas foram ocasionadas em sua maior parte pelo
declínio do sacerdócio sob o comando de Eli e seus filhos, e novamente durante
a monarquia (1 Sm 10.5,10; 19.20), e também da necessidade que o povo tinha de
receber a instrução religiosa.
Estas associações de profetas não
devem ser consideradas como monásticas, mas, na verdade, existiram com o
propósito de trazer à tona uma maior influência religiosa sobre sua época.
Presume-se que, no tempo de Esdras,
as instituições religiosas tenham sido um esforço escolástico entre os judeus
(Ed 7.10). ”Associadas ao crescimento das sinagogas e outras instituições pós-exílicas,
a educação primária, como um padrão de ensino, viria a tornar-se compulsória,
conforme revelado no Talmude” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1
ed., RJ: CPAD, 2009, p.665).
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
Eliseu e a Escola de profetas
Os profetas não eram pessoas
preguiçosas. Eles decidiram ampliar o local em que estavam vivendo, e para
isso, não se puseram a orar e profetizar em nome do Senhor: eles se puseram a
trabalhar. Não é certo que uma pessoa que detenha um dom espiritual se utilize
dele para não trabalhar, não ter uma vida produtiva, ou para ficar dependendo
de terceiros para sua subsistência. Dons são dados para a edificação da igreja
e não para estabelecer distinções entre quem tem e quem não tem. Os profetas
que cercavam Eliseu colocaram “a mão na massa” e foram trabalhar para que
tivessem um espaço maior para viverem. E foi em um momento desses, em que esses
homens estavam trabalhando, que Deus fez um grande milagre por intermédio de
Eliseu: fez flutuar o ferro de um machado, que um dos alunos daquela escola
deixou cair sem querer no rio.
Não podemos prever que tipos de
adversidades podem ocorrer quando estamos trabalhando para o Senhor, mas
podemos ter a certeza de que Deus estará sempre com conosco. Fazer flutuar o
ferro de um machado não foi um ato de demonstração de poder com objetivos pessoais,
mas uma oportunidade de mostrar o quanto Deus honra a fé de seus servos.
Geazi e Eliseu. Eliseu demonstrou o
poder de Deus com milagres realizados, mas também ensinou pelo seu próprio
exemplo. Geazi era seu aluno, e convivia com o profeta, vendo milagres. Não é
exagero dizer que Eliseu aprendeu muitas coisas com o convívio que teve com
Elias, e Geazi também observou os atos de Eliseu. Mas aqui cabe uma observação:
Ao passo que Eliseu aprendeu coisas com Elias e teve um ministério frutífero,
Geazi optou pelo caminho oposto. Na ocasião em que esteve com o capitão siro
Naamã, Geazi demonstrou que não estava apto para o ministério profético pois
foi seduzido pelos presentes que Naamã, já curado, ofereceu a Eliseu. Nessa
ocasião, vendo Geazi que Eliseu rejeitou os presentes de Naamã, cobiçou-os e
foi atrás do siro, contando-lhe uma história piedosa.
Porque Deus julgou Geazi de forma tão
severa? Primeiro, porque ele foi um homem cobiçoso. Segundo, porque ficou
indignado de ver Naamã ser curado e não pagar nada pela cura que recebeu.
Terceiro, porque Geazi mentiu para obter os presentes que Naamã daria a Eliseu.
Quarto, não podemos usar os dons que Deus nos concede para lucrar de forma
pessoal. Que essas observações nos sirvam de exemplo, para que não sejamos
julgados por Deus por conta de tais manifestações de infidelidade.
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PAZ DO SENHOR
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