UMA IGREJA AUTENTICA
PENTECOSTAL
Marcos 16.15-20; Atos
2.42-47.
Marcos 16
15 - E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o
evangelho a toda criatura.
16 - Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não
crer será condenado.
17 - E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu
nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas;
18 - pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa
mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os
curarão.
19 - Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi
recebido no céu e assentou-se à direita de Deus.
20 - E eles, tendo partido, pregaram por todas as
partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que
se seguiram. Amém!
Atos 2
42 - E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na
comunhão, e no partir do pão, e nas orações.
43 - Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e
sinais se faziam pelos apóstolos.
44 - Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo
em comum.
45 - Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam
com todos, segundo cada um tinha necessidade.
46 - perseverando unânimes todos os dias no templo e
partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,
47 - louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo.
E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.
Palavra Chave
Autêntico: Verdadeiro, legítimo.No Centenário das
Assembleias de Deus no Brasil, não podemos calar a pergunta: Temos realmente
todas as características de uma igreja autenticamente pentecostal? Para
responder a esta questão, temos de voltar aos Atos dos Apóstolos e ver como
vivia e agia a Igreja Primitiva. Basta ler os primeiros capítulos do relato
lucano, para se concluir: a igreja que se acha sob a flama do pentecostes
evangeliza, faz missões, discipula, ensina sistematicamente a Bíblia, socorre
aos necessitados e aguarda, amorosamente, a volta de Nosso Senhor.
Sim, a igreja que se acha sob a flama do pentecostes
age no poder do Espírito Santo.
Neste domingo, veremos as principais características
de uma igreja legitimamente pentecostal. Desde já, oramos para que o Senhor
Jesus continue a reavivar-nos, a fim de que o seu Espírito aja em nós e através
de nós.
I. EVANGELIZAÇÃO, MISSÃO DA IGREJA PENTECOSTAL
1. O imperativo da evangelização. O Senhor Jesus,
antes de sua ascensão aos céus, instruiu os discípulos a respeito das quatro
principais ações da Igreja: pregar, fazer discípulos, batizar e ensinar (Mt
28.19,20). Sim, exatamente nesta ordem.
A igreja autenticamente pentecostal sai das “quatro
paredes”, para comunicar a mensagem do Evangelho. Ela sabe que o revestimento
de poder foi-lhe concedido pelo Senhor, para que testemunhe ousadamente da
salvação em Cristo (At 1.8). Consequentemente, todo cristão batizado com o
Espírito Santo é impulsionado a pregar a Cristo e a fazer discípulos. E estes,
por sua vez, são constrangidos a fazer outros discípulos, dando sequência a um
processo continuo de geração de outras testemunhas (2 Tm 2.2).
2. A evangelização como fator de crescimento. A
Assembleia de Deus sempre primou pela evangelização e pela obra missionária.
Seus fundadores eram autênticos evangelistas. Daniel Berg e Gunnar Vingren,
apesar dos parcos recursos de que dispunham, viajavam em meio à floresta
amazônica, pregando o Evangelho. Devemos seguir-lhes o exemplo, pois ainda há
muita terra a ser conquistada dentro e fora do Brasil. Além do mais, temos o
exemplo do Filho de Deus que veio ao mundo para salvar o pecador (Mt 20.28; Lc
19.10).
Evangelize, faça discípulos e ensine na direção e na
unção do Espírito Santo (At 16.4,5). E a sua igreja crescerá tanto em
quantidade quanto em qualidade.
3. O discipulado. A igreja tem como tarefa não somente
a evangelização, mas também o discipulado (Mt 28.20). Este é um dos mais
importantes trabalhos da igreja, pois leva os novos convertidos (homens,
mulheres, jovens e crianças) a se tornarem autênticos seguidores de Nosso
Senhor Jesus Cristo (Ef 4.13). A Igreja Primitiva levou a sério essa tarefa (At
15.36).
Pedro, por exemplo, evangelizou e discipulou a casa de
Cornélio (At 10.1-48). E o seu trabalho foi coroado com o derramamento do
Espírito Santo sobre os novos convertidos (At 10.44,46).
II. A MISSÃO EDUCADORA DA IGREJA PENTECOSTAL
1. Jesus e o ensino da Palavra. Grande parte do
ministério de Nosso Senhor Jesus Cristo foi dedicada ao ensino (Mc 2.1,2; Jo
1.3-21). Mestre por excelência, ensinava com autoridade deixando a todos
atônitos com a singular autoridade de sua doutrina (Mt 7.29). Após sua
ascensão, os discípulos deram continuidade ao seu ministério, pois Ele
deixara-lhes bem explícito que o ensino bíblico tem de acompanhar
necessariamente a pregação do Evangelho (Mt 28.19,20). O Espírito Santo concede
o dom de ensinar à sua igreja, objetivando a edificação dos santos (Ef 4.12).
Uma igreja pentecostal autêntica ama e dá toda a prioridade ao ensino da
Palavra de Deus.
2. O exemplo da igreja em Antioquia. Em Antioquia,
havia profetas e doutores, pois esta igreja era indubitavelmente pentecostal
(At 13.1). E o ensinar, nesse caso, não é uma mera capacidade humana, nem uma
conquista acadêmica, mas um dom ministerial concedido pelo Espírito Santo (1 Co
12.28; Rm 12.7; Ef 4.11,12). Nas Escrituras Sagradas, o ensino sempre recebeu
especial destaque.
Muita meninice que vemos por aí deve-se à falta do
ensino bíblico. Nesses tempos difíceis e trabalhosos, faz-se imperioso que os
crentes sejam incentivados a estudar a Bíblia Sagrada. E que a igreja invista
na qualificação e aperfeiçoamento de seus professores (1 Tm 4.13). Uma igreja
pentecostal destaca-se pelo ensino bíblico ortodoxo, pois somente assim
conservaremos acesa a chama do Espírito Santo (1 Ts 5.19).
3. A ortodoxia do ensino bíblico. O ensino das
Escrituras deve ser, acima de tudo, ortodoxo. A palavra ortodoxia significa
“absoluta conformidade com um princípio ou doutrina bíblica”. Todo ensino
bíblico-doutrinário tem de estar de acordo com a mensagem divina revelada na
Bíblia Sagrada.
Por conseguinte, uma igreja autenticamente pentecostal
acha-se edificada “sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que
Jesus Cristo é a principal pedra de esquina; no qual todo edifício, bem
ajustado, cresce para templo santo no Senhor” (Ef 2.20,21). Mantenhamo-nos,
pois, fiéis à sã doutrina.
III. A IGREJA PENTECOSTAL NÃO DEVE DESCUIDAR DO
SERVIÇO SOCIAL E DA COMUNHÃO
1. O serviço social. Tanto a evangelização quanto a
assistência social fazem parte da missão integral da Igreja de Cristo. Tomemos
o exemplo do próprio Senhor. Ele e seus discípulos iam de cidade em cidade
anunciando o Evangelho, mas não descuravam dos que tinham fome (Lc 8.1; Lc
9.37).
A Igreja Primitiva, instruída pelo Espírito Santo,
entendeu que a sua missão também compreendia assistir aos necessitados (At
4.34,35). Com a mensagem evangelizadora, ofertamos aos pecadores o pão que
desce do céu; por intermédio do serviço social, oferecemos aos necessitados o
pão que brota da terra (Tg 2.14-17).
2. Atender aos necessitados. Como a igreja pode
afirmar ser cheia do Espírito Santo se não atende aos necessitados? Socorrê-los
é antes de tudo um preceito bíblico (Dt 15.11; Sl 41.1; Tg 2.14-16). Jesus
jamais se esqueceu dos pobres e a igreja também não haverá de olvidá-los. Assim
procederam os cristãos primitivos (Cl 2.10).
3. Comunhão. A comunhão cristã é o vínculo de unidade
fraternal que, sustentada pelo Espírito Santo, constrange os crentes a se
sentirem um só corpo em Jesus Cristo. Esta era uma das marcas da Igreja
Primitiva (At 2.42). A igreja que prima pela comunhão demonstra, na prática, a
plenitude do Espírito Santo; cada um de seus membros vive harmoniosamente como
irmãos em Cristo (Sl 133.1). Quanto às inimizades, iras, pelejas e dissensões,
tais coisas são próprias dos que alimentam as obras da carne (1 Co 3.1-3; Gl
5.20).
Uma igreja autenticamente pentecostal evangeliza,
ensina, ajuda os necessitados e mantém os seus membros em plena comunhão
conforme recomenda a Palavra de Deus. Pentecostalismo não é só falar em línguas
estranhas; vai muito além. Segundo o teólogo Anthony D. Palma, “o batismo com o
Espírito Santo tem que ser mais do que uma doutrina; tem de ser uma experiência
vital e produtiva na vida dos crentes e seu testemunho no mundo”.
Seguindo o Mestre em
Ensinar
“Jesus era o Mestre de quinta-essência. Ele fornece o
padrão de ensino, o exemplo de perfeição da Pedagogia. Ele era a autoridade e o
protótipo máximos do ensino, ainda que nunca tivesse discutido o assunto. Suas
ações modelaram a disciplina.
Embora se tenha escrito mais sobre Jesus como pessoa
do que qualquer outra figura da História, Seu papel como Mestre tem sido um
tanto quanto minimizado, talvez por causa da reação negativa à imagem de mestre
que caracterizou o liberalismo do século XIX. Herman Harrell Horne nomeia essa
negligência de ‘uma mina inexplorada’.
No Novo Testamento, mais de quarenta epítetos
descrevem a pessoa e obra de Jesus Cristo. Por exemplo, Ele é Senhor, Messias,
Salvador, Filho de Deus, Filho do homem, etc. Às vezes, é frequente
enfatizar-se um mais que o outro.
Nos evangelhos, o termo Mestre é uma das designações
mais usadas para identificar Jesus; ocorre quarenta e cinco vezes. Em quatorze
ocasiões Ele é chamado de Rabi. Assim, é óbvio que uma das proeminentes funções
de nosso Senhor durante Seu ministério público foi a de ensinar” (GANGEL, K.
O.; HENDRICKS, H. G. Manual de Ensino Para o Educador Cristão: Compreendendo a
natureza, as bases e o alcance do verdadeiro ensino cristão. 1.ed., RJ: CPAD,
1999, p.11).
“A compreensão integral do
propósito de Deus
Como começar a construir uma cosmovisão cristã? A
passagem fundamental é a narrativa da criação em Gênesis, porque é o ponto que
devemos examinar a fim de aprender qual era o propósito original de Deus ao
criar a raça humana. Com a entrada do pecado, os seres humanos saíram do
trajeto, afastaram-se do caminho, perderam-se. Porém, quando aceitamos a
salvação em Cristo, somos recolocados no caminho certo e restaurados ao nosso
propósito original. A redenção não é somente ser salvo do pecado, mas também
ser salvo para algo — retomar a tarefa para a qual fomos originalmente criados
(grifo nosso).
E qual era a tarefa? Em Gênesis, Deus dá o que
chamaríamos de a primeira descrição de cargo: ‘Frutificai, e multiplicai-vos, e
enchei a terra, e sujeitai-a...’ (Gn 1.28) A primeira frase — ‘Frutificai, e
multiplicai-vos’ — significa desenvolver o mundo social: formar famílias,
igrejas, escolas, cidades, governos, leis. A segunda frase — ‘enchei a terra, e
sujeitai-a’ — significa subordinar o mundo natural: fazer colheitas, construir
pontes, projetar computadores, compor músicas. Esta passagem é chamada de o
mandato cultural, porque nos fala que nosso propósito original era criar
culturas, construir civilizações — nada mais.
Isto significa que nossa vocação ou trabalho
profissional não é uma atividade de segunda classe, algo que fazemos para pôr
comida na mesa. É a grande obra para a qual fomos criados. O modo como servimos
ao Deus Criador pode ser demonstrado ao utilizarmos, com criatividade, os
talentos e dons que Ele nos deu. Poderíamos dizer que somos chamados a
continuar a obra criativa de Deus. Claro que não criamos do nada, ex nihilo, como
Deus fez; nosso trabalho é desenvolver a capacidade e potencial que Ele
construiu na criação, usando madeira para edificar casas, algodão para fazer
roupas ou silício para fazer chips de computador. Embora as modernas
instituições sociais e econômicas não se refiram explicitamente ao jardim do
Éden, sua justificativa bíblica está fundamentada no mandato cultural”
(PEARCEY, N. Verdade Absoluta: Libertando o cristianismo de seu cativeiro
cultural. 1.ed., RJ: CPAD, 2006, pp.51,52).
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