PRENUNCIO TEMPO DO
FIM
Daniel
8.1,3-11.
1 - No ano terceiro do reinado do rei Belsazar,
apareceu-me uma visão, a mim, Daniel, depois daquela que me apareceu no princípio.
3 - E levantei os meus olhos e vi, e eis que um
carneiro estava diante do rio, o qual tinha duas pontas; e as duas pontas eram
altas, mas uma era mais alta do que a outra; e a mais alta subiu por último.
4 - Vi que o carneiro dava marradas para o ocidente, e
para o norte, e para o meio-dia; e nenhuns animais podiam estar diante dele,
nem havia quem pudesse livrar-se da sua mão; e ele fazia conforme a sua vontade
e se engrandecia.
5 - E, estando eu considerando, eis que um bode vinha
do ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar no chão; e aquele bode tinha uma
ponta notável entre os olhos;
6 - dirigiu-se ao carneiro que tinha as duas pontas,
ao qual eu tinha visto diante do rio; e correu contra ele com todo o ímpeto da
sua força.
7 - E o vi chegar perto do carneiro, irritar-se contra
ele; e feriu o carneiro e lhe quebrou as duas pontas, pois não havia força no
carneiro para parar diante dele; e o lançou por terra e o pisou aos pés; não
houve quem pudesse livrar o carneiro da sua mão.
8 - E o bode se engrandeceu em grande maneira; mas,
estando na sua maior força, aquela grande ponta foi quebrada; e subiram no seu
lugar quatro também notáveis, para os quatro ventos do céu.
9 - E de uma delas saiu uma ponta mui pequena, a qual
cresceu muito para o meio-dia, e para o oriente, e para a terra formosa.
10 - E se engrandeceu até ao exército dos céus; e a
alguns do exército e das estrelas deitou por terra e os pisou.
11 - E se engrandeceu até ao príncipe do exército; e
por ele foi tirado o contínuo sacrifício, e o lugar do seu santuário foi
lançado por terra.
“O tempo do fim”. Há pessoas que têm arrepios quando
ouvem tal expressão. Mas esta nada tem com o fim do mundo. Todavia, parece que
o tema escatológico do fim do mundo mexe com os sentimentos das pessoas. Não por
acaso, a indústria cinematográfica americana tem investido bilhões de dólares
acerca destes temários. No meio evangélico não é diferente, pois não poucos
autores e cineastas têm assustado pessoas fazendo com que as profecias pareçam
um filme de Hollywood. Quando ensinamos o oitavo capítulo do livro de Daniel, a
nossa perspectiva de ensino não pode ser a do terror, mas a da esperança.
Apresentando aos nossos alunos o triunfo do Reino de Deus mediante o contexto
profético..
Palavra Chave
Tempo: Período contínuo no qual os eventos se
sucedem.No capítulo sete, Daniel tem a visão dos quatro animais, cada um destes
representando um império mundial. No capítulo oito, que estudaremos nesta
lição, o profeta tem sua segunda visão. Ele viu um carneiro lutando contra um
bode. Na verdade, este capítulo repete muito da predição do capítulo dois, e
especialmente do capítulo sete. Todavia, o capítulo oito acrescenta detalhes
importantíssimos quanto aos períodos medo-persa e grego.
I. A VISÃO DO CARNEIRO E DO BODE (Dn 8.3-5)
1. A visão do carneiro (Dn 8.3,4,20). Esse carneiro
simbolizava o império medo-persa (v.20). Segundo os historiadores, no caso dos
persas, os seus reis sempre levavam como emblema uma cabeça de carneiro em ouro
sobre a cabeça, principalmente quando passavam em revista os seus exércitos. De
acordo com a história, os medos haviam prevalecido na guerra com a Babilônia.
Dario foi o primeiro governante da união entre a Média e a Pérsia. Porém, logo
os persas prevaleceram em força e Ciro tornou-se o rei do império.
O carneiro identificado como o império medo-persa
venceu e derrotou o império babilônico quando Belsazar estava no poder. No
mesmo dia em que Belsazar zombou de Deus ao utilizar os utensílios sagrados do
templo de Jerusalém, ele caiu nas mãos dos medo-persas. Nota-se que há uma
repetição do predito na visão do capítulo sete sobre o segundo e o terceiro
impérios, porém, Deus de maneira especial mostrou a Daniel o que estaria
fazendo no futuro desses impérios e com o próprio povo de Israel.
2. Os chifres do carneiro. Os dois chifres do carneiro
não eram iguais, pois um dos chifres era maior que o outro. O maior
representava Ciro, o persa (v.3) e o menor representava Dario, da Média. Na
cronologia histórica, Ciro sucedeu a Dario. Eventos importantes aconteceram no
período desses dois reis até que o carneiro foi vencido, surgindo na visão de
Daniel a figura de um bode que ataca o carneiro e o vence (vv.5-7).
3. A visão do bode (Dn 8.5-8). A figura do bode, na
mitologia do mundo de então, simbolizava o poder e a força. Na visão de Daniel,
o bode arremeteu contra o carneiro com muita força, ferindo-o e quebrando os
seus dois chifres. Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, “o bode representava
a Grécia, e seu grande chifre refere-se a Alexandre, o Grande (8.21)”. O
carneiro foi totalmente dominado e humilhado. Seus dois chifres foram quebrados
e, após isso, ainda foi pisoteado sem compaixão pelo bode. Foi uma profecia de
completa sujeição e derrota do império medo-persa pelos gregos.
Nos versículos oito e nove, a “ponta notável” se
quebra e surge em seu lugar quatro outras pontas (ou chifres). Esses quatro
chifres menores representam os quatro generais que assumiram o império grego
depois da morte de Alexandre, o Grande.
II. O CHIFRE PEQUENO (Dn 8.9)
1. A visão da ponta pequena. Na visão do profeta
Daniel, surge de uma das quatro pontas notáveis, “uma ponta mui pequena” (v.9).
Daniel percebeu que esta “ponta pequena” cresceu muito, especialmente
direcionada para a “terra formosa”, Israel. Essa “ponta pequena” refere-se a
Antíoco Epifânio que tornou-se um opressor terrível contra os judeus. Ele
surgiu da partilha do império de Alexandre e a ele coube o domínio da Síria,
Ásia Menor e Babilônia.
2. A ultrajante atividade desse rei contra Israel (Dn
8.10,11). Os versículos dez e onze falam das ações ultrajantes do “pequeno
chifre” contra o povo de Deus, profanando o santuário de Israel e tentando
acabar com o “sacrifício contínuo” que Israel fazia ao Senhor.
3. A purificação do santuário (Dn 8.14). Segundo a história,
a purificação do santuário ocorreu três anos e dois meses depois de o altar do
Senhor ter sido removido por Antíoco. Deus é bom e misericordioso. Mesmo seu
povo sendo infiel, Ele iria purificá-los e restaurá-los.
III. ANTÍOCO EPIFÂNIO, O PROTÓTIPO DO ANTICRISTO
1. Antíoco Epifânio. Por ora basta dizer que este foi
um rei da dinastia Selêucida (Babilônia e Síria) que perseguiu os judeus de
Jerusalém e da Judeia. Trata-se do rei de cara feroz descrito no versículo
vinte e três. Este monarca cometeu tantas atrocidades contra o povo de Deus,
que muitos o veem como um tipo do Anticristo.
2. A visão do anjo Gabriel (Dn 8.16). O “Gabriel”
mencionado no versículo dezesseis é um anjo que o Senhor enviou com o propósito
de explicar a Daniel a visão. Esse mesmo Gabriel também foi enviado a Zacarias
e, igualmente, a Maria, para anunciar o nascimento de Jesus (Lc 1.1-38). Como
veremos, no capítulo nove ele aparece novamente a Daniel.
3. O tempo do fim (Dn 8.17). Segundo a Bíblia de
Estudo Aplicação Pessoal, “o fim do tempo”, neste caso é uma alusão a todo o
período entre o final do exílio e a segunda vinda de Cristo. Os governantes e
impérios vistos por Daniel no capítulo oito já não existem mais. Homens como
Alexandre e Epifânio morreram e seus impérios chegaram ao fim, pois os reinos
deste mundo são efêmeros. Somente um reino nunca terá fim — o reino do Messias:
“O reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão
dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno, e todos
os domínios o servirão e lhe obedecerão” (Dn 7.27). Deus é soberano e a
história do mundo faz parte dos seus desígnios. Ele conhece toda a história,
começo e fim. O futuro do homem e do mundo está sob o olhar do Altíssimo.
“MEDOS, MÉDIA
Em Isaías 13.17,18 e Jeremias 51.11,28, foi predito o
papel que os medos iriam desempenhar na queda da Babilônia, embora nessa época
os persas estivessem dominando. Daniel também atribui aos medos um papel
importante na queda da cidade da Babilônia (Dn 5.30,31). Talvez em 539 a.C. os
exércitos de Ciro o Grande fossem dirigidos por um Dario, o medo, que ‘ocupou o
reino, na idade de sessenta e dois’ (v.31). Entretanto, é difícil identificar
esse Dario, o medo. O estudioso J. C. Whitcomb Jr. acredita que era o Gubaru
das Crônicas de Nabonido” (PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard, F. Dicionário
Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2009, pp.1242-43).
“PÉRSIA
Os reis assírios foram os primeiros a mencionar a
Pérsia em seus relatos. Salmanaser III recebeu tributo dos reis da Parsua em
836 a.C., Tiglate Pilaser III invadiu a Parsua em 737, e Senaqueribe lutou
contra eles em Halulina em 681. Aquêmenes (Hakhmanish da Pérsia) foi o
ancestral epônimo que fundou a dinastia persa. Teispes, filho de Aquêmenes,
dois netos, Ariyaramnes e Ciro I, e um bisneto, Cambises, governaram a terra
natal, mas foram subordinados aos seus primos mais poderosos do norte, os
medos. A pátria deste povo de língua indo-europeia era chamada de Parsa, mas
eles a chamavam de Airyana, do sânscrito arya, ‘nobre’, e a partir daí o atual
Irã. O país situava-se a leste de Elão a partir do golfo Pérsico até o Grande
Deserto de Sal. Este povo passou pelo planalto do Irã e ocupou esta região no
início do primeiro milênio a.C.
Depois da queda de Nínive, em 612 a.C., os medos
controlaram todo o norte da Mesopotâmia. O casamento de Cambises com a filha do
rei medo Astíages, resultou no nascimento de Ciro II. Este líder uniu as tribos
persas e juntou forças com Nabu-na’id (Nabonido) da Babilônia, em uma revolta
contra os medos. Em pouco tempo, o controle da Média caiu nas mãos de Ciro o
Grande, em 547 a.C. ele venceu Creso, o rei de Lídia que governava a Anatólia
ocidental.
Ciro não fez uma mudança radical quando tomou os
reinos dos caldeus, mas instituiu reformas. Colocou o templo da Babilônia sob
sua própria administração, mas teve uma atitude iluminada em relação às
religiões que eram diferentes da sua. Os judeus exilados não foram os únicos a
receber liberdade religiosa e voltar para a sua terra natal” (PFEIFFER, Charles
F.; VOS, Howard, F. Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2009, pp.1515-16).
O oitavo capítulo de Daniel retrata os impérios
Medo-Persa e Grego respectivamente. O carneiro de dois chifres representa o
império Medo-Persa. O Bode é figura do império Grego e o grande chifre do bode
refere-se a Alexandre Magno, o mais célebre conquistador do Mundo Antigo.
Alexandre humilhou o império Medo-Persa sem compaixão
e piedade. Representado pelo grande chifre do bode que foi quebrado, o
imperador grego morreu prematuramente. A visão de Daniel apresenta mais quatro
chifres que cresceram no seu lugar. Eles representavam os quatro generais que
dividiram o império Grego em quatro regiões, após a morte de Alexandre, isto é,
Macedônia, Ásia Menor, Síria-Babilônia e Egito. Entretanto, desses quatro
chifres cresceu um pequeno chifre que foi visto na figura de Antíoco Epífanes,
o rei da Dinastia Selêucida que governou a Síria entre 174 e 164 a.C.
Antíoco Epífanes atacou as quatro regiões e suas
respectivas potências militares. A história confirma também o assassinato do
sumo-sacerdote judeu Onias em 170 d.C. e a profanação do templo de Jerusalém.
Daniel teve uma visão extensa e assustadora ao ponto de lhe tirar a força
física para fazer as coisas mais básicas da vida. Mas era uma visão que devia
ser guardada em segredo. Muitos estudiosos concordam que o capítulo oito de
Daniel traz um testemunho de uma profecia histórica que se cumpriu
parcialmente. A história teria testemunhado os acontecimentos que os santos
profetas, sem os conhecerem de antemão, profetizaram em nome do Senhor. É bem
verdade que o nosso Deus zela pela sua Palavra.
A Bíblia diz que o espírito do anticristo opera no
mundo. De acordo com a crueldade, a ignomínia e a covardia de Antíoco Epifânio
muitos estudiosos o relacionam como um tipo do Anticristo de que fala o Novo
Testamento. Mas enquadrá-lo como Anticristo ainda passa por especulação.
Todavia, o que deve alegrar o crente são as vidas que abrem os olhos
espirituais e percebem por si mesma o benefício de crermos na graça preciosa e
suficiente de Deus, o nosso bendito e eterno Pai.
Aproveite a aula de hoje para mostrar aos alunos como
o nosso Deus relaciona-se com o Seu povo escolhido. Somos a igreja de Deus, um
povo escolhido e chamado por Ele para anunciar as boas novas da vida eterna.
Não permita que o seu aluno deixe a aula sem este esclarecimento: o de que o
Senhor, através do Seu Filho Jesus, e na força do Espírito Santo, tem cuidado
de nós.
FONTE CPAD
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PAZ DO SENHOR
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