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terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Historia dos Lutranos e Anabatistas

                                                         


                                               Luteranismo






O luteranismo é um dos principais ramos do cristianismo ocidental, que tem por base a teologia de Martinho Lutero, um frade católico, reformador e teólogo alemão. Surge a partir dos esforços de Lutero em reformar a doutrina e prática da Igreja Católica Apostólica Romana, até então a única Igreja existente no ocidente, o que originou a Reforma Protestante. Esta teve como principal base a publicação das 95 Teses, que foram divulgadas nos territórios de língua alemã do Sacro Império Romano para propagandear os maiores princípios da Reforma, contrariando as autoridades governamentais e eclesiásticas da época.
A divisão entre os católicos romanos e os luteranos aconteceu em 1521, com a Dieta de Worms, onde Lutero e todos seus seguidores foram oficialmente excomungados pela Igreja Católica.[2] A divisão tinha por base a doutrina da justificação, sendo que Lutero advocava-a através do princípio de que "a salvação vem somente pela graça, somente pela fé e somente por Cristo", contrariando o ponto de vista romano, que se baseava em uma "salvação pelo amor e pelas boas obras".
Ao contrário de outras igrejas cristãs que surgiram por meio da Reforma, como o calvinismo, o luteranismo mantém muitas práticas litúrgicas e ensinamentos sacramentais do período pré-Reforma, com uma ênfase particular na eucaristia, ou "Santa Ceia". Os principais pontos em que o luteranismo difere das outras igrejas cristãs são o propósito da Lei de Deus, a vocação eficaz, a perseverança dos santos e a predestinação.
Hoje, o Luteranismo é uma das maiores denominações do Protestantismo. Com aproximadamente 80 milhões de seguidores, constitui o terceiro maior grupo protestante, depois dos pentecostais históricos (que reúne igrejas como as Assembléias de Deus) e dos Anglicanos.

Etimologia

O nome "luterano" surgiu como um termo pejorativo empregado por João Maier contra Martinho Lutero durante o Debate de Leipzig de julho de 1519.[3] Eck e outros católicos romanos seguiram a prática tradicional de nomear uma heresia utilizando o nome de seu líder, assim rotulando a todos que se identificavam com a teologia de Lutero como "luteranos".
Martinho Lutero, em todas suas convenções, sempre preferiu não utilizar o termo "Luterano", preferendo em qualquer ocasião referir o movimento da reforma como "Evangélico", o qual deriva da palavra em grego euangelion, que em português significa "boas novas", "evangelho", i.e. "Gospel".[3] Os próprios luteranos começaram a utilizar o termo na metade do século XVI para assim distinguir-se dos outros grupos que foram formados na Reforma, como os calvinistas e os anglicanos. Em 1597, os próprios teólogos de Wittenberg definiram-se a si próprios como "luteranos", tornando assim o termo tradicional e usado em todo o mundo até os dias de hoje.

LuteranismoMartinho Lutero, um católico romano fervoroso, decidiu entrar para o claustro num mosteiro Agostiniano, sendo ordenado padre em 1507. Segundo alguns historiadores, isto ocorreu devido a um acontecimento sobrenatural, no qual ele sobreviveu a uma tempestade na estrada, após ter dito: "Ajuda-me Santa Ana! E tornar-me-ei monge!".
No mosteiro, Lutero vivia em angústias e desespero por dúvidas que tinha sobre seus méritos espirituais. Quanto mais refletia, tanto mais cresciam suas dúvidas e incertezas. Não possuía, por isso, paz de alma e via Deus como um severo juiz pronto a castigar os pecadores.
Lutero tornou-se Doutor em Teologia e passou a lecionar na Universidade de Wittenberg. Sendo um dos privilegiados a ter acesso a uma Bíblia, Lutero desenvolveu nova visão teológica lendo as palavras de Romanos 1.17: "mas o justo viverá pela fé".[5] Ele dizia que o perdão e a vida eterna não são conquistados por nós mediante as obras, mas nos são dados gratuitamente mediante a fé em Jesus Cristo, o que Lutero afirmou com base na Epístola aos Efésios, capítulo 2, versículos 8 e 9: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie."[6]
Em 1517, na Alemanha, o professor e monge Martinho Lutero fixou à porta da Catedral de Wittenberg 95 teses criticando a atuação do papa e do alto clero. Elas se propagaram rapidamente, mesmo com a intervenção da Igreja. Lutero foi apoiado por parte da população e pela nobreza que, desejosa de conquistar novas terras sob domínio de Roma (na região da atual Alemanha), o protegeram da perseguição do papa, poupando-o da fogueira, mas não da excomunhão.

Alguns exemplos dessas teses:

"Tese 27: Pregam a doutrina humana os que dizem que, tão logo seja ouvido o tilintar da moeda lançada na caixa, a alma sairá voando."
"Tese 32: Serão condenados em eternidade, juntamente com seus mestres, aqueles que se julgam seguros de sua salvação através de cartas de indulgência."
"Tese 86: Por que o papa, cuja fortuna é hoje maior que a dos mais ricos crassos, não constrói com seu próprio dinheiro ao menos a Basílica de São Pedro, em vez de fazê-lo com o dinheiro dos pobres fiéis?"
Lutero, então, passou a participar de vários debates teológicos com autoridades civis e eclesiásticas que tentavam fazê-lo abrir mão de suas ideias e retratar-se de críticas à Igreja e ao papa. Em 1520, Lutero foi excomungado pelo papa e, no mesmo ano, queimou a bula de excomunhão em praça pública, rompendo assim com a Igreja Católica da época. Em 1530, surgiu a Confissão de Augsburgo que foi escrita por Lutero e Filipe Melanchthon, um fiel companheiro seu. Este documento trazia um resumo dos ensinos luteranos.
Uma das principais preocupações de Lutero era que todas as pessoas pudessem ler o livro no qual os ensinamentos da Igreja Católica estariam escritos e assim poderem tirar suas próprias conclusões. Por isto Lutero traduziu a Bíblia para o alemão para que todos pudessem lê-la em sua própria língua. Alguns anos mais tarde, a bíblia foi traduzida para o inglês, francês e espanhol as pessoas passaram a ler a Bíblia e terem suas próprias conclusões. Aos poucos a Igreja Católica foi perdendo poder e influência. Depois de Lutero, a Igreja Católica nunca mais conseguiu exercer o forte domínio sobre a Europa como tinha antes da Reforma Protestante.

As Confissões Luteranas

As Confissões Luteranas podem também ser consideradas como estandarte, em torno do qual os luteranos cerram fileiras em defesa de suas visões doutrinárias da Escritura sagrada contra o erro, ou podem ser consideradas como uma bandeira, à qual os mestres da igreja prestam juramento de fidelidade. Cada membro da Igreja Luterana deve subscrever não apenas a Bíblia, mas também as confissões como exposição correta das doutrina bíblicas. Para o leigo isto significa, ao menos, o Catecismo de Lutero; para o pastor e professor significam todas as confissões adotadas pela Igreja Luterana.

Em suas constituições, os grupos luteranos – congregações, bem como sínodos – geralmente definem sua posição doutrinária mais ou menos nestas palavras: "Confessamos que os livros canônicos do Antigo e do Novo Testamento são a palavra de Deus inspirada e, portanto, a única regra de fé e vida, e que as confissões da Igreja Luterana são uma exposição correta das doutrinas desta palavra". Por que esta firme insistência, como resumido nas confissões luteranas? Porque para luteranos não pode haver nada mais importante do que as doutrinas expostas conforme sua interpretação da Bíblia.

Em vista do precedente, segundo sua interpretação, o termo "igreja" jamais deveria ser empregado para definir um grupo religioso que não pertence ao Senhor como seu corpo (Ef. 1.22,23). Uma seita que, de acordo com sua visão, nega a divindade de Jesus, como a dos unitaristas não deveria ser chamada igreja.

Escreve Lutero nos Artigos de Esmalcalde: "Graças a Deus, (hoje) uma criança de sete anos de idade sabe o que é a igreja, a saber, os santos crentes e cordeiros que escutam a voz do seu Pastor" (parte III, art. XII, cf. Livro de Concórdia, p. 338). Em seu Catecismo Maior, ele apresenta essa definição clássica: "Eu creio que há sobre a terra um pequeno grupo santo e congregação de santos puros sob uma cabeça, Cristo, chamados pelo Espírito Santo para uma fé, uma mente e uma compreensão, com dons multiformes, entretanto concordando em amor, sem seitas nem cismas. Também faço parte do mesmo, sendo participante e co-proprietário de todos os bens que possui, trazido a ele e incorporado nele pelo Espírito Santo pelo ouvir e pelo continuar a ouvir a palavra de Deus, que é o processo de iniciação nele. Pois, anteriormente, antes de termos alcançado isto, pertencíamos ao diabo, nada sabendo de Deus e de Cristo. Assim, até o último dia, o Espírito Santo permanece com a santa congregação, ou cristandade, por intermédio da qual ele nos traz a Cristo, e é ela que o Espírito Santo utiliza para nos ensinar a pregar a palavra; pela igreja ele age e promove a santificação, fazendo-a crescer diariamente e fortalecendo-a na fé e nos frutos que ele faz produzir". (O Credo. Art. III, cf. Livro de Concórdia, p. 454).

A Confissão de Ausburgo

A Confissão de Ausburgo é o documento que Filipe Melanchton escreveu e que foi apresentado, como sendo o testemunho luterano, ao imperador Carlos V e à Dieta do Santo Império Romano, a 25 de junho de 1530. Compõe-se de vinte e oito artigos. Destes, os primeiros vinte e um apresentam a doutrina luterana e sintetizam os ensinamentos de Lutero. Eles tentam provar que os luteranos não estavam ensinando novas doutrinas, contrárias às Escrituras Sagradas, e que não constituíram uma nova seita religiosa. Os artigos XXI a XXVIII pretendem tratar dos abusos medievais que os luteranos tinham corrigido
Sua leitura angariou prosélitos importantes. O bispo Stadion de Ausburgo teria afirmado: "O que foi lido é a pura verdade, e nós não podemos negá-lo". Quando João Eck, um dos mais ativos adversários de Lutero, supostamente disse ao duque Guilherme da Baviera que ele era capaz de refutar a Confissão de Ausburgo com os pais eclesiásticos, mas não com as Sagradas Escrituras, Guilherme teria respondido: "Assim, pois, ouço que os luteranos estão com a Escritura e nós, que seguimos o pontífice, fora dela".

Os credos ecumênicos

Em resposta à acusação de que a Igreja Luterana se desviou da antiga fé da Igreja Cristã e era, por isso, uma nova seita, os pais luteranos oficialmente declararam sua concordância total com os credos ecumênicos. No prefácio da Fórmula de Concórdia declararam: "E porque imediatamente depois do tempo dos apóstolos e mesmo enquanto eles ainda viviam, falsos mestres e hereges se levantaram, símbolos, isto é, confissões breves e concisas, foram compostos contra eles na igreja primitiva, que foram considerados como a unânime, universal fé cristã e a confissão da Igreja Ortodoxa e verdadeira, a saber, o Credo Apostólico, o Credo Niceno, e o Credo Atanasiano; juramos fidelidade a eles, e deste modo rejeitamos todas as heresias e doutrinas, que, contrárias a eles, têm sido introduzidas na igreja de Deus".
A primeira confissão da fé cristã foi o Credo Apostólico. Divergências posteriores levaram à formulação do Credo Niceno (325) e do Credo Atanasiano (451). Essas três confissões são conhecidas como credos ecumênicos ou universais.
Contudo, com o passar dos tempos, segundo a visão luterana, a Igreja foi se desviando da verdade bíblica. Vozes que clamavam contra o erro foram silenciadas. Martinho Lutero, monge agostiniano, doutor em Teologia e professor da Bíblia na Universidade de Wittemberg, Alemanha, postulou que a igreja estava desviada da verdade bíblica. A Igreja Luterana vê em Lutero um instrumento de Deus para reconduzir a igreja às verdades bíblicas e considera ainda que Deus preparou outros homens fiéis que participaram da causa da Reforma.
Os seguintes documentos formam as Confissões Luteranas:
Catecismo Menor (1529), um resumo de interpretações bíblicas, escritas para o povo .
O Catecismo Maior (1529), as mesmas interpretações detalhadamente explicadas para adultos.

A Confissão de Augsburgo (1530), a principal confissão luterana.

A Apologia (1531), uma defesa da Confissão de Augsburgo.
Os Artigos de Esmalcalde (1537) reafirmam os ensinos da Confissão de Augsburgo e expõem, com mais profundidade, a doutrina da Ceia do Senhor, segundo a visão luterana.
A Fórmula de Concórdia (1577), que define o pecado original, a impossibilidade de o homem salvar-se por suas próprias forças e a pessoa e obra de Cristo.
As confissões foram reunidas no Livro de Concórdia, em 1580, que é aceite hoje por muitas igrejas luteranas no mundo. Essas igrejas afirmam: " Aceitamos todos os livros canônicos das Escrituras Sagradas do Antigo e Novo Testamentos, como palavra infalível de Deus e, como exposição correta da Escritura Sagrada, aceitamos os livros simbólicos reunidos no Livro de Concórdia." A Escritura ou Bíblia Sagrada é a única norma na igreja para doutrina e praxe.
Luteranismo mundial
Atualmente, a Igreja Luterana está presente em todos os continentes habitados, congregando milhões de pessoas. De acordo com a Federação Luterana Mundial (LWF), o número total de luteranos, incluindo os não membros da LWF, é de aproximadamente 75 milhões.
Segundo alguns dados levantados no período de 2011-2013, o número de luteranos ultrapassa a marca dos 80 000 000.
Hoje, mundo afora, existem cerca de 250 ramos luteranos, entre estes, mais de 160 igrejas estão filiadas a (LWF) Federação Luterana Mundial e mais 50 fazem parte do (ILC) Concílio Luterano Internacional. As demais igrejas luteranas estão na sua maioria filiadas à Conferência Luterana Confessional e várias outras se intitulam Comunidades Luteranas Independentes.
As maiores igrejas de cunho luterano atualmente são as igrejas da Suécia (6,4 milhões); Tanzânia (6,2 milhões); e Etiópia (6,1 milhões).
Recentemente, os luteranos veem um singelo crescimento no número de seguidores ao redor do mundo. A Igreja Luterana na América do Norte, América Latina, Caribe e Europa vem experimentando uma redução no número de membros, no entanto vem apresentando um grande crescimento no continente asiático e africano.
O luteranismo é o maior grupo religioso na Dinamarca, nas Ilhas Faroé, na Gronelândia, na Islândia, na Noruega, na Suécia, na Finlândia, na Estônia, na Letônia, na Namíbia, e em alguns estados no norte do EUA.
O luteranismo ainda é o maior grupo cristão protestante da Alemanha (20% da população), da Lituânia, da Polônia, da Áustria, da Eslováquia, da Eslovênia, da Croácia, da Sérvia, do Cazaquistão, do Tajiquistão, de Papua Nova Guiné, do norte de Sumatra na Indonésia, e da Tanzânia.
Embora a Namíbia seja o único país fora da Europa a ter uma maioria luterana, há número considerável de ​​luteranos em outros países africanos como Nigéria, República Centro Africana, Chade, Quênia, Malawi, Congo, Camarões, Etiópia, Zimbabwe e Madagáscar, nações onde a população luterana ultrapassa dos 100 000.
Além destes, os seguintes países também têm considerável população ​​luterana: Holanda, Canadá, Reino Unido, França, República Checa, Hungria, Eslováquia, Brasil, Malásia, Índia, Indonésia, África do Sul e os Estados Unidos
O luteranismo é a religião oficial do Estado na Noruega, Islândia, Dinamarca, Groenlândia e nas Ilhas Faroé. A Finlândia tem a sua igreja luterana estabelecida como igreja nacional. Da mesma forma, a Suécia também tem sua igreja nacional, que era a religião oficial do Estado até o ano de 2000. A igreja da Suécia ainda não é inteiramente livre, seu status como "Igreja Evangélica Luterana" ainda é regida pela lei civil. Mas, desde 2000, nomeia seus próprios bispos, etc.
A distribuição dos luteranos hoje se encontra da seguinte forma: Europa: 37 milhões; África: 22 milhões; Ásia: 11 milhões; América: 10 milhões.
Os países com o maior número de luteranos hoje são: 1º) Alemanha: 13,0 milhões; 2º) Estados Unidos: 7,9 milhões; 3º) Suécia: 6,4 milhões; 4º) Tanzânia: 6,1 milhões; 5º) Etiópia: 6,1 milhões; 6º) Indonésia: 6,0 milhões; 7º) Finlândia: 4,4 milhões; 8º) Dinamarca: 4,2 milhões; 9º) Madagascar: 4,0 milhões; 10º) Noruega: 3,9 milhões;


No Brasil
Templo da Igreja Evangélica Luterana do Brasil em Schroeder, Santa Catarina.

Com o princípio de difundir a teologia do luteranismo pelo mundo, uma esquadra saiu da Alemanha ao rumo do Brasil poucos anos; o primeiro indício da propagação da crença luterana no Brasil aconteceu em 1532, com a chegada de Heliodoro Heoboano, que era filho de Helius Eobano Hesse, amigo de Lutero, no porto de São Vicente, São Paulo.[9] No entanto, Heliodoro estava à bordo da esquadra do Governador da Índia Martim Afonso de Sousa, sendo que rapidamente teve que retornar para o seu país de origem, e o luteranismo no Brasil ficou esquecido por cerca de três séculos.[10] O mártir Hans Staden, que ficou conhecido por ter sido aprisionado pelos índios, cantou vários hinos de Lutero, bem como deu ordens para erigir a primeira capela evangélica no Brasil neste meio-tempo, na cidade de Ubatuba, São Paulo.[11]
A primeira congregação luterana fundada oficialmente no Brasil foi estabilizada apenas no dia 3 de maio de 1824, na cidade de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, tendo o Reverendo Friedrich Osvald Sauerbronn sido o primeiro pastor luterano em terras brasileiras.[10] [12] Isto só foi possível pela organização dos fluxos europeus feita por Dom Pedro I, que impulsionou a imigração alemã no Brasil e a expansão por todo o país. No mesmo ano, em 25 de julho, uma segunda leva de imigrantes desembarcou em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, juntamente com o Reverendo Georg Ehlers. Em virtude destas viagens, o governo brasileiro da época contribuiu com a contratação e assistência de pastores.

Igreja da IECLB em Carambeí

Com esta difusão, foram formadas duas principais denominações de Igreja no país. A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), é a que corresponde ao maior número de membros, e se formou a partir da vinda de membros da Alemanha que não se conformaram com a decisão da Prússia unificar os luteranos com os reformados sob o comando do Estado e imigraram para o Brasil.[16] No mesmo período, foi formada também a Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB), proveniente de missões de norte-americanos a partir do início do século XX.[17] Além disso, outras denominações independentes foram criadas ao longo dos anos, com o número de membros abaixo de cem mil.[14] No que corresponde a teologia, a IECLB e a IELB apresentam a mesma fé, baseada na reforma apresentada por Lutero, porém diferenças históricas fazem com que haja alguma divergência entre os membros de ambas as congregações. Sobre o assunto, o Dr. Joachim Fischer comentou: "O âmbito da IECLB passou-se da indefinição ou diversidade confessional para a confessionalidade luterana. A IELB, por sua vez, deixou de lado a polêmica contra o unionismo da IECLB. Ambas as igrejas passaram da polêmica e da rivalidade para a colaboração e fraternidade".

Distribuição de luteranos no Brasil

[Expandir]Região/Estado              Número
O desenvolvimento do luteranismo no Brasil se intensificou na Região Sul, além do estabelecimento de pequenas capelas nos quatro estados da Região Sudeste.[10] Na Região Norte, o luteranismo é mais forte no estado de Rondônia, onde foi apresentado em 23 de julho de 1970 pelo Pastor Joachim Maruhn.[19] Atualmente, estima-se que exista entre 1 e 1,5 milhões de luteranos no Brasil, conforme aponta distribuição na tabela ao lado.[14] [20] [21]

Protestantes por país
Justificação (teologia)
Museu Internacional da Reforma Protestante de Genebra
Igreja da Suécia
Colonização alemã em São Paulo
Colonização alemã no Rio Grande do Sul   


  
                  
                                    HISTORIA DOS ANABATISTAS

Anabaptistas ou anabatistas ("re-batizadores", do grego ανα (novamente) + βαπτιζω (baptizar); em alemão: Wiedertäufer) são cristãos sectários do anabatismo, a chamada "ala radical" da Reforma Protestante. Os anabatistas não formavam um único grupo ou igreja, pois havia diversos grupos chamados genericamente de "anabatistas" com crenças e práticas diferentes e divergentes. Eles foram assim chamados porque os convertidos eram baptizados apenas na idade adulta, por isso, eles re-baptizavam todos os seus prosélitos que já tivessem sido baptizados quando crianças, pois creem que o verdadeiro baptismo só tem valor quando as pessoas se convertem conscientemente a Cristo. Desta forma os anabatistas desconsideravam tanto o batismo católico quanto o batismo dos protestantes luteranos, reformados e anglicanos.

Origem[

O primeiro uso do termo anabatistas ocorreu após o Segundo Concílio de Cartago no ano 225 quando 87 bispos sob a direção de Cipriano de Cartago decidiram rebatizar os fiéis das igrejas adeptas novaciano, porém o bispo da Igreja Católica, papa Estêvão I combateu a aceitação do batismo feito por grupos cismáticos.
Em primeira instância, os grupos que realizavam o re-baptismo eram os adeptos do montanismo e novacianismo até o século IV, os seguidores do donatismo até o século X na África, os paulicianos condenados pelo código justiniano pelo anabatismo em 525 d.C., os bogomilos nos Balcãs e Bulgária do século IX. Esses grupos não aceitavam os sacramentos das igrejas estabelecidas e não necessariamente criam em batismo de crentes adultos.[1]
O anabatismo moderno surgiu durante a Reforma Protestante do século XVI. A Reforma, baseada nos princípios de justificação pela fé e do sacerdócio universal, levou ao desenvolvimento da doutrina de adesão voluntária do crente à Igreja.[2] Contudo, enquanto Lutero, Calvino e Zuínglio mantiveram o baptismo infantil e a vinculação da igreja ao Estado, os anabatistas liderados por Georg Blaurock, Conrad Grebel e Félix Manz ansiavam por uma reforma mais radical.
Os anabatistas fundaram então sua primeira igreja no dia 21 de janeiro de 1525, próxima a Zurique, na Suíça. Perseguidos na Suíça, o movimento espalhou pelo sul da Alemanha, Vale do Reno, Caríntia e Países-Baixos. Somente grupos pacifistas dos anabatistas sobreviveram, como os organizados por Menno Simons nos Países Baixos e hutteritas no Tirol, organizado por Jacob Hutter em um grupo comunal que ainda existe nos Estados Unidos. Os amish nasceram dentre os mennonitas e os Dunkers são frutos do encontro entre anabatismo e o pietismo.
É difícil sistematizar as crenças anabaptistas daquela época, porque qualquer grupo que não era católico ou protestante e que batizava adultos, como os unitários socinianos ou místicos como Thomas Muentzer eram rotulados como anabatistas. Esses grupos, junto com os anabatistas constituem a Reforma Radical.
Em In nomine Dei, José Saramago retrata um conhecido episódio na história do movimento anabatista que teve lugar na cidade de Münster (no norte da Alemanha), onde entre 1532 e 1535 foi estabelecida uma teocracia nas linhas das orientações desta denominação. Ver a Rebelião de Münster.

Migrações e perseguições

A queima no século XVI do holandês anabatista Anneken Hendriks, que foi acusado pela Inquisição espanhola de heresia
Católicos e protestantes perseguiram os anabatistas, recorrendo à tortura e execução na tentativa de conter o crescimento do movimento. Os protestantes sob Ulrico Zuínglio foram os primeiros a perseguir os anabatistas, com Felix Manz tornando-se o primeiro mártir em 1527. Em 20 de maio de 1527, autoridades da Igreja Católica Romana executaram Michael Sattler. O rei Fernando declarou afogamento (chamado "terceiro batismo") o melhor antídoto para Anabaptistas. O regime de Tudor, mesmo aqueles que eram protestantes (Eduardo VI de Inglaterra e Isabel I de Inglaterra) perseguiu os anabatistas por eles serem considerados demasiado radicais e, portanto, um perigo para a estabilidade religiosa.
A perseguição de anabatistas foi permitida pelas leis antigas do Teodósio I e Justiniano I proferidas contra os donatistas. Tais leis decretaram a pena de morte para qualquer um que praticasse o rebatismo.[4] O "Espelho dos Mártires", por Thieleman J. van Braght, descreve a perseguição e execução de milhares de anabatistas em várias partes da Europa entre 1525 e 1660. A continua perseguição na Europa foi largamente responsável pelas grandes emigrações à Rússia e América do Norte por amish, huteritas e mennonitas.
Anabaptistas hoje
Depois de serem massacrados na Guerra dos Camponeses, os Anabaptistas sobreviveram na sua forma pacifista, como a Igreja mennonita. Originalmente concentrados no vale do rio Reno, desde a Suíça até a Holanda, os anabaptistas conquistaram adeptos de cultura germânica. Perseguidos pelo Estado e guerras, tiveram imigração em massa para a Rússia e América do Norte. No final do século XIX e começo do XX surgiram colónias na América do Sul (Paraguai, Argentina, Brasil, Bolívia), onde mantêm suas culturas e fé.
Muitos anabaptistas conservadores vivem em comunidades rurais isoladas e desconfiam do uso de tecnologia.
Os principais remanescentes anabatistas são: os huteritas, mennonitas, amishes, cuja postura em muito se assemelha ao estilo de vida dos cristãos descrito no Novo Testamento, especialmente em Atos dos Apóstolos 4:34,35 (pacifismo, comunalismo na produção e consumo).
Os Anabatistas influenciaram ainda outras denominações religiosas, como os quakers, Baptistas, dunkers e outras denominações protestantes que afirmam a necessidade de uma adesão voluntária à Igreja. há grupos que reclamam os princípios anabatistas, mesmo que não tenham sua origem nos grupos históricos. Um bom exemplo são grupos pentecostais que se autodenominam anabatistas, como os Pentecostais do Nome de Jesus.
Doutrina
As doutrinas enfatizadas pelos anabaptistas, a exemplo dos Mennonitas, apontadas pelo teólogo John Howard Yoder são:
A Bíblia, principalmente a ética do Novo Testamento, devem ser obedecidas como a vontade de Deus, embora não sistematizando sua teologia, mas aplicando-as no dia-a-dia. A interpretação da Bíblia é realizada nos cultos e reuniões da igreja.
Credos e confissões são somente documentos para demonstrar aquilo que se crê em comum, assim não requerem a adesão formal a eles. Aceitam, portanto, em essência os credos históricos do Cristianismo, mas não o professam.
A Igreja é uma comunidade voluntária formada de pessoas renascidas. A Igreja não é subordinada a nenhuma autoridade humana, seja ela o Estado, ou hierarquia religiosa. Assim evitam participar das actividades governamentais, jurar lealdade à nação, participar de guerras.
A Igreja não é uma instituição espiritual e invisível, mas uma coletividade humana e real, marcada pela separação do mundo e do pecado e uma posição afirmativa em seguir os mandamentos de Cristo.
A Igreja celebra o Batismo adulto normalmente por infusão como símbolo de reconhecimento e obediência a Cristo, e a Santa Ceia em memória da missão de Jesus Cristo.
A Igreja tem autoridade de disciplinar seus membros e até mesmo sua expulsão, a fim de manter a pureza do indivíduo e da igreja.
Como pode ser notado, a teologia anabatista é maciçamente eclesiológica, baseada na vida comunitária e Igreja.
Quanto a salvação, o anabatismo crê no livre-arbítrio, o ser humano tem a capacidade de se arrepender de seus pecados e Deus regenera e ajuda-o a andar em uma vida de regeneração.
O que é único na Teologia Anabatista, principalmente depois de Menno Simons, é a visão sobre a natureza de Cristo, possui uma doutrina semi-nestoriana, crendo que Jesus Cristo foi concebido miraculosamente pelo Espírito Santo no ventre de Maria, mas não herdou nenhuma parte física dela. Maria, seria portanto um instrumento usado por Deus, para cumprir o seu plano, mas não Theotokos (Mãe de Deus).
A essência do cristianismo consiste em uma adesão prática aos ensinamentos de Cristo.
A ética do amor rege todas as relações humanas.

Pacifismo: Cristianismo e violência são incompatíveis.

fonte WIKIPEDIA


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