ISRAEL NA GRANDE TRIBULAÇÃO
Apocalipse
12.1-12.
1 — E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher
vestida do sol, tendo a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas sobre
a cabeça.
2 — E estava grávida e com dores de parto e gritava
com ânsias de dar à luz.
3 — E viu-se outro sinal no céu, e eis que era um
grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as
cabeças, sete diademas.
4 — E a sua cauda levou após si a terça parte das
estrelas do céu e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher
que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho.
5 — E deu à luz um filho, um varão que há de reger
todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e
para o seu trono.
6 — E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha
lugar preparado por Deus para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e
sessenta dias.
7 — E houve batalha no céu: Miguel e os seus anjos
batalhavam contra o dragão; e batalhavam o dragão e os seus anjos,
8 — mas não prevaleceram; nem mais o seu lugar se
achou nos céus.
9 — E foi precipitado o grande dragão, a antiga
serpente, chamada o diabo e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi
precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.
10 — E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora
chegada está a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu
Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derribado, o qual diante do
nosso Deus os acusava de dia e de noite.
11 — E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela
palavra do seu testemunho; e não amaram a sua vida até à morte.
12 — Pelo que alegrai-vos, ó céus, e vós que neles
habitais. Ai dos que habitam na terra e no mar! Porque o diabo desceu a vós e
tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo.
A palavra disciplina na Bíblia tem a ver com correção
e castigo com punição. A Grande Tribulação tem como alvo a disciplina da nação
de Israel. Ou seja; corrigi-la da desobediência e obstinação para com Deus. “O
Senhor corrige ao que ama...”, (Hb 12.6). Portanto, por mais que seja difícil
aceitar, a Grande Tribulação é um ato do amor de Deus para com Israel.
DIDÁTICA
Através de Hebreus 12.6 entendemos que Deus deseja a
restauração de Seus filhos, e não apenas aplicar punição pelo seus erros. Para
ajudar sua classe a entender essa atitude do amor de Deus para com Israel
leve-os a refletir sobre as diferenças entre castigo e disciplina usada no
livro Socorro temos filhos do doutor Bruce Narramore. Use uma folha de papel
pardo ou um quadro-de-giz com linhas verticais, formando duas colunas.
Transcreva conforme descrito abaixo:É o povo de Israel a razão mais evidente da
Grande Tribulação. Ele é o alvo principal por causa das suas relações com o
plano redentor de Deus para com a humanidade. Israel foi escolhido para
representar os interesses divinos na Terra. Mas, lamentavelmente, não foi fiel
aos pactos e, por isso, houve a mudança no plano divino. Sua desobediência,
prevaricação e idolatria serão castigadas nesse período. No entanto, o
propósito de Deus não é só o de castigar Israel, mas também o de mostrar sua
fidelidade e amor para com o Seu povo.
I. A MULHER VESTIDA DE SOL (Ap 12.1,2)
Depois dos vários eventos catastróficos efetivados
pela abertura dos sete selos e das sete trombetas, surge um intervalo com uma
série de visões e, então, haverá o derramamento das sete taças de pragas sobre
a Terra.
Três personagens são destacados no capítulo 12 de
Apocalipse: a mulher vestida de sol, o grande dragão vermelho e o filho varão.
1. Quem é a mulher vestida de sol? Há várias
interpretações acerca dessa mulher e o que ela representa. Segundo a linha de
interpretação que adotamos entendemos que ela não representa a Igreja de
Cristo, uma vez que esta estará no céu com Cristo. Também a mulher não
representa a Igreja do Antigo Testamento, nem tampouco representa Maria, a mãe
humana de Jesus. Indiscutivelmente, representa o povo de Israel.
2. Os símbolos da mulher. Os símbolos que estão em
torno da mulher — o sol, a lua e 12 estrelas — estão associados aos filhos de
Israel (Gn 37.9; Jr 31.35,36; Js 10.12-14; Jz 5.20; Sl 89.35-37).
II. O GRANDE DRAGÃO VERMELHO (Ap 12.3,4)
1. Quem é o grande dragão vermelho. Representa Satanás
(Ap 12.9). Essa criatura animalesca e vermelha é a figura do poder do mal e da
destruição que virá sobre a nação israelita naqueles dias. O vermelho indica o
seu poder sanguinário objetivando matar especialmente a mulher e seu filho.
2. O poder do dragão. Um detalhe especial desse dragão
são as sete cabeças e dez chifres, além de sete coroas sobre essas cabeças (Ap
12.3). As mesmas características desse dragão aparecem sobre a Besta nos
capítulos 13 e 17 de Apocalipse. Os poderes que a Besta (Anticristo)
demonstrará nos dias da Grande Tribulação serão advindos de Satanás. As sete
cabeças e os diademas sobre elas simbolizam os grandes reinos e os poderes
desses reinos. Satanás usará de toda a sua força para destruir Israel naqueles
dias. Ele é o dragão vermelho que se lançará contra o povo de Deus representado
pela mulher.
3. Que representam as estrelas do céu? (Ap 12). Alguns
intérpretes afirmam que serão homens proeminentes do mundo que se levantarão
contra Israel para destruí-lo da face da Terra. Porém, a interpretação mais
aceitável indica que se trata de demônios sob a égide de Satanás, os quais,
lançados sobre o mundo, promoverão grande desordem moral, social e espiritual
no seio da humanidade.
III. O FILHO VARÃO (Ap 12.5)
1. Quem é o filho varão. Os intérpretes divergem aqui.
Há os que afirmam se tratar da Igreja, equivocadamente. Outros entendem que se
trata dos mártires da Grande Tribulação, e outros afirmam que esse filho varão
representa o remanescente judeu de então.
2. Jesus, o mais evidente. A interpretação mais
aceitável diz que esse filho varão representa Jesus, uma vez que somente Ele, o
Messias, “regerá as nações com vara de ferro”. O Salmo 2 é messiânico e se
constitui num rico contexto profético no cumprimento da profecia de Apocalipse
12.5. Israel representa a mulher, e o filho varão representa Jesus. Ele nasceu
de mulher israelita. Por isso, quando o texto diz que a mulher (Israel) deu à
luz um filho varão, está, na realidade, falando do nascimento humano de Jesus.
Quando fala que o “filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono”,
refere-se à ascensão vitoriosa de Cristo depois da Sua ressurreição.
Há um paralelo entre Ap 12 e Miquéias 5, que
identifica a mulher como a nação israelita. Mq 5.2 fala sobre o nascimento
dAquele que seria o Senhor em Israel, o Messias. Entretanto, por causa da
rejeição deste governante (o Messias) na Sua primeira vinda, a nação foi posta
de lado. O texto de Mq 5.3 declara assim: “os entregará até ao tempo em que a
que está de parto tiver dado à luz”, indicando que a nação estará com dores de
parto até ao tempo de dar à luz o filho. Também, em Rm 9.4,5 o apóstolo Paulo
fala dos israelitas e declara que Cristo veio de Israel, segundo a carne.
3. A tentativa inútil do grande dragão contra o filho
varão. Satanás, o grande dragão vermelho não conseguirá alcançar o filho varão
porque ele foi arrebatado para o seu trono. O filho varão de Israel, arrebatado
do poder de Satanás, um dia descerá em grande pompa sobre o monte das Oliveiras
(Zc 14.1-9) e, então, tomará as rédeas do governo mundial sob o poder do Diabo,
o Anticristo e o Falso Profeta.
Na vinda poderosa do filho, o Anticristo e o Falso
Profeta serão lançados no Lago de Fogo (Ap 19.19,20). No mesmo ímpeto da
gloriosa vinda do filho varão, o grande dragão, que é Satanás, será amarrado e
lançado no Poço do Abismo (Ap 12.7-9; 20.1-3).
IV. A FUGA DA MULHER PARA O DESERTO (Ap 12.6)
1. O deserto (Ap 12.6). Não se refere aqui
especificamente a um lugar geográfico, mas metafórico. Nas terras do Oriente
Médio o deserto é o lugar mais apropriado para fugitivos. A mulher representa a
nação de Israel, depois de perseguida pelo grande dragão vermelho, que foge
para um lugar de refúgio no deserto, para escapar à fúria do dragão, o Diabo.
2. O período do refúgio (Ap 12.6). As pressões sobre
Israel serão enormes naquele período, mas o grupo fiel encontrará refúgio por
1.260 dias. No calendário judaico de 360 dias, os 1.260 dias equivalem à metade
da semana profética de Daniel 9.27, ou seja, três anos e meio. Essa mesma cifra
de 1.260 dias equivale a outras cifras tais como quarenta e dois meses, ou “um
tempo, tempos e a metade de um tempo”. Essa diferença de linguagem não muda o
sentido real da profecia, porque a cifra é a mesma. E exatamente o período mais
terrível que sobrevirá sobre Israel na sua terra.
3. O remanescente judeu (Ap 12.17). No período final
da Grande Tribulação, o remanescente judeu, constituído de israelitas fiéis ao
antigo pacto, não se submeterá ao sistema do Anticristo, que é a Besta que
subiu do mar de Ap 13.1,2, e terá de fugir para o deserto (Ap 12.17). É, sem
dúvida, o remanescente judeu salvo na Grande Tribulação.
V. UMA BATALHA ANGELICAL NO CÉU (Ap 12.7-9)
1. O arcanjo Miguel. Nessa batalha os anjos de Deus
sob o comando do arcanjo Miguel, o protetor dos filhos de Israel, abatem
completamente os anjos caídos sob o comando de Satanás, o grande dragão
vermelho. É interessante notar que Miguel está ligado ao destino do povo de
Israel (Dn 12.1). Ele é o guardião dos interesses divinos para com Israel,
conforme vemos em Dn 10.13,21; Jd v.9.
2. Satanás, o dragão vermelho. Nessa batalha vemos o
esforço de Satanás para neutralizar o plano vindicativo de Deus através dos
anjos na história do mundo e, especialmente, quanto a Israel. E um conflito
entre o bem e o mal. Satanás é o grande dragão vermelho que, mais uma vez
investe contra o poder de Deus representado pelo arcanjo Miguel e seus anjos.
Mas o dragão é derrotado fragorosamente e expulso do céu. Os seus domínios
foram desfeitos.
3. A vitória do bem sobre o mal. Na visão de João, o
dragão quis devorar o filho varão da mulher, mas foi impedido por uma força
maior, uma milícia superior a dele. Essa batalha indica que os poderes de
Satanás foram reduzidos, e o mundo começa a se preparar para receber o Messias.
Aprendemos aqui que o direito sempre terá de triunfar sobre o erro, o bem sobre
o mal, a verdade sobre a mentira. As vantagens de Satanás foram anuladas para que
a vitória do povo de Deus prevalecesse no mundo. No texto de Ap 12.9, o dragão
vermelho é definido como “o acusador” (Diabo), a “antiga serpente”.
Depois da vitória de Miguel e seus anjos contra o
dragão e seus aliados (demônios), diz a Bíblia que houve regozijo e alegria no
céu (Ap 12.10). Esta alegria resulta do fato que a Grande Tribulação findará
para Israel e para o mundo, quando Cristo voltar gloriosamente.
“Em sua perseguição para destruir os judeus, a Besta
conduzirá seus exércitos contra Jerusalém.
“‘... E contra ela (Jerusalém) se ajuntarão todas as
nações da terra’ (Zc 12.3b); ‘Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja
contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas, e as
mulheres forçadas; metade da cidade sairá para o cativeiro, mas o restante do
povo não será expulso da cidade’ (Zc 14.2).
“Nessa ocasião crítica, parte de Israel refugiar-se-á
nos montes e abrigos naturais de Edom, Moabe e Amom. (Ler Isaías 16.1-5; Salmo
60.9; Ezequiel 20.35-38; Daniel 12.6,13,14.) Estas passagens todas tratam
disso. Esses antigos países bíblicos (Edom, Moabe e Amom) constituem hoje em
dia o centro-sul da Jordânia. Durante o Milênio eles pertencerão a Israel (Nm
24.17,18; Sl 60.8,9; Is 11.14). Em Isaías 16.1 é mencionada a capital de Edom —
Selá (em grego: Petra), a elevada cidade-fortaleza, plantada nas rochas. Isso
fica a 96 km ao sul do mar Morto. Edom, Moabe e Amom serão poupados por Deus durante
a investida arrasadora do Anticristo contra Israel, a fim de que para aí os
judeus escapem. (Ler Daniel 11.41.) Já uma vez Israel refugiou-se aí, quando
Babilônia os hostilizou (Jr 40.11,12).” (O Calendário da Profecia, CPAD)
Apocalipse 12.2-4 trata sobre o conflito dos séculos.
“É a luta do Diabo, tudo fazendo para que o Messias não viesse ao mundo. Esse
conflito vemo-lo de Gênesis aos Evangelhos. Momentos houve em que parecia que o
inimigo tinha ganhado a batalha. As cinco piores ocasiões na história de Israel
foram: 1) na apostasia do bezerro de ouro, quando apenas uma tribo ficou leal a
Deus (a de Levi); 2) no caso da corrupção moral de Israel, em Sitim, durante u
peregrinação no deserto, por conselho de Balaão; 3) no caso do pecado de Davi,
com o qual Deus fizera aliança quanto ao nascimento do futuro Messias; 4) no
caso do livro de Ester, quando houve um plano para exterminar todos os judeus:
5) no caso de Belém, quando o rei Herodes decretou a matança dos inocentes, para
naquele meio, Jesus ser morto. Em todos esses momentos críticos o inimigo
perdeu a batalha. Por fim, numa noite, os anjos anunciaram o nascimento do
Salvador, o qual caminhou resoluto em direção ao Calvário, onde, por fim,
bradou agonizante, mas triunfantemente: ‘Tudo está consumado!’ Aleluia!
“Versículo 3. O dragão com sete cabeças. Isso fala de
sua plenitude de astúcia. Sete chifres representam seu imenso poderio. Sete
diademas, seu domínio. O dragão era vermelho, que é a cor do sangue e do fogo.
Isso indica, como sabemos, que ele é o provocador de mortes, guerras, intrigas,
contendas e tensões individuais e coletivas, quentes como o fogo e que terminam
explodindo. (Ler Gênesis 4.5,8 comparando com 1 João 3.12.)
“Versículo 4. ‘a terça parte das estrelas do céu’.
Isto refere-se aos anjos que caíram com Lúcifer, conforme Isaías 14.12 e
Ezequiel 28.16. Muitas referências na Bíblia apontam os anjos como estrelas.
Exemplo: Juízes 5.20; Jó 38.7: 25.5; Isaías 14.13, etc. ‘A sua cauda arrasta
a... ’. É conhecida a grande força que a serpente e outros répteis, como o
jacaré, têm na cauda. Os animais pré-históricos do tipo réptil tinham
gigantesca força nas suas caudas para ataque e defesa. O termo dragão significa
animal monstruoso; serpente gigantesca. O dragão no versículo 3 figura o Diabo,
e é chamado serpente em 12.9. O termo no original deriva de um verbo que
significa ver de modo penetrante.” (Daniel e Apocalipse, CPAD)
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PAZ DO SENHOR
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