Lições Bíblicas CPAD 4º Trimestre de 2010
Título: O Poder e o Ministério da Oração — O
relacionamento do cristão com Deus
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva
Lição
11: A
oração que conduz ao perdão
Data: 12 de Dezembro de 2010
TEXTO ÁUREO
“Cria em mim, ó
Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto” (Sl
51.10).
VERDADE PRÁTICA
Um espírito quebrantado em oração é um poderoso instrumento para
restaurar a comunhão com Deus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda -
Sl 34.18
A oração
com quebrantamento nos aproxima de Deus
Terça - Is
57.15
A oração
contrita reanima o coração
Quarta -
Dn 9.19-22
A oração
confessional é respondida
Quinta -
Mc 11.25; Mt 6.15
A oração
abre o caminho para o perdão
Sexta - Lc
6.28
Ore pelos
caluniadores
Sábado -
Lc 23.34
Ore pelos
que o maltratam
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Salmo
51.1-13.
1 - Tem misericórdia de mim, ó Deus,
segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão
das tuas misericórdias.
2 - Lava-me completamente da minha
iniquidade e purifica-me do meu pecado.
3 - Porque eu conheço as minhas
transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.
4 - Contra ti, contra ti somente
pequei, e fiz o que a teus olhos é mal, para que sejas justificado quando
falares e puro quando julgares.
5 - Eis que em iniquidade fui formado,
e em pecado me concebeu minha mãe.
6 - Eis que amas a verdade no íntimo,
e no oculto me fazes conhecer a sabedoria.
7 - Purifica-me com hissopo, e ficarei
puro; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve.
8 - Faze-me ouvir júbilo e alegria,
para que gozem os ossos que tu quebraste.
9 - Esconde a tua face dos meus
pecados e apaga todas as minhas iniquidades.
10 - Cria em mim, ó Deus, um coração
puro e renova em mim um espírito reto.
11 - Não me lances fora da tua presença
e não retires de mim o teu Espírito Santo.
12 - Torna a dar-me a alegria da tua
salvação e sustém-me com um espírito voluntário.
13 - Então, ensinarei aos
transgressores os teus caminhos, e os pecadores a ti se converterão.
INTERAÇÃO
Davi foi um homem que certamente amava a Palavra de Deus e a
oração, porém ele não era imune à tentação e ao pecado. No auge do seu reinado
transgrediu a Lei do Senhor cometendo um adultério e um assassinato. Todavia,
depois de ser advertido pelo profeta Natã reconheceu a sua iniquidade e
transgressão: “Pequei contra o Senhor” (2 Sm 2.13). Davi trilhou o caminho que
todo pecador deve percorrer para ser restaurado: arrependimento, confissão do
pecado e abandono da prática.
OBJETIVOS
·
Conscientizar-se de que o pecado afasta o homem de Deus.
·
Compreender que para obter o perdão divino é necessário reconhecer
e confessar o pecado.
·
Saber que o perdão de Deus está à disposição de todos os que
arrependidos confessam o seu pecado e o deixam.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor, divida a classe em 3: grupos. Depois que os grupos já
estiverem formados, entregue a cada um deles uma das questões abaixo. As
questões devem ser respondidas tendo como base o Salmo 51. Cada grupo terá, no
máximo, três minutos para discutir seu tema e dois minutos para expor sua
opinião à classe.
1. Davi
estava verdadeiramente arrependido por ter transgredido a Lei divina? Como ele
demonstrou isso?
2. Qual
o caminho a ser percorrido, segundo o Salmo 51, pelo pecador arrependido?
3. Davi
foi totalmente restaurado diante de Deus?
Conclua explicando que Davi trilhou o caminho que todo pecador
deve percorrer para ser restaurado: arrependimento, confissão do pecado e
abandono da prática.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra
Chave
Perdão: [Do gr. aphesis].
“Perdoar ou remir os pecados de alguém”.
A oração é o modo pelo qual o homem fala com Deus e coloca
diante dEle suas alegrias, tristezas, necessidades, anseios, enfim, tudo o que
aflige sua alma. Quando se peca, é através da oração que se chega a Deus para
confessar as culpas e pedir-lhe o seu perdão. A oração que Davi fez, logo após
ser confrontado pelo profeta Natã a respeito de seu adultério (com Bate-Seba)
seguido de assassinato (de Urias), é um exemplo do que se deve fazer ao pecar,
a fim de alcançar misericórdia diante de Deus.
I. O PECADO
NOS AFASTA DE DEUS
1. O pecado afronta a Deus. Pecado é a transgressão deliberada e
consciente das leis estabelecidas por Deus. O pecado afronta o caráter de Deus
e a sua santidade. Esta falta de conformidade com a lei moral de Deus é
rebelião; quem usa dessa prática se distancia da comunhão com Deus, que, por
hipótese alguma, comunga com o pecado ou com alguém que permanece nesse estado.
Davi pecou gravemente e permaneceu em pecado até que, advertido peio profeta,
se arrependeu e suplicou ao Senhor o perdão.
2. As consequências do pecado. Os relatos do rei Davi evidenciam que o pecado
entristece o Espírito Santo e causa separação entre Deus e o homem (Is 59.2).
Foi esse afastamento de Deus que Davi viveu. A única maneira de o crente manter
comunhão com Deus, por meio do seu Espírito Santo, é andar segundo a sua
vontade (Rm 8.1,2,8,9,13,14).
3. Consciência do pecado. A expressão que Davi usou para rogar a Deus a
sua purificação, revela o reconhecimento do seu estado de impureza moral, pois
havia cometido delitos contra a santidade de Deus e à sua Lei. Ao pedir a Deus
que o limpasse com hissopo (v.7), ele revela que se havia contaminado tal qual
um leproso ou alguém que havia tocado em um morto; símbolos de impureza máxima
em sua época (Lv 14; Nm 19.16-19). O pecado destrói a paz com Deus, e a falta
dessa paz, como decorrência do pecado, é como um sinal vermelho, a fim de que o
crente pare imediatamente e volte-se para Deus em oração. É preciso que se
arrependa, confesse o seu pecado e abandone-o, e pela fé em Cristo, e por Ele,
receba o perdão de Deus (1 Jo 1.7-9).
SINOPSE DO
TÓPICO (I)
O pecado afronta a Deus, entristece o Espírito Santo e causa
separação entre Deus e o homem.
II. CONFISSÃO
E PERDÃO
1. Reconhecer e confessar o pecado. Ao pecar, Davi não considerou as consequências
de seus atos. No entanto, assim que caiu em si como pecador, reconheceu a
gravidade dos seus pecados cometidos e a necessidade de confessá-los, para, em
seguida, pedir perdão. Todo ser humano deve saber que aquele que “encobre as
suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará
misericórdia” (Pv 28.13). O rei sabia que seu pecado era, em primeiro lugar,
contra o próprio Deus (v.4). No Salmo 32, Davi mostra o dever e a necessidade de
reconhecer e de confessar o pecado a Deus (Sl 32.1-5) e expressa a certeza do
perdão do Senhor (v.5).
2. Conhecendo o caráter de Deus (vv.6,16). Davi conhecia a Deus e sabia que só homens
limpos de mãos e puros de coração entram no santuário (Sl 24.3,4). Seus salmos
revelam que ele conhecia a Deus pessoalmente e tinha um relacionamento íntimo
com o Senhor.
3. O afastamento de Deus. Como todo o crente que desobedece às
ordenanças divinas, Davi estava sentindo a angústia resultante da falta de
comunhão com Deus. O pecado era como um muro, que o impedia de ver e sentir a
presença de Deus. Para um homem acostumado à comunhão com o Criador, o vazio
provocado pela falta desta doía como um corpo com os ossos quebrados (v.8); a
tristeza havia tomado conta de seu ser.
SINOPSE DO
TÓPICO (II)
Para receber o perdão divino, o pecador deve reconhecer, confessar
e abandonar o pecado.
III. A
RESTAURAÇÃO DO PECADOR
1. Arrependimento e contrição. Davi tinha consciência do seu pecado. Porém,
sabia que Deus está sempre disposto a perdoar todo homem que, com o coração
arrependido, volta-se para Ele, confessando as suas culpas e rejeitando-as, por
meio da oração espontânea e sincera (Pv 28.13). O perdão divino está à
disposição de todos os pecadores que, arrependidos, confessam a Deus os seus
pecados e aceitam a purificação provida pelo Senhor mediante o sangue de Jesus
Cristo (Lc 24.46,47; 1 Jo 1.9). Todavia, é necessário que se rejeite totalmente
a prática do pecado, pois o que alcança misericórdia é aquele que confessa e
deixa (Pv 28.13).
2. Mudança de atitude. O verdadeiro arrependimento resulta em mudança
de vida. Pode-se tomar como exemplo o Filho Pródigo. Ele, distante do pai, sem
dinheiro ou condições dignas de, inclusive, se alimentar reconheceu seu pecado
e resolveu voltar. Confessou suas transgressões ao pai e pediu-lhe perdão. O
importante, porém, foi que a oração o levou à ação. Ele foi, fez tudo o que
havia proposto e alcançou misericórdia (Lc 15.11-24). Davi também demonstrou
com atos sinceros e profundos o arrependimento, vindo da alma.
3. Renovação interior. Na oração de Davi, pode-se ver que o Senhor já
estava trabalhando em seu interior. Observe os desejos de Davi depois de
confessar seus pecados e buscar o perdão de Deus:
a) Um espírito voluntário. O que demonstra seu desejo e sua disposição de
servir a Deus (v.12).
b) Ensinar os caminhos do Senhor. Assim que se sente perdoado Davi se propõe a
falar sobre o quanto Deus fora compassivo e misericordioso com ele, para que
mais pecadores (como ele) se convertam de seus caminhos (v.13). Davi não se
contenta em apenas desfrutar o seu perdão; ele também quer que o mundo conheça
o Deus perdoador.
c) Louvar a Deus. Conhecendo
o seu Senhor, Davi sabia que, na situação de pecado em que se encontrava, seus
louvores não seriam aceitos. Era necessário que, antes de oferecer sacrifícios,
ele se quebrantasse diante de Deus. Só então, estaria livre para louvá-Lo
(vv.16,17). Deus recebe o louvor dos filhos obedientes, que procuram viver de
acordo com a Palavra; a estes Ele denomina verdadeiros adoradores (Jo 4.23). O
verdadeiro louvor ao Senhor não está em palavras ou canções, mas primeiramente
na vida santa e consagrada e no testemunho do adorador.
d) Prontidão para agradar a Deus. Uma das características mais marcantes de um
homem perdoado por Deus é o desejo profundo de agradá-Lo. O próprio Jesus fez
alusão a este fato, quando estava em casa de Simão (Lc 7.36-50). A motivação
maior do serviço do crente no Reino é o fato de ter sido perdoado, isto o
constrange a fazer tudo e qualquer coisa para agradar ao Deus que o perdoou e o
livrou da morte e do inferno. Por isso, um dos desejos expressos por Davi em
sua oração foi o de ser um prestador de serviço para Deus com espírito
voluntário.
SINOPSE DO
TÓPICO (III)
Deus restaura o pecador que verdadeiramente se arrepende e muda de
atitude.
CONCLUSÃO
A oração é um instrumento de comunhão com Deus, inclusive para
aquele que a perdeu por causa do pecado. Depois que o homem reconhece que
pecou, através da oração sincera, como a do publicano em Lucas 18.10-14, pode
confessar seus pecados ao Senhor e pedir-lhe o seu perdão. O verdadeiro
arrependimento, no entanto, implica na mudança de atitude e conduta daquele que
pecou. A orientação amorosa do Senhor Jesus é: “vai-te e não peques mais” (Jo
8.11).
VOCABULÁRIO
Sem
ocorrências.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
GEORGE, J. Orações Notáveis da Bíblia. 1.ed. RJ: CPAD, 2007.
GONÇALVES, J. et al. Davi: As vitórias e as derrotas de um homem de Deus. 1.ed. RJ: CPAD, 2009.
GONÇALVES, J. et al. Davi: As vitórias e as derrotas de um homem de Deus. 1.ed. RJ: CPAD, 2009.
EXERCÍCIOS
1. De acordo com a lição, defina pecado.
R. É a transgressão deliberada e consciente das leis
estabelecidas por Deus.
2. Quais as consequências do pecado de acordo com
os relatos de Davi?
R. Entristece o Espírito Santo e causa separação
entre Deus e o homem.
3. De acordo com o Salmo 32, o que o pecador deve
fazer para receber o perdão de Deus?
R. Reconhecer, confessar e deixar o pecado.
4. Qual o resultado do verdadeiro arrependimento?
R. Mudança de vida.
5. Qual é a característica mais marcante de um
homem perdoado por Deus?
R. A prontidão em agradar a Deus.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio
O Pecado e seu Domínio
“Infelizmente, para o questionamento do porquê de Davi ter
pecado, a resposta é simples e, ao mesmo tempo, complexa: Ele pecou exatamente
porque é um ser humano.
[...] Mesmo sendo o ‘homem segundo o coração de Deus’, ele não
possuía uma natureza divina assim como Jesus Cristo que, apesar de ser chamado
de ‘Filho de Davi’ — por sua ascendência ou natureza humana —, era Deus e,
portanto, não sujeito a pecar (Hb 4.15; 1 Pe 2.21,22). Ser um ‘homem de Deus’
(2 Cr 8.14), como Davi o era, infelizmente não significa invulnerabilidade ou
imunidade em relação ao pecado. Talvez nisso resida o problema de muitas
pessoas que se espelham em outras. Quando seus referenciais fracassam, elas
igualmente perdem a fé, pois caíram na ilusão de acreditar que existe alguém
perfeito.
A doutrina do pecado ou hamartiologia é um dos grandes ensinos
que precisa ser resgatado nos dias atuais. Saber que todos nós fomos afetados
peia realidade do pecado, que por meio de um ato único entrou no mundo e,
consequentemente, no seio da humanidade (Gn 3), é muito importante, pois mostra
que a sua universalidade é algo que só pode ser resolvido com um único ato
universal (Rm 5.18,19). O pecado é, por definição, um desvirtuamento do
propósito original de Deus para o homem, pois o ‘sentido básico da palavra é o
de errar um alvo ou um caminho’”.
(CARVALHO,
C. M. Davi: As vitórias e as derrotas de um
homem de Deus. 1.ed. RJ:
CPAD, 2009, pp.147-8)
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO II
O Perdão Pela Confissão
“Qual é a garantia de que a confissão é importante para Deus? A
própria Palavra de Deus. Ela garante que a confissão é premiada com a
misericórdia. ‘O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que
as confessa e deixa alcançará misericórdia’ (Pv 28.13).
Deus sabe que estamos sujeitos às leis deste mundo, mais exige
que pautemos uma vida dentro dos padrões estabelecidos por Ele. E quando nos
afastamos desse padrão, Ele espera que admitamos nossa falha e retornemos para
Ele por meio da confissão. Todos nós conhecemos o texto áureo da confissão: ‘Se
confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados
e nos purificar de toda injustiça’ (1 Jo 1.9).
Não podemos ter por hábito apenas dizer para Deus o que fizemos
como se lêssemos para Deus uma lista de nossas infelizes decisões e atos. Mais
que enumerar pecados, Deus espera que concordemos com Ele que erramos e que
precisamos do seu perdão.
E Davi reconheceu o seu erro. Ele sabia que em Deus acharia a
graça para a recuperação de seu pecado. Deus, por meio da confissão de Davi,
não permitiu que ele permanecesse naquela situação: ‘Os passos de um homem bom
são confirmados pelo Senhor, e ele deleita-se no seu caminho. Ainda que caia,
não ficará prostrado, pois o Senhor o sustém com a sua mão’ (Sl 37.23,24). Como
diz Richard D. Philips, ‘enquanto a verdade condena, a verdade e a graça juntas
restauram o pecador’.
Não estamos imunes ao pecado em um mundo decaído. Não podemos
dizer que jamais pecaremos, ou que ficaremos o tempo todo em vigilância. Mas
podemos ter certeza de que Deus, em sua grande misericórdia, aceitará o pecador
arrependido e o restaurará à comunhão perdida”.
(COELHO,
A. Davi: As vitórias e as derrotas de um
homem de Deus. 1.ed. RJ:
CPAD, 2009, pp.168-72)
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PAZ DO SENHOR
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