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quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

O COMODISMO NA ORAÇÃO

                                  

                           Crise na Vida de Oração da Igreja


                                                  por K. P. Yohannan







Jamais esquecerei uma das minhas primeiras reuniões de oração na América. Eu estava nos Estados Unidos somente por algumas semanas e estava ansioso por encontrar alguns dos líderes e gigantes espirituais. Um pouco antes de deixar a Índia, eu havia ouvido a respeito de um homem em particular, alguém que se destacara por sua defesa intransigente das Escrituras e da sã doutrina.
Foi assim que, naquele primeiro domingo, apressei-me para chegar à igreja dele – uma das mais famosas na cidade. Mais de 3 mil pessoas estavam presentes no culto matutino para ouvir os belos corais e a excelente pregação da Palavra.
Fiquei especialmente antenado quando o pastor da igreja anunciou que haveria uma ênfase especial na reunião de oração do meio da semana. Algumas coisas lhe pesavam muito no coração, disse ele. Peguei o nome do local e decidi-me a estar lá.
Em outras partes do mundo, em lugares onde os cristãos são frequentemente perseguidos e atacados por causa de sua fé, as reuniões de oração são a peça central das atividades da igreja. Todos participam. A oração e o louvor muitas vezes prolongam-se até tarde da noite. É a casa de força da sua fé, e muitos crentes levantam-se antes do nascer do sol para estar diariamente em reuniões de oração.
A oração é, provavelmente, o melhor termômetro que existe para medir o nosso crescimento em Cristo. Está por trás de tudo o que é realmente espiritual, tanto na vida da igreja quanto na vida pessoal.
Na noite da reunião, cheguei cedo, com receio de não conseguir um bom lugar – ou até de ficar sem lugar! Imediatamente percebi que havia espaço para somente uns 500 adoradores, mas que não havia nem cânticos nem palmas. O salão estava completamente vazio. Caminhei até a frente e escolhi um lugar para me sentar e esperar.
Lá pelas 7h15, comecei a ficar realmente preocupado. “Acho que vim para o local errado”, imaginei. Até fui para o lado de fora para checar o nome acima da porta de entrada – para ter certeza de que estava no lugar certo.
Finalmente, às 7h30, chegaram algumas pessoas naquele enorme salão vazio. Não havia líder, cânticos ou louvor. As pessoas se sentaram e começaram a conversar sobre tempo e esportes.
Depois de cerca de quarenta e cinco minutos, um homem de mais idade chegou para dirigir a reunião de oração. O pastor nem veio. Contei sete pessoas. O homem idoso leu um trecho das Escrituras, fez alguns comentários devocionais e dirigiu uma breve oração.
Quando os outros se levantaram para ir embora, fiquei sentado, totalmente atônito. Então era só isto?
Eles não iam permanecer mais tempo e esperar em Deus? Onde estava a adoração? As lágrimas? As súplicas por orientação e direção? Onde estava a lista dos doentes, dos pobres, dos necessitados? E aquele fardo que o pastor disse que pesava no coração? Não íamos interceder por um milagre?
E quanto às missões? Essa igreja sustentava missões em todos os continentes. Eles não iam passar de mão em mão as cartas dos missionários com pedidos de oração e orar juntos por aqueles que estavam no campo enfrentando os ataques de Satanás na linha de frente?
Muitas pessoas organizam a igreja e a própria vida como se fossem sua carreira ou seus negócios seculares. Com ou sem a bênção e a presença de Deus, a religião segue em frente como uma máquina bem lubrificada.
Essas igrejas, às dezenas de milhares, têm o que chamam de “reuniões de oração do meio da semana”. Mas até mesmo chamá-las de reuniões de oração é uma vergonha. O que acontece, na verdade, não tem nada a ver com oração! As pessoas se reúnem. Alguém se levanta para dirigir um cântico. Então uma pessoa faz uma oração – uma oração curta! Outra pessoa lê uma lista de avisos. É claro que o pregador ministra uma breve homilia. Em certos casos, pode até haver duas ou três orações, mas a maioria sai da reunião sem ter-se envolvido em verdadeira oração. Como é que podemos chamar isso de reunião de oração?
Nada revela mais clara e rapidamente a bancarrota da Cristandade moderna do que a atual crise de oração. Já atingiu proporções de emergência.
Obrigado, eu mesmo posso cuidar disso!
Muitas vezes tenho me perguntado: “Por que é que nós, os crentes ocidentais, não oramos mais?” e: “Por que as igrejas não dão mais atenção à oração?”.
Afinal de contas, já que a oração é o ato supremo de intimidade com Deus, não deveria ser a atividade central de toda a nossa vida? Não é por falta de ensino sobre a oração. Nunca tivemos tantos livros e seminários sobre oração como hoje.
A triste verdade, quer a admitamos quer não, é que não oramos porque, lá no fundo, não achamos que realmente precisamos de Deus. Não sabemos como orar porque a verdadeira oração só pode originar-se de uma vida totalmente esvaziada de autossuficiência.
A igreja que vemos hoje é, de fato, a igreja de Laodiceia descrita em Apocalipse 3.14-22. Não há descrição mais exata da nossa condição espiritual em qualquer outra parte da Bíblia. Jesus falou dessa igreja: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno, e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado, e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu” (vv.15-17).
A falta de oração põe em evidência a nossa autossuficiência. Esta mentalidade do “eu-posso-cuidar-disto-sozinho” é o câncer espiritual do nosso tempo. É a raiz da nossa incapacidade, tanto na vida pessoal quanto na igreja. Por ainda não termos compreendido a essência da oração, somos incapazes de perceber a arrogância e a terrível rebelião da nossa situação atual.
Dependemos de tantas outras coisas hoje em dia – edifícios, máquinas, dinheiro, programas e tecnologia. Gastamos milhares de horas com consultores em estudos e planejamentos. Entretanto, parece não haver tempo para orar.
Claramente, perdemos contato com o Deus vivo e eterno. Em vez disso, servimos às máquinas e aos programas e sistemas que nós mesmos levantamos. Contudo, essas coisas são ídolos, deuses que nós criamos e agora controlamos com nossa própria ingenuidade. A mensagem da Bíblia sobre idolatria é bem clara. Ou abandonamos esses ídolos e voltamos a confiar em Deus, ou o próprio Senhor intervirá para destruir as obras da nossa carne. É muito perigoso andar por esta senda de orgulho – tanto na vida pessoal quanto na igreja.
Esperando Poder do Alto
Como nosso estilo de vida hoje é diferente das instruções que Cristo deu para seus primeiros discípulos! Depois de três anos e meio de constante exemplo e ensinamento, qual foi a única lição que ele queria que guardassem? “Sem mim nada podeis fazer!” Por isso ele lhes disse que ficassem em Jerusalém e esperassem até que fossem revestidos com o poder do alto, antes que saíssem para cumprir a Grande Comissão. Ele queria que reconhecessem que, se dependessem de si mesmos, estariam fadados ao desastre (veja João 15.5; Atos 1.4-8.)
A menos que cheguemos a essa posição de total incapacidade, jamais compreenderemos a oração. É por isso que Paulo diz: “Pois quando sou fraco, então é que sou forte” (2 Co 12.10). A oração nada mais é do que a declaração da nossa dependência de Deus. E a resposta a cada oração nada mais é do que isto: Deus conosco, com todo seu poder e autoridade, compensando nossas limitações humanas.
Cada um de nós, na própria jornada diária, é conduzido por provações e tribulações. Estas servem para testar nossa fé e estimular-nos para uma vida de mais oração e maior dependência de Deus.
Na esfera da obra missionária, temos inúmeras oportunidades para confiar em Deus. Mas até nesse campo, onde se imaginaria que todos procurassem depender em tudo de Deus, é raro encontrar líderes que dirijam suas atividades e decisões por verdadeira confiança no Senhor.
Separamos tempo para estudar antropologia, sociologia, teologia, marketing e mídia, mas não temos tempo para orar. É comum os lideres gastarem dois ou três dias inteiros fazendo planejamento e traçando estratégias. Contudo, você raramente encontra esses mesmos homens e mulheres de joelhos para passar uma noite sequer de oração. Por que não buscamos uma revelação do plano de Deus? Por que não clamamos para que o Deus invisível siga adiante de nós na batalha?
Não é essa uma clara indicação de que os líderes e as organizações estão tentando alcançar o mundo perdido sem encarar, de fato, a realidade espiritual? Como podemos vencer forças espirituais invisíveis, derrubar fortalezas do mal e abrir portas fechadas se não formos um povo de oração? O exército de Deus sempre avança de joelhos.
Extraído de The Road to Reality (O Caminho para a Realidade) por K. P. Yohannan © 2004. Usado com permissão de Gospel For Ásia (Evangelho para a Ásia).
Vigilância
É preciso viver em espírito de constante vigilância. Vigie o seu coração. Vigie-o com toda diligência (Pv 4.23). Vigie seus lábios, tome cuidado com sua língua e previna-se contra um espírito leviano e frívolo, que já levou multidões à derrota e ruína espiritual.
Seja diligente para separar períodos de oração e comunhão mais intensa com Deus. Esteja atento para identificar oportunidades de fazer e receber o bem. Vigie para não ser enredado pelas fascinações do mundo, por tudo que é sensual e que tende a embotar os sentidos do coração e adormecer o espírito.
Vigie contra tentações e resista-lhes prontamente – com toda firmeza na fé. “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar” (1 Pe 5.8).



                        

                                                Por: Dave Butts

Não é somente o conteúdo de um ensinamento ou uma citação que é importante. Muitas vezes, é quem disse que faz toda a diferença. Posso ler uma frase e apreciá-la até descobrir que foi escrita por alguém que possui pontos de vista ou um estilo de vida que considero detestáveis. Isso muda dramaticamente minha visão do conteúdo.

O mesmo princípio é verdadeiro num caso positivo. Por exemplo, se leio uma frase e logo depois fico sabendo que foi escrita por alguém que admiro, sua importância para mim assume imediatamente um valor maior. Isso acontece de modo acentuado quando o autor é Jesus.
Em muitas edições da Bíblia, a importância das palavras de Jesus é ressaltada por serem impressas em vermelho. Se as palavras foram pronunciadas por Jesus, isso para mim aumenta o peso e a importância de uma passagem. Como meu encargo específico é ensinar sobre oração, procuro ler e estudar bastante sobre o assunto. De todos os livros e materiais que estudo, nenhum é tão importante quanto os ensinos de Jesus. Veja, por exemplo, o ensino fundamental sobre oração que o Senhor deu durante o Sermão do Monte.
“E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais. Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal” (Mt 6.5-13).
Jesus conhece mais a respeito de oração do que qualquer pessoa que já viveu, porque é o único que esteve em ambos os lados da intercessão. Ele não somente orou ao Pai enquanto aqui na Terra, mas continua a interceder em nosso favor até agora (leia Rm 8.34 e Hb 7.25). Jesus ora, mas também é para ele que milhões de pessoas oram. Por isso, é um ponto essencial na nossa vida de oração compreender que ele é autoridade sobre o assunto oração na passagem acima.
A passagem de Mateus 6, que faz parte do Sermão do Monte, é dedicada àquilo que eu chamo de ensino corretivo. Jesus estava corrigindo o ensino falso e o exemplo errado dos líderes religiosos da época entre os judeus – os fariseus. Em três áreas da vida espiritual, os fariseus erravam porque concentravam em coisas exteriores e não no relacionamento com Deus. No orar, no jejuar e no dar, o problema era sempre o mesmo: faziam atos religiosos exteriores para conseguirem alta estima dos outros. A solução também era igual nos três casos: coloque toda sua atenção em Deus e honre-o com suas orações, jejuns e ofertas.
Algumas pessoas têm interpretado mal esse ensino de Jesus por não perceberem que o objetivo dele era corrigir um problema. Usam o texto de forma indevida para ensinar contra orar em público ou fazer longas orações. Um rápida análise da vida de oração de Jesus mostra que não era isso que ele queria dizer. Jesus orava em público frequentemente e nunca teria feito coisa alguma para contradizer seu próprio ensinamento. Também, em algumas ocasiões, passou a noite inteira em oração. Com certeza, isso não se enquadraria com um ensino contra todo tipo de oração mais prolongada. Nesse caso, também, ele estava corrigindo um problema com orações que eram simplesmente para impressionar os homens e não para se comunicar com o Deus vivo.
É nesse contexto que aparece a oração que é conhecida como Pai Nosso, mas que seria mais adequadamente chamada de Oração Modelo. Ao invés de considerar essa oração extraordinária como fórmula litúrgica para ser repetida durante os séculos, a melhor maneira de compreendê-la seria ver nela uma diretriz com os tópicos que deveriam ser nosso assunto de oração. Depois de expor o estilo egocêntrico de oração praticado pelos fariseus, Jesus estava mostrando como orar corretamente.
Para orar do jeito certo, de acordo com Jesus, é preciso começar focalizando a atenção em Deus: “Pai nosso, que estás nos céus, santificado [santo] seja o teu nome”. Toda oração verdadeira começa com Deus. Quando começamos com as próprias necessidades, a oração logo fica voltada para nós mesmos e, geralmente, fora dos eixos naquilo que está sendo solicitado. Quando a natureza de Deus e seu caráter constituem o nosso foco, a oração passa a ser mais sobre a vontade dele do que sobre a nossa. À medida que começamos a contemplar a grandeza de Deus e a sua santidade, fica mais claro que a oração não tem tanto a ver com o obter algo de Deus quanto com ele cumprir seus propósitos por meio das nossas petições.
O foco prioritário em Deus continua na frase que vem logo a seguir: “Venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”. Jesus nos deu uma sequência muito clara para a oração. Concentre primeiro em quem Deus é e, em seguida, no seu Reino. Orar para a vinda do Reino é a chave para ter orações respondidas, mesmo que sejam a favor de necessidades próprias. Jesus nos disse que devemos buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e, então, as demais coisas nos seriam acrescentadas (Mt 6.33). O seu Reino deve ser a prioridade.
Nesse grande ensino corretivo sobre oração, Jesus insiste no ponto central. Oração não é descobrir como conseguir de Deus o que queremos. Nem é uma forma de impressionar os outros com nossa espiritualidade. Oração tem a ver com Deus, sua natureza e seus propósitos e como interagem com a humanidade.
Só depois de adorar o Deus santo que está nos ouvindo e de orar para que seja feita a vontade dele é que Jesus abre a porta para apresentarmos a Deus as nossas necessidades. Provisão diária, perdão e proteção espiritual são as áreas que Jesus quer que apresentemos ao Pai. Questões do espírito, da alma e do corpo podem e devem ser levadas a Deus em oração. Mas até mesmo esses pedidos são feitos no contexto de a vontade de Deus ser realizada em nossa vida.
É um modelo bem simples de oração, mas é o oposto do que a maioria das pessoas pratica. Ao invés de fazer uma lista de necessidades para levar a Deus, Jesus quer que comecemos com Deus. À medida que adoramos e nos aproximamos dele, as questões relacionadas com seu Reino e sua vontade tomam a dianteira. Depois de falarmos sobre as grandes questões que são mais próximas ao coração de Deus, podemos voltar-nos para os assuntos pessoais que devem ser apresentados a ele. Orar como Jesus nos ensinou captará a atenção do Pai e fará com que seu poder seja direcionado às questões diárias e pessoais.   



      

                      Orando como o Apóstolo Paulo

Adaptado de uma apresentação feita na Conferência de Oração do Meio-Oeste do Harvest Prayer Ministries, em outubro de 2007 na Maryland Community Church em Terre Haute, Indiana (EUA).
O apóstolo Paulo oferece um quadro interessante sobre a oração em 2 Coríntios 1.8-11. Referindo-se a todas as dificuldades que havia passado, juntamente com a equipe, numa das viagens missionárias, ele diz: “Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida. Contudo, já em nós mesmos, tivemos a sentença de morte, para que não confiemos em nós, e sim no Deus que ressuscita os mortos; o qual nos livrou e livrará de tão grande morte…”
A equipe estava sentindo que a morte poderia alcançá-los a qualquer momento. Porém, Paulo continua: “… em quem temos esperado que ainda continuará a livrar-nos, ajudando-nos também vós, com as vossas orações a nosso favor, para que, por muitos, sejam dadas graças a nosso respeito, pelo benefício que nos foi concedido por meio de muitos”.
Paulo não estava falando sobre uma oração casual, nem simplesmente afirmando que durante sua viagem missionária recebera conforto por saber que algumas pessoas estavam em casa orando. Não! Ele acreditava que uma batalha estava sendo travada no mundo celestial que exigia um modo diferente de orar, oração como aquela mencionada em Mateus 11.12: “Desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele”. Como eles “se apoderam” do reino, sobrepujando as portas do inferno? Por meio da oração. Paulo acreditava que, durante aquela viagem, havia pessoas em Corinto que esforçavam-se para entrar na batalha de oração, e que a oração delas causara um profundo e visível impacto sobre o que estava acontecendo com a equipe na linha de frente!
Encorajando as pessoas a se unirem com ele em oração, Paulo escreveu em Romanos 15.30: “Rogo-vos, pois, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e também pelo amor do Espírito, que luteis juntamente comigo nas orações a Deus a meu favor”.
Paulo usa outra imagem em Colossenses 4.12. Falando a respeito de um amigo, Epafras, que os colossenses conheciam, ele disse: “Saúda-vos Epafras, que é dentre vós, servo de Cristo Jesus, o qual se esforça sobremaneira, continuamente, por vós nas orações, para que vos conserveis perfeitos e plenamente convictos em toda a vontade de Deus”. Se quiséssemos que pessoas orassem por nós, será que usaríamos a terminologia de Paulo: “… que luteis juntamente comigo nas orações”, ”… se esforça sobremaneira … por vós nas orações” (ou “batalhando na oração” em outra tradução). Batalhar ou esforçar-se não é algo passivo, tranquilo. As orações do apóstolo Paulo eram bem diferentes daquilo que vemos, em geral, nas reuniões de oração hoje.
A maioria dos crentes faz orações usando o que chamo de “pequenas solicitações”. São pedidos em favor das necessidades cotidianas de soluções ou “consertinhos” na nossa vida. Essas necessidades surgem porque, embora a vida esteja razoavelmente boa, algo sempre acontece para desequilibrá-la, e queremos orar para eliminar aquele empecilho e voltar à normalidade.
Na qualidade de crentes ocidentais, temos uma tendência de achar que temos direitos, que a vida deveria ser boa para o cristão. A maioria da nossa atividade na oração, como igreja e como indivíduos, tem o objetivo de buscar esse tipo de solução para os problemas da vida. “Livra-nos disto”, “muda a situação para que fulano seja liberto daquela dor ou daquela doença”, “supra a necessidade financeira”. São orações horizontais e não orações voltadas para o alto.
Geralmente, oramos nessas situações por causa de uma espécie de respeito ou obrigação para com a pessoa necessitada. Como queremos demonstrar amor por ela, oramos exatamente conforme o pedido. Oramos em favor do óbvio – não pensando no que Deus possa querer fazer por meio da situação.
Não há nada de errado com esse tipo de pedido nem com o fato de orar em favor das pessoas em problemas. É uma maneira de demonstrar amor pelo Corpo de Cristo. Contudo, raramente oramos a respeito das coisas mais importantes do Reino. Precisamos concentrar uma parcela maior do nosso tempo de oração em coisas mais amplas, em assuntos mais pertinentes ao Reino.

Oração em favor do Reino

Como podemos mudar nossas orações para serem mais focadas no Reino? O que é orar em favor do Reino? Acho que existem dois aspectos importantes:
Orar pelo Reino significa orar em favor de algo que tenha valor e importância permanentes no Reino de Deus. Podemos orar pela salvação de alguém, por exemplo. Podemos orar para que um país se abra para o Evangelho.
Também podemos orar em favor do Reino em situações de “pequenas solicitações”. Estamos orando em favor do Reino quando sabemos que estamos orando de acordo com a vontade de Deus naquela situação. Em Romanos 8.26-27, vemos a tarefa do Espírito Santo na oração. Lemos ali que quando não sabemos como orar, “o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos”. Às vezes, fico tão focado naquilo que quero ver Deus realizar que perco de vista o que ele já está fazendo. Por meio da intercessão, o Espírito Santo me ajuda a orar de acordo com a vontade de Deus.

Orações modelo de Paulo

A fim de nos ajudar a focalizar mais as coisas do Reino, vamos dar uma olhada em algumas das orações de Paulo. Elas podem servir de modelo para nós. Paulo tinha muitas pessoas necessitadas debaixo de sua liderança. Ele havia começado igrejas por toda a Ásia Menor, e muita gente estava sofrendo perseguições e tribulações. Apesar disso, nas vinte e uma passagens bíblicas em que Paulo pede a Deus para fazer alguma coisa, não há nenhuma, dentre todas as suas orações, em que ele orou por uma necessidade específica de uma pessoa em particular.
Eu ficaria surpreso se descobrisse que Paulo nunca orou por necessidades pessoais, porém o fato é que não vemos nenhum exemplo disso na Escritura. Na época em que Paulo viveu, teria sido muito difícil ficar atualizado com necessidades específicas das pessoas porque a comunicação era bem mais difícil do que hoje. Levaria um mês ou mais para receber uma notícia de uma igreja distante ou para saber o que estava acontecendo na vida de alguém.
A conclusão que posso tirar das orações de Paulo registradas na Bíblia não é que não devo orar por necessidades específicas ou pessoais. No entanto, se Paulo dedicou a maior parte do seu tempo orando em outra direção, talvez eu deva seguir seu exemplo e fazer o mesmo.
Em 2 Coríntios 12, Paulo até que orou de forma específica em favor de si mesmo. Ele orou para que o “espinho” na carne fosse removido. Não sabemos o que era, mas Paulo sentia que era um obstáculo ao seu ministério, impedindo-o de ser plenamente eficaz. Por isso, ele diz nessa passagem que pediu a Deus para removê-lo.
E o que Deus lhe respondeu? “A minha graça te basta” (v. 9). Paulo entendeu com isso que Deus seria mais glorificado se o espinho permanecesse em sua vida e ele buscasse no Senhor a capacidade sobrenatural de superá-lo e continuar ministrando apesar da dificuldade. Por isso, ele parou de orar nesse sentido.
Muitos cristãos hoje observam o “Dia Internacional de Oração pela Igreja Perseguida”. Normalmente, oramos para que os irmãos perseguidos sejam livres das tribulações, assim como Paulo orou inicialmente, pedindo para retirar seu “espinho”. Não sou a favor da perseguição aos cristãos, mas sei que, na história, sempre que a Igreja foi perseguida, ela prosperou.
Na igreja da Aliança Cristã e Missionária, na qual fui criado, o maior campo missionário que a denominação tinha na década de 1970 ficava no Vietnã. Havia de 70 a 80 mil cristãos e centenas de igrejas em todo o país. Porém, em 1975, quando o Vietnã foi tomado pelos comunistas, os missionários estrangeiros foram obrigados a sair, pastores foram perseguidos e muitos ficaram anos na prisão.
Recentemente, depois da abertura política, cristãos ocidentais estão entrando no país e avaliando a situação das igrejas. Por 30 anos ficaram sem ajuda dos missionários ou apoio algum de fora. Apesar disso, a igreja no Vietnã hoje tem mais ou menos um milhão de crentes em Jesus. Por que tamanho crescimento? Tem algo a ver com a perseguição.
Muitas vezes, queremos orar para que as pessoas se livrem dos problemas quando Deus quer usar exatamente essas coisas para levá-las a ter uma mente mais voltada para o Reino, para atraí-las às coisas do Reino. Era para isso que Paulo orava.

Em favor de que Paulo orava?

Em Romanos 15.5,6, Paulo orou assim: “Ora, o Deus da paciência e da consolação vos conceda o mesmo sentir de uns para com os outros, segundo Cristo Jesus, para que concordemente e a uma voz glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”. Um pouco adiante, em Romanos 15.13, ele orou: “E o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer, para que sejais ricos de esperança no poder do Espírito Santo”.
A igreja em Roma estava começando a experimentar perseguição, e os crentes de lá estavam tentando sobreviver numa cidade hostil ao Evangelho. Mesmo assim, Paulo não orou em favor de segurança ou proteção para eles. Hoje, esses seriam os primeiros itens na nossa lista de pedidos. Pensaríamos nisso antes de qualquer outra coisa. Entretanto, Paulo orou em favor de unidade, na primeira oração, e em favor de gozo e paz na segunda. Por quê?
Nas duas orações aparecem as palavras “para que”. Dezenove orações de Paulo têm essa mesma expressão. Paulo estava orando em favor de algo “para que” outra coisa pudesse acontecer. Quando orou em favor de unidade, na primeira oração, seu objetivo final era que Deus fosse glorificado. Jesus também orou pela unidade dos discípulos em João 17: “a fim de que todos sejam um, Pai; [...] para que o mundo creia que tu me enviaste” (v. 21). Jesus também disse em João 12.32: “E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo”.
Paulo sabia que quando as pessoas de fora vissem a unidade da Igreja, seriam atraídas a Jesus Cristo em grande número. Por isso, ao invés de pedir o óbvio (proteção e segurança), ele orou com olhos do Reino: “Dá-lhes unidade para que o mundo seja atraído ao Evangelho”. Quando a Igreja está unida, algo acontece nas regiões celestiais, e pessoas são tocadas e atraídas ao Senhor.
Atualmente, há muitos pastores de igrejas e comunidades no estado de Indiana (EUA) que estão orando juntos. Em uma dessas comunidades, há pouco mais de cinco anos, eles começaram a fazer “Concertos de Oração” (campanhas específicas de oração em favor da Igreja), a cada dois ou três meses. Os pastores oravam juntos toda semana. Combinaram para um grupo de intercessores de várias igrejas se reunir em uma terça-feira por mês para orar pela comunidade. Havia muita unidade.
Depois de algum tempo, o prefeito da cidade notou o que estava acontecendo. Embora não fosse crente, foi ao grupo de pastores e disse: “Pelo que entendi, há um grupo de intercessores orando todo mês em favor da comunidade. Se eu passasse alguns pedidos, relacionados com a visão que temos para esta cidade, será que eles orariam nesse sentido?”
“Claro que orariam”, os pastores responderam. “Oraremos juntos para esses pedidos.”
A partir de então, todo mês o escritório do prefeito envia uma lista de necessidades. Quando há unidade, algo acontece que leva as pessoas a serem atraídas ao Evangelho.
Na segunda oração, em Romanos 15.13, Paulo ora para que as pessoas tenham gozo e paz no meio das tempestades, a fim de poderem transbordar de esperança. As pessoas que têm esperança no meio da angústia chamam muito a atenção de quem não tem esperança. Se alguém observa um cristão durante uma situação difícil, seja um problema de saúde, seja turbulência familiar, e vê nele confiança, paz ou até mesmo um senso de alegria, isso lhe causará profunda admiração. “Como consegue?”, perguntará. “Eu jamais teria essa paz nessa situação.” Será uma grande oportunidade para falar sobre Jesus. Deus usa essas coisas na vida das pessoas.
Nós queremos orar para livrar as pessoas dos problemas quando Deus pode querer usá-los para fazer seu Reino crescer e atrair outros ao Evangelho. Por isso, Paulo orava no sentido de que elas tivessem paz, alegria e esperança no meio dos problemas.

A oração de Paulo pelos efésios

Éfeso era o centro do culto a Ártemis ou Diana. Uma vez, quando estava lá, alguns companheiros de Paulo foram atacados por uma multidão. Paulo conhecia bem a pressão e o estresse que a igreja sentia. Porém, ao invés de orar em favor do óbvio, pedindo proteção, ele orou para que houvesse desenvolvimento e fruto espiritual na vida deles.
Por isso, também eu, tendo ouvido a fé que há entre vós no Senhor Jesus e o amor para com todos os santos, não cesso de dar graças por vós, fazendo menção de vós nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos (Ef 1.15-19).
Mais adiante, Paulo orou outra vez:
… para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior; e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus (Ef 3.16-19).
Essas são orações em favor do Reino! Indiferentemente do que a pessoa está passando, do que está acontecendo em sua vida, devemos orar para que a situação contribua para aprofundar seu relacionamento com Cristo. Paulo sempre estava orando para que o caráter das pessoas fosse mais santificado, mais semelhante a Jesus, e para que elas tivessem mais sabedoria, discernimento, vida no Espírito. Participo de muitas reuniões de oração, mas não me lembro de uma única vez em que alguém pediu o crescimento espiritual de outro cristão.
A oração de Paulo pelos filipenses
E também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção, para aprovardes as coisas excelentes e serdes sinceros e inculpáveis para o Dia de Cristo, cheios do fruto de justiça, o qual é mediante Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus (Fp 1.9-11).
Paulo quase sempre orava mais em favor do processo do que pelo resultado. Não era que não soubesse que resultado ele queria. O “para que” era justamente para descrever o fruto do processo. O resultado que queria ver na vida dos filipenses era que pudessem discernir e aprovar as coisas excelentes e viver vidas puras e inculpáveis.
Mas, exatamente em favor de que ele estava orando? Para que o amor deles aumentasse mais e mais em conhecimento e profundidade de percepção. Em outras palavras, para que amassem mais uns aos outros, que tivessem mais percepção do amor de Cristo por eles. Que conexão havia entre o que ele pediu em oração e os resultados que esperava?
O que aconteceria na sua igreja se, de repente, houvesse uma graça abundante de amor sobre toda a congregação de tal forma que cada um amasse os outros e tivesse uma profunda percepção do amor de Cristo, muito maior do que antes? O que aconteceria com as pequenas ofensas e perturbações que fazem quase todas as congregações ficarem atoladas? Ninguém ficaria mais ofendido. Ninguém atacaria o outro. As coisas seriam solucionadas rapidamente nas reuniões do conselho. As pessoas teriam disposição de ceder, sacrificariam as opiniões próprias e aceitariam as dos outros.
Se isso acontecesse numa igreja, será que viveríamos vidas mais santas e inculpáveis? Logo começaríamos a discernir as coisas mais excelentes e a viver dessa forma. Era isso que Paulo queria que acontecesse; por isso, orou para que houvesse amor.

A oração de Paulo por Filemom

Filemom, provavelmente, era um homem de negócios que hospedava as reuniões da igreja em sua casa. Paulo tivera contato com um homem chamado Onésimo, um dos escravos de Filemom que havia fugido. Onésimo tivera um encontro com Cristo e queria voltar para Filemom e acertar a vida com ele. Então, Paulo mandou uma carta pedindo a Filemom para recebê-lo de volta, para sua comunhão.
Dou graças ao meu Deus, lembrando-me, sempre, de ti nas minhas orações [...] para que a comunhão da tua fé se torne eficiente no pleno conhecimento de todo bem que há em nós, para com Cristo (Fm 4-6).
Paulo queria que Filemom tivesse pleno conhecimento de tudo que ele possuía em Cristo. O pedido na oração era que a comunhão ou o compartilhar de sua fé fosse eficiente. Que ligação existe entre alguém compartilhar sua fé e ter pleno conhecimento de tudo que possui em Cristo? Se alguém está constantemente compartilhando o que Cristo fez em sua vida e dando glória a Deus por isso, você não acha que Deus lhe dará mais coisas para dividir com os outros? Sim, ele dará abundantemente a quem compartilha, o que fará com que ele aprenda mais e mais sobre o amor de Deus, sobre sua provisão, sua fidelidade, sua confiabilidade. Essa pessoa sempre repartirá com os outros e alcançará um conhecimento maior sobre a natureza de Deus.
Antes e depois das reuniões, geralmente ficamos em rodinhas, trocando informações e conversando sobre a semana. Raramente falamos sobre coisas espirituais. Se, nesses momentos, todos fizessem questão de dividir algo que Jesus fez em sua vida na semana anterior ou algo novo e fresco que aprenderam sobre o Senhor em seu tempo devocional, até aqueles que não estão acostumados a ver tais coisas começariam a abrir os olhos. Ao invés de considerar tais coisas meras coincidências, reconheceriam que era algo que Deus estava fazendo em sua vida e passariam a compartilhá-lo com outros. Seria emocionante estar num lugar onde todos fizessem isso. Deus seria glorificado.
Era isso que Paulo queria que acontecesse com Filemom. Ele orou para que a comunhão ou o compartilhar de sua fé fosse eficiente, pois quando isso acontece, a pessoa passa a ter uma compreensão muito maior do Cristo que está nela.

Algumas aplicações

Vimos como Paulo orava – mas precisamos mostrar como isso se aplica a nós. Vamos imaginar uma pessoa que tem o pé machucado. Eu faço parte de uma igreja que crê em cura divina, em imposição de mão e em orar pelos doentes. Se eu não receber nada específico do Senhor, revelando o que ele quer fazer no caso, vou orar pela cura dele. Mas também sei que nem sempre o Senhor cura instantaneamente. Pode ser que ele queira fazer algo diferente na vida daquela pessoa.
Talvez a pessoa doente tenha um vizinho que não conhece Jesus. Ao saber que essa pessoa com pé machucado não consegue trabalhar e está precisando de ajuda, o vizinho pode procurar servir de alguma maneira e começar a ter mais contato com o cristão incapacitado. Deus pode usar isso para alcançar a vida do vizinho. Talvez seja isso que Deus queira fazer.
Imagine também uma aluna com dificuldades na escola. Ela quer ser médica, assim como o pai. Ela quer seguir a vocação dele, não importa a dificuldade. Mas Deus pode ter outra coisa planejada para ela. Pode ser que ela não consiga entender a vontade de Deus até que enfrente dificuldades maiores no caminho.
E uma pessoa com disputa de limites entre propriedades? O vizinho quer colocar uma cerca tomando parte da propriedade do cristão. Talvez Deus queira tocar o coração do vizinho usando a reação humilde e despretensiosa do cristão.
Por isso, precisamos tomar cuidado quando recebemos pedidos de oração. Precisamos perguntar: “O que Deus quer fazer sobre isso?” Não ore de acordo com a primeira tendência óbvia: “Dá uma solução, Deus”. Pergunte: “O que Deus quer fazer para dar crescimento ao seu Reino nesta situação?”
Três princípios
Aqui estão três princípios que você pode seguir diante de uma necessidade de oração:
Em primeiro lugar, não vá logo ao óbvio quando vai orar por uma necessidade. Ao invés disso, comece buscando a Deus para saber como ele quer que você ore. O que ele quer fazer na situação? Qual seria a vontade dele? Há alguma coisa que você percebe que Deus quer fazer? Existe algum “para que”? O que daria glória a Deus nesse caso? Comece a orar neste sentido.
Creio firmemente que se criássemos um costume de buscar a Deus, de perguntar para ele como devemos orar em cada situação, se parássemos para ouvir, muitas vezes ele nos daria uma resposta clara. Mesmo que tenhamos que orar no mesmo instante, podemos criar um ambiente em que procuramos ouvir e sussurramos uma oração: “Espírito Santo, como devo orar sobre isso?”
O segundo princípio é não se apressar para orar em favor do resultado. Ore em favor do processo. Ore por desenvolvimento espiritual, por fruto na vida da pessoa que tem a necessidade. Pergunte a Deus: “Que características, quais coisas o Senhor quer desenvolver nesta família? O que o Senhor quer fazer para ser glorificado nesta situação?”
O terceiro princípio é: o que você pode fazer quando não sabe como orar? Você pediu orientação de Deus e não recebeu nada. Ore de acordo com a Palavra. Que promessa nas Escrituras se aplica ou pode ser usada na vida dessa pessoa? Há algum versículo que Deus está vivificando no seu coração em favor dela? Como Paulo, pense em como orar pelo crescimento espiritual da pessoa no meio da situação. Continue a buscar: “Deus, o que devo orar?”
Jonathan Graf é presidente da Church Prayer Leaders Network (Rede de Líderes de Oração na Igreja). É autor do livro “The Power of Personal Prayer” (O Poder da Oração Pessoal), 



           Abandone o Pecado e Creia no Evangelho

Jesus nunca pregou um evangelho fácil, um jeito suave de alcançar salvação, sem muita exigência. Antes de sermos salvos, vivíamos para agradar a nós mesmos. Depois da conversão, deixamos nossos próprios caminhos e procuramos agradar a Deus.
“Ninguém pode servir a dois senhores” (Mt 6.24). “Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo” (Lc 14.33).
“Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão” (Lc 13.24). Este último versículo foi uma resposta à pergunta: “Senhor, são poucos os que são salvos?” (Lc 13.23).
Não é difícil alguém se converter quando ele vem com toda a sinceridade para o Senhor e está disposto a abandonar o pecado e a entregar, com confiança total, sua vida e tudo o que tem para o Senhor. Porém, é essencial que haja essa sinceridade e coração confiante antes que uma pessoa possa ser salva.
É muito fácil uma pessoa ser salva quando ela está disposta a entregar a si mesmo e a tudo que possui, sem reservas, para o Senhor e a confiar nele para sua salvação. Contudo, sem essa entrega, é um engano pensar que, só por causa de consentimento intelectual a certas verdades da Bíblia, alguém possa se considerar salvo.
Muita gente fala em “crer” no Senhor Jesus Cristo quando, na verdade, nunca se arrependeram de seus pecados. Uma simples aceitação mental das verdades da Bíblia nunca salvou alguém e nunca salvará. Até os demônios fazem muito mais do que isso – creem “e tremem” (Tg 2.19), no entanto, não estão salvos.
Jesus colocou o arrepender-se antes do crer. “Arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.15). Depois da sua ressurreição, ele ainda recomendou que “se pregasse arrependimento para remissão de pecados, a todas as nações” (Lc 24.47).
Paulo seguiu as ordens do seu Senhor, “testificando tanto a judeus como a gregos o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo” (At 20.21).
Os cristãos também, quando pecam, devem se arrepender. Jesus, o Filho de Deus, o Cabeça da Igreja, falando dos céus para uma igreja muito zelosa e fortemente ortodoxa, ordena arrependimento: “Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te, e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas” (Ap 2.4-5).

Multidões enganadas

Que muitos já estão perigosamente enganados e assim continuarão num estado de quase impensável ilusão até o próprio dia do juízo – isso está revelado nas palavras chocantes do Filho de Deus:
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade (Mt 7.21-23).
Jesus veio para salvar seu povo dos pecados deles (Mt 1.21), não nos pecados deles.
Vance Havner, avivalista norte-americano, escreveu: “Os grandes avivamentos do passado foram acompanhados por pregações contra o pecado – exortando para que houvesse convicção, arrependimento, tristeza segundo Deus, confissão e abandono do pecado, restituição, retorno às primeiras obras, retorno às Escrituras, à oração, ao testemunho e à vida santificada”.
E. E. Shelhamer, escrevendo em Shallow Revivals (Avivamentos Rasos), proclamou uma forte advertência que é extremamente apropriada hoje em dia, quando existe um mal-entendido generalizado sobre o que a salvação realmente é:
Não admira que Wesley tenha exclamado: “Que terrível é quando os embaixadores de Deus se transformam em agentes do diabo! Quando aqueles que são comissionados para ensinar aos homens o caminho do céu ensinam, de fato, o caminho para o inferno. Se alguém perguntar: ‘Por que, quem faria isso?’, eu responderei: ‘Milhares de homens, sábios e honrados, todos aqueles, de qualquer denominação, que encorajam o orgulhoso, o leviano, o amante do mundo e dos prazeres, o injusto ou cruel, o maldoso, o despreocupado, o insensível – a pensar que está no caminho do céu’. Estes são falsos profetas no verdadeiro sentido da palavra. São traidores de ambos – de Deus e dos homens.”

Admoestando a todos

Paulo não deixou de admoestar a cada um “noite e dia… com lágrimas” (At 20.31). “E assim, conhecendo o temor do Senhor, persuadimos aos homens” (2 Co 5.11). Não há suficiente temor do Senhor hoje em dia, nem no púlpito, nem nos bancos da igreja, nem entre os cristãos professos e nem entre os pecadores contumazes que não professam coisa alguma.
Deus é, de fato, santo, justo e bom, misericordioso e gentil, mas ele odeia o pecado. O fato de dar aos seres humanos oportunidade para se arrependerem, em hipótese alguma, implica que terríveis juízos não virão sobre aqueles – todos aqueles – que desprezam a sua misericórdia.
É uma coisa terrível pisar aos pés o sangue do Filho de Deus e ignorar a misericórdia do Todo Poderoso.
É impossível “proclamar plenamente” o Evangelho (Rm 15.19) e “anunciar todo o desígnio de Deus” (At 20.27) – sem admoestar os homens a respeito do juízo futuro! Até Felix ficou amedrontado quando Paulo esteve “dissertando acerca da justiça, do domínio próprio e do juízo vindouro” (At 24.24-25).
Todo aquele que fica acalentando os cristãos para que tenham um sono espiritual ainda mais profundo não é um discípulo de Cristo – pelo contrário, é um lobo com pele de cordeiro (Mt 7.15). Jesus disse: “Por que estais dormindo? Levantai-vos e orai” (Lc 22.46). E, em outra ocasião: “Acautelai-vos por vós mesmos… Vigiai, pois, a todo tempo, orando” (Lc 21.34,36).
A menos que queiramos ser castigados e ter a nossa sorte lançada com os hipócritas, onde há choro e ranger de dentes (Mt 24.51), precisamos levar a sério a advertência do nosso Senhor e “vigiar” – ficar alertas, acordados, espiritualmente despertos – e  “ficar… apercebidos” para a Segunda Vinda de Jesus! (Mt 24.42-50)
A coisa mínima que Deus quer que façamos é mais importante do que tudo o mais no mundo! É melhor perder qualquer coisa do que nos tornarmos descuidados e deixar de estar apercebido por ocasião da vinda do Senhor. “Porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá” (Mt 24.44).
Alguns poderiam argumentar que Jesus fez essas admoestações para os seus discípulos somente naquela época, mas Jesus é, também, o Cabeça da Igreja (Ef 5.23). “A igreja está sujeita a Cristo” (Ef 5.24). Ele ordenou aos seus discípulos que ensinassem todas as nações a guardar todas as coisas que lhes tinha ordenado (Mt 28.18-20).
Jesus é o Mediador do Novo Testamento (Nova Aliança), sob o qual vivemos hoje, assim como Moisés foi o mediador da Velha Aliança (Hb 8.8,13; 9.11-15).
Jesus disse que quando o Espírito Santo viesse, ele convenceria “o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (Jo 16.8). Haverá convicção de pecado quando o Espírito Santo estiver agindo livremente em nosso meio.
Deus não nos instruiu a ir por aí tentando tornar a situação mais agradável e confortável para as pessoas, de tal maneira que ficassem contentes e mais encorajados a satisfazer a si mesmos. “Ai dos que andam à vontade em Sião”, disse o Senhor em Amós 6.1.
Jesus disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16.24). Pense bem no que significa seguir a Jesus. Será que ele estava procurando tirar todo o proveito possível da vida? Será que procurava satisfazer a si mesmo?
“Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 3.2). “Exortai-vos mutuamente cada dia” (Hb 3.13). “O reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele” (Mt 11.12).
“Aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7). Hoje em dia, muitos estão enganados, realmente imaginando que podem simplesmente concordar mentalmente com a verdade da Bíblia e, então, viver aberta e flagrantemente em pecado e ainda ir para o céu quando morrerem!
Ao homem rico, no inferno, foi dito: “Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui, ele está consolado; tu, em tormentos” (Lc 16.25).
A não ser que você se arrependa dos seus pecados, com certeza você colherá o que semeou! Abandonemos a vida centrada em nós mesmos e no pecado agora, arrependamo-nos e clamemos diante de Deus, antes que seja tarde demais para o perdão, em nome de Jesus.
Jesus disse: “…o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora” (Jo 6.37).
“Para vós outros é este mandamento. Se o não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei sobre vós a maldição, e amaldiçoarei as vossas bênçãos” (Ml 2.1-2).W. C. Moore (1890-1980) foi fundador, junto com sua esposa, Sarah F. Moore, deste jornal em inglês, The Herald of His Coming, em 1941.(JORNAL O ARAUTO DE CRISTO)


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