Lições Bíblicas CPAD 1º Trimestre de
2012
Título: A Verdadeira Prosperidade — A vida
cristã abundante
Comentarista: José Gonçalves
Lição 9: Dízimos e ofertas
Data: 26 de Fevereiro de 2012
TEXTO ÁUREO
“Cada um contribua segundo propôs no seu coração,
não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2
Co 9.7).
VERDADE PRÁTICA
A chave da verdadeira prosperidade
está em ser fiel a Deus em tudo, inclusive, na prática dos dízimos e das
ofertas.
HINOS SUGERIDOS
5, 147, 564.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1 Co 9.13
A liberalidade no ofertar
Terça - Gn 28.22
A prática dos dízimos e ofertas precede a lei
Quarta - Gn 14.20
Dízimos e ofertas como gratidão
Quinta - 2 Co 9.8
Dízimos e ofertas em toda boa obra
Sexta - Ml 3.10,11
Dízimos e ofertas e a bênção da proteção
Sábado - Jl 2.25
Dízimos e ofertas e a bênção da restituição
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
Malaquias 3.10,11; 2 Coríntios 9.6-8.
Malaquias 3
10 - Trazei todos os dízimos à
casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova
de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não
derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.
11 - E, por causa de vós,
repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; e a vide
no campo não vos será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos.
2 Coríntios 9
6 - E digo isto: Que o que semeia pouco pouco
também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará.
7 - Cada um contribua segundo propôs no seu
coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com
alegria.
8 - E Deus é poderoso para tornar abundante em
vós toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda suficiência,
superabundeis em toda boa obra.
INTERAÇÃO
Professor,
você é um dizimista fiel? Contribuir com os dízimos e as ofertas é um grande
privilégio. Precisamos fazê-lo com alegria, pois tudo que temos pertence ao
Senhor. Tudo vem dEle - nosso trabalho, saúde, família. A vida já é uma dádiva
divina. De que adianta contribuir por constrangimento ou legalismo? Deus não
precisa do nosso dinheiro. Ele é o dono da prata e do ouro. Temos de contribuir
impulsionados pelo amor abnegado e desinteresseiro. Deus não está preocupado
com a quantia que entregamos, mas com o nível de desprendimento, sacrifício e
fé. Que sejamos mordomos fiéis do Senhor, sabendo que Ele é fiel para suprir
todas as nossas necessidades.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
- Analisar a questão do dízimo e das ofertas
dentro de uma perspectiva bíblica.
- Conscientizar-se de que a prática do dízimo e
das ofertas é uma forma de adoração ao Senhor.
- Explicar os dízimos e as ofertas como fontes
de bênçãos.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor, reproduza no quadro de giz
o esquema abaixo. Depois, pergunte aos alunos: “Por que devemos entregar nossos
dízimos e ofertas?”. Ouça as respostas e explique, utilizando o quadro, que os
dízimos e as ofertas são uma ordenança bíblica. Enfatize que a entrega dos
dízimos e das ofertas é uma atitude de amor e gratidão a Deus. Não devemos
fazer com tristeza ou por constrangimento, mas com alegria, pois tudo que
possuímos não é nosso; foi o Pai Celeste que as confiou aos nossos cuidados.
DÍZIMOS E OFERTAS
Definição — Décima parte.
Ordenado pelo Senhor — Lv 27.30-32; Ml 3.10.
Propósito do dízimo no AT — O dízimo de Israel era entregue para o sustento dos
levitas (Nm 18.21) e dos sacerdotes (Nm 18.28), para ajudar nas refeições
sagradas (Dt 14.22-27), e para socorrer os pobres, os órfãos e as viúvas (Dt
14.28,29).
Qual a lição a ser aprendida — Deus é dono de tudo — Êx 19.5; Sl 24.1; Ag 2.8.
Propósito dos dízimos no NT — Promoção do Reino de Deus e ajuda aos necessitados
(1 Co 9.9-14; Cl 2.10).
Nossas contribuições devem ser
voluntárias e generosas, segundo o AT (Êx 25.1,2) e o NT (2 Co 9.7)!
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Dízimo: Décima parte de tudo aquilo
que é devolvido ao Senhor, quer em dinheiro, quer em produtos e bens.
A lição de hoje tem como objetivo
estudar um tema muito conhecido e ainda tratado de forma equivocada por alguns.
As distorções provenientes da Teologia da Prosperidade comprometem as práticas
bíblicas de o crente ofertar e dizimar para a Obra do Senhor. Nesta aula,
porém, você terá oportunidade de verificar o assunto à luz das Escrituras
Sagradas.
I. DÍZIMOS E OFERTAS NA BÍBLIA
1. O Antigo Testamento. O
vocábulo dízimo quer dizer “a décima parte”. No contexto bíblico, refere-se
àquilo que é devolvido ao Senhor, quer em dinheiro, quer em produtos e bens (Pv
3.9). Já a oferta tem o sentido de contribuição voluntária. O que deve ficar
claro é que a lei mosaica não criou as práticas do dízimo ou das ofertas, mas
apenas deu-lhes conteúdo e forma através das diversas normas ou leis que as
regulamentaram. Tal verdade fica patente ao constatar que o ofertar já era uma
prática observada nos dias de Abel (Gn 4.4), e que o dízimo já era praticado
pelos patriarcas (Gn 14.20; 28.22).
No período mosaico, o dízimo aparece
como preceito de um princípio já existente no período patriarcal. Os preceitos
mudam e até desaparecem, todavia, os princípios são imutáveis e permanentes. De
acordo com a Lei de Moisés, os dízimos deveriam ser entregues aos sacerdotes
para a manutenção do culto e também para o sustento dos levitas, já que estes
não tinham possessão em Israel (Nm 18.20-32).
2. O Novo Testamento. Os
que supõem estar a prática do dízimo restrita ao Antigo Testamento precisam
entender que a natureza e os fundamentos do culto não mudaram. Mudou apenas a
forma e a liturgia, mas não a sua função: a adoração a Deus deve ser em
espírito e verdade! O culto levítico com seus rituais já não existe. Todavia, o
princípio da adoração continua o mesmo (1 Pe 2.9; Ap 1.6). O dízimo levítico
pertencia à ordem de Arão, que era transitória. Todavia, o dízimo cristão
pertence à ordem de Melquisedeque que é eterna e, portanto, anterior à Lei de
Moisés (Hb 5.10; 7.1-10; Sl 110.4).
Jesus não veio ab-rogar a lei, mas
cumpri-la (Mt 5.17). Ele não apenas reconheceu a observância da prática do
dízimo, mas a recomendou (Mt 23.23). Nas epístolas, Paulo faz referência ao
dízimo levítico para extrair dele o princípio de que o obreiro é digno do seu
salário (1 Co 9.9-14; Lv 6.16,26; Dt 18.1). Se o apóstolo não reconhecesse a
legitimidade da prática do dízimo, jamais teria usado esses textos do Antigo
Testamento.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A prática do dízimo não está restrita ao
Antigo Testamento. Ela também é incentivada pelos apóstolos em o Novo
Testamento.
II. A PRÁTICA DO DÍZIMO E DAS OFERTAS COMO FORMA DE ADORAÇÃO
1. Reconhecimento da soberania e da
bondade de Deus. Um dos princípios básicos da prática do dízimo é o
reconhecimento de que Deus é soberano sobre todas as coisas. Tudo vem dEle e é
para Ele (Ag 2.8; Cl 1.17). Quando o crente devolve a Deus o seu dízimo,
demonstra que reconhece o Senhor como a fonte de todas as coisas. À saudação de
Melquisedeque: “Bendito seja o Deus Altíssimo!”, respondeu Abraão dando-lhe o
dízimo (Gn 14.20). O princípio da devolução do dízimo demonstra que somos
dependentes de Deus. É lamentável que alguns crentes ignorem esse fato e ajam
como se as suas conquistas materiais fossem apenas mérito de seus esforços (Jz
7.2).
2. Reconhecimento do valor do
próximo. Deuteronômio registra que havia um tipo de dízimo
que deveria ser repartido entre os pobres (Dt 14.28,29; 26.12-15). Esse “dízimo
comunitário” devia ser praticado a cada três anos. O propósito é mostrar apreço
pelos menos favorecidos. Inclusive, há uma promessa de a bênção do Senhor estar
sobre todas as atividades de quem cumprir esse preceito.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Um dos princípios básicos da prática do
dízimo, tanto no Antigo Testamento como em o Novo, é o reconhecimento de que
Deus é soberano sobre todas as coisas.
III. DÍZIMOS E OFERTAS COMO FONTES DE BÊNÇÃOS
1. A bênção da multiplicação. Tanto
o Antigo como o Novo Testamento demonstram que Deus reconhece e recompensa a
fidelidade do seu povo. Quando o crente é liberal em contribuir para o Reino de
Deus, uma decorrência natural do seu gesto é a bênção da multiplicação dada
pelo Senhor. Deus promete derramar bênçãos sem medida e fazer abundar em toda
graça (2 Co 9.6-10). Malaquias relaciona a prosperidade do povo de Israel à
devolução dos dízimos e das ofertas (Ml 3.10,11). O mesmo princípio é destacado
em o Novo Testamento quando Paulo diz que Deus é poderoso para fazer abundar em
toda graça aqueles que demonstram voluntariedade em contribuir para o Reino de
Deus.
2. A bênção da restituição. A
Bíblia revela que o Senhor é um Deus de restituição (Jl 2.25). O profeta Joel
mostra que a terra de Israel era atacada constantemente por gafanhotos que, em
diferentes estágios de desenvolvimento, destruíam as suas lavouras. Para
garantir a sobrevivência do povo, Deus promete restituir o que a praga consumiu
(Jl 1.4; 2.25; Na 3.16). Malaquias associa o devorador àquele “que consome o
fruto da terra” (Ml 3.11). A referência aplica-se, num primeiro plano, às
pragas de gafanhotos, e num segundo plano a toda ação do mal sobre o povo.
3. A bênção da provisão. Na
Antiga Aliança, o Senhor prometeu “derramar bênçãos sem medida” sobre o seu
povo (Ml 3.10). Na Nova Aliança, Ele deseja que o crente tenha “toda
suficiência” (2 Co 9.8). A prosperidade bíblica é viver na suficiência de
Cristo (2 Co 3.5; 9.8). Tal suficiência é vista como sendo a provisão divina
para os filhos de Deus. Deve ser lembrado, no entanto, que essa suficiência não
deve ser confundida simplesmente com a aquisição de posses materiais, mas o ter
o necessário para viver com dignidade e, principalmente, possuir paz com Deus e
alegrar-se nEle (Fp 4.11; 2 Ts 3.16). Por toda a Escritura, observamos o
cuidado do Senhor no sentido de prover para o seu povo aquilo que é necessário
para o seu viver (Mt 6.25-33). Quando conscientizarmo-nos que estamos honrando
o Senhor com nossos dízimos e ofertas, Ele derramará sobre nós sua provisão.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Quando honrarmos o Senhor com nossos
dízimos e ofertas, Ele derramará sobre nós sua provisão.
CONCLUSÃO
Vimos, pois, que a prática dos
dízimos e das ofertas sempre esteve presente na história do povo de Deus.
Evidentemente que fica para nós o princípio de que somos abençoados não porque
contribuímos, mas contribuímos porque já somos abençoados. Deus reconhece a
voluntariedade do crente em contribuir para o seu Reino e, por graça e
misericórdia, derrama sobre nós as suas muitas e ricas bênçãos.
VOCABULÁRIO
Ab-rogar: Anular,
revogar.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
RICHARDS, L. O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed.,
RJ: CPAD, 2007.
ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2009.
ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2009.
EXERCÍCIOS
1. Qual
o significado do vocábulo “dízimo”?
R. “A
décima parte”.
2. De
acordo com a lei de Moisés a quem deveria ser entregue os dízimos?
R. Os
dízimos deveriam ser entregues aos sacerdotes.
3. Para
que eram utilizados os dízimos e as ofertas no AT?
R. Para
a manutenção do culto e também para o sustento dos levitas.
4. Cite
um dos princípios básicos da prática do dízimo.
R. O
reconhecimento de que Deus é soberano sobre todas as coisas.
5. Você
é um contribuinte fiel nos dízimos e nas ofertas?
R. Resposta
pessoal.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“Embora a Bíblia revele claramente o
dízimo como uma disciplina financeira divinamente ordenada, com as maravilhosas
promessas que o acompanham e garantidas pelo próprio Deus, alguns ainda fazem
uma pergunta já bastante batida: ‘O dízimo não se aplica apenas ao Antigo
Testamento?’
A ideia aqui expressa é que o dízimo
faz parte da Lei e, portanto, não tem significado algum para os crentes do Novo
Testamento. Esta resistência geralmente projeta a noção de que ensinar o
pagamento do dízimo privará o cristão da sua ‘liberdade’ ou levará o crente a
‘entrar na Lei e sair da graça’. Mas a verdade do dízimo não se encontra apenas
no Antigo, pois o Novo Testamento mostra-o tão apropriado para nós, hoje, quanto
para os crentes do passado. A Palavra de Deus revela que todas as suas bênçãos
e alianças pertencem à graça, não à lei. O próprio Jesus referiu-se à questão
do dízimo. Está registrado em dois livros do Novo Testamento: Mateus e Lucas.
Jesus tratava com os fariseus, um
grupo de religiosos radicais que se limitavam à letra da Lei sem atender às
exigências espirituais. Jesus observou que eles na verdade davam o dízimo, mas
atacou a sua suposição de que a obediência a um ‘ritual’ liberava-os da
realidade maior: a obediência às responsabilidades do amor.
[...] O dízimo pode ter começado no
Antigo Testamento, mas seu espírito, verdade e prática, continuam válidos”
(HAYFORD J. A Chave de Tudo. 1.ed.,
RJ: CPAD, 1994, pp.93-4).
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“A
prática do dízimo ensinada no Novo Testamento
Há três referências do dízimo no Novo
Testamento. Duas delas são paralelas e se referem ao ensino de Jesus dado aos
fariseus (Mt 23.23; Lc 11.42). A terceira referência encontra-se na carta aos
Hebreus (Hb 7.1-10). Existe uma teoria anti-dizimista que utiliza esse texto
para rejeitar a prática do dízimo na dispensação da graça. O texto está
provando a superioridade de Cristo sobre a velha dispensação, e de modo
particular, sobre o sacerdócio judaico. O texto diz que Abraão pagou seu dízimo
a Melquisedeque, que era sacerdote do ‘Deus Altíssimo’. Ora, isto foi muito
antes da instituição da Lei do Antigo Testamento. Se Melquisedeque era figura
de Cristo, Abraão lhe deu o dízimo. Assim sendo, hoje os crentes em Cristo lhe
dão os dízimos, pois Ele é Sacerdote Eterno, segundo a ordem de Melquisedeque.
Se Melquisedeque recebeu os dízimos de Abraão, por que Cristo não receberia o
dízimo de seus fiéis para a propagação do evangelho?
Paulo declara e ensina à igreja em
Corinto que os que trabalham no ministério cristão também devem viver do
ministério (1 Co 9.13). Destaca também que o princípio do sustento do
ministério sacerdotal na dispensação da lei é o mesmo da graça. Paulo estava
discutindo o seu direito ao seu sustento por parte das igrejas com as quais
estava trabalhando. Com esse argumento ele estabelece o princípio entre as duas
dispensações, a lei e a graça, e diz: ‘Assim ordenou também o Senhor aos que
anunciam o evangelho, que vivam do evangelho’” (1 Co 9.14) (CABRAL, E. Mordomia Cristã: Aprenda
como Servir Melhor a Deus. 1.ed., RJ: CPAD,
2003, p.138).
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PAZ DO SENHOR
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