Esperança de Avivamento
“Quais são as perspectivas de haver um avivamento?”
perguntei a um idoso servo de Deus. “Elas são tão brilhantes quanto as
promessas de Deus,” foi a pronta resposta. Não poderia ter havido uma resposta
mais verdadeira.
Nós sabemos que, nos últimos dias, haverá aqueles que
falarão da esperança da volta de Cristo assim: “Onde está a promessa?” (II
Pedro 3:4).
Mesmo assim, hoje, existem aqueles que questionam a
expectativa de um avivamento porque não conseguem ver uma base para tal
esperança na Palavra de Deus. “Onde,” eles nos perguntariam, “está a promessa
de avivamento?”
Se, porém, estiverem certos em sugerir que não há tal
promessa, então devem explicar por que, através dos séculos da história da
igreja, o povo de Deus tem sido levado e movido a suplicar com Ele para fazer o
que Ele realmente nunca prometeu fazer, e por que Ele fez isto tantas vezes em
resposta às suas inflamadas orações. Mas será que não existe uma promessa?
Promessas de Avivamento no Velho Testamento
Vamos tomar o familiar capítulo 35 de Isaías como
exemplo:
“O deserto e os lugares secos se alegrarão disto; e o
ermo exultará e florescerá como a rosa. Abundantemente florescerá e também
regozijará de alegria e exultará; a glória do Líbano se lhe deu, a excelência
do Carmelo e Sarom, eles verão a glória do Senhor, a excelência do nosso Deus.
Confortai as mãos fracas e fortalecei os joelhos trementes. Dizei aos turbados
de coração: Esforçai-vos, não temais; eis que o vosso Deus virá com vingança,
com recompensa de Deus; ele virá, e vos salvará. Então os olhos dos cegos serão
abertos e os ouvidos dos surdos se abrirão. Então os coxos saltarão como
cervos, e a língua dos mudos cantará; porque águas arrebentarão no deserto e
ribeiros no ermo. E a terra seca se transformará em tanques, e a terra sedenta
em mananciais de águas” (versos 1-7).
Pode ser alegado, entretanto, que estas profecias do
Velho Testamento se referem à nação de Israel, e que já tiveram seu cumprimento
em outra dispensação que não a da igreja. Não contestamos que esta seja a
aplicação básica de muitas das passagens, mas nós, certamente, cometemos um
grande erro quando confinamos promessas tão gloriosas aos seus cumprimentos
imediatos e literais. Deus nunca quis que limitássemos Sua palavra desta
maneira, restringindo Suas preciosas promessas a compartimentos
dispensacionais, pois Ele mesmo não o faz.
Quando o Espírito de Deus torna estas promessas do
Velho Testamento vivas nos corações de Seus filhos, e dá-lhes fé para se
apropriarem delas em oração e as declararem diante de Sua face, até que Ele
responda do céu com avivamento, quem somos nós para sugerir que isto é uma
aplicação errada das promessas de Deus para Israel? Os resultados são evidência
conclusiva de que Deus não pensa assim. “Porque derramarei água sobre o sedento
e rios sobre a terra seca” (Is 44:3) foi uma das promessas constantemente
reivindicadas no Despertamento de Lewis (1949-1953), e Deus respondeu a suas
súplicas. Tem sido assim em quase todo avivamento.
Promessas no Novo Testamento
A promessa de avivamento, entretanto, não está
confinada ao Velho Testamento. O versículo citado: “Porque derramarei água
sobre o sedento e rios sobre a terra seca” tem seu correspondente
neo-testamentário: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba…quem crê em mim,
como diz a
Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre”
(João 7:37-38). O ensinamento em ambas as passagens é o mesmo, e este é
exatamente o princípio do avivamento: a sede pessoal – saciada pela água do
Espírito – resultando em um transbordar de bênçãos para outros.
Em seguida há o depoimento de Pedro no dia de
Pentecostes: “Nos últimos dias, disse Deus, Eu derramarei do Meu Espírito sobre
toda a came”(Atos 2:17), onde ele correlaciona a profecia de Joel com a era da
Igreja. Há, mais adiante, as palavras de Pedro no seu discurso na entrada do
Templo: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos
pecados, a fim de que da presença do Senhor venham tempos de refrigério, e que
envie ele o Cristo, que já vos foi designado, Jesus” (Atos 3:19-20).
A ordem colocada aqui é importante. Primeiramente,
arrependimento e volta para Deus, em segundo lugar, períodos de refrigério da
Sua presença, e em terceiro lugar, a volta de Cristo. Aqui está a promessa de
avivamento: ‘tempos de refrigério,”antes da volta de Cristo, e tão certa quanto
a promessa da própria volta Dele…
Primeira e Última Chuvas Citadas Pelo Apóstolo Pedro
Há muitas referências nas Escrituras à longa “estação
seca”na Palestina que começa em abril e dura até outubro, deixando o chão
ressecado e os poços quase sem água. Somente aqueles que já experimentaram esta
“estiagem” no Oriente podem entender o grande desejo pela chuva vindoura que
enche o coração de todos os habitantes da região. Quão vívidas são as palavras
de Davi neste sentido: “A minha alma tem sede de ti, meu corpo te almeja, numa
terra árida, exausta, sem água” (Salmo 63:1; vertambém Isaías 32:2; 35:7).
Esperança de Avivamento
A estação chuvosa geralmente começa no fim de outubro
com chuvas leves que amaciam a terra (SI 65:10), e depois continua com chuvas
intermitentes e pesadas que, freqüentemente, duram por dois ou três dias,
durante novembro e dezembro. Estas chuvas pesadas eram chamadas nas Escrituras
de “as primeiras chuvas” ou “chuva temporã (hebraico yoreh ou moreh). O
lavrador depende das primeiras chuvas para tornar o solo rochoso apropriado
para arar a terra e semeá-la.
Um nativo da Palestina escreveu desta maneira: “Quando
as chuvas vêm em quantidade suficiente, deve-se começar a arar. Talvez se tenha
que arar enfrentando chuva de pedra e neve, temporal e tempestade, mas arar é
necessário, pois se não arare semear com as primeiras chuvas, não dará para
ceifar depois das últimas chuvas” (Pv 20:4; Ec 11:4) (Samuel Schor).
Quando estas chuvas pesadas terminam, chuvas menores
ainda continuam intermitentemente. “Em nenhum período durante o inverno, cessa
de chover totalmente” (Dicionário de Smith). Com a aproximação da colheita,
entretanto, a chuva pesada volta para inchar o grão e o fruto a fim de prepará-
los para o tempo da colheita. Isto era conhecido como “as últimas chuvas,” ou
“chuva serôdia” significando a chuva da colheita, a qual era muito parecida com
“a chuva temporã,” pois ambas são descritas pela palavra geshem, significando
chuva abundante.
Temamos agora ao Senhor nosso Deus, que nos dá a seu
tempo a chuva, (geshem) a primeira e a última, que nos conserva as semanas
determinadas da sega” (Jr 5:24; ver também Joel 2:23-24; Oséias 6:3).
Vemos aqui, que as primeiras e últimas chuvas são
diferenciadas dos diversos outros tipos de chuva citados nas Escrituras (ao
todo são usadas dez paJavras hebraicas diferentes) pelo próprio significado dos
seus nomes, e pela descrição geshem ou “chuvas abundantes,” que caem
copiosamente abundante. Também está claro que as primeiras e últimas chuvas não
podiam ser esperadas para qualquer hora, pois tinham sua estações determinadas.
Finalmente, ambas estavam relacionadas com a colheita ansiosamente aguardada,
pois sem estas chuvas não haveria nem semeadura nem colheita.
Claramente, a semelhança entre esta estação chuvosa de
Canaã e a era da igreja é impressionante. Assim como aquela estação era
anunciada pelas chuvas preliminares que logo dariam lugar às chuvas abundantes
da chuva temporã, assim também nos ministérios de João Batista (quando “saiam a
ter com ele Jerusalém, toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão” Mt
3:5), de Cristo (quando “numerosas multidões da Galiléia, Decápolis, Jerusalém,
Judéia e dalém do Jordão O seguiam” Mt 4:25), podemos ver um mover distinto do
Espírito que dizia a todos aqueles que estavam procurando a consolação de
Israel que a estação seca tinha acabado, e que uma nova e gloriosa estação de
chuva estava chegando.
No começo de Seu ministério o Senhor disse: “Maiores
coisas do que estas verás” (João 1:50), e no final dele disse: “E outras obras
maiores do que estas fareis” (João 14:12). A chuva temporã estava próxima, e o
Pentecoste marcou o seu início. “Nos últimos dias, disse Deus, Eu derramarei do
Meu Espírito.” O derramamento continuou através daquele primeiro século,
gradualmente diminuindo em poder e freqüência à medida que o tempo passava e a
fé e a espiritualidade declinavam.
Entretanto, através dos séculos seguintes da idade
medival escura, as chuvas continuaram aqui e ali, de vez em quando. Registros
históricos como a Igreja Peregrina de Broadbent mostram que em tempo algum, nem
mesmo nas épocas mais escuras, as chuvas de bênçãos cessaram inteiramente,
embora derramamentos mais poderosos de avivamento tenham sido poucos e
distantes entre si. Depois da Reforma tem havido derramamentos mais distintos e
freqüentes.
As últimas chuvas vêm em preparação para o dia da
colheita. É a última época da estação chuvosa antes da colheita final. Mas
quando e o que é a colheita? Na parábola do joio o Senhor explicou que “a ceifa
é a consumação do século” quando “o Filho do homem enviar os Seus anjos que
ajuntarão do Seu reino todos os escândalos e os que praticam a iniqüidade” (Mt
13:39,41). Será o dia em que a palavra será dada Àquele “semelhante a filho de
homem” sentado sobre uma nuvem branca: ‘Toma a tua foice e ceifa, pois chegou a
hora de ceifar.” Ele, então, passará a sua foice (ou seja, os anjos; Mt
13:39,41) sobre a terra,” e a terra será ceifada (Ap 14:14-16). Nas Escrituras,
a colheita está claramente associada à vinda de Cristo no final dos tempos.
Já foi demonstrado que esta era da Igreja é o tempo
das chuvas. Podemos considerar o Pentecoste como o início da chuva temporã,
pois foi durante aquelas primeiras e poderosas efusões do Espírito, que o
evangelho foi espalhado pelo mundo civilizado e o solo preparado para a
colheita final. Antes que chegue o final dos tempos com a volta pessoal de
Cristo e o tempo da ceifa, devemos esperar a chuva serôdia da promessa, ou as
chuvas da colheita.
Como pode vir o dia da ceifa antes deste período final
de derramamento do Espírito, tão vital para a maturidade final da colheita
espiritual? Assim como a estação chuvosa de Canaã terminava com o mesmo tipo de
chuva que ocorria no início, o geshem ou chuva pesada, da mesma forma devemos
esperar, antes da vinda de Cristo, uma período de poderosos derramamentos que
ofuscará tudo o que a Igreja já experimentou desde a Reforma, e cujas
características e poder somente poderão ser comparados com os da chuva temporã
do início da Igreja.
Tiago não deixa dúvidas quando diz: “Sede, pois,
irmãos, pacientes, até a vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com
paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas
chuvas. Sede vós também pacientes, e fortalecei os vossos corações, pois a
vinda do Senhor está próxima” (Tg 5:7-8).
Estamos ansiosos pelo dia da ceifa? Aguardamos
impacientes pela vinda do Senhor? É como se o apóstolo quisesse acalmar os
nossos espíritos irrequietos, e exortasse-nos a ser pacientes, lembrando-nos
que o Lavrador celestial esteve esperando por longas estações, esperando pelo
cumprimento dos Seus propósitos, aguardando pelo precioso fruto da terra no
tempo da colheita. Devemos ser imitadores do “Deus da paciência,” que esta
esperando há muito mais tempo do que nós.
O Lavrador sabe, e aqueles que trabalham como servo
Dele também o deveriam saber, que antes que o dia da colheita final possa raiar
na vinda do Senhor, o fruto da terra tem que receber as primeiras e últimas
chuvas. Se nós, hoje, podemos olhar para trás e ver as primeiras chuvas, ainda
temos que olhar para frente em direção às últimas chuvas, a época final dos
tempos, antes do dia da colheita.
Deixando de lado, por um momento, o testemunho das
Escrituras neste ponto, uma pessoa só precisa olhar sem preconceitos para a
seara do reino de Deus e a condição espiritual daquilo que está crescento
dentro dos campos para se convencer da absoluta necessidade das últimas chuvas
do Espírito antes que o fruto da terra possa estar maduro para a colheita.
Se conseguimos mostrar que na Palavra de Deus há uma
promessa de reavivamento para nós hoje, se há alguma evidência de que estamos,
nos propósitos de Deus, caminhando em direção às últimas chuvas, então demos
ouvidos à Palavra de Deus para Israel, e façamos o que Israel ainda fará um
dia: “Pedi ao Senhor chuva no tempo das chuvas serôdias, ao Senhor, que faz as
nuvens de chuva, dá aos homens aguaceiro (geshem) (Zc 10:1)
Derrama Teu Espírito mais uma vez, querido Senhor;
Nosso clamor sobe a Ti pela “chuva serôdia”: Une o Teu
povo em “um só coração,” E dias Pentecostais virão novamente!
E. M. Grimes
Reimpresso de O Dia Do Teu Poder, de Arthur Wallis,
com permissão da Cityhill Publishing.(jornal o arauto da sua vinda)
Cisternas
Rotas
Arnold
Cook
Editado de uma mensagem dada na Conferência “Clamor de
Coração por Avivamento” em Lancaster Pensilvânia (EUA), em maio de 1998. Arnold
Cook foi missionário na America do Sul, e atualmente e presidente da Aliança
Cristã e Missionária no Canadá.
Como um líder na igreja, estou preocupado com o
assunto do avivamento. Converti-me com a idade de onze anos, numa igreja que
estava quase morrendo bem no interior. Anos depois, Deus providencialmente me
levou a uma igreja bem avivada que deixou marcas profundas do sobrenatural que
permaneceram durante toda minha vida.
Tive contato com o sobrenatural no evangelismo
espontâneo que acontecia ali. Uma cruzada evangelística de duas semanas foi
estendida por mais quatro, porque as pessoas não paravam de se converter. Vi
também nesta igreja o poder da oração coletiva. Aprendi sobre uma vida mais
dedicada e profunda com Deus. Vi vidas sendo transformadas de forma milagrosa.
E tive meus primeiros contatos com missionários.
Anos depois tive experiências com avivamentos no
Canada em 1971 e 1972. e três anos depois no Peru. onde centenas de pessoas
estavam se convertendo todos os meses. Nunca havia visto tanta fome pela
Palavra de Deus. Havia tanto impacto pelas conversões e mudança de vida, que o
aeroporto procurava grupos de crentes de igrejas evangélicas para tomar conta
de todas as operações de segurança e imigração porque sabia que podia confiar
neles por serem honestos. Despertamentos que impactam a sociedade são realmente
genuínos!
Agora já no crepúsculo da minha vida, com a herança
espiritual que Deus me deu de avivamentos e experiências sobrenaturais. eu
pergunto: o que minha geraçao vai passar para a próxima geração? Como podemos
passar o sobrenatural para uma outra geração?
Necessidade Desesperada de uma Visitação de Deus!
O que vejo nas igrejas hoje me preocupa. Ha cada vez
mais conflitos e brigas internas e cada vez menos ênfase sobre avivamento. Os
seminários e cursos sobre sucesso, crescimento e conflitos interiores são cada
vez mais populares. mas ninguém se interessa pela oração. O entusiasmo por
mudanças estruturais è grande, enquanto a fome por renovação espiritual é rara.
As igrejas crescem por transferência de membros ou por pessoas que gostam das
programações, mas há pouco crescimento por genuínas conversões. Um bom sinal e
que algumas vozes proféticas estão levantando para falar sobre estas coisas.
Precisamos desesperadamente de uma visitação de Deus
entre nos! Há uma tendência de todas as organizações, inclusive da igreja, de
ter muita força e visão no começo. Tornam-se movimentos fortes e sadios. Mas
depois começam a decair, e se esta tendência não for revertida. chegará ao
estágio onde Deus retira sua mão e começa a andar com outros grupos e igrejas.
Deus escreve em cima destes movimentos estagnados: “Icabode — a Glória se
apartou dele”. Isto tem acontecido e está acontecendo em muitos lugares ainda
hoje.
Pela minha observação, tenho concluído que este
processo é inevitável, a menos que seja revertido por uma visão forte e
corajosa, capaz de tomar decisões duras no caminho descendente, e/ou por uma
renovação ou avivamento enviado por Deus.
Vejamos a passagem de Jeremias 2.11-13. O ministério
de Jeremias estendeu-se durante os reinados de cinco reis. Ele ministrou durante
o tempo do rei Josias, e por isso presenciou avivamento e renovação naquela
época. Mas apesar deste avivamento ter sido muito importante e poderoso, so
durou até a morte de Josias.
Veja o que Jeremias disse:
“Houve alguma nação que trocasse os seus deuses. posto
que não eram deuses? Todavia o meu povo trocou a sua Gloria por aquilo que e de
nenhum proveito. Espantai-vos disto, o ceus, e horrorizai-vos! ficai
estupefatos, diz o Senhor. Porque dois males cometeu o meu povo: a mim me
deixaram, o manancial de aguas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que
não retêm as aguas.”
Cisternas são necessárias: são legitimas: existe um
uso apropriado delas. Mas o problema com cisternas ou recipientes de água é que
apesar da sua utilidade para captar e guardar a água da chuva para épocas
quando não há chuva, podem também tornar-se em lugares de poluição e
estagnação, e podem ficar trincados e vazar. Neste caso. ficam inúteis.
O povo de Israel estava num lugar onde ignoravam seu
Deus completamente. Jeremias 2.5 diz que haviam se afastado dele, e no
versículo 7 diz que fizeram da herança de Deus uma “abominação”. Os sacerdotes
estavam calados. Os governantes tinham transgredido, e os profetas estavam
profetizando por meio de outros deuses. Era uma hora negra na historia do povo
de Israel. Abandonaram a Deus, e colocaram no lugar “cisternas rotas”, feitas
por si mesmos.
Substitutos para a Realidade na Igreja Hoje
Quero mostrar algumas coisas que os evangélicos usam
hoje como substitutos para “funcionar”. Obviamente, embora pensemos que estamos
funcionando com estes substitutos, estamos fazendo o que Paulo disse para não
fazer: comparar-nos conosco mesmos (2 Co 10.12). Temos os padrões errados para
medir o sucesso. Sentimos que temos vida porque estamos crescendo. Mas um exame
mais minucioso revelará provavelmente que estamos crescendo de formas não muito
saudáveis.
Estou usando a palavra “substituto”. Eu poderia usar a
palavra “ídolo”. Poderia usar a palavra usada em 2 Crônicas 7.14: “maus
caminhos”. Seria mais correto.
1) Quero começar com tecnologia sem limites. A
tecnologia exerceu uma influência poderosa sobre esta geração em particular.
Foi documentado que esta geração viu mudanças mais rápidas do que qualquer
outra geração anterior na face da terra. Esta mudança rápida em tecnologia nos
afetou como indivíduos e também afetou a igreja que convive com esta sociedade
de ritmo acelerado.
Tecnologia sem limites substitui a intervenção
sobrenatural de Deus. Sempre tem algo mais que os pastores podem tentar para
motivar, ou trazer crescimento e ânimo: mais um programa, mais uma técnica,
mais um truque. Recorremos a estas coisas, e deixamos de buscar uma intervenção
sobrenatural de Deus. Assim demora mais para esgotarmos nossos próprios
recursos e depender Dele.
2) O segundo é evangelismo sem convicção de pecados em
contraste com arrependimento radical. No anseio de ter crescimento e sucesso,
temos nos excedido em tornar o nosso produto atraente e em procurar satisfazer
o “cliente”.
As pessoas vêm para Cristo sem realmente confrontar
sua culpa e seu pecado. A maneira como se tem o primeiro encontro com Cristo
tem grande influência em como se crescerá Nele. É muito difícil edificar uma
vida cristã num fundamento sem arrependimento.
3) Terceiro, aconselhamento cristão está substituindo
o retorno à cruz. Se o aconselhamento cristão não direciona as pessoas à cruz,
à morte para si mesmo, e à plenitude do Espírito Santo, estamos ensinando um
atalho mais fácil. Mas será uma solução temporária e logo as mesmas pessoas estarão
de volta na sala de aconselhamento precisando de mais ajuda, de mais uma
muleta. Temos de voltar à cruz para mostrar que Cristo não só morreu por nós.
mas que nós morremos com Ele, e que podemos ser libertos da vida carnal e do
pecado, e viver uma vida vitoriosa. Infelizmente, o aconselhamento nem sempre
leva as pessoas a voltar para a cruz.
4) O quarto substituto é homilética focada no homem em
contraste à prega¬ção que aponta para Deus. Consiste em pregar sobre os desejos
e necessidades do homem, ao invés de pregar sobre os desejos e plano de Deus. A
maioria das pessoas na congregação está interessa¬da em resolver os próprios
problemas. O pregador sabe disso, e por isso dá um pouco de Palavra e um pouco
de psico¬logia. Ministra para as necessidades conscientes, e as pessoas voltam
para casa com uma solução temporária que dura poucos dias. Estas pessoas
preci¬sam é de serem apresentadas a Deus! Precisam conhecer a Ele! Grande parte
da congregaçao não sabe quem é o ver¬dadeiro Deus.
5) Um outro substituto é mediação profissional no
lugar de reconciliação bíblica. Não é raro atualmente que uma igreja ou
denominação inteira se envolva com processos legais e litígios. Ignora-se quase
que universalmente a instrução de 1 Coríntios 6, onde os cristãos são instruídos
a não irem ao tribunal diante de incrédulos. Gastam-se quantias enormes de
dinheiro nestes processos.
Será que nos esquecemos que os cristãos receberam a
mensagem de reconciliação e o ministério da reconciliação? Mas geralmente
deixamos isto de lado nas igrejas e recorremos a mediação profissional no lugar
daquilo que Deus proveu.
6) Outro substituto é oração focalizada no grupinho
proprio ao invés de intercessão publica para a igreja universal e o mundo.
Graças a Deus pelos grupinhos de oração: nasceram junto com a primeira igreja.
Mas geralmente o grupinho de oração focaliza quase que exclusivamente em
preocupações pessoais, familiares e do proprio grupo. Não é o tipo de oração
ampla que traz progresso em missões ou conduz a igreja em vitó¬ria nesta era
pós moderna.
7) Depois temos a ortodoxia evangélica no lugar de
encontros verdadeiros com o Espírito Santo. É muito fácil ser evangelicamente
ortodoxo e concordar com uma declaração de fé, mas é algo bem diferente levar
nosso povo a uma experiência com o Espírito Santo. Ele é a Pessoa que foi
enviada para formar Cristo em nos. e para fazer de nos um povo santo e
consagrado. Esta é a Sua tarefa. Não temos caminhado muito com Ele neste
proposito.
8- Um outro substituto é contribuir visando beneficio
próprio, ao invés de contribuir para o Reino. A. B. Simpson certa vez pregou um
sermão sobre sete tipos de contribuição. Destes, seis eram classificados como
voltados para si mesmo. Por exemplo, contribuir para o salário do pastor traz
benefícios pois ele serve a você e á sua família. Ajudar comprar instrumentos
musicais para a igreja também tem um retorno pessoal. Não são formas erradas de
contribuir mas não representam a forma mais difícil que e realmente dar onde
não há possibilidade de ganhar algo de volta. E dar heroicamente, fora do seu
círculo de benefícios. Isto ocorre quando voce da a missões, a trabalhos de
recuperação, ao evangelismo. Isto é bem mais raro.
9) Mais um substituto e a nova cruz vérsus a velha
cruz. Foi A. W. Tozer que mostrou esta diferença entre a nova e a velha.
Segundo ele, “a nova cruz não mata o pecador; apenas oferece-lhe uma nova
direção. Estimula-o a viver de maneira mais limpa e mais feliz, e resgata seu
auto-respeito. Aqueles que gostam de se afirmar, diz: ‘Venha e se afirme em Cristo’.
Ao egoísta, diz: ‘Venha e gabe-se no Senhor’. Aquele que anda procurando
sensações e emoções, diz: Venha e delicie-se nas sensações tremendas que há na
comunhão e no louvor cristão’.
“Mas a velha cruz é um símbolo de morte. Representa o
final abrupto e violento do ser humano. O homem que tomasse a sua cruz e
começasse a caminhar nos tempos romanos já havia dado adeus aos seus amigos.
Ele não voltaria. Não estava apenas redirecionando a sua vida; iria terminá-la.
A cruz não negocia. não modifica parte da vida. não poupa nada: mata o homem
por completo e para sempre…”
Estamos conduzindo as pessoas hoje a uma cruz que foi
desinfetada, polida e que não trata com o velho homem, como o faz a velha, rude
cruz. Todos sabemos que a cruz e um enorme tropeço. É difícil “satisfazer o
cliente” e oferecer uma religião baseada na cruz. Temos tentado fazer
justamente isso. mas e um fracasso total.
10) Estamos adorando o louvor no lugar de adorar a
Deus. Estudamos o louvor. conversamos sobre o louvor, dissecamos o louvor, para
ver que tipo de louvor faz sentido para nos. Até discutimos sobre o louvor.
Esquecemo-nos que o louvor e para Deus. e não para nos.
Os Substitutos Não Funcionam
Por quanto tempo a igreja evangélica vai tentar viver
com os substitutos? A verdade é que os substitutos não funcionam. No principio.
Deus falou claramente sobre substitutos Ele rejeitou a oferta de Caim como
inaceitável, e aceitou a oferta de Abel. No segundo mandamento. Deus reforçou
que “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma …” (Êxodo
20.4). Em Atos 8.18- 24. lemos que Simão, o ex-mágico, foi severamente
repreendido porque julgava “adquirir por meio de dinheiro o dom de Deus” (o
Espirito Santo). Em Apocalipse 2 e 3. Deus nos lembra das igrejas no primeiro
século que já estavam tentando funcionar com substitutos, depois de apenas 35 a
40 anos. e cinco das sete foram exortadas a se “arrependerem”!
Precisamos compreender que quando usamos substitutos,
estamos roubando Deus da sua gloria. Ele já disse: “Eu sou o Senhor teu Deus.
Deus ciumento…”(Êxodo 20.5). “A minha glória não a darei a outrem” (Isaias
42.8). Estamos roubando Deus da sua glória quando tentamos funcionar com
substitutos. Estamos levando nosso povo por caminhos errados. Estamos dando a
impressão que está tudo bem. Tudo não está bem. Estamos tentando viver com
cisternas rotas.
Precisamos reconhecer que pagamos um preço muito
elevado por substitutos — preço elevado em relação a nossos filhos, pois
podemos perde-los por nunca terem visto o sobrenatural na vida de seus pais.
Isto não transmitira o cristianismo para a geração deles. O cristianismo sempre
está a apenas uma geração de extinção. Veja a terra da Turquia, por exemplo,
aquela terra das igrejas do Novo Testamento (as sete igrejas do Apocalipse, e
muitas outras, como da Galácia). Hoje há somente quinhentos a seiscentos
cristãos entre os mais de 60 milhões da população total. O cristianismo pode
extinguir-se. Não podemos sobreviver com substitutos.
Estou fazendo agora a oração de Salmo 71.17.18: “Tu me
tens ensinado, ó Deus desde a minha mocidade. e até agora tenho anunciado as
tuas maravilhas. Não me desampares, pois, ó Deus, até a minha velhice e às cãs,
até que eu tenha declarado a presente geração a tua força, e às vindouras, o
teu poder.”
Eu achava antes que éramos responsáveis somente por
uma geração, aquela em que vivemos. Não penso mais assim. Somos responsáveis
por esta geração e pela próxima, a geração de nossos filhos. Temos de passar a
fe para eles, e agora estou acrescentando mais uma, a geração dos nossos netos.
Deus é um Deus de Abraão, Isaque, e Jacó. Ele é um
Deus que guarda Sua aliança para mil gerações, e Seu plano desde o principio
era que uma geração o passasse para a próxima, e assim sucessivamente. Não
podemos perder uma única geração.
Qual é o Segredo?
O segredo é encontrado em palavras como “obras
maravilhosas”, poder” e “obras tremendas” — expressões que refletem todo esse
assunto do sobrenatural. Nossos filhos e netos precisam ver o sobrenatural nas
nossas vidas, se é que vão abraçar a fé na sua geração. Agostinho disse que
cada geração precisa se apoiar nos ombros da geração anterior, e alcançar
posições cada vez mais altas e mais profundas. Esta é minha oração por todos
nós.
Ó Deus, estamos pagando um preço altíssimo por
substitutos! Levanta pastores e lideres que ensinem o povo e que guiem a Igreja
a renovação e avivamento. Oramos em nome de Jesus!
fonte o arauto da sua vinda
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PAZ DO SENHOR
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