O CRISTÃO A SUA SANTIFICAÇÃO
Levítico 11.44,45;
20.7,8,26; 1 Pedro 1.15,16;
1 Tessalonicenses 3.13.
Levítico 11
44 - Porque eu sou o SENHOR, vosso Deus; portanto, vós
vos santificareis e sereis santos, porque eu sou santo; e não contaminareis a
vossa alma por nenhum réptil que se arrasta sobre a terra.
45 - Porque eu sou o SENHOR, que vos faço subir da terra
do Egito, para que eu seja vosso Deus, e para que sejais santos; porque eu sou
santo.
Levítico 20
7 - Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu
sou o SENHOR, vosso Deus.
8 - E guardai os meus estatutos e cumpri-os. Eu sou o
SENHOR que vos santifica.
26 - E ser-me-eis santos, porque eu, o SENHOR, sou
santo e separei-vos dos povos, para serdes meus.
1 Pedro 1
15 - Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós
também santos em toda a vossa maneira de viver,
16 - porquanto escrito está: Sede santos, porque eu
sou santo.
1 Tessalonicenses 3
13 - Para confortar o vosso coração, para que sejais
irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo, com todos os seus santos.
No Antigo Testamento o conceito de santidade, santo ou
santificado é expresso por três palavras principais: qādash, qōdesh e qādôsh. O
verbo qādash ocorre 170 vezes no hebraico bíblico, com o sentido de “ser
consagrado”, “ser santo”, “ser santificado”. Na primeira ocorrência do termo
(Gn 2.3) significa “declarar algo santo” (Êx 20.8), mas também o estado daquele
que é reservado exclusivamente para Deus (Êx 13.2). No entanto, há 470
ocorrências do substantivo qōdesh com o significado de “consagração”,
“santidade”, “qualidade de sagrado”, “coisa santa”. A palavra é empregada para
descrever tanto o que é separado para o serviço exclusivo a Deus (Êx 30.31),
quanto o que é usado pelo povo de Deus (Is 35.8; Êx 28.2, 38). Já o adjetivo
qādôsh, isto é, “santo”, “sagrado”, além de ocorrer 116 vezes é o vocábulo mais
difundido entre os estudantes das Escrituras Sagradas. Em Êxodo 19.6, primeira
ocasião em que se emprega o termo, designa o estado de santidade do povo de
Deus (Nm 16.3; Lv 20.26), e a santidade do próprio Deus (Is 1.4; 5.16; 40.25).
Salvação e santificação são as obras redentoras
realizadas por Jesus no homem integral: espírito, alma, e corpo. A Bíblia
afirma que fomos eleitos “desde o princípio para a salvação, em santificação do
Espírito” (2 Ts 2.13). Esta verdade está implícita no evangelho de João 19.34,
que diz que do lado ferido do corpo de Jesus fluíram, a um só tempo, sangue e
água. Isto é, o sangue poderoso de Cristo nos redime de todo pecado, mas a água
também nos lava de nossas impurezas pecaminosas. Cristo morreu “para nos remir
de toda iniqüidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas
obras” (Tt 2.14). Portanto, a salvação e a santificação devem andar juntas na
vida do crente.
I. SANTIDADE, SANTIFICAR E SANTIFICAÇÃO
1. A santidade de Deus. A Bíblia diz que nosso Deus é
santíssimo: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos” (Is 6.3; Ap 4.8). A
santidade de Deus é intrínseca, absoluta e perfeita (Lv 19.2; Ap 15.4). É o
atributo que melhor expressa sua natureza. No crente, porém, a santificação não
é um estado absoluto, é relativo assim como a lua, que não tendo luz própria,
reflete a luz do sol (ver Hb 12.10; Lv 21.8b).
Deus é “santo” (Pv 9.10; Is 5.16), e quem almeja andar
com Ele, precisa viver em santidade, segundo as Escrituras.
2. Santificar e santificação. “Santificar” é “pôr à
parte, separar, consagrar ou dedicar uma coisa ou alguém para uso estritamente
pessoal”. Santo é o crente que vive separado do pecado e das práticas mundanas
pecaminosas, para o domínio e uso exclusivo de Deus. É exatamente o contrário
do crente que se mistura com as coisas tenebrosas do pecado.
A santificação do crente tem dois lados: sua separação
para a posse e uso de Deus; e a separação do pecado, do erro, de todo e
qualquer mal conhecido, para obedecer e agradar a Deus.
II. A TRÍPLICE SANTIFICAÇÃO DO CRENTE
De acordo com a Bíblia, a santificação do crente é
tríplice: Posicional, progressiva e futura.
1. Santificação posicional (Hb 10.10; Cl 2.10; 1 Co
6.11). No seu aspecto posicional, a santificação é completa e perfeita, ou
seja, o crente pela fé torna-se santo “em Cristo”. Deus nos vê em Cristo
perfeitos (Ef 2.6; Cl 2.10). Quando estamos “em Cristo”, não há qualquer
acusação contra nós (Rm 8.33, 34), porque a santidade do Senhor passa a ser a
nossa santidade (1 Jo 4.17b).
2. Santificação progressiva. É a santificação prática,
aplicada ao viver diário do crente. Nesse aspecto, a santificação do crente
pode ser aperfeiçoada (2 Co 7.1). Os crentes mencionados em Hebreus 10.10 já
haviam sido santificados, e continuavam sendo santificados (vv.10,14 - ARA).
O crescimento do crente “em santificação” ocorre à
medida que o Espírito o rege soberanamente e, o crente, por sua vez, o busca,
em cooperação com Deus: “Sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver”
(1 Pe 1.15).
a) O lado divino da santificação progressiva. São
meios, os quais o Senhor utiliza para santificar-nos em nosso viver diário.
Esses recursos divinos são: (1) O sangue de Jesus Cristo (Hb 13.12; 1 Jo
1.7,9); (2) a Palavra de Deus (Sl 12.6; 119.9; Jo 17.17; Ef 5.26); (3) o
Espírito Santo (Rm 1.4; 1 Pe 1.2; 2 Ts 2.13); (4) a glória de Deus manifesta
(Êx 29.43; 2 Cr 5.13,14); (5) e a fé em Deus (At 26.18; Fp 3.9; Tg 2.23; Rm
4.11).
b) O lado humano da santificação. Deus é quem opera a
santificação no crente, embora haja a cooperação deste. Os meios coadjuvantes
de santificação progressiva são: (1) O próprio crente. Sua atitude e propósito
de ser santo, separado do mal para posse de Deus são indispensáveis. É o crente
tendo fome e sede de ser santo (Mt 5.6; 2 Tm 2.21, 22; 1 Tm 5.22); (2) O santo
ministério. Os obreiros do Senhor têm o dever de cooperar para a santificação
dos crentes (Êx 19.10,14; Ef 4.11,12); (3) Pais que andam com Deus. Assim como
Jó (Jó 1.5), os pais devem cooperar para a santificação dos filhos. Eunice, por
exemplo, colaborou para a integridade de Timóteo, seu filho (2 Tm 1.5; 3.15).
Por outro lado, pais descuidados podem influenciar negativamente seus filhos,
como no caso de Herodias que influenciou a Salomé (Mc 6.22-24); (4) As orações
do justo (Sl 51.10; 32.6). A oração contrita, constante e sincera tem efeito
santificador; (5) A consagração do crente a Deus (Lv 27.28b; Rm 12.1,2). A
rendição incondicional do crente a Deus tem efeito santificador nele.
3. Santificação futura. “E o mesmo Deus de paz vos
santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente
conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts
5.23). Trata-se da santificação completa e final (1 Jo 3.2). Ver também: Ef
5.27; 1 Ts 3.13.
III. ESTORVOS À SANTIFICAÇÃO DO CRENTE
Estorvos são embaraços que impedem o cristão de viver
em santidade. Vejamos alguns deles:
1. Desobediência. Desobedecer de modo consciente,
contínuo e obstinadamente à conhecida vontade do Senhor (Êx 19.5,6).
2. Comunhão com as trevas. Comungar com as obras
infrutíferas das trevas (Rm 13.12); com os ímpios, seus costumes mundanos e
suas falsas doutrinas (Ef 5.3; 2 Co 6.14-17).
3. Erros a respeito da santificação. O próprio Pedro
enganou-se a respeito da santificação (At 10.10-15). Vejamos o que não é a
santificação bíblica.
a) Exterioridade (Mt 23.25-28; 1 Sm 16.7). Usos,
práticas e costumes. Este último, quando bom, deve ser o efeito da
santificação, e não a causa (Ef 2.10).
b) Maturidade cristã. Não é pelo tempo que algo se
torna limpo, mas pela ação contínua da limpeza. A maturidade cristã varia, como
se vê em 1 Jo 2.12, 13: “Filhinhos”; “pais”; “mancebos”; “filhos”.
c) Batismo com o Espírito Santo e dons espirituais. O
batismo com o Espírito Santo e os dons espirituais em si mesmos, não equivalem
à santificação como processo divino e contínuo em nós (At 1.8; 1 Co 14.3).
4. Áreas da vida não santificadas. Alguns aspectos
reservados da vida do crente que não foram consagrados a Deus, devem ser
apresentados ao Senhor. Como por exemplo, a mente, sentidos, pensamento,
instintos, apetites e desejos, linguagem, gostos, vontade, hábitos,
temperamento, sentimento. Um exemplo disso está em Mateus 6.22,23.
IV. A NECESSIDADE DE O CRENTE SANTIFICAR-SE
Para esse tópico aconselhamos a leitura meditativa de
2 Coríntios 7.1 e 1 Tessalonicenses 4.7.
1. A Bíblia ordena. A Bíblia afirma que temos dentro
de nós a “lei do pecado” (Rm 7.23; 8.2). Daí, ela ordenar que sejamos santos (1
Pe 1.16; Lv 11.44; Ap 22.11), pois o Senhor habita somente em lugar santo (Is
57.15; 1 Co 3.17).
2. Os santos serão arrebatados. O Senhor Jesus que é
santo, virá buscar os que são consagrados a Ele (1 Ts 3.13; 5.23; 2 Ts 1.10; Hb
12.14). Por isso, a vontade de Deus para a vida do crente é que ele seja santo,
separado do pecado (1 Ts 4.3).
3. A santidade revelada de Deus. Uma importante razão
pela qual o crente deve santificar-se é que a santidade de Deus, em parte, é
revelada através do procedimento justo e da vida santificada do crente (Lv
10.3; Nm 20.12). Então, o crente não deve ficar observando, nem exigindo
santidade na vida dos outros; ele deve primeiro demonstrar a sua!
4. Os ataques do Diabo. Devemos atentar para o fato de
que, o Diabo, centraliza seus ataques na santificação do crente. A principal
tática que o adversário emprega para corromper a santidade é o pecado da
mistura. Isso ele já propôs antes a Israel através de Faraó (Êx 8.25). Esta
mistura, inclui: da igreja com o mundanismo; da doutrina do Senhor com as
heresias; da adoração com as músicas profanas; etc.
Em muitas igrejas hoje, a santificação é chamada de
fanatismo. Nessas igrejas falam muito de união, amor, fraternidade, louvor, mas
não da separação do mundanismo e do pecado. Notemos que as “virgens” da
parábola de Mateus 25 pareciam todas iguais; a diferença só foi notada com a
chegada do noivo.
“ Santificação e
Pentecostes
1. Santificados antes do Pentecostes. Lendo a Bíblia
cuidadosamente, vemos que os discípulos eram pessoas salvas e santificadas e
haviam recebido a unção do Espírito antes do dia de Pentecostes. Em João
17.15-17, Jesus ora: ‘Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade’.
Jesus é a Palavra e a verdade, por isso os discípulos foram santificados pela
verdade na mesma noite em que ele orou por eles (Jo 20.21-23). Os discípulos,
portanto, já estavam cheios da unção do Espírito Santo antes do dia de
Pentecostes, e isso os sustentou até que foram dotados com poder do alto. No
primeiro capítulo de Atos, Jesus orienta os discípulos a esperarem pela
promessa do Pai. Não era para esperar pela santificação. O sangue de Cristo já
havia sido derramado na cruz do Calvário. Ele não ia enviar o seu sangue para
limpá-los da carnalidade, mas o seu Espírito, para dotá-los com poder.
2. A Santificação. Não há nada mais doce, mais sublime
ou mais santo neste mundo do que a santificação. O batismo com o Espírito Santo
é o dom de poder na alma santificada, capacitando-a para pregar o Evangelho de
Cristo ou para morrer na fogueira. O batismo reveste o crente até o dia da
redenção, de modo que ele esteja pronto para encontrar-se com o Senhor Jesus à
meia-noite ou a qualquer momento, porque tem óleo em sua vasilha, junto com a
sua lâmpada.
Você é participante do Espírito Santo no batismo pentecostal
da mesma maneira que foi participante do Senhor Jesus Cristo na santificação”
(SEYMOUR, W. J. Santificados antes do Pentecostes. In KEEFAUVER, L. (ed.). O
avivamento da Rua Azusa — Seymour. RJ: CPAD, 2001, p.80-3).
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