Lições Bíblicas CPAD 1º Trimestre de
2012
Título: A Verdadeira Prosperidade — A vida
cristã abundante
Comentarista: José Gonçalves
Lição 6: A prosperidade dos bem-aventurados
Data: 5 de Fevereiro de 2012
TEXTO ÁUREO
“O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu
para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração” (Lc
4.18).
VERDADE PRÁTICA
A verdadeira prosperidade não reside
no acúmulo de bens materiais, mas se encontra na abundância dos bens
espirituais que a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo nos proporciona.
HINOS SUGERIDOS
126, 459, 560
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 5.2,6
Os prósperos têm carências
Terça - Mt 5.4
Os prósperos também lamentam
Quarta - Mt 5.8
Os prósperos são santos
Quinta - Mt 5.5,7
Os prósperos são virtuosos
Sexta - Mt 5.9
Os prósperos promovem a paz
Sábado - Mt 5.10,11
Os prósperos também sofrem
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
Mateus 5.1-12.
1 - E Jesus, vendo a multidão, subiu a um
monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos;
2 - e, abrindo a boca, os ensinava, dizendo:
3 - Bem-aventurados os pobres de espírito,
porque deles é o Reino dos céus;
4 - bem-aventurados os que choram, porque eles
serão consolados;
5 - bem-aventurados os mansos, porque eles
herdarão a terra;
6 - bem-aventurados os que têm fome e sede de
justiça, porque eles serão fartos;
7 - bem-aventurados os misericordiosos, porque
eles alcançarão misericórdia;
8 - bem-aventurados os limpos de coração;
porque eles verão a Deus;
9 - bem-aventurados os pacificadores, porque
eles serão chamados filhos de Deus;
10 - bem-aventurados os que
sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus;
11 - bem-aventurados sois vós,
quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra
vós, por minha causa.
12 - Exultai e alegrai-vos,
porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas
que foram antes de vós.
INTERAÇÃO
Prezado
professor, você tem desfrutado das bem-aventuranças? Este é o tema que
estudaremos na lição de hoje: “A Prosperidade dos Bem-Aventurados”. Ser um
bem-aventurado não é ter muitos bens materiais, mas é viver do favor de Deus. A
graça divina nos dá condições para vivermos segundo os seus preceitos. Sabemos
que na Lei de Moisés alguém para ser abençoado necessitava fazer alguma coisa.
Porém, na dispensação da graça, os bem-aventurados são aqueles que não
necessitam fazer coisa alguma, visto que pela fé o Filho de Deus já fez por
eles! Por isso mesmo praticam boas obras. Enfatize, também, que para sermos
abençoados, basta permanecermos firmes em Jesus Cristo.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
- Saber quais são os fundamentos das
bem-aventuranças.
- Explicar as bem-aventuranças da mansidão e da
misericórdia.
- Conscientizar-se de que a prosperidade dos bem
aventurados firma-se nas coisas espirituais e não nas materiais.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor, reproduza no quadro de giz
o esquema abaixo. Depois, pergunte aos alunos: “O que significa ser
bem-aventurado?” Ouça as respostas e explique, utilizando o quadro, que ser
bem-aventurado é ser feliz. Essa felicidade não se origina dos bens materiais
que possuímos, mas em termos os nossos pecados perdoados por Jesus. Somente
aqueles que receberam a Cristo como único e suficiente Salvador podem desfrutar
dessa felicidade. Conclua enfatizando que essa alegria nos acompanhará por toda
a eternidade.
Ser bem-aventurado é...
1. Ter
paz e comunhão com Deus (1 Co 1.9).
2. Ser
regenerado (Tt 3.5).
3. Experimentar
uma mudança interior (2 Co 5.17).
4. É
ter a certeza de que Jesus supre todas as necessidades (Sl 23.1).
5. É
ter alegria em toda e qualquer situação (1 Ts 1.6; Hc 3.17,18).
6. É
cantar e adorar ao Senhor em todo o tempo (At 16.23-25).
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Bem-aventurança: Do gr. makarismós;
felicidade perfeita.
As bem-aventuranças de Jesus destacam
os princípios que fundamentam a Lei e os Profetas. Em cada sentença, enfatizam
as riquezas espirituais em detrimento das materiais. Isso deve ter
escandalizado os escribas e fariseus, porque eles se atinham mais à letra do
que ao espírito da Lei Mosaica. Faz-se necessário, pois, nos voltarmos ao
Sermão do Monte para reavaliarmos o que se vem ensinando nos púlpitos de nossas
igrejas. Caso contrário, agiremos como a classe sacerdotal do tempo de Jesus.
Além disso, corremos o risco de transformar a fé cristã num mero e perigoso
relacionamento mercantil entre o crente e Deus.
Vejamos, pois, na aula de hoje, em
que consiste a verdadeira prosperidade.
I. O FUNDAMENTO DAS BEM-AVENTURANÇAS
1. O significado das bem-aventuranças. A
expressão bem-aventurado vem da palavra latina beatus que,
por seu turno, originou o termo beatitude. No original grego, o vocábulo usado
por Mateus é makarios, cujo significado lembra felicidade,
alegria divina e perfeita. Para os antigos gregos, somente os deuses realmente
eram felizes, isto é, bem-aventurados. No hebraico, por outro lado, o vocábulo esher é traduzido, no salmo primeiro, com o sentido de
quão felizes são! O sentido, portanto, é o de alguém que é feliz aos olhos de
Deus por amar intensamente ao Senhor.
Observa-se ainda que, na literatura
grega clássica, a palavra era usada para se referir à prosperidade material.
Mas, na literatura sapiencial hebraica, ela se refere a uma condição de
bem-estar espiritual com Deus (Sl 1.1; 32.1; 112.1). Jesus mantém esse último
sentido.
2. Bem-aventurados os pobres (Mt
5.3). No Sermão da Montanha, a pobreza não é vista
propriamente como escassez de bens materiais, mas como necessidade da alma.
Nesse contexto, pobre é o que tem uma carência espiritual! Por conseguinte, é
aquele que reconhece suas verdadeiras necessidades espirituais. E por isso
almeja um relacionamento mais profundo com Deus como o fez o salmista:
“Como o cervo brama pelas correntes
das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de
Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus? As
minhas lágrimas servem-me de mantimento de dia e de noite, porquanto me dizem
constantemente: Onde está o teu Deus? Quando me lembro disto, dentro de mim derramo
a minha alma; pois eu havia ido com a multidão; fui com eles à Casa de Deus,
com voz de alegria e louvor, com a multidão que festejava. Por que estás
abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois
ainda o louvarei na salvação da sua presença” (Sl 42.1-5).
Almeja você a presença de Deus?
Então, busque-o como o salmista.
3. Bem-aventurados os que choram (Mt
5.4). Por que um crente chora? O motivo pode ser tanto
interno quanto externo. Às vezes, choramos em decorrência de nossa própria
situação espiritual, porque almejamos aprofundar nossa comunhão com o Senhor.
Queremos estar mais próximos dEle. Suspiramos por uma intimidade maior com o
Pai celeste. Outras vezes, choramos por causa da situação espiritual em que o
mundo se encontra (Is 6.5). Se de fato choramos aos pés de Cristo, o consolo
certamente virá.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Ser bem-aventurado é ser feliz por amar
intensamente ao Senhor.
II. A BEM AVENTURANÇA DA MANSIDÃO E DA MISERICÓRDIA
1. Bem aventurados os mansos (Mt
5.5). Nesse contexto, manso é aquele que demonstra total
submissão à vontade de Deus, mesmo quando esta parece contrariar seus
interesses pessoais. Não é pieguice, mas submissão consciente ao querer divino.
Manso também é aquele que, apesar de injustiçado, não procura a própria
vingança, mas confia em Deus como seu legítimo defensor (Is 41.17; Lc 18.1-8).
Se você age com mansidão e submete-se à vontade divina, você é verdadeiramente
próspero. Isto significa que você possui uma riqueza que muita gente almeja e
não tem: o domínio próprio e a conformação absoluta à vontade de Deus.
2. Bem-aventurados os que têm fome e
sede de justiça (Mt 5.6). Os verdadeiramente prósperos são aqueles que
demonstram um forte desejo pela justiça divina e a buscam ansiosamente. Eles
estão conscientes de que a verdadeira prosperidade só é alcançada com a
instauração do Reino de Deus. Assim, seremos todos saciados em nossa fome e
sede de justiça. Você anseia pelas coisas divinas? Ou só tem desejo por aquilo
que perece? Chegou o momento de pensarmos nas coisas do alto (Cl 3.2)!
3. Bem-aventurados os misericordiosos
(Mt 5.7). O léxico grego de Strong traduz essa expressão como
“boa vontade ao miserável e ao aflito associada ao desejo de ajudá-los”. Em o
Novo Testamento, a expressão ocorre com frequência no sentido de perdão. O
bem-aventurado tem um coração não somente perdoador, mas disposto a socorrer os
mais necessitados. Ele sempre abrirá a mão e o coração àquele que precisa de um
socorro material. Você tem ajudado os órfãos, às viúvas e aos que se acham em
dificuldades? Essa é a verdadeira religião (Tg 1.27). Você sabe perdoar? Você
sabe amar como Jesus amou?
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Ser próspero é agir com mansidão e
submeter-se à vontade divina.
III. A BEM-AVENTURANÇA DA PUREZA E DA AFLIÇÃO
1. Bem-aventurados os limpos de
coração (Mt 5.8). Jesus não se refere a uma pureza meramente ritual.
Ele se refere ao homem que se acha limpo e isento de culpa. É uma pureza que
vem de dentro, origina-se na alma. Você tem guardado o seu coração
incontaminado? (Fp 4.8).
2. Bem-aventurados os pacificadores (Mt
5.9). A Peshita, tradução aramaica de Mateus feita
em 150 d.C, traduz essa expressão como os que fazem a paz! O pacificador é
alguém que não somente ama a paz, mas encontra-se comprometido com o processo
que a ela conduz. Você tem semeado a paz? Ou é alguém que se compraz em levar a
guerra entre os filhos de Deus? (Hb 12.14).
3. Bem-aventurados os perseguidos por
causa da justiça (Mt 5.10,11). O
princípio que o Senhor Jesus expõe é frontalmente contrário à filosofia
materialista deste século. Sofrer injustiça, ser perseguido e até mesmo
martirizado por causa do Reino de Deus são evidências de uma bem-aventurança
eterna. É o que ensina Jesus. Dificilmente os pregadores da prosperidade
aceitarão tais coisas. No entanto, eles se esquecem da advertência do Senhor:
“Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições,
mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Sofrer injustiça e ser perseguido por
causa do Reino de Deus são evidências de uma bem-aventurança eterna.
CONCLUSÃO
As bem-aventuranças de Jesus
contrariam totalmente os conceitos da Teologia da Prosperidade. A grande lição
que aprendemos com o Mestre é que o homem realmente próspero não é aquele que
pode ser avaliado de forma superficial e materialista, mas aquele que encontrou
a paz em Cristo (Rm 5.1). Isso não significa que Deus não queira que os seus
filhos prosperem materialmente. Mas a prosperidade material nada representa sem
a espiritual.
VOCABULÁRIO
Léxico: Dicionário
de línguas clássicas antigas.
Pieguice: Relativo a piegas; sentimentalismo extremo.
Sapiencial: Relativo à sabedoria (os livros de sabedoria do AT).
Pieguice: Relativo a piegas; sentimentalismo extremo.
Sapiencial: Relativo à sabedoria (os livros de sabedoria do AT).
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
COUTO, G. A
Transparência da Vida Cristã. 1.ed.,
RJ: CPAD, 2001.
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007.
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007.
EXERCÍCIOS
1. O
que significa ser bem-aventurado?
R. Significa
ser feliz por amar intensamente ao Senhor.
2. Como
é vista a pobreza no Sermão da Montanha?
R. No
Sermão da Montanha, a pobreza não é vista propriamente como escassez de bens
materiais, mas como carência da alma.
3. De
acordo com o contexto das bem-aventuranças, o que é ser manso?
R. Ser
manso é demonstrar total submissão à vontade de Deus, mesmo quando esta parece
contrariar os interesses pessoais.
4. Segundo
a lição, quem são os verdadeiros prósperos?
R. Os
verdadeiramente prósperos são aqueles que demonstram um forte desejo pela
justiça divina e a buscam ansiosamente.
5. Qual
ensino você pode extrair para a sua vida pessoal depois de ter estudado esta
lição?
R. Resposta
pessoal.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“Os
Bem-aventurados
Os pobres de espírito (Mt 5.3). Talvez
isso inclua os economicamente necessitados, mas certamente aqueles que
aprenderam a inutilidade de ter esperança em qualquer coisa que não seja Deus.
O perigo da riqueza é o isolamento que ela causa às vulnerabilidades da pessoa
comum; ela pode fazer o rico [humanamente] insensível [...].
Os que choram (Mt 5.4). Os
que choram são aqueles que sentem uma tristeza profunda, tendo reconhecimento
que a infelicidade é uma consequência do pecado pessoal e institucionalizado.
Os mansos (Mt 5.5). A
palavra ‘manso’, praus, é um termo complexo que sugere
gentileza, ausência de ostentação, uma vontade de reagir. Os gregos encaravam a
mansidão como sendo desprezível e a confundiam com servidão. No pensamento
bíblico [...] o manso relaciona-se com os demais sem hostilidade, sem maldade e
sem arrogância ou orgulho.
Os pacificadores (Mt 5.9). A
ideia de paz encontrada no Antigo Testamento não é simplesmente uma ausência de
discórdia. Ao contrário, paz, shalom, é um termo dinâmico e positivo que
implica tanto em saúde quanto em inteireza. [...] Existe a clara implicação de
que a pessoa capaz de trazer cura e inteireza, é pobre de espírito, mansa,
misericordiosa e pura de coração” (RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed.,
RJ: CPAD, 2007, p.25).
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Devocional
“O cristão tem uma vantagem. Podemos
entrar nas dificuldades da vida, nas batalhas e situações aparentemente
impossíveis, sabendo que Deus nos ajudará. Quando assumimos a responsabilidade
de manter uma atitude boa e honesta, e desenvolvemos a nossa fé, sabemos que
Deus estará ao nosso lado. Apesar de termos na vida muitos obstáculos e
complexidades, devemos crer que venceremos. Deus está consciente do nosso
problema particular. Ele nos dará a sabedoria para lidarmos seja lá com o que
for. Por isto é importante compreendermos que, a fim de vencer na vida, temos
de depender dEle e fazer o que Ele nos manda. O orgulho pessoal nos deixará
presos onde estamos. Entendemos que ‘Ainda que o Senhor é excelso, atenta para
o humilde; mas ao soberbo, conhece-o de longe’ (Sl 138.6). Necessitamos da
força e da ajuda de Deus em tudo o que fazemos. Não existe nenhum ‘vencedor
pelo próprio esforço’, mas homens e mulheres que desenvolveram os talentos
recebidos de Deus.
Há muitas pessoas bem-sucedidas, que
chegaram ao topo de sua profissão e esqueceram-se do que (ou quem) as levou até
lá. Os nossos talentos, a nossa inteligência, singularidade e oportunidade
vieram de Deus. Se agirmos na vida com fidelidade e confiança, cresceremos e
saberemos o que fazer para ser próspero” (GOODALL, W. O Sucesso que Mata: Fuja das Armadilhas que Roubam os seus Sonhos. 1.ed.,
RJ: CPAD, 2011, p.77).
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