Lições Bíblicas CPAD 1º Trimestre de 2008
Título: Jesus Cristo -
Verdadeiro homem, verdadeiro Deus
Comentarista: Esequias Soares
Lição 2: Jesus, o Filho de
Deus
Data: 13 de
Janeiro de 2008
TEXTO ÁUREO
“Qualquer que confessar que Jesus é o
Filho de Deus, Deus está nele e ele em Deus” (1 Jo 4.15).
VERDADE PRÁTICA
A
expressão “Filho de Deus” refere-se à relação particular do Unigênito com o Pai
e ao relacionamento espiritual de Deus com os seres humanos mediante o
sacrifício de Cristo no Calvário.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Sl 2.7
Jesus Cristo e sua
encarnação
Terça - Jo 3.16
O Filho Unigênito
foi enviado para nos trazer vida eterna
Quarta - Jo 8.36
O Filho foi enviado
para libertar os oprimidos
Quinta - Jo 5.18
O Filho é igual ao
Pai
Sexta - 1 Jo 5.10
Negar o Filho é
negar o Pai
Sábado - Gl 1.10
O Filho de Deus
morreu pelos pecadores
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Hebreus 1.1-8.
1 - Havendo Deus, antigamente, falado, muitas
vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes
últimos dias, pelo Filho,
2 - a quem constituiu herdeiro de tudo, por
quem fez também o mundo.
3 - O qual, sendo o resplendor da sua glória,
e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra
do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados,
assentou-se à destra da Majestade, nas alturas;
4 - feito tanto mais excelente do que os
anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles.
5 - Porque a qual dos anjos disse jamais: Tu
és meu Filho, hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, e ele me será
por Filho?
6 - E, quando outra vez introduz no mundo o
Primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem.
7 - E, quanto aos anjos, diz: O que de seus
anjos faz ventos e de seus ministros, labareda de fogo.
8 - Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono
subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de eqüidade é o cetro do teu reino.
INTERAÇÃO
Professor, os nomes e títulos de
Cristo expressam diversas características de sua pessoa, estados e obras. Assim
como Deus revelou-se no Antigo Testamento através de vários nomes que lhe
descreviam a natureza e ações, os nomes de Cristo também revelam a identidade e
a missão de Jesus. Portanto, enfatize a natureza e o caráter de Cristo através
do estudo de seus nomes.
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Explicar as expressões “Filho de
Deus” e “Filho Unigênito”.
·
Descrever o conceito bíblico de
“primogênito”.
·
Analisar o conceito soteriológico de
“Filho” nas Escrituras.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Os
nomes e títulos concedidos pelas Escrituras ao Senhor Jesus revelam sua
natureza, ministério e ofícios. Os títulos de Cristo são tão importantes para
compreendermos a sua natureza e ministério que Oscar Cullmann (1902-1999),
teólogo franco-alemão, utilizou-os como método de pesquisa ao desenvolver o
tema da Cristologia em o Novo Testamento.
Os
títulos e ofícios de Jesus revelam-lhe o messianato (Profeta, Cristo), a
divindade (Filho de Deus, Eu Sou), a humanidade (Filho de José), e sua
ascendência real (Filho de Davi). Muitos desses títulos aparecem combinados,
como por exemplo, Filho do Homem. Este pode designar tanto a humanidade de
Jesus quanto a sua divindade (Jo 6.62).
Portanto,
ao apresentar os nomes de Cristo, não se esqueça de explicá-los de acordo com o
contexto histórico, e de aplicá-los ao cotidiano dos alunos. Reproduza a tabela
abaixo conforme os recursos disponíveis.
NOMES E TÍTULOS DE CRISTO
DIVINDADE
HUMANIDADE
OFÍCIOS
Filho de Deus (Mt
8.29)
Nazareno (Mt 2.23)
Profeta (Jo 7.40)
Alfa e o Ômega (Ap
1.8)
Carpinteiro (Mc
6.3)
Sacerdote (Hb 5.10)
Verbo de Deus (Jo
1.1)
Filho do Homem (Mt
3.23)
Rei (Mc 15.9)
Senhor (Jo 13.13)
Filho de José (Jo
6.42)
Apóstolo (Hb 3.1)
Eu sou (Jo 8.58)
Filho de Davi (Mt
1.1)
Todo-Poderoso (Ap
1.8)
Jesus de Nazaré (Jo
1.45)
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Filho de Deus: Expressa a divindade de Cristo
e a relação eterna com o Pai.
Na
lição anterior, estudamos a Pessoa de Jesus como o Verbo divino, enfatizando
três aspectos importantes da cristologia: Jesus como Deus, como Eterno e como
Criador. Nesta lição, estudaremos Jesus como Filho, Primogênito e Unigênito de
Deus. O objetivo é mostrar que, apesar desses títulos, sua eternidade e
divindade precedem a tudo.
I. JESUS, O FILHO DE DEUS
1. Filho gerado por Deus (v.5). “Tu
és meu Filho, hoje te gerei” [...] “eu lhe serei por Pai, e ele me será por
Filho”. Temos aqui uma profecia messiânica cumprida cabalmente em Jesus (At
13.33; Sl 2.7; Hb 5.5; 2 Sm 7.14). A expressão “Filho de Deus” nas Escrituras,
indica claramente a natureza divina de Jesus. Sua procedência revela que ele
compartilha a mesma essência e natureza do Pai. O Mestre mesmo o disse: “Saí e
vim do Pai ao mundo” (Jo 16.28).
2. Filho desde a eternidade (v.2). O
ensino de que o Verbo tornou-se Filho a partir da sua encarnação não tem apoio
entre os teólogos realmente bíblicos, piedosos e conservadores. O Filho de Deus
é eterno; sempre existiu; Ele é o Pai da Eternidade. Ele já era chamado Filho
mesmo antes da sua encarnação, como vemos em 1 João 4.9: “Deus enviou seu Filho
unigênito ao mundo, para que por ele vivamos”.
3. O Filho é Deus (v.8). O
termo “Deus”, no versículo oito, é uma referência ao Deus de Israel (Sl
45.6,7). No Salmo 45.7 há duas menções proféticas de Deus. A primeira, “por
isso, Deus”, é uma referência a Cristo. A segunda, “o teu Deus”, é uma alusão a
Deus, o Pai Eterno (Hb 1.8,9).
A
relação de Jesus com o Pai revela sua deidade (Jo 10.30-36). Portanto, é uma
heresia e blasfêmia afirmar que Jesus é o Filho de Deus, mas que não é Deus.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
“Filho
de Deus” indica tanto a origem divina de Jesus quanto à sua deidade.
II. JESUS, O FILHO UNIGÊNITO DE DEUS
1. Origem e significado do termo
“Unigênito”. O termo aparece cinco vezes nos escritos de João,
todas relacionadas a Jesus (Jo 1.14, 18; 3.16, 18; 1 Jo 4.9). Isso revela
claramente sua divindade.
“Unigênito”,
na Bíblia, conduz a idéia de natureza, caráter, tipo, e não de geração. Jesus é
o “unigênito do Pai” no sentido do seu relacionamento exclusivo com Ele. Cristo
não foi criado por Deus, Ele preexiste eternamente, por isso é chamado de Pai
da Eternidade (Is 9.6).
2. O Filho é superior aos anjos
(v.4). Os anjos são criaturas espirituais, mas limitadas.
Eles estiveram presentes no ministério terreno de Jesus como afirma o apóstolo
Paulo: foi “visto dos anjos” (1 Tm 3.16). Aliás, Jesus é adorado pelos próprios
anjos: “E todos os anjos de Deus o adorem” (Hb 1.6).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
“O
Filho Unigênito” não reflete a idéia de nascimento, mas de natureza, caráter e
tipo.
III. JESUS, O PRIMOGÊNITO DE TODA A
CRIAÇÃO
1. A expressa imagem de Deus (1.3). Cristo
é “a imagem do Deus invisível” (Cl 1.15). Essa expressão confirma a divindade
de Jesus. A palavra original para “imagem” comunica dois conceitos importantes:
aparência e manifestação; ambos relacionados a Cristo e à sua obra. Ele “é a
expressa imagem de Deus” e também a sua manifestação (Jo 1.18). É o que ensina
a Bíblia em 1 Timóteo 3.16: “Aquele que se manifestou em carne foi justificado
em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo e recebido
acima, na glória”.
2. O conceito bíblico de
“primogênito” (1.6). O termo “primogênito”, aplicado a Cristo, não
contradiz a sua eternidade. A Palavra de Deus declara, em muitos textos, que o
Filho é eterno (Is 9.6; Mq 5.2; Hb 13.8; Jo 1.3). Na Bíblia, o vocábulo
original para “primogênito”, além do sentido natural e humano de “filho mais
velho”, abrange também o significado de primazia, preeminência, supremacia,
predomínio, autoridade total. Apesar de Davi ser “o filho mais novo de Jessé”
(1 Sm 16.11), foi chamado de “primogênito” (Sl 89.20,27). O mesmo aconteceu com
Efraim. Era este o filho mais novo de José (Gn 48.18,19), mas fora apresentado
como primogênito (Jr 31.9). A Igreja de Jesus Cristo também é formada de
“primogênitos” (Hb 12.23).
As
Escrituras, em Colossenses 1.15-18, apresenta-nos Jesus como “o primogênito de
toda a criação”. Isso não quer dizer que Ele seja a primeira criatura de Deus,
pois nos versículos 16 e 17, o Filho é apresentado como Criador e, também, como
um ser à parte da criação. Portanto, Cristo como “primogênito” tem a ver com
posição, e não com criação. A Palavra de Deus é taxativa ao concluir esse
ponto: “para que em tudo tenha a preeminência” (Cl 1.18).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Primogênito
não significa “o primeiro criado”, mas “primeiro em categoria”.
IV. OS FILHOS DE DEUS
1. Na época da Lei. O
conceito de filhos de Deus no Antigo Testamento, concernente a Israel, denota
relacionamento com Deus mediante uma aliança ou concerto coletivo (Os 1.11). O
hebreu devoto naquela época não se apresentava individualmente como filho de
Deus. Os judeus não ousam chamar Deus de Pai, embora o Antigo Testamento apresente-o
como o Pai de Israel (Êx 4.22; Jr 31.9).
2. Na época da graça. Em
o Novo Testamento, a filiação espiritual do crente com Deus ocorre por adoção.
Não no sentido jurídico e moderno, mas na acepção bíblica e espiritual. Por
isso clamamos a Deus “Aba, Pai” (Rm 8.15). Essa filiação não é coletiva como a
de Israel no Antigo Testamento; é individual. A expressão “Filho de Deus”,
aplicada a Cristo, tem sentido bem diferente quando aplicada a nós. Deus nos
concedeu a posição de filhos pelos méritos da obra redentora de Cristo: “a fim
de recebermos a adoção de filhos. E, por que sois filhos, Deus enviou aos
nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai” (Gl 4.5,6).
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
Jesus
Cristo é o verdadeiro Filho de Deus e, por meio dEle, o cristão pode clamar:
“Aba, Pai” (Rm 8.15).
CONCLUSÃO
A
posição singular de Jesus como Filho, Primogênito e Unigênito aponta para a sua
divindade. O sentido de “Filho” e de “Primogênito” não deve ser entendido pela
perspectiva meramente humana. Estudemos esses termos teológicos com muito
esmero, a fim de compreendermos sua verdadeira significação, pois ajudar-nos-á
a desfazer a visão distorcida dos muitos grupos religiosos não-cristãos.
VOCABULÁRIO
Mérito: Merecimento.
Preeminência: Primazia, superioridade; Grandeza, excelência.
Preexistir: Existir anteriormente; ser anterior; anteceder, preceder.
Taxativo: Limitativo, restritivo; que não admite réplica ou contestação.
Preeminência: Primazia, superioridade; Grandeza, excelência.
Preexistir: Existir anteriormente; ser anterior; anteceder, preceder.
Taxativo: Limitativo, restritivo; que não admite réplica ou contestação.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
CARSON, D. A. A difícil doutrina do amor
de Deus. RJ: CPAD, 2007.
EXERCÍCIOS
1. O
que indica a expressão “Filho de Deus”?
R. A
expressão Filho de Deus indica tanto a origem divina de Jesus quanto a sua
eternidade e deidade.
2. Descreva
três características de Jesus como Filho de Deus.
R. Filho
gerado, eterno e divino.
3. Explique
a palavra “unigênito” na Bíblia.
R. “Unigênito”,
na Bíblia, conduz a idéia de natureza, caráter, tipo, e não de geração. Jesus é
o “unigênito do Pai” no sentido do seu relacionamento exclusivo com Ele.
4. Explique
o conceito bíblico de “primogênito”.
R. Primogênito
não significa “o primeiro criado”, mas “primeiro em categoria”. Jesus não é uma
criatura, mas o Criador de todas as coisas.
5. Qual
a diferença entre a adoção dos crentes e a de Israel?
R. A
filiação de Israel é coletiva enquanto a adoção do crente é individual.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Teológico
“Implicações Teológicas de João 5.17
[...]
As autoridades judaicas do primeiro século entraram em disputas teológicas
concernentes à guarda do sábado por Deus. Um lado disse que Ele guardava; o
outro negou, argumentando que se Deus cessasse todas as suas obras no sábado,
as suas ações de providência parariam, e o Universo entraria em colapso [...]
No entanto, em João 5.17 Jesus está reivindicando o direito de trabalhar no
sábado, porque
Deus é o seu Pai, e, implicitamente, Ele é o Filho
que segue os passos de seu Pai nesse aspecto. O ponto é que embora alguém possa
ser chamado de um filho de Deus por ser um pacificador (Mt 5.9), os mortais
comuns não podem ser corretamente chamados de filhos de Deus em todos os
aspectos, uma vez que eles não imitam ao Todo-Poderoso em todos os aspectos. Eu não criei um Universo recentemente; certamente
não sou um filho de Deus em termos decreatio ex nihilo.
Os judeus reconheceram que a brecha que se aplicava a Deus, trabalhando no
sábado, estava ligada à transcendência do Todo-Poderoso e servia somente para
Ele. A atitude do Senhor Jesus ao justificar o seu próprio trabalho no sábado,
apelando para o fato de Deus ser o seu Pai, era, para aqueles judeus, uma
extraordinária reivindicação”.
(CARSON, D. A. A difícil doutrina do amor
de Deus. RJ: CPAD, 2007.)
APLICAÇÃO PESSOAL
Aceitar ao nosso Senhor Jesus Cristo
como Senhor e Salvador pessoal é um cálice de regozijo eterno! Jesus, o
verdadeiro Filho de Deus, concede ao crente o direito de se tornar filho de
Deus (Jo 1.12). E, se tu és filho, também és herdeiro de Deus e co-herdeiro de
Cristo (Rm 8.17). Então, porque temes os males noturnos? Não sabeis que o vosso
Pai é Luz na escuridão? (Jo 1.9,10). Porque te assombras no vale da morte?
Esqueceste que a Lázaro Ele ressuscitou depois de sepultado? (Jo 11.25). Filho
do Pai celeste porque paras? Ele ordena que prossigas até que recebas a tua
coroa (Ap 3.11). Tu és filho especial de Deus! A lápide fria e mortal não é a
tua sina, mas o trono: “Ao que vencer, lhe concederei que se assente comigo no
meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono” (Ap
3.21).
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