Lições Bíblicas CPAD 1º Trimestre de
2013
Título: Elias e Eliseu — Um ministério de
poder para toda a Igreja
Comentarista: José Gonçalves
Lição 2: Elias, o tisbita
Data: 13 de Janeiro de 2013
TEXTO ÁUREO
“E ele lhes disse: Qual era o trajo do homem que vos
veio ao encontro e vos falou estas palavras? E eles lhe disseram: Era um homem
vestido de pelos e com os lombos cingidos de um cinto de couro. Então, disse
ele: É Elias, o tisbita” (2 Rs 1.7,8).
VERDADE PRÁTICA
A vida de Elias é uma história de fé
e coragem. Ela revela como Deus soberanamente escolhe pessoas simples para
torná-las gigantes espirituais.
HINOS SUGERIDOS
84, 336, 340.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1 Rs 18.36
O Deus de Elias
Terça - 1 Rs 18.41-45
A fé de Elias
Quarta - 1 Rs 17.1
A vocação de Elias
Quinta - 2 Rs 9.35,36
A natureza do ministério de Elias
Sexta - 1 Rs 18.18
A função social do profeta Elias
Sábado - Mt 17.10-13
O lugar de Elias nas Escrituras
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
1 Reis 17.1-7.
1 - Então, Elias, o tisbita, dos moradores de
Gileade, disse a Acabe: Vive o SENHOR, Deus de Israel, perante cuja face estou,
que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra.
2 - Depois, veio a ele a palavra do SENHOR,
dizendo:
3 - Vai-te daqui, e vira-te para o oriente, e
esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão.
4 - E há de ser que beberás do ribeiro; e eu
tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem.
5 - Foi, pois, e fez conforme a palavra do
SENHOR, porque foi e habitou junto ao ribeiro de Querite, que está diante do
Jordão,
6 - E os corvos lhe traziam pão e carne pela
manhã, como também pão e carne à noite; e bebia do ribeiro.
7 - E sucedeu que, passados dias, o ribeiro se
secou, porque não tinha havido chuva na terra.
INTERAÇÃO
Sobre
o chamado de Elias — como ele se deu (onde e quando) — as Escrituras silenciam.
Em contrapartida, a Bíblia mostra um Elias ousado, temente a Deus e pronto para
realizar a vontade divina. Isso é fruto de uma verdadeira vocação divina. O
verdadeiro chamado nasce no coração. Ele arde como chama interior. Porém, se
desenvolve para muito além do recôndito da alma. O chamado de Deus na vida de
uma pessoa também floresce publicamente. Vai além da família e da igreja local.
Esse chamado que inunda a alma, a igreja reconhece, a liderança confirma e Deus
usa. Afinal de contas, qual é o seu chamado?
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
- Descrever a vocação e a chamada de Elias.
- Compreender como se deu a atuação do profeta
Elias.
- Destacar o papel de Elias junto a monarquia e
nas Escrituras.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Prezado professor, para concluir a
lição desta semana, sugerimos uma atividade prática. Você vai precisar de papel
ofício e caneta. Distribua-os à classe. Em seguida, solicite a cada aluno para
que escreva o que mais gostam de fazer na vida. Logo após, pergunte se o que
apontaram tem haver com o chamado pessoal de Deus. Conclua a atividade
explicando o quanto eles precisam considerar o chamado do Eterno nas esferas de
suas vidas. Afirme que tal chamado pode ou não se dar na esfera eclesiástica,
mas também na “secular”.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Vocação: Escolha, chamamento,
disposição.
Nesta lição, estudaremos mais
detalhadamente os fatos relacionados à vida e à obra de um dos maiores
personagens da história sagrada. Elias aparece nas páginas da Bíblia como se
viesse do nada. De fato a Escritura silencia sobre a identidade de seus pais e
também de sua parentela; diz apenas que ele era tisbita,
dos moradores de Gileade! Parece muito
pouco para um homem que irá ocupar um grande espaço na história bíblica
posterior.
Todavia é esse homem enigmático que
protagoniza os fatos mais impactantes na história do profetismo de Israel. Isso
acontece quando denuncia os desmandos do governo dos seus dias e desafia os
falsos profetas que infestavam o antigo Israel. Elias é um modelo de
autenticidade e autoridade espiritual a quem devemos imitar.
I. A IDENTIDADE DE ELIAS
1. Sua terra e sua gente. O
relato sobre a vida do profeta Elias inicia-se com uma declaração sobre a sua
terra e seu povo: “Então, Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade” (1 Rs
17.1). Estas palavras põem no cenário bíblico uma das maiores figuras do
movimento profético. Elias era de Tisbe, um lugarejo situado na região de
Gileade e a leste do rio Jordão. Esse lugar não aparece em outras passagens
bíblicas, mas é citado somente no contexto do profeta Elias (1 Rs 21.17; 2 Rs
1.3,8; 9.36). Elias se tornou muito maior do que o meio no qual vivia. Na
verdade, não foi Tisbe que deu nome a Elias, mas foi Elias que colocou Tisbe no
mapa!
Davi, Pedro, Paulo, também
construíram uma história cheia de sentido e significância. Todos nós deveríamos
imitá-los e viver de tal modo que a nossa história se tornasse um testemunho
para a posteridade.
2. Sua fé e seu Deus. O
nome do profeta Elias já revela algo de sua identidade, pois significa Javé é o meu Deus ou
aindaJavé é Deus. Elias era um israelita e como tal professava sua fé no
Deus verdadeiro que através da história havia se revelado ao seu povo. Com o
desenrolar dos fatos, vemos o profeta afirmando essa verdade. Por exemplo,
quando desafiava os profetas de Baal, Elias orou: “Ó Senhor, Deus de Abraão, de
Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou
teu servo” (1 Rs 18.36). Deus era o Senhor dos patriarcas; da nação de Israel e
Elias era um servo dEle! Deus era o Senhor de Abraão, um dos maiores
personagens da história bíblica, mas Elias estava consciente de que Ele também
era o seu Deus!
Assim como Elias, o crente deve saber
de forma precisa quem é seu Deus para que dessa forma possa ter uma fé viva e
não vacilante.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Elias era oriundo de Tisbe, lugarejo a
leste do Rio Jordão. Seu nome significa “Javé é o meu Deus”.
II. O MINISTÉRIO PROFÉTICO DE ELIAS
1. Sua vocação e chamada. A
vocação e chamada de Elias foram divinas da mesma forma como foram as vocações
e chamadas dos demais profetas canônicos. Esse fato é logo percebido quando
vemos o profeta Elias colocar Deus como a fonte por trás de suas enunciações
proféticas: “Vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou” (1 Rs
17.1). Em outra passagem bíblica, Elias diz que suas ações obedeciam
diretamente a uma determinação divina (1 Rs 18.36). Somente um profeta chamado
diretamente pelo Senhor poderia falar dessa forma.
De uma forma geral, todo cristão foi
chamado para a salvação, porém, alguns foram chamados para tarefas especiais. É
a nossa vocação e chamada quem nos habilita para a obra do Senhor.
2. A natureza do seu ministério. A
natureza divina e, portanto, sobrenatural do ministério do profeta Elias é
atestada pela inspiração e autoridade que o acompanhavam. A história do profeta
Elias é uma história de milagres. É uma história de intervenções divinas no
reino do Norte. Encontramos por toda parte nos livros de Reis as marcas da inspiração
profética no ministério de Elias. Isso é facilmente confirmado pelo escritor
bíblico quando se refere à morte de Jezabel (2 Rs 9.35,36). Assim como Elias
predisse, aconteceu! Elias possuía inspiração e autoridade espiritual.
De nada adianta possuir um ministério
marcado pela popularidade e fama se ele é carente de autoridade e poder divino.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
A inspiração e a autoridade encontradas
em Elias denotam a natureza divina do seu ministério.
III. ELIAS E A MONARQUIA
1. Buscando a justiça. Na
história do profetismo bíblico observamos a ação dos profetas exortando,
denunciando e repreendendo aos reis (1 Rs 18.18). O livro de 1 Reis mostra que
o profeta Elias foi o primeiro a atuar dessa forma. Na verdade, as ações dos
profetas revelam uma luta incansável não somente em busca do bem-estar
espiritual, mas também social do povo de Deus. Quando um monarca como o rei
Acabe se afastava de Deus, as consequências poderiam logo ser percebidas na
opressão do povo. A morte de Nabote, por exemplo, revela esse fato de uma forma
muito clara (1 Rs 21.1-16). Acabe foi confrontado e denunciado por Elias pela
forma injusta como agiu!
2. A restauração do culto. Como
vimos, os monarcas bíblicos serviam tanto de guias políticos como espirituais
do povo. Quando um rei não fazia o que era reto diante do Senhor, logo suas
ações refletiam nos seus súditos (1 Rs 16.30). A religião, portanto, era uma
grande caixa de ressonância das ações dos reis hebreus. Nos dias do profeta
Elias as ações de Acabe e sua mulher Jezabel sofreram oposição ferrenha do
profeta porque elas estavam pulverizando o verdadeiro culto (1 Rs 19.10). Em um
diálogo que teve com Deus, Elias afirma que a casa real havia derrubado o altar
de adoração ao Deus verdadeiro e em seu lugar levantado outros altares para
adoração aos deuses pagãos. Como profeta de Deus coube a Elias a missão de
restaurar o altar do Senhor que estava em ruínas (1 Rs 18.30).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Elias denunciou que a casa real havia
derrubado o altar de adoração ao Senhor.
IV. ELIAS E A LITERATURA BÍBLICA
1. No Antigo Testamento. Até
aqui vimos que os dois livros de Reis e uma porção do livro das Crônicas trazem
uma ampla cobertura do ministério profético de Elias. O Antigo Testamento
mostra que com Elias tem início a tradição profética dentro do contexto da
monarquia. Foi Elias quem abriu caminho para outros profetas que vieram depois.
Mas Elias não possuía apenas um ministério de cunho profético e social, seu
ministério também era escatológico. Malaquias predisse o aparecimento de um
profeta como Elias antes “do grande e terrível dia do Senhor” (Ml 4.5).
2. No Novo Testamento. Em
o Novo Testamento encontramos vários textos associados à pessoa e ao ministério
do profeta Elias. Jesus identifica João, o batista, como aquele que viria no
espírito e poder de Elias (Lc 1.17; Mt 17.10-13). No monte da transfiguração, o
evangelista afirma que Elias e Moisés falavam com o Salvador acerca da sua
“partida” (Mt 17.3; Lc 9.30,31). Quando o Senhor censurou a falta de fé em
Israel, ele trouxe como exemplo a visita que Elias fizera à viúva de Sarepta
(Lc 4.24-26). No judaísmo dos tempos de Jesus, Elias era uma figura bem popular
devido aos feitos miraculosos, o que levou alguns judeus acharem que Jesus
seria o Elias redivivo (Mt 16.14; Mc 6.15; 8.28).
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
Com Elias, o Antigo Testamento destaca o
desenvolvimento da tradição profética no regime monárquico.
CONCLUSÃO
Os comentaristas bíblicos observam
que os capítulos 17-22 do livro de 1 Reis, que cobrem o período do reinado de
Acabe, mostram que o declínio religioso termina com arrependimento ou
julgamento divino. De fato, observamos que a mensagem profética de Elias visava
primeiramente a produção de arrependimento e não a manifestação da ira divina.
Isso é visto claramente quando Acabe se arrepende e o Senhor adia o julgamento
que havia sido profetizado para os seus dias (1 Rs 21.27-29). Fica, pois, a
lição para nós revelada na história do profeta Elias: a graça de Deus é maior
do que o pecado e suas consequências. Fomos alcançados por essa graça!
VOCABULÁRIO
Carismática: Relativo
a quem tem carisma. Força divina conferida a uma pessoa.
Recôndito: Oculto, escondido.
Eclesiástica: Pertencente ou relativo à Igreja; eclesial.
Recôndito: Oculto, escondido.
Eclesiástica: Pertencente ou relativo à Igreja; eclesial.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
ZUCK, R. B. Teologia
do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
DEVER, M. A Mensagem do Antigo Testamento: Uma Exposição Teológica e Homilética. 1 ed., RJ: 2008.
DEVER, M. A Mensagem do Antigo Testamento: Uma Exposição Teológica e Homilética. 1 ed., RJ: 2008.
EXERCÍCIOS
1. Qual
o significado do nome Elias?
R. Javé
é Deus.
2. Que
fatos autenticam o ministério profético de Elias?
R. A
inspiração e autoridade espiritual.
3. Descreva
a atuação de Elias durante a monarquia na qual viveu.
R. Elias
combateu a injustiça e buscou a restauração do culto.
4. Que
fatos podem ser destacados sobre o ministério de Elias no Antigo Testamento?
R. Elias
possuía um ministério de cunho social, profético e escatológico.
5. Cite
pelo menos três referências bíblicas sobre Elias em o Novo Testamento.
R. Mateus
16.14; Marcos 6.15 e Lucas 1.17.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Sociológico
“A
Profecia entre os Hebreus
Dos nomes hebreus aplicados aos
profetas como representantes de um movimento espiritual em Israel, o termo nabhi’ foi, sem dúvida alguma, o mais largamente usado.
Originalmente pensava-se que era derivado de uma raiz indicando um ‘orador’,
mas agora é sabido que seu significado básico é ‘chamar’. O nabhi’ era, portanto, um indivíduo que tinha sido chamado
por Deus para algum propósito específico, e que assim mantinha um
relacionamento espiritual em particular com Ele. O profeta era essencialmente
uma figura carismática, autorizado a falar aos israelitas em nome do seu Deus.
Antes da época de Samuel, tais indivíduos eram geralmente designados como um
‘homem de Deus’, e na mesma época de Saul e Davi essa expressão era
aparentemente sinônimo de nabhi’. As declarações dos profetas hebreus
eram consequência direta de seu relacionamento espiritual com Deus, e, em
essência, abrangiam variações sobre temas teológicos e da aliança cultuados na
Lei. De fato, não há uma única doutrina profética que já não tenha sido
apresentada, ao menos na forma embrionária, na Torá; deste modo, os profetas
podem ser considerados comentadores além de pioneiros doutrinários” (HARRISON,
R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010, p.218).
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
Elias, o tisbita
Um dos homens mais enigmáticos da
Bíblia é, sem dúvida, o profeta Elias. Sobre sua origem pouco se sabe, além do
fato de que era oriundo de uma localidade citada apenas nos relatos
relacionados à sua vida, Tisbi, nos arredores de Gileade. Além disso, a Bíblia
destaca também a forma como Elias se vestia e como falava.
Pelo menos 3 pontos iniciais devem
ser destacados no início da história de Elias:
A) Apesar de sua origem humilde, era
um homem que estava diante do Senhor (1 Rs 17.1). A Bíblia não diz nada sobre a
família de Elias, nem sobre a chamada dele para o ministério profético, mas
fala que ele estava diante da face do Senhor. Estar diante de Deus é a melhor
posição para quem deseja ter um ministério frutífero. Quando Acabe se deparou
com aquele homem surgido do nada, encontrou uma pessoa simples, vestido de forma
simples, com uma mensagem simples, mas que estava, acima de tudo, diante de
Deus.
B) Elias tinha uma mensagem (1 Rs
17.1). Elias não era um homem de meias palavras, ou de mensagens indefinidas.
Ele foi direto com o rei Acabe, mostrando que Deus estava irritado com as
atitudes do monarca. Acabe acreditava que Baal era o responsável por enviar a
chuva e trazer plantações que alimentassem toda a nação. Se isso era verdade,
então Israel realmente não precisava do Senhor. Mas Deus estava naquele momento
usando Elias para dizer ao rei que o Deus de Israel faria com que a nação
passasse por privações por causa de sua idolatria. E a estiagem duraria pelo
menos três anos, tempo suficiente para amolecer o coração do povo e mostrar-lhe
que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó era o Deus que abençoava o povo com suas
dádivas.
C) Elias tinha uma atitude obediente
para com Deus. Após ter falado com Acabe, recebeu uma ordem de Deus para que se
dirigisse ao ribeiro de Querite, onde seria sustentado pelos corvos (1 Rs
17.5). Essa atitude obediente é que Deus espera de seus servos em todos os
momentos. Querite representaria para Elias um momento de anonimato — depois de
desafiar o rei, Elias se tornou conhecido em todo o reino, e foi procurado por
Jezabel em diversos lugares — A obediência de Elias o preservou em segurança
das mãos de Jezabel nos anos de seca, e o preparou para os próximos desafios
que iria enfrentar para que o povo retornasse aos caminhos do Senhor.
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PAZ DO SENHOR
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