OS
GENTIOS NA GRANDE TRIBULAÇÃO
Mateus 24.15,21; Daniel 2.40-44; 7.24,25.
Mateus 24
15 — Quando, pois, virdes que a abominação da
desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo (quem lê, que
entenda).
21 — porque haverá, então, grande aflição, como nunca
houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais.
Daniel 2
40 — E o quarto reino será forte como ferro; pois,
como o ferro esmiúça e quebra tudo, como o ferro quebra todas as coisas, ele
esmiuçará e quebrantará.
41 — E, quanto ao que viste dos pés e dos artelhos, em
parte de barro de oleiro e em parte de ferro, isso será um reino dividido; contudo,
haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado
com barro de lodo.
42 — E, como os artelhos eram em parte de ferro e em
parte de barro, assim por uma parte o reino será forte e por outra será frágil.
43 — Quanto ao que viste do ferro misturado com o
barro de lodo, misturar-se-ão com semente humana, mas não se ligarão um ao
outro, assim como o ferro se não mistura com o barro.
44 — Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu
levantará um reino que não será jamais destruído; e esse reino não passará a
outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos e será estabelecido para
sempre.
Daniel 7
24 — E, quanto às dez pontas, daquele mesmo reino se
levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente
dos primeiros e abaterá a três reis.
25 — E proferirá palavras contra o Altíssimo, e
destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles
serão entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo.
Se Deus comunicou a existência dos principais impérios
muito antes de sua chegada, é porque desejava que o Seu povo tomasse
conhecimento disso, apontava para o Seu reino eterno. Vemos nestes capítulos
estudados o poder e a fidelidade de Deus no cumprimento das profecias. Algumas,
não se realizaram ainda na sua plenitude. Porém, somos desafiados a estudá-las,
tanto as passadas quanto as que estão para se cumprir, sabendo que a chegada
dos governos futuros é certa, pois foram vaticinados por Deus.
DIDÁTICA
Para, principalmente, levar os alunos a compreender os
desígnios de Deus com relação aos reinos deste mundo, apresente uma reflexão em
Romanos 13.1. Dê cinco minutos para que discutam com o colega ao lado. Após a
reflexão peça que relatem suas conclusões. Você poderá encontrar orientações
complementares na Bíblia de Estudo Pentecostal, no texto de rodapé referente a
este versículo. Conclua o assunto mostrando que Deus sabia quem reinaria e como
seriam os reinados, mesmo antes de existirem. Mostre que ainda falta o
cumprimento de um governo que se estabelecerá durante a Grande Tribulação.
Neste período a Igreja terá sido arrebatada por Jesus. Por isso, estará livre
deste governo iníquo. Inicie agora o comentário sobre cada tópico da lição.
I. OS TEMPOS DOS GENTIOS (Lc 21.24)
1. Que são os tempos dos gentios. O texto de Lucas
refere-se a um período especial no qual Jerusalém será pisada pelos gentios.
2. A duração dos tempos dos gentios. Esse período (não
o da Grande Tribulação) teve seu início quando uma parte de Israel foi levada
de sua terra para o cativeiro na Babilônia em 586 a.C. (2 Cr 36.1-21; Dn 1.1,2)
e só terminará quando Cristo voltar para governar sobre todo o mundo, e assumir
o trono de Davi (Lc 1.31,32).
II. O CURSO DOS TEMPOS DOS GENTIOS
Duas revelações paralelas no livro de Daniel nos dão a
descrição completa desse período.
1. O paralelo entre os capítulos 2 e 7 de Daniel. No
capítulo 2 a visão foi dada a um rei pagão, Nabucodonozor e, no capítulo 7, a
visão foi dada a um servo de Deus, o profeta Daniel.
A Nabucodonozor Deus revelou o lado político dos
reinos gentios representados na grande estátua. A Daniel, Deus revelou o lado
moral e espiritual desses reinos representados pelos “quatro animais”. A
história política havia sido mostrada a Nabucodonozor, mas a história
espiritual foi mostrada a Daniel.
Notemos ainda o seguinte: No capítulo 2, as figuras
representadas são tomadas da esfera inanimada, materiais como ouro, prata,
bronze, ferro e barro. No capítulo 7, as figuras são representadas por seres
animados, aqueles animais estranhos.
2. Os quatro ventos e o Mar Grande (Dn 7.2).
a) os quatro ventos. Simbolizam os poderes celestiais
que movimentam o mundo nos seus quatro pontos cardeais. São ventos que agitam
as nações do mundo nos seus quatro cantos e, podem representar as grandes
comoções políticas, conflitos sociais e mudanças climáticas. São poderes usados
por Deus para agitar a humanidade. São específicos. Obedecem e cumprem
fielmente sua missão, agitando geologicamente mares, rios e a terra com seus
vulcões. Açoitam a Terra varrendo os continentes, e também sopram brandamente
sobre a Terra, avisando-a de possíveis catástrofes.
b) O Mar Grande. Duas correntes de interpretação têm
sido apresentadas por vários estudiosos. Uns interpretam o Mar Grande como representando
toda a humanidade, e não se refere a nenhum mar em particular. No entanto, esse
não é outro, senão o mar Mediterrâneo, uma vez que, os quatro reinos mundiais
(Babilônia, Medo-Persa, Grécia e Roma) surgem junto dele.
A palavra “mar” na linguagem escatológica sempre
representa as nações gentílicas (Is 17.12,13). O ressurgimento do antigo
Império Romano é identificado geograficamente na Bíblia como sendo junto ao Mar
Grande, que é o Mediterrâneo. O animal terrível e espantoso de Daniel 7.3, que
representa o Império Romano, saía do Mar Grande.
III. O PODER DOS GENTIOS (Dn 7.3-8)
1. O leão com asas de águia (v.4). Assim como a cabeça
de ouro da estátua do capítulo 2 representa o reino da Babilônia, também o leão
na visão de Daniel (Dn 2.37,38). No mundo animal o leão é o rei dos animais,
por isso, Nabucodonozor destacou-se como o leão, pela sua riqueza e imponência.
Era um leão com asas de águia. A águia é uma ave solitária e rainha dos ares, e
indica conquista em extensão territorial. Dn 7.4 diz que, depois, “foram-lhe
arrancadas as asas” para indicar a queda do poderio desse rei diante do poder
de Deus (Dn 4.24,25,32-37).
2. O urso destruidor (v.5). Representa o império
medo-persa, seqüente, que derrotou a Babilônia, e na visão do capítulo 2 é representado
pelo peito e os braços de prata (Dn 2.39). Diz o texto que o urso surgiu com
três costelas entre os dentes. Isto indica que dominou sem reservas as nações à
sua frente. O texto de Dn 2 esclarece melhor esse fato pois os braços da
estátua indicam mais especificamente a aliança da Média e da Pérsia. Daí o
reino medo-persa, conhecido pelos reis que o governaram, Ciro, o persa (Dn
10.1) e Dario, o medo (Dn 11.1).
3. O leopardo altivo (v.6). Animal de indescritível
rapidez que representa o império grego, em paralelo com o ventre e as coxas de
cobre (ou bronze) da estátua de Dn 2.32. Esse leopardo, dada a sua rapidez
conquistou o mundo velozmente, a saber: Alexandre, o Grande. O animal tinha
quatro asas (Dn 7.6) denotando o seu rápido progresso em apenas 12 anos. Tinha,
também, quatro cabeças que tipificam as quatro divisões do império grego logo
depois da morte de Alexandre, o seu conquistador.
4. O animal terrível e espantoso (v.7). A
característica principal desse animal é o fato de não haver nele nada comparável
no mundo animal. Era, de fato, incomparável em força e presença e representa o
Império Romano. No capítulo 2, esse império é representado pelas pernas de
ferro e os pés com mistura de ferro e barro (Dn 2.33,41). O animal se destaca
pela força bruta e dureza típica do ferro, metal que o representa. Na história
mundial, esses quatro impérios foram fortes e tiveram seu final com o quarto
que foi o romano. Entretanto, a profecia sobre esse último império indica seu
ressurgimento no futuro, especialmente no período da Grande Tribulação.
IV. O FIM DO PODER MUNDIAL DOS GENTIOS
1. A forma política e material do poder gentio. É
destacada especialmente nos dez dedos com barro e ferro (Dn 2.41,42). O fim do
poder gentio está marcado pela divisão. Por isso, a ênfase nos dez dedos dos
pés da estátua, o que caracteriza a fragilidade e força, autocracia e
democracia do quarto reino, o romano, uma confederação simbolizada pelo ferro e
o barro. Essa mistura não é natural porque se constitui de elementos soltos,
ainda que juntos. Não há muita consistência. Ferro e barro se juntam, mas não
se misturam.
Outra verdade acerca da forma final do poder gentio é
a indicação de uma ação futura, profética, algo que ainda não aconteceu (a
pedra cortada do monte) marcará o fim desse império, nos dias da Grande
Tribulação (Dn 2.45).
2. Visão espiritual do poder dos gentios. No capítulo
2, a forma final do poder dos gentios é demonstrada pela união de dez reis e
seus reinos. Em Daniel 7.7, o destaque é o animal que aparece com dez chifres
sobre a cabeça. Esses chifres indicam, também, a confederação de dez reis
(nações gentílicas) para a formação do quarto grande reino mundial (Dn 7.24).
3. O líder que surgirá do poder gentio (Dn 7.8).
Dentre os dez reinos (dez chifres) surgirá o líder (o chifre pequeno) que se
levantará e se manifestará como “o homem da perdição”, ou “Anticristo”, o qual
blasfemará contra o Altíssimo até que lhe venha o juízo (Dn 7.25). Na verdade,
na segunda metade da “semana” predita (Dn 9.27), esse “chifre pequeno”, o
Anticristo, assumirá a direção política dos reinos dos “dez chifres”, (dez
dedos da estátua), e infligirá sobre Israel grande perseguição (Ap 17.12,13).
Sua influência será mundial, pois conquistará o apoio
das nações do mundo inteiro contra Israel. Mas ao final, esse chifre pequeno
será destruído. O poder mundial dos gentios representado na estátua do capítulo
2, será detonado pela “pedra cortada do monte sem mãos” (Dn 2.34,35; 7.26,27).
Tudo isso acontecerá exatamente em três anos e meio, ou seja, no período de “um
tempo (1 ano), dois tempos (2 anos) e metade de um tempo (meio ano)”. Podem
ser, também, o período de 42 meses iguais a 1.260 dias, conforme o calendário
judaico (Dn 9.27; 12.7; Ap 12.14). Todas essas cifras correspondem a um mesmo
período, a Grande Tribulação, que só se findará com a vinda do Filho do Homem,
Jesus Cristo (Dn 7.13,14).
Em 1968 foi fundado em Roma o chamado Clube de Roma,
sendo seus membros desde então, personalidades de gabarito reconhecidamente
mundial, na política, na economia, nas ciências e na educação. O objetivo
fundamental do clube é estudar o futuro da raça humana, considerando o seu
passado e o seu presente, para planejar o seu futuro. Uma das conclusões a que
chegou o clube, há poucos anos, é a de que a humanidade necessita urgentemente
de um governo único e centralizado para resolver seus problemas e suprir suas
necessidades.
Aqui está mais uma indicação da iminência do
surgimento do super-homem de Satanás — a Besta, que presidirá a confederação de
nações que espelhamos na parte anterior. Talvez este homem já esteja aí,
camuflado, aguardando apenas o momento de manifestar-se, o que ele está
impedido de fazer enquanto a Igreja do Senhor permanecer aqui. (Ler 2
Tessalonicenses 2.7,8.) O ‘ministério da iniqüidade’ aí mencionado é o
diabólico princípio oculto da rebelião contra Deus e contra a autoridade
constituída, a qual vem dele. Esta diabólica ação secreta, subterrânea, vem
operando desde o princípio do mundo, porém neste tempo do fim não haverá
restrição para sua total manifestação e operação. O rapto da Igreja ocorrerá
antes dessa manifestação pública do Anticristo. Depois disso o pecado não
conhecerá limites.
O Anticristo será um homem personificando o Diabo,
porém, apresentando-se como se fosse Deus. ‘Este rei fará segundo a sua
vontade, e se levantará e se engrandecerá sobre todo o deus; e contra o Deus
dos deuses; falará coisas incríveis, e será próspero, até que se cumpra a
indignação; porque aquilo que está determinado será feito’ (Dn 11.26). ‘Ninguém
de nenhum modo vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a
apostasia, e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição, o qual
se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus, ou objeto de culto, a ponto
de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio
Deus’ (2Ts 2.3,4). (O Calendário da Profecia, CPAD)
O comentário sobre os versículos 10 e 11 do capítulo
17 no livro Daniel e Apocalipse (CPAD), diz o seguinte:
“Daniel 7.24 diz: ‘dez reis que se levantarão daquele
mesmo reino’. É pois uma forma daquele antigo império. É claro que não poderá
ser o mesmo, porque aquele era regido por um único soberano, e o futuro sê-lo-á
por dez reis com suas dez capitais. Eles formarão uma confederação de nações
durante a Grande Tribulação. Dizemos confederação porque num pé os dedos são
ligados (Dn 2.42). Com a formação desses dez estados estará pronto o palco para
a formação do reino do Anticristo—o oitavo rei (v.11). A área geográfica desses
dez reinos é a mesma do antigo Império Romano, isto é, parte da Europa, parte
da Ásia e parte da África (Ver um mapa do antigo Império Romano)”.
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