A Batalha do Armagedom
Como trememos ao tentar visualizar o que acontecerá com as nações unidas
em ódio imorredouro a Deus e a seu Cristo à medida que se ajuntam pelos
espíritos imundos para a batalha naquele dia do Deus Todo-poderoso! Que
morticínio universal! A História prova que há épocas quando as nações são
tomadas da paixão pela guerra e que os historiadores não podem explicar por
completo. É isto o que acontecerá na guerra contra Deus.
Quão cegamente serão levadas as hordas da terra contra Aquele que as
criou! (Veja o Sl 2; Ap 17:14; 19:19.) A frase “e eles os
congregaram” (16:16) pode ser traduzida por “ele os congregou”. Se o “ele” foi
retido pode representar Deus, que lhes dá poder sobre os
espíritos imundos. Ninguém pode ler o Apocalipse como um todo sem perceber que
Deus está por trás das cenas e dos atores no juízo judicial do livro. Em
retribuição justa ele permite que os chefes apóstatas da terra reúnam as
multidões no monte de Megido.
E, considerando que o Armagedom testemunhará a batalha mais sangrenta de
toda a história, devemos examinar brevemente a significação histórica e
profética do campo de batalha mais terrível da terra. O Armagedom fica ao pé do
monte Carmelo, que foi cena de muito morticínio no passado. Armagedom significa
“monte da destruição” ou “morticínio” e esse nome é bem adequado. Atualmente o
nome é Har, que significa “monte”, e Magedom ou Megido que
vem de uma palavra cuja raiz significa “separar” ou “massacrar”. A área
limitada de Megido não permitiria a presença de vastos números de
homens, mas o nome também pode significar a vizinhança mais ampla de Israel,
onde, por agência satânica, as nações da terra serão esmagadas.
Megido foi palco da derrota dos reis cananeus pela interposição
miraculosa de Deus sob Débora e Baraque. Como aliado da Babilônia,
Josias foi derrotado e morto em Megido. O prantear dos judeus na
época logo antes que Deus interfira por eles contra todas as nações que se
dispuseram contra eles é comparado ao lamentar de Josias
em Megido (Jz 5:19, 20; Zc 12:11; 2 Cr 35:22-25).
Mas pode-se fazer a pergunta: “Por que o Armagedom é escolhido como
local de congregação?” Bem, as nações reúnem-se aí a fim de esmagar e
exterminar a Israel! “Astutamente formam conselho contra o teu povo, e
conspiram contra os teus protegidos. Dizem eles: Vinde, e apaguemo-los para que
não sejam nação, nem seja lembrado mais o nome de Israel. Pois à uma
se conluiam; aliam-se contra ti” (Sl 83:3-5). Deus, entretanto, domina e
intervém. Embora as nações se lancem com poder combinado contra o Senhor e seu
povo, a fúria divina é desencadeada e a destruição sobrevêm às hordas
arrogantes. Israel é libertado e seus inimigos cruéis mortos. E na destruição
completa das nações, decide-se sobre a soberania da terra e também sobre o
direito de Israel de possuir sua própria terra.
A Sétima Taça — No
Ar (16:17-21)
O sétimo flagelo (16:17-21).
O sétimo flagelo é um relato antecipado do julgamento de Deus sobre
Babilônia, a sede do poder da besta. O relato detalhado do julgamento e a
queda de Babilônia segue nos próximos dois capítulos (17-18), que será
comentado na próxima lição. Alguns comentadores encontram aqui dois eventos
diferentes: uma derrota preliminar de Roma, que dá ao Anticristo poder
universal, seguida do julgamento de Roma por Deus. Mas João já antecipou
diversas vezes o fim, tanto em termos de salvação como de julgamento, para
depois estender-se sobre os eventos do fim (veja em 6:12ss.; 11:15ss.;
14:8; 14:14ss., 15:2ss.). Na verdade João já tinha anunciado a queda de
Babilônia (14:8), de maneira antecipada. Assim como o sexto selo trouxe o dia
da ira de Deus (6:12-17), e assim como a sétima trombeta fez um anúncio do fim
(11:15ss.), assim o sétimo flagelo traz o julgamento de Babilônia,
acrescentando os detalhes deste julgamento mais adiante.
17. Então derramou o sétimo anjo a sua taça pelo ar, e saiu grande voz
do santuário, do lado do trono, dizendo: Feito está. Esta voz aparentemente é a
mesma do v. 1 — a voz de Deus — já que vem do templo e do trono de Deus. A voz
anuncia prolepticamente, a consumação do julgamento de Deus sobre a
capital da besta. A frase “Feito está” representa uma só palavra
grega que indica ação completa. Novamente nos deparamos com a técnica
literária de João, de anunciar um fato como realizado, para depois detalhar o
conteúdo do fato.
18. Ao pronunciamento da sentença sobre a capital da besta seguem os
fenômenos apocalípticos que são manifestações da glória e do poder de
Deus: relâmpagos, vozes e trovões, e ocorreu grande terremoto, como nunca
houve igual desde que há gente sobre a terra. Fenômenos semelhantes tinham
seguido a sétima trombeta (11:19), e estavam relacionados com a visão de Deus
em 4:5 e com a preparação para o soar das sete trombetas (8:5). Estes fenômenos
são manifestações comuns do poder e da glória divinos.
19. O resultado desta teofania é o colapso completo da civilização
humana, ateísta. A grande cidade, Babilônia, a capital da
besta, se dividiu em três partes; em outras palavras, foi
transformada em ruínas. Em 11:8 as mesmas palavras, “a grande
cidade”, foram usadaspara Jerusalém; mas o contexto deixa bem claro que
nesta passagem a cidade em questão é Babilônia. Jerusalém já tinha sido
destruída em um grande terremoto (11:13). Nesta visão João vê a cidade sendo
arruinada por um terremoto; tudo o que esta destruição significa está descrito
de diversas maneiras nos dois capítulos seguintes.
Caíram as cidades das nações. Mais uma vez João vê antecipadamente a destruição das cidades que
apoiaram a besta. Os detalhes estão em 17:12-14, onde diz que o Cordeiro
guerreará contra os reis que apoiaram a besta, vencendo-os. Veja também 18:9,
onde os reis da terra lamentam a queda da grande cidade.
Lembrou-se Deus da grande Babilônia para dar-lhe o cálice do vinho do
furor da sua ira. Babilônia deu
às nações da terra “do vinho do furor da sua prostituição” para beber, deixou
“os reis da terra se prostituírem com ela” e possibilitou aos comerciantes da
terra “enriquecerem à custa da sua luxúria” (18:3). Deus, por seu
lado, dá a Babilônia e às nações que a seguiram um outro cálice para
beber, o cálice da sua ira. Este tema já foi comentado em 14:8,10.
“Lembrou-se Deus da grande Babilônia.” Estas palavras são dolorosas.
Durante o curto período do reinado do Anticristo parecerá que Deus esqueceu o
seu povo. O mal aparentemente estará vencendo; não há perspectivas de
libertação. Meu Deus não esquece. Deus se lembra, e ele se lembrará do poderoso
inimigo do seu povo, para lhe retribuir com justiça.
20. Mais uma vez João descreve o fim que ainda não veio, que
compreenderá a renovação de todo o sistema criado e o início de um novo céu e
nova terra. Isto só se realiza depois da volta de Cristo (19:11ss.), e será
mesmo um sistema totalmente transformado (21:lss.). João já pode dar uma ideia
de como será isto falando, em linguagem apocalíptica, do fim do sistema
antigo: Toda ilha fugiu, e os montes não foram achados. João já
usou em uma passagem anterior expressões semelhantes para descrever a vinda do
fim: quando o sexto selo foi aberto ele deixou transparecer a dissolução do
sistema atual (6:12ss.).
21. Também desabou do céu sobre os homens grande saraivada, com
pedras que pesavam cerca de um talento; e, por causa do flagelo da chuva de
pedras, os homens blasfemaram de Deus, porquanto o seu flagelo era sobremodo
grande. Não sabemos com certeza que medida de peso foi usada, mas parece
que as pedras pesavam mais de cinquenta quilos.
A narrativa apocalíptica de João está agora se aproximando rapidamente
do seu fim. Ele nos levou através do tempo de grande tribulação, com a terrível
perseguição dos santos pelo Anticristo, e nos mostrou uma civilização rebelde
e anticristã, que não se curva e não se arrepende sob a ira de Deus derramada
sobre ela nas pragas das sete trombetas e das sete taças. O sétimo flagelo não
foi uma praga, somente anunciou o fim, a destruição de Babilônia em particular,
um acontecimento já anunciado (14:8). Agora só falta relatar a vinda do fim.
João dá primeiro o lado negativo da vitória divina, ou seja, a destruição da
civilização rebelde, anunciada pelo sétimo flagelo (capítulos 17 e 18), e
depois fala da volta de Cristo em triunfo, seu reinado vitorioso, e por fim o
estabelecimento do novo sistema, com novo céu e nova terra (capítulos 19-22).
Bibliografia George Ladd,coment. do apocalipse,1990
Tudo o que temos sob a taça anterior é preparatório para o derramamento
final de ira de Deus, o grande dia da ira de Apocalipse19:11-16. Então, e só
então, os rebeldes serão esmagados e removidos da terra (Mt 13:40-43). Na
sexta taça temos a conglomeração das nações da terra contra Israel para a
batalha contra Deus e o remanescente de seu povo (Is 11:15, 16).
Agora sobrevêm uma destruição que excede em magnitude tudo o que
jamais foi testemunhado desde que o homem deu início à sua história de
sofrimento fora do jardim do Éden.
O sétimo anjo derramou sua taça no ar. Por que todos os
homens respiram o ar, que é essencial à vida, aqui temos o juízo divino
visitando o fôlego de vida dos povos. E por que Satanás é mencionado como
príncipe da potestade do ar (Ef 2:2), temos também nesta taça a
consumação do juízo sobre as influências perniciosas do diabo. Assim, o reino
de Satanás sofre sob esta praga horrível. A “grande voz” é a voz de Deus, como
no versículo 1 do capítulo 16, exceto que aqui o santuário e o trono se unem.
No santuário resideDeus e no trono ele reina. A
voz divina clama: “Está feito”, significando que a série toda de pragas agora
está completa. Está feito! Aconteceu. Compare a voz de Deus nesta consumação
final com a voz de Cristo na cruz quando a obra da expiação foi completada:
“Está consumado!” O “está consumado” do Salvador foi totalmente rejeitado, de
modo que aqui vem o “está feito” do Juiz da terrível retribuição divina.
Chegou o fim da ira de Deus. Mais tarde acontecerá a exibição medonha da
ira do Cordeiro. Sob a sétima taça, Deus dá à Babilônia “o cálice do vinho do
furor da sua ira”. Esta frase sugere raiva fervente e ira incontida, e a ambas
encontramos referência em Jeremias30:23, 24. Aqui se afirma o fato da
destruição da Babilônia. Nos capítulos 17 e 18 temos o relato com mais detalhes
do breve resumo dado sob esta taça. Deus é o Criador; ele produz convulsões de
natureza tal como a que lançou a terra no caos antes da criação do mundo.
Três Expressões da Ira
Nos “relâmpagos e vozes e trovões” (sempre expressivos do poder
dominante do juízo) temos a fórmula da visitação divina calculada para infundir
terror nos corações dos homens. Estes sinais e expressões da
ira retributiva são visitados sobre a terra na forma do maior
terremoto que a terra já experimentou. Todos os terremotos até esta altura nada
significam quando comparados com esta sublevação sem paralelo. (Veja
Hb 12:25, 26).
As Três Partes da Cidade
Tão destruidor é este vasto terremoto que Jerusalém é dividida em três
partes. Roma e todas as grandes cidades da terra são reduzidas à ruína.
Destrói-se para sempre toda a soberania exercida sobre os reis da terra, que
Roma e Babilônia representam. “A grande Babilônia” é individualizada como
estando madura para “o grande terremoto” e “uma praga. . . excessivamente
grande.” O lugar e seu orgulho são condenados à destruição eterna (Jr
51:62-64), cuja destruição é celebrada no céu em Apocalipse 19:1-4.
Para aumentar o terror da hora há o desaparecimento de ilhas e montes.
Sob o sexto selo estes foram “removidos dos seus lugares” (6:14).
Aqui eles “fugiram” e “não mais se acharam”. Que catástrofe maciça!
O ato coroador do juízo é a queda de saraivas enormes sobre a
terra. A saraiva, como já mostramos, é símbolo da ira divina (Is 28:2;
Ez38:22). (Para outras saraivas, veja Ap 8:7; 11:19.) Ninguém pode
imaginar completamente quais serão os efeitos desta última saraivada súbita e
devastadora. A natureza esmagadora e avassaladora deste juízo torna-se clara ao
lembrarmo-nos de que as pedras da saraiva “pesavam quase um talento” cada. Um
talento equivalia, aproximadamente a 20 quilos. Assim a severidade do
juízo reservado contra o dia da batalha e guerra no “tesouro da saraiva” de
Jeová é horrível ao extremo (Jó 38:22, 23; Sl 105:32).
Estes juízos, porém, resultam em blasfêmia em vez de arrependimento! A
persistência no pecado endurece a consciência. A tragédia é que o homem não se
quebranta nem se arrepende; permanece sem mudança. Com a exposição do poder
judicativo de Deus, os homens deviam ter-se voltado para ele, dando-lhe glória;
em vez disso, perecem amaldiçoando-o. Que efeito diverso a apresentação do
poder de Deus exerce sobre o seu povo: dão glória ao Deus do céu (11:13).
Bibliografia H. Lockyer ,coment.do
apocalipse G.E LADD,1980
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
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PAZ DO SENHOR
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