Lições Bíblicas CPAD 1º Trimestre de 2008
Título: Jesus Cristo -
Verdadeiro homem, verdadeiro Deus
Comentarista: Esequias Soares
Lição 9: O Ministério de
ensino de Jesus
Data: 02 de
Março de 2008
TEXTO ÁUREO
“E, chegando o sábado, começou a
ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se admiravam, dizendo: De onde lhe
vêm essas coisas? E que sabedoria é esta que lhe foi dada? E como se fazem tais
maravilhas por suas mãos?” (Mc 6.2).
VERDADE PRÁTICA
Ninguém
esteve mais preparado e se mostrou mais idôneo para exercer o ministério de
ensino do que Jesus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Jo 7.46
Jamais alguém
ensinou como Jesus
Terça - Mt 13.3
Jesus ensinava por
parábolas
Quarta - Jo 8.2
Jesus ensinava no
Templo
Quinta - Lc 4.15
Jesus ensinava nas
sinagogas
Sexta - Lc 5.2,3
Jesus não perdia a
oportunidade de ensinar
Sábado - Lc 20.21
O ensino de Jesus
era divino
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 7.24-29.
24 - Todo aquele, pois, que escuta estas minhas
palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua
casa sobre a rocha.
25 - E desceu a chuva, e correram rios, e
assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava
edificada sobre a rocha.
26 - E aquele que ouve estas minhas palavras e
as não cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre
a areia.
27 - E desceu a chuva, e correram rios, e
assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.
28 - E aconteceu que, concluindo Jesus este
discurso, a multidão se admirou da sua doutrina,
29 - porquanto os ensinava com autoridade e não
como os escribas.
INTERAÇÃO
“Nunca homem algum falou assim como
este homem” (Jo 7.46). Professor, com esta frase o apóstolo João resume o
impacto dos ensinos de Jesus sobre as pessoas. Os servidores dos fariseus foram
enviados para prender a Jesus, entretanto, nada puderam fazer frente ao poder e
autoridade dos ensinos do Mestre. Jesus era ungido pelo Espírito Santo para
“anunciar” a Palavra de Deus. Ninguém ficava inerte ou indiferente diante de
seus ensinos (Lc 4.20-22).
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Explicar o conceito de ensino na
Bíblia.
·
Descrever o ministério pedagógico de
Jesus.
·
Indicar duas características do
ensino de Jesus.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor,
na Grécia Antiga, o filósofo Sócrates empregou o método de perguntas e
respostas, ou “maiêutica”. Este recurso pedagógico consistia em interrogar
insistentemente uma pessoa até que a mesma “gerasse o conhecimento”. Sócrates
dizia que sua função era semelhante ao de uma parteira. Portanto, para a
presente lição, faça uma interação didática chamada “sacola de perguntas”.
Consiste em fazer previamente perguntas sobre um determinado tema e colocá-las
em uma sacola, a fim de que um dos alunos sorteados retire a pergunta e a
responda. Use as perguntas do questionário da lição, e, conforme o número de
alunos em classe, faça outras relativas ao tema. Use esse recurso no término de
cada lição para fixar os pontos centrais da aula.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Ensino: Dirigir ou orientar tecnicamente a
aprendizagem.
Jesus
ensinava com autoridade, clareza e originalidade. Era o Mestre por excelência.
Seu ensino ocupou grande parte do seu ministério terreno. Foi Ele quem ordenou
aos discípulos: “Ide, ensinai todas as nações [...] ensinando-as a guardar
todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mt 28.19,20).
I. ENSINO NAS ESCRITURAS
1. O que é ensinar? Segundo
o pastor e teólogo Myer Pearlman, ensinar “é despertar a mente do aluno para
captar e reter a verdade”. A educação e o ensino sempre foram prioridades entre
os judeus. A Bíblia está repleta de referências ao ensino e aos mestres. O
ministério de ensino ocupa espaço relevante no cristianismo e aparece na lista
dos dons da graça de Deus: “se é ensinar, hajadedicação ao
ensino” (Rm 12.7b).
2. O ensino no Antigo Testamento. O
vocábulo “ensino” aparece no Antigo Testamento com o sentido de “doutrina” (Dt
32.2; Jó 11.4; Pv 4.2), e “entendimento” (Pv 1.5,29; 2.3). Com o passar do
tempo, a palavra veio a significar o “ensino de Moisés” que se encontra no
Pentateuco. Tão logo o povo de Israel atravessou o mar Vermelho, Deus chamou
Moisés e responsabilizou-o de, juntamente com os anciãos e os sacerdotes,
ensinar ao povo os seus mandamentos (Dt 31.12; 1 Sm 12.23; 2 Cr 15.3; Jr
18.18). Esta responsabilidade também cabia aos pais. Eles deveriam ensinar seus
filhos no temor do Senhor (Dt 6.6,7; 11.19).
3. O ensino no Novo Testamento. As
duas principais palavras no original para ensino são didachē, “instrução, ensino” e didaskalia, “ensino, doutrina”. Esses termos transmitem a idéia
tanto do ato de ensinar como do conteúdo do ensino. A primeira aparece para
indicar os ensinos de Jesus (Mt 7.28; Jo 7.16,17) e também para realçar a
“doutrina dos apóstolos” (At 2.42). A segunda, para indicar a “doutrina dos
homens” (Mt 15.9; Mc 7.7). Todavia, é nas epístolas pastorais que elas aparecem
com o sentido mais rígido de crenças ou corpo doutrinal da igreja.
4. O ensino na pregação do Evangelho. O
ensino bíblico acompanha a pregação do Evangelho. Na passagem bíblica da
“Grande Comissão” (Mt 28.19,20), são usados dois verbos para “ensinar”. O
primeiro é “ensinai todas as nações”, “fazer discípulos”, pois o discipulado
acompanha, necessariamente, a evangelização. O segundo, “ensinado-as a guardar
todas as coisas que eu vos tenho mandado”, inclui ética e teologia. O Senhor
Jesus ensinou, nesse sentido, durante todo o seu ministério.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Nas
Escrituras, o termo “ensino” é definido como “doutrina”, “entendimento” ou
“instrução”. O ensino e a pregação são indissociáveis na tarefa missionária da
Igreja.
II. JESUS, O MESTRE DOS MESTRES
1. Jesus ensinava a todos. Ele
ensinava sempre que surgia a oportunidade. Ensinava a pequenos (Jo 3.3-21) e a
grandes grupos (Mc 6.34); ensinava no Templo (Mc 12.35), nas casas (Mc 2.1,2),
ou ao ar livre (Mt 5.1). O Mestre empregou vários métodos e recursos para
ensinar. Muitos dos seus métodos são utilizados até os dias atuais — parábolas,
preleção, perguntas e respostas, etc.
2. Jesus ensinava com autoridade. O
Sermão do Monte é o melhor exemplo dessa autoridade, pois ninguém jamais
ousaria expressar: “Ouvistes que foi dito... Eu, porém, vos digo” (Mt
5.21,22,27,28,31-34,38,39,43,44). O povo ficava admirado da doutrina de Jesus,
ou melhor, do seu ensino. Ele ensinava com autoridade (Mt 7.29). O povo
percebia a autoridade divina no ensino de Jesus e a reverenciava.
3. Jesus era pertinente. A
mensagem de Jesus era relevante e válida pelo fato de ter sido revelada. Ele
satisfazia às necessidades das pessoas. Mas, de acordo com o autor de Hebreus,
Jesus não era um mero ensinador: “Porque não temos um sumo sacerdote que não
possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi
tentado, mas sem pecado” (Hb 4.15). Ele também explica: “Porque, naquilo que
ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados” (Hb
2.18). Os ensinos de Jesus eram de ordem prática. Atraíam a atenção e o
interesse das multidões (Mt 7.28). Até mesmo os que não gostavam dEle voltavam
dizendo: “Nunca homem algum falou assim como este homem” (Jo 7.46).
4. Jesus ensinava por parábolas (Mc
4.1-3). Jesus utilizou vários métodos em seu ministério de
ensino. Um dos mais utilizados foi o de contar parábolas. O Mestre deixou claro
por que utilizou esse método: “Por isso, lhes falo por parábolas, porque eles,
vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem, nem compreendem” (Mt 13.13). Nem todos
os que seguiam a Jesus estavam preocupados com o Reino de Deus e muito menos
interessados em aprender. O propósito do Mestre era atrair os verdadeiros
interessados por sua mensagem, pois, não entendendo, iam pedir-lhe explicações
(Mt 13.10). Como toda a Palavra de Deus, as parábolas do Senhor Jesus eram como
espada de dois gumes. Se por um lado explicava os mistérios do Reino de Deus
aos pequenos e humildes (Lc 10.21), por outro, ocultava esses mesmos mistérios
aos sábios e inteligentes. Se quisermos aprender os mistérios do Reino de Deus,
devemos nos prostrar aos pés do Mestre divino e, assim, em profunda humildade,
guardar seus ensinamentos em nosso coração.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Jesus
ensinava a todos com autoridade, pertinência e usando métodos didáticos
variados. Ele é o Mestre dos mestres.
III. A PRÁTICA DO ENSINO DE JESUS (MT
7.24-27)
Jesus
conclui o sermão do Monte com a parábola dos construtores ou dois alicerces. O
contraste entre os dois tipos de ouvintes é representado nesses construtores. O
insensato procura livrar-se do incômodo de ter que trabalhar a rocha para fazer
o alicerce; assim, sua construção é vulnerável à chuva ou a qualquer
tempestade. Isso mostra que o cristão meramente intelectual, que professa uma
fé artificial, não resiste às intempéries da vida. Qualquer dificuldade abala a
sua fé, porque construiu sua casa na areia. Porém, o que constrói sobre a rocha
representa o cristão que ouve o ensino de Jesus e o pratica.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
De
acordo com Jesus, os seus ouvintes distinguem-se entre aqueles que ouvem as
suas palavras e as praticam, e aqueles que as ouvem, mas na vida cotidiana as
ignoram.
CONCLUSÃO
Depois
da ascensão de Jesus, os apóstolos deram continuidade ao seu ministério de
ensino (At 18.11; 20.31). Deus ainda hoje tem concedido a muitos em sua Igreja
o dom de ensinar, a fim de que o Corpo de Cristo seja aperfeiçoado e edificado
(Ef 4.12).
VOCABULÁRIO
Intempérie: Mau
tempo; dificuldades.
Vulnerável: Fraco; frágil.
Vulnerável: Fraco; frágil.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ARRINGTON, F.L.;
STRONSTAD, R. Comentário
bíblico pentecostal: Novo Testamento. RJ:
CPAD, 2004.
EXERCÍCIOS
1. Explique
o sentido bíblico do verbo “ensinar” no Antigo Testamento.
R. O
vocábulo aparece com o sentido de “doutrina”, “entendimento”, ou “ensino de
Moisés”.
2. Descreva
a relação entre ensino e a pregação do Evangelho.
R. Conforme
Mt 28.19,20 o ensino acompanha a pregação do Evangelho.
3. Mencione
três métodos de ensino usados por Jesus.
R. Parábolas,
preleção, perguntas e respostas.
4. Cite
quatro características do ensino de Jesus.
R. Jesus
ensinava a todos, com autoridade e pertinência, e por meio de parábolas.
5. Explique
com suas palavras a parábola dos dois alicerces.
R. (Livre).
O que constrói a casa sobre a rocha é o que ouve e pratica os ensinos de Jesus.
O que constrói a casa sobre a areia é o que ouve, mas não pratica os ensinos de
Cristo.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Teológico
“Jesus, o Mestre
Mateus
apresenta mais dos ensinos de Jesus do que os outros escritores dos Evangelhos.
Ele aumenta o relato de Marcos com mais ensinos de Jesus, fazendo acréscimo
crucial e necessário ao registro escrito da Igreja.
Mateus
apresenta Jesus como Rei e também como Mestre (Rabi); por conseguinte, um
Mestre-Rei. Jesus cumpre simultaneamente os papéis de Moisés, o legislador, e
de Davi, o rei. Não causa surpresa que Mateus apresente os ensinos de Jesus
como os ensinos do Reino ou Governo de Deus.
Ao
retratar Jesus como Mestre, Mateus apresenta cinco grupos principais de
ensinos, referindo-se a Jesus como o novo Moisés. Há os que sugerem que o
propósito de Mateus era traçar um paralelo entre os ensinos de Cristo e o
Pentateuco. Esta é a razão de os ensinos de Jesus terem sidos chamados ‘a nova
Torá’ (isto é, a nova lei). Estas seções pedagógicas estão emolduradas pelo
começo do Evangelho (Mt 1-4) e na conclusão (Mt 26-28). Os cinco discursos de
ensino de Jesus são: O Sermão da Montanha; A chamada para a Missão; As
Parábolas do Reino; Instrução à Igreja e o Discurso no Monte das Oliveiras.
Cada
seção conclui com palavras semelhantes: ‘Concluindo Jesus este discurso’ (Mt
7.28); ‘Acabando Jesus de dar instruções’ (Mt 11.1); ‘Jesus, concluindo essas
parábolas’ (Mt 13.53)...”.
(ARRINGTON, F.L.;
STRONSTAD, R. Comentário
bíblico pentecostal: Novo Testamento. RJ:
CPAD, 2004, pp. 5,6.)
APLICAÇÃO PESSOAL
Jesus é o Mestre por excelência.
Ele não ensinava como os fariseus -
seus ensinos refletiam o modo como vivia.
Ele não ensinava à moda dos escribas
- seus ensinos tinham autoridade.
Ele não ensinava como os filósofos
gregos - seus ensinos produziam vida eterna.
Ele não ensinava como os tribunos
romanos - seus ensinos impunham à ética do Reino.
Ele não ensinava tal qual os rabinos
- seus ensinos eram da Nova Aliança.
Ele não ensinava semelhante os
monarcas - seus ensinos eram graciosos.
Ele não estudou nas escolas
rabínicas, mas muitos rabinos se tornaram discípulos seu.
Ele não era membro do Sinédrio, mas
os inquietou com suas verdades.
Ele não era amigo de Pilatos, mas, no
silêncio, o ensinou a verdade.
Ele ensinava o que ouvira do Pai
Eterno (Jo 15.15), enquanto outros, o que aprenderam nos livros.
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PAZ DO SENHOR
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