Lições Bíblicas CPAD 3º Trimestre de
2012
Título: Vencendo as aflições da vida — Muitas
são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva
Lição 3: A morte para o verdadeiro cristão
Data: 15 de Julho de 2012
TEXTO ÁUREO
“Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é
ganho” (Fp 1.21).
VERDADE PRÁTICA
Para o crente, a morte não é o fim da
vida, mas o início de uma plena, sublime e eterna comunhão com Deus.
HINOS SUGERIDOS
48, 187, 422.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Rm 6.23
A morte é consequência do pecado
Terça - Gn 35.18; Tg 2.26
Morte, separação entre alma e corpo
Quarta - Sl 16.10; 49.14,15
A expectativa de vida após a morte
Quinta - Sl 16.9-11; Is 26.19; Dn 12.2
A ressurreição no Antigo Testamento
Sexta - 1 Co 15.1-58
A ressurreição no Novo Testamento
Sábado - Ap 20.14
A morte da morte
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
1 Coríntios 15.51-57.
51 - Eis aqui vos digo um
mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados,
52 - num momento, num abrir e
fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos
ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.
53 - Porque convém que isto que é
corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista
da imortalidade.
54 - E, quando isto que é
corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir
da imortalidade, então, cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a
morte na vitória.
55 - Onde está, ó morte, o teu
aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?
56 - Ora, o aguilhão da morte é o
pecado, e a força do pecado é a lei.
57 - Mas graças a Deus, que nos
dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo.
INTERAÇÃO
A
morte é um fenômeno que se abate sobre a pessoa de qualquer sexo, classe social
ou idade. A morte vem! Você já pensou nisso hoje? Não queremos usar de terror
psicológico ao abordar esse tema, mas é importante, num mundo materialista onde
vivemos, ao menos uma vez, darmo-nos conta de que a qualquer momento teremos de
enfrentar esse inevitável fenômeno. Pode ser hoje, amanhã ou daqui alguns anos.
Não importa; a “dama enigmática” nos cercará e, fisicamente, nos consumirá.
Então, onde estará a nossa esperança? Como nos comportaremos frente à iminência
dessa suprema realidade? Eis alguns dos questionamentos acerca desse tema.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
- Conceituar técnica e biblicamente o evento da
morte.
- Explicar a morte no Antigo e Novo Testamento.
- Saber que a morte, apesar dos pesares, é o
início da vida eterna.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Prezado professor, a morte de um ente
querido significa a interrupção abrupta de uma íntima relação humana. Esse fato
traz o sentimento de vazio, saudade e solidão na alma. É possível que isso
esteja acontecendo com alguns dos seus alunos. Por isso, com amor e cuidado,
conclua a lição desenvolvendo a seguinte atividade reflexiva:
1. Selecione cinco alunos;
2. Peça a eles que relatem suas
experiências de perda de ente querido (pode ser dentro ou fora da família);
3. Em seguida, leia 1 Tessalonicenses
4.13,14,18. Encerre a aula dizendo que o Espírito Santo é aquEle que consola os
corações. Ore com eles!
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Morte: Interrupção definitiva da
vida terrena.
Numa sociedade materialista, evita-se
falar sobre assuntos negativos. No entanto, a morte é um fenômeno real que se
abate sobre os seres humanos de todas as idades, classes sociais e religiões.
Afinal de contas, quem pensa em morrer? Há alguma virtude na morte? Nos dias
atuais, o desespero vem tomando conta das pessoas, até mesmo das que professam
a fé cristã. É uma pena que alguns púlpitos não estejam preocupados em preparar
as suas ovelhas, através das Sagradas Escrituras, para enfrentar essa realidade
que pode chegar a qualquer família, sem avisá-la ou pedir-lhe licença. Por
isso, nessa lição, demonstraremos que Deus se preocupa com a fragilidade e
vicissitude humanas, principalmente quando se trata de um tema tão laborioso e
delicado.
I. O QUE É A MORTE
1. Conceito. Não
é tarefa fácil definir a morte. Como fenômeno natural, ela é discutida na
ciência, na religião e faz parte de debates cotidianos, pois atinge a todos (Sl
89.48; Ec 8.8). Anteriormente definida como parada cardíaca e respiratória, o
consenso médico atual a define como cessamento clínico, cerebral ou cardíaco
irreversível do corpo humano. No entanto, a definição mais popular do fenômeno
é a “interrupção da atividade elétrica no cérebro como um todo”. A constatação
de que a pessoa entrou em óbito é o ponto de partida para a permissão, ou não,
pela família, de doar órgãos.
2. O que as Escrituras dizem? “O
salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). Deus não criou o homem e a mulher para
morrer. O Senhor não planejou tal realidade para o ser humano. Mas, conforme
descrito em Romanos 6.23, a morte é consequência da queda (Gn 3.1-24). O pecado
roubou, em parte, a vida eterna da humanidade. Assim, a Bíblia demonstra que a
morte é a consequência inevitável do pecado, e realça esse fato como a
separação entre “alma” e “corpo” (Gn 35.18).
3. É a separação da alma do corpo. A
base bíblica para esse entendimento está em Gênesis 35.18, quando da morte de
Raquel: “E aconteceu que, saindo-se lhe a alma (porque morreu)”. Tiago, o irmão
do Senhor, corrobora esse pensamento quando ensina: “Porque, assim como o corpo
sem o espírito [alma] está morto, assim também a fé sem obras é morta” (2.26).
Teologicamente e, segundo as Escrituras, podemos afirmar que a separação da
“alma” do “corpo” estabelece o fenômeno natural e também espiritual que
denominamos morte. Mas, o que acontece com a alma após a separação do corpo? Há
vida após a morte? São indagações que podemos fazer.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Tecnicamente a morte é o cessamento
clínico, cerebral e cardíaco irreversível do organismo. Biblicamente, porém, é
a separação entre o corpo e a alma.
II. A VIDA APÓS A MORTE
1. O que diz o Antigo Testamento. “Morrendo
o homem, porventura, tornará a viver?” (Jó 14.14a). Essa é uma pergunta de interesse
perene para todos os seres humanos. Indagações como: “Há vida após a morte?”,
“Existe consciência noutra vida?” são questões existenciais não muito
resolvidas até mesmo para alguns teólogos. Entretanto, as Escrituras têm as
respostas a essas perguntas.
a) Sheol. Em
Salmos 16.10 e 49.14,15, o termo hebraico é “sheol”. Essa palavra
aparece ao longo de todo o Antigo Testamento. É traduzido por “inferno” e
“sepultura”. Tais expressões denotam a ideia de imortalidade da alma e a
esperança de se estar diante de Deus após a experiência da morte. Tal
expectativa representa o âmago das expressões do salmista.
b) A esperança da ressurreição. O
patriarca Jó, após muito padecer, expressou-se confiantemente: “E depois que o
meu corpo estiver destruído e sem carne, verei a Deus” (19.26 cf. vv.23-25,27).
O salmista expressou-se a esse respeito da seguinte forma: “Quanto a mim, feita
a justiça, verei a tua face; quando despertar, ficarei satisfeito ao ver a tua
semelhança” (17.15 cf. 16.9-11). Os profetas Isaías e Daniel expõem a esperança
da ressurreição como um encontro irreversível com Deus (Is 26.19; Dn 12.2).
Esses textos realçam a doutrina da esperança na ressurreição do corpo em glória
e denotam, inclusive, a alegria do crente em se encontrar com o seu Deus após a
morte. Logo, podemos afirmar categoricamente que o Antigo Testamento, respalda,
inclusive com riqueza de detalhes, que há vida e consciência após a morte.
2. O que diz o Novo Testamento. A
base bíblica neotestamentária da existência de vida consciente após a morte e a
imortalidade da alma está fundamentada exatamente na pessoa de Jesus de Nazaré.
Ele foi quem trouxe luz, vida e imortalidade ao homem que crê. As evidências
são abundantes (Mt 10.28, Lc 23.43, Jo 11.25,26; 14.3; 2 Co 5.1). Essas porções
bíblicas ensinam claramente a sobrevivência da alma humana fora do corpo, seja
a do crente ou a do não crente, após a morte. Não obstante, a redenção do corpo
e a alegre comunhão eterna com Deus são resultados da plena e bem-aventurada
ressurreição e transformação do corpo corruptível em incorruptível (1 Co
15.1-58; 1 Ts 4.16; Fp 3.21).
Definitivamente, e segundo as
Escrituras, o dom da vida para os cristãos não é uma existência finita, mas uma
linda história de comunhão com o Deus eterno. Foi Ele quem implantou em nós,
através de Cristo Jesus, nosso Senhor, a sua graça salvadora enquanto
estivermos em nossa peregrinação terrena.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
As Escrituras denotam o dom da vida como
uma existência infinita e, após o evento da morte, o início de uma história
eterna de comunhão com Deus.
III. MORTE, O INÍCIO DA VIDA ETERNA
1. Esperança, apesar do luto. É
natural que a experiência da separação de um ente querido traga dor, angústia,
tristeza e saudade. O luto chega de forma inesperada na vida de qualquer
pessoa. Mas a promessa do Mestre de Nazaré ainda sobrepõe-se a qualquer
vicissitude existencial: “[...] quem crê em mim, ainda que esteja morto,
viverá” (Jo 11.25).
2. A morte de Cristo e a certeza da
vida eterna. O Pai entregou seu Filho em favor da humanidade, e
assim o fez simplesmente por amor (Jo 3.16). Esse ato amoroso proporcionou a
possibilidade de escaparmos do juízo divino pelo sangue precioso derramado por
Cristo Jesus. Isso leva-nos a refletir que sem a morte de Jesus não haveria
ressurreição. Logo, não haveria pregação do Evangelho nem salvação. O apóstolo
Paulo tinha a convicção de que a Cruz de Cristo é o âmago do Evangelho (1 Co
1.17), do novo nascimento e da vida eterna. Hoje só amamos o Senhor porque Ele
nos amou primeiro (1 Jo 4.19). Por isso, pela sua morte, e morte de cruz temos,
nEle, a vida eterna.
3. A morte: o desfrutar da vida eterna. O
fenômeno da morte é para o crente a prova da fé vigorosa revelada em sua vida
terrena. Essa fé manifesta-se numa consciência de vitória apesar de a morte
mostrar-se como uma aparente derrota. O apóstolo Pedro lembra dessa fé quando
exorta-nos: “[...] alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de
Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis”
(1 Pe 4.13).
Para o crente a morte não é o fim,
mas o início de uma extraordinária e plena vida com Cristo. É a certeza de que
o seu “aguilhão” foi retirado de uma vez por todas, selando o passaporte
oficial para a vida eterna em Jesus (1 Co 15.55; Os 13.14). Um dia nosso corpo
será plenamente arrebatado do poder da morte (Rm 8.11; 1 Ts 4.16,17)!
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Apesar da dor e do luto, para o cristão,
a morte é o início do desfrutar da vida eterna.
CONCLUSÃO
Precisamos ter consciência de que a
nossa vida é semelhante à flor da erva. Ela se esvai rapidamente. Todavia,
tenhamos em mente que o “viver é Cristo e o morrer é lucro”. Portanto, não se
prenda às questões passageiras e efêmeras. Na peregrinação existencial,
preencha sua mente com o Evangelho. Assim, ao final de sua vida poderá
jubiloso, entoar o que o apóstolo Paulo declarou no final da sua carreira:
“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa
da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia;
e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm
4.7,8). Em Cristo, tenha paz e esperança, porque Ele é a ressurreição e a vida.
VOCABULÁRIO
Enigmática: Misteriosa;
indecifrável.
Efêmeras: Passageira, temporária, transitória.
Efêmeras: Passageira, temporária, transitória.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
RHODES, R. Por
que coisas ruins acontecem se Deus é bom? 1.ed.,
RJ: CPAD, 2010.
GEISLER, N. Teologia Sistemática: Pecado, Salvação, A Igreja e As Últimas Coisas. 1.ed., Vol.2, RJ: CPAD, 2010.
SEAMANDS, S. Feridas que Curam: Levando Nossos Sofrimentos à Cruz. 1.ed., RJ: CPAD, 2006.
GEISLER, N. Teologia Sistemática: Pecado, Salvação, A Igreja e As Últimas Coisas. 1.ed., Vol.2, RJ: CPAD, 2010.
SEAMANDS, S. Feridas que Curam: Levando Nossos Sofrimentos à Cruz. 1.ed., RJ: CPAD, 2006.
EXERCÍCIOS
1. Como
o consenso médico atuai define a morte?
R. O
consenso médico atual define a morte como cessamento clínico, cerebral ou
cardíaco irreversível do corpo humano.
2. De
acordo com Romanos 6.23 o que é a morte?
R. “O
salário do pecado”.
3. Em
quem está fundamentada a certeza da vida após a morte e da imortalidade da
alma?
R. Na
pessoa Jesus de Nazaré.
4. O
que o apóstolo Paulo declarou no final de sua carreira?
R. “Combati
o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça
me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não
somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda”(2 Tm 4.7,8).
5. Após
o estudo desta lição, o que é a morte para você?
R. Resposta
pessoal.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Vida Cristã
“Enfrentando
a Dor
Os braços de Jesus na Cruz — abertos
e estendidos para alcançar a todos — oferecem uma alternativa para nossas rotas
de escape e para nossos mecanismos de anulação da dor. Eles nos acenam para que
abracemos o sofrimento, a fim de que não fujamos dele; para que aceitemos e
suportemos ativamente a angústia, em vez de evitá-la. Jesus era ‘homem de
dores, experimentado nos trabalhos’ (Is 53.3). Nós também devemos, para
caminhar na vereda da cura, querer engajar a dor e o sofrimento em nossa vida.
[...] O mesmo é verdade na cura das
feridas humanas: enfrentar a dor é o caminho da cura. Em vez de recuar, devemos
arremeter em direção à dor e, depois, através dela. Será que estamos desejosos
de fazer isso em relação as nossas feridas? Embarcar em uma jornada em direção
aos nossos locais obscuros? Abraçar nossas dores? Engajar o sofrimento em nossa
vida?
[...] O que envolve abraçar a dor? O que
isso pode acarretar em nossa vida? Depende muito da natureza e da profundidade
da dor” (SEAMANDS, S. Feridas que Curam: Levando Nossos Sofrimentos à Cruz. 1.ed.,
RJ: CPAD, 2006, pp.122-24).
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PAZ DO SENHOR
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