SUBSIDIO(N.2) O ARREBATEMENTO DA IGREJA
1
Tessalonicenses 4.13-18.
13 — Não quero, porém,
irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos
entristeçais, como os demais, que não têm esperança.
14 — Porque, se cremos
que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os
tornará a trazer com ele.
15 — Dizemo-nos, pois,
isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do
Senhor, não precederemos os que dormem.
16 — Porque o mesmo
Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de
Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro;
17 — depois, nós, os que
ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar
o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.
18 — Portanto,
consolai-vos uns aos outros com estas palavras.
O dia em que Jesus
arrebatar a Sua Igreja será o clímax da esperança dos crentes fiéis. Contudo,
muitos têm dúvidas com relação à sua salvação e à vida eterna. Você, professor,
poderá conduzi-los à compreensão da Palavra e a uma vida cheia de fé dando as condições
necessárias para que Deus produza Firmeza em seus corações.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno
deverá estar apto a:
Enumerar as escolas de
interpretação sobre o arrebatamento da Igreja.
Distinguir as duas etapas
da vinda de Jesus.
Identificar a escola de
interpretação que se ajusta devidamente à esperança cristã da volta do Senhor
nos ares.
Definir as palavras
parousia e epifanéia.
Explicar a participação
do arcanjo no arrebatamento da Igreja.
SÍNTESE TEXTUAL
Apresentando uma
abordagem profunda sobre o arrebatamento da Igreja, esta lição acentua o
conceito literal da palavra arrebatamento procurando aclarar o entendimento
acerca do assunto, bem como esclarecer outros tópicos pertinentes ao
acontecimento: escolas de interpretação, suas fases, personagens e, por fim, os
elementos do arrebatamento.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Para introduzir esta
lição, distribua folhas para que possam escrever. Dê dois minutos para
relacionarem a ordem dos acontecimentos por ocasião da segunda vinda de Cristo,
a qual se dará da seguinte maneira: 1) O mesmo Senhor descerá do céu; 2) Os que
morrerem em Cristo ressuscitarão primeiro; 3) Os que estiverem vivos por
ocasião da vinda do Senhor serão arrebatados, juntamente com os ressurretos,
irão “encontrar o Senhor nos ares”. Peça para alguns alunos compartilharem com
a classe como ficou a sua relação de acontecimentos. Reflita também, com a
classe as condições para ser arrebatado com a Igreja de Cristo. Com esta
questão você poderá observar alguns conceitos errados de vida cristã. Ajude-os
a entenderem o arrebatamento da Igreja pela visão bíblica e não por teorias ou
conceitos humanos. Conclua o assunto mostrando-lhes que a condição certa para o
arrebatamento é a comunhão com Deus através de Cristo Jesus.
COMENTÁRIO
introdução
Quando a Bíblia fala da
vinda do Senhor Jesus, o assunto aparece como um só evento. Mas no seu contexto
doutrinário, ela tem duas etapas distintas. A primeira, invisível para o mundo,
é o arrebatamento da Igreja; a segunda, visível, fala da vinda de Jesus em
glória, especialmente para Israel (Ap 1.8; Zc 14.4).
I. ESCOLAS DE
INTERPRETAÇÃO
Existem três escolas
distintas de interpretação a respeito do arrebatamento da Igreja. Elas abrem
espaço para entendermos como e quando ocorrerá esse grandioso evento.
1. Pós-tribulacionista.
Essa escola interpreta que a Igreja remida por
Cristo passará pela Grande Tribulação.
2. Midi-tríbulacionista.
Ensina que a Igreja entrará no período da
Grande Tribulação até a sua metade. Seus intérpretes se baseiam numa
interpretação isolada de Dn 9.27, cujo texto fala que depois do opressor firmar
um concerto com Israel por uma semana, “na metade da semana, fará cessar o
sacrifício e a oferta de manjares”.
3. Pré-tribulacionista.
Podemos começar entendendo essa escola de
interpretação com as palavras de Paulo aos tessalonicenses, quando escreveu:
“Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por
nosso Senhor Jesus Cristo”, 1Ts 5.9. Ensina que o arrebatamento da Igreja
ocorrerá antes que se inicie o período da Grande Tribulação. É uma
interpretação que honra as Sagradas Escrituras e ajusta-se devidamente à
esperança cristã da volta do Senhor nos ares.
II. DUAS PALAVRAS GREGAS
RELATIVAS AO ARREBATAMENTO
Encontramos várias
palavras no grego do Novo Testamento relativas ao arrebatamento que podem
aclarar nosso entendimento acerca do arrebatamento. Destacaremos duas palavras
principais:
1. Parousia.
Literalmente quer dizer
“presença”, “chegada rápida”, “visita”. É a palavra mais freqüentemente usada
nas Escrituras para descrever o retorno de Cristo, pois ocorre 24 vezes. Seu
sentido é abrangente porque não define apenas a volta de Cristo até ou sobre as
nuvens, mas em outras vezes se refere à Sua volta pessoal à Terra (1Co 15.23;
1Ts 2.19; 1Ts 4.15; 5.23; 2Ts 2.1; Tg 5.7,8; 2 Pe 3.4). Portanto, o sentido é
geral e não específico. A ênfase maior é dada à vinda corporal e visível de
Cristo.
2. Epiphanéia.
Literalmente significa “manifestação”, “vir à
luz”, “resplandecer” ou “brilhar”. O sentido é mais específico, porque se
refere especialmente à vinda sobre as nuvens. É a volta pessoal de Cristo à
Terra que acontecerá com uma manifestação visível e gloriosa (2Ts 2.8; 1Tm
6.14; 2Tm 4.6-8). Parousia é abrangente e pode referir-se tanto à vinda de
Cristo para a Igreja como para o mundo. Entretanto, epiphanéia é um termo que
especifica a volta de Cristo à Terra de modo mais direto, porque diz respeito à
Sua manifestação pessoal ao mundo.
3. A diferença entre as
duas etapas. Referente ao arrebatamento, Cristo virá até ou sobre as nuvens
(1Ts 4.17). Será de modo invisível para a Terra, porque virá para os Seus
santos nos ares. Em relação à manifestação pessoal de Cristo na Terra, Ele virá
sobre as nuvens, de modo visível e com os seus santos (Cl 3.4).
No primeiro evento,
Cristo, pelo poder da Sua Palavra e com voz de arcanjo, arrebatará, num abrir e
fechar de olhos, a Igreja remida pelo Seu sangue (1Co 15.52). Esse
arrebatamento acontecerá antes que venha o Anticristo e instale o seu domínio
sobre a terra por sete anos.
O segundo evento da volta
de Cristo acontecerá no final dos sete anos da Grande Tribulação, quando Ele
irá destruir o domínio do Anticristo e instalar seu reino de mil anos (Ap
19.11; 20.1-60).
III. PARTICIPANTES DO
ARREBATAMENTO DA IGREJA
1. O próprio Senhor Jesus
Cristo. Diz a Escritura: “Porque o mesmo Senhor... descerá do céu” (1Ts 4.16).
O apóstolo Paulo dá ênfase ao senhorio de Jesus conquistado no Calvário quando
diz : “o mesmo Senhor”. Os vivos em Cristo e os mortos salvos receberão a ordem
de comando do próprio Senhor Jesus Cristo.
2. O arcanjo. A tradução
do texto diverge na forma, mas não anula o fato, conforme está escrito: “à voz
do arcanjo” ou “com voz de arcanjo” (1Ts 4.16). O texto de Daniel indica que o
arcanjo Miguel participará do evento da segunda vinda de Cristo (Dn 12.1), mui
especialmente da epiphanéia, quando Cristo, rodeado de exércitos celestiais,
descerá sobre a Terra, no monte das Oliveiras (Zc 14.3,4; Ap 1.6,7). Porém, no
evento do arrebatamento da Igreja, a participação do arcanjo será efetuada pela
voz de comando e chamamento, a qual será ouvida apenas pelos remidos.
3. Os mortos em Cristo.
Naquele dia, os mortos e os vivos em Cristo ouvirão a voz de chamamento da
trombeta do Senhor pelo arcanjo, e “num abrir e fechar de olhos” (1Co
15.51,52), estarão na presença do Senhor nos ares, com corpos glorificados. A
palavra “mortos” diz respeito aos santos que ressuscitarão com corpos
transformados em corpo espiritual (soma pneumatikon), enquanto que, os corpos
dos ímpios permanecerão em suas sepulturas até o dia do Juízo Final (Ap 20.12).
Assim como Cristo ressuscitou corporalmente, também, os crentes salvos
ressuscitarão corporalmente (Lc 24.39; At 7.55,56). Na lição referente à
ressurreição tratamos sobre a natureza dos corpos ressurretos.
4. Os vivos preparados. O
mesmo poder transformador operado nos corpos dos que morreram no Senhor atuará
nos corpos dos crentes vivos naquele dia. Aos tessalonicenses, Paulo declarou:
“depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados” (1Ts 4.17); e aos
coríntios, também, disse: “nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados”
(1Co 15.51). Quase que simultaneamente à ressurreição dos mortos em Cristo
naquele momento, os vivos em Cristo também ouvirão a voz do arcanjo, e num
tempo incontável, serão transformados e arrebatados ao encontro do Senhor nos
ares. Os corpos mortais serão revestidos de imortalidade, porque nada terreno
ou mortal poderá entrar na presença de Deus. Será o poder do espírito sobre a
matéria, do incorruptível sobre o corruptível (1Co 15.53,54). O arrebatamento
dos vivos implica livrá-los do período terrível da Grande Tribulação.
IV. ELEMENTOS ESPECIAIS
DO ARREBATAMENTO
Alguns elementos
especiais e misteriosos indicam a natureza e procedimento do arrebatamento da
Igreja na vinda do Senhor.
1. Surpresa. Esse
elemento é rejeitado por alguns grupos que entendem que não haverá dois eventos
distintos: o arrebatamento da Igreja e a vinda pessoal de Cristo. Ora, o que a
Bíblia nos ensina é que, a Igreja, constituída pelos mortos e vivos em Cristo,
se encontrará nas nuvens com o Senhor. Se por alguns a idéia da surpresa é
rejeitada, uma grande maioria cristã prefere o que declara as Escrituras que
destacam o elemento surpresa (Tt 2.13; Mt 24.35,36,42-44; 25.13). Esse elemento
é fundamental porque a Igreja vive na esperança da vinda do Senhor.
2. Invisibilidade (1Ts
4.17). Por que será um evento invisível e para quem? Será invisível para o
mundo material porque os arrebatados serão constituídos somente dos
transformados. A transformação será tão rápida, que nenhum instrumento
cronológico terá condição de perceber ou marcar o tempo. Quando o crente
conquistar esse corpo imaterial, a matéria perderá totalmente sua força (1Co
15.43,44,49,51,53).
3. Imaterialidade (1Co
15.42, 52,53). Na verdade, a transformação que ocorrerá na vinda do Senhor será
extraordinária e gloriosa, pois o que é material se revestirá do imaterial, o
corruptível do incorruptível. Todas as limitações da matéria em nossos corpos
serão anuladas completamente, pois, literalmente, nossos corpos serão
revestidos de espiritualidade.
4. Velocidade (1Co
15.52). Para tentar explicar a velocidade do evento, Paulo usou o termo grego
átomos, que aparece no texto sagrado pela expressão “num momento”, cujo sentido
literal é indivisível (quanto ao tempo, aqui). A palavra átomos era usada para
denotar “algo impossível de ser cortado ou dividido”. Também encontramos outras
expressões bíblicas para denotar velocidade, tais como “abrir e fechar de
olhos”, ou “o piscar de olhos”. Mesmo em época avançada e de velocidade da
cibernética e da tecnologia, nada poderá contar e detectar o momento do milagre
do arrebatamento da Igreja.
Estudar e meditar sobre o
arrebatamento da Igreja promove nos remidos a fé e a esperança na vinda do
Senhor. Não nos preocupemos demasiadamente com as várias teorias de
interpretação sobre o arrebatamento (se ocorrerá antes, no meio ou depois da
Grande Tribulação), permaneçamos, sim, atentos ao fato de que Jesus virá.
Devemos estar preparados para encontrar com o Senhor.
VOCABULÁRIO
Cibernética: Ciência que
estuda as comunicações e o sistema de controle não só nos organismos vivos, mas
também nas máquinas.
Cronológico: Relativo a
cronologia: tratado das datas históricas.
Divisar: Avistar,
distinguir.
Pertinentes: Relativo,
referente, concernente.
Os
pós-tribulacionistas
Argumentam que os sofrimentos e tribulações
são inevitáveis na vida dos cristãos, mas esses intérpretes erram em não
separar os fatos relativos à palavra tribulação. Quando a palavra tribulação
aparece em outros textos das Escrituras referindo-se à aflição, angústia,
doenças, perseguição, está, na verdade, aludindo àquelas experiências
cotidianas que todos os cristãos passam em suas vidas. São experiências que
fortalecem a fé e nos tornam aptos para o arrebatamento da Igreja (2Co 4.17).
Os juízos da Grande Tribulação não são para a Igreja de Cristo.
O que acontecerá na
metade da semana? O “desolador” (Anticristo) entrará em Jerusalém para destruir
o templo e a cidade. Os midi-tribulacionistas tomam ainda o texto de Mt 24.1-14
para afirmarem que a Igreja estará na primeira metade da semana de Daniel e, do
meio da Tribulação, a Igreja será arrebatada. Interpretam, ainda, que o
arrebatamento ocorrerá depois de soada a sétima trombeta de Ap 11.15, pois
confundem esta trombeta com a última trombeta de 1Co 15.52. Ora, a sétima
trombeta de Ap 11.15 é mais uma figura da manifestação da ira divina durante
todo o período de sete anos da Grande Tribulação. Portanto, o arrebatamento da
Igreja no meio da Grande Tribulação é raciocínio humano, sem apoio bíblico.
Os pré-tribulacionistas
entendem que a Igreja não é advertida a aguardar a Grande Tribulação, mas sim,
orientada a esperar a vinda do Senhor antes que o Anticristo apareça (1Ts 4.17;
1Co 15.51,52). A Igreja não conhecerá o Anticristo. Sua esperança se baseia no
fato de que não precisará submeter-se ao domínio do Anticristo, mas que, antes
será arrebatada. De fato, o sinal maior para o mundo do aparecimento do
Anticristo será o desaparecimento da Igreja de Cristo da face da terra.
Em relação ao
participantes do arrebatamento da Igreja, dois personagens são claramente
citados em 1Ts 4.16:
Jesus mesmo,
pessoalmente, dará ordem aos seus anjos para que reúnam os remidos de toda a
Terra para o encontro com Ele sobre as nuvens. A ênfase está na expressão “o
mesmo”, porque se refere Àquele que passará a ter todo o poder e glória, isto
é, o mesmo que morreu e ressuscitou. “O mesmo” em quem a Igreja tem confiado se
encontrará com ela naquele dia especial.
Alguns intérpretes divergem
sobre o sentido de 1Ts 4.16, quanto ao papel do arcanjo. Os intérpretes
conservadores, no entanto, são acordes. A Bíblia reconhece apenas um arcanjo,
Miguel, destacado como “um dos primeiros príncipes de Deus” (Dn 10.13.21).
Quando morre, o ser
humano se despe do corpo, sua roupagem material, e o ensino bíblico é que o
crente em Cristo na vinda do Senhor, será vestido de uma nova roupagem
espiritual. Primeiro, é despido da roupagem material; depois, a alma e o
espírito são revestidos pelo espiritual. Não teremos um outro corpo, mas o
mesmo corpo inglório e corruptível, porém, glorificado.
Nosso corpo material se
caracteriza pela dissolução, pela velhice, pelo declínio, inerentes à natureza
decaída pelo pecado. Quando alguém morre, seu corpo vira pó, não importa que
tipo de morte ou forma de sepultamento.
A Bíblia usa a figura da
vestimenta quando emprega a palavra “revestir” provando que o corpo é o vestido
da parte espiritual do ser humano.
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PAZ DO SENHOR
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