TEMPO DA PROFECIA DE DANIEL
Daniel
12.1-4,7-9,11-13.
1 - E, naquele tempo, se levantará Miguel, o grande
príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de
angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas,
naquele tempo, livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no
livro.
2 - E muitos dos que dormem no pó da terra
ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e desprezo eterno.
3 - Os sábios, pois, resplandecerão como o resplendor
do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça refulgirão como as estrelas,
sempre e eternamente.
4 - E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este
livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a
ciência se multiplicará.
7 - E ouvi o homem vestido de linho, que estava sobre
as águas do rio, quando levantou a sua mão direita e a sua mão esquerda ao céu
e jurou, por aquele que vive eternamente, que depois de um tempo, de tempos e
metade de um tempo, e quando tiverem acabado de destruir o poder do povo santo,
todas essas coisas serão cumpridas.
8 - Eu, pois, ouvi, mas não entendi; por isso, eu
disse: Senhor meu, qual será o fim dessas coisas?
9 - E ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras
estão fechadas e seladas até ao tempo do fim.
11 - E, desde o tempo em que o contínuo sacrifício for
tirado e posta a abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias.
12 - Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos
e trinta e cinco dias.
13 - Tu, porém, vai até ao fim; porque repousarás e
estarás na tua sorte, no fim dos dias.
“Ressurreição dos mortos”, “castigo eterno dos
ímpios”, “estado eterno de justiça”, você crê nestas promessas? A pergunta faz
sentido quando temos a consciência de estarmos vivendo um período materialista
e consumista. Uma das maiores dificuldades dos discípulos de Jesus foi a de
entender que o Reino de Deus não era deste mundo. Não por acaso, quando Jesus
partiu para ser crucificado seus discípulos o abandonaram. Eles não suportaram
a decepção de ver o representante “do reino de Israel” morrer sem estabelecê-lo
na Terra. Que risco não entender a mensagem de Jesus! Os discípulos só a
compreenderiam depois de caminhar três anos com Ele e após a Sua ressurreição.
Palavra Chave
Ressurreição: Ato ou efeito de ressurgir ou
ressuscitar; retorno da morte à vida.
I. O TEMPO DA PROFECIA (Dn 12.1)
1. Qual é o tempo? (v.1). A expressão “naquele tempo”
se refere ao período da Grande Tribulação. Quando o Anticristo liderará o mundo
política e belicamente. Será um período de brutal e sangrenta perseguição
contra os judeus e tantos quantos estiverem a favor de Israel (Dn 11.35,40).
Em suas terras, o povo judeu sofreu muitas invasões de
inimigos. Porém, nem as piores incursões contra Israel, como as da Babilônia e
os horrores do holocausto nos dias de Hitler (1939-1945), podem se comparar com
o “tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo”
(v.1). A proporção deste conflito ultrapassará qualquer outro momento da
história da civilização (Mt 24.21,22; cf. Jr 30.5-7).
2. A libertação de Israel. No livro de Daniel, o
arcanjo Miguel, príncipe de Deus, entrou em batalha contra as forças do mal a
fim de que o anjo Gabriel levasse a mensagem ao profeta. Miguel é o guardião de
Israel contra as potestades satânicas, identificadas como “reis e príncipes da
Pérsia e da Grécia”. Estes criavam obstáculos aos desígnios divinos.
No capítulo doze, para proteger o povo de Deus, Miguel
entrou mais uma vez em batalha contra as forças opositoras de Satanás. Aqui, há
uma relação escatológica com a passagem de Apocalipse 12.7-9, isto é, a batalha
de Miguel com o Dragão e os seus anjos. Segundo a visão do apóstolo João, no
meio desta batalha havia uma mulher vestida com o sol, a lua sob os pés e uma
coroa de doze estrelas na cabeça (Ap 12.1). Esta visão não é a respeito da
Igreja, mas de Israel, que receberá de Deus uma intervenção através do arcanjo
Miguel (Ap 12.7,8).
3. Os anjos no mundo hoje. O mundo espiritual é real e
muitas vezes não o percebemos. Os anjos são espíritos ministradores em favor
não só da nação de Israel, mas especialmente da Igreja de Cristo. Eles não
recebem adoração de homens e nem podem interferir na vida espiritual dos filhos
de Deus sem a expressa ordem do Pai. Portanto, não sejamos meninos nem infantis
neste assunto (Cl 2.18; Gl 1.8). Os anjos de Deus terão uma participação
especial antes e após o arrebatamento da Igreja e nas circunstâncias que
envolverão Israel e o resto do mundo na Grande Tribulação (1Ts 4.13-17; Ap
12.1-9).
II. RESSURREIÇÃO E VIDA ETERNA (Dn 12.2-4)
1. Ressurreição. Quando lemos o Antigo Testamento
temos a impressão de não vermos a doutrina da ressurreição dos mortos com
clareza, principalmente nos livros da Lei, o Pentateuco. Entretanto, aqui,
Daniel não nos deixa dúvidas quanto à veracidade desta gloriosa doutrina: “E
muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e
outros para vergonha e desprezo eterno” (v.2).
2. As duas ressurreições. O texto de Daniel, versículo
1, nos informa um livro onde constam os nomes dos santos a ressuscitar para a
vida eterna e dos ímpios para a vergonha e o desprezo eterno. Entretanto, o
versículo 2 não se refere a uma ressurreição geral, isto é, de todos os que já
dormem. O texto diz apenas “muitos dos que dormem”. Esta expressão pode se
referir aos “mártires da grande tribulação que ressuscitarão” (Ap 7.14,15). O
texto sugere também o advento das duas ressurreições conforme vemos no
Apocalipse (20.12,13). A primeira ressurreição refere-se aos justos e a
segunda, após o Milênio, aos ímpios (Jo 5.29; Mt 25.46; cf. Dn 12.2; Jo 5.28,29;
1Co 15.51,52).
3. “A ciência se multiplicará” (v.4). Muitos pensam
que esta expressão é uma profecia sobre os avanços do conhecimento científico e
da tecnologia. Todavia, precisamos compreender a completude desse versículo.
Estamos diante de um texto que menciona uma ordem expressa de Deus para Daniel:
guardar a revelação até o tempo do seu cabal cumprimento. O Senhor ainda diz a
Daniel que “muitos correrão de uma parte para outra”, em busca da verdade.
Entretanto, “a ciência se multiplicará”.
O sentido da palavra “ciência”, no texto de Daniel,
tem a ver com o saber das coisas, “ser ou estar informado” ou “ter
conhecimentos específicos sobre algo”. Por isso, a multiplicação da ciência
refere-se ao aumento do conhecimento sobre o conteúdo expresso da profecia de
Daniel, não tendo relação alguma com o avanço da ciência formal.
Louvado seja Deus! pelos muitos estudiosos que vêm se
debruçando sobre estas profecias. Compreendendo o seu contexto histórico e
cultural, evitando falsos alardes e preservando a gloriosa esperança de que a
profecia de Daniel um dia se cumprirá fielmente: Veremos o advento da plenitude
do Reino de Deus no mundo!
III. A PROFECIA FOI SELADA (Dn 12.8-11)
1. A profecia está selada. Daniel recebeu a ordem de
“fechar” e “selar” o livro da profecia sobre a história do mundo (v.4). O ato
de selar o livro, à época do profeta Daniel, dava a garantia da veracidade ao
que havia sido lhe revelado. Não tinha mais segredos e nada mais estava
escondido que Deus não houvesse trazido à luz. O selo do livro assegurava que a
revelação era dada por Deus.
A profecia quando dada pelo Senhor, como no livro de
Daniel e de todos os santos profetas, não é uma palavra impenetrável, fechada
ou restrita a poucas pessoas que se acham “capazes”. Não! A palavra de Deus é a
revelação divina para todos os homens. Não foi somente para a nação de Israel,
mas a todos quantos temerem a Deus e porfiarem por compreender os desígnios do
Senhor para o mundo.
2. O “tempo do Fim”. “Qual será o fim dessas coisas?”
Foi a pergunta de Daniel. Note a resposta do homem vestido de linho ao profeta:
“Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do
fim” (v.9). O profeta foi orientado pelo homem vestido de linho a prosseguir a
sua peregrinação existencial porque a profecia já fora “fechada” e “selada”. E
Daniel tinha de viver a vida sem a informação requerida.
3. Humildade e finitude. Uma declaração de Daniel
chama-nos atenção: “Eu, pois, ouvi, mas não entendi” (v.8). Após o homem
vestido de linho afirmar que depois “de tempos e metade de um tempo” e “quando
tiverem acabado de destruir o poder do povo santo” virá o fim; Daniel o ouviu,
mas não o compreendeu! O profeta havia recebido a visão de Deus, todavia, não a
entenderia. Aqui, Daniel demonstrou a sua humildade e reconheceu a sua
finitude! Não devemos sentir-nos inferiores a outras pessoas quando não
entendermos um assunto bíblico. O que não devemos é inventar teorias que
contrariam as Escrituras. E para isso é preciso entender o que a Bíblia diz.
As palavras de Daniel são uma grande advertência para
quem lida com as profecias e a interpretação da Bíblia em geral. Atentemos para
as palavras de Jesus quando foi indagado pelos discípulos a respeito da
restauração do reino a Israel: “Não vos pertence saber os tempos ou as estações
que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (At 1.7).
Aprendemos
sobre a importância de mantermos um caráter íntegro na presença de Deus e
diante dos homens. Vivendo à luz da esperança do arrebatamento da Igreja, é
urgente vigiar, orar e dedicar-nos ao estudo da Palavra de Deus.
Jesus Cristo voltará! Esta era a esperança dos
apóstolos e da Igreja Primitiva. E igualmente era a esperança de muitos
cristãos até o século IV. Mas por muitos anos, parte da Igreja se descuidou a
respeito desta esperança. Contudo, com o advento da Reforma Protestante, a
esperança quanto à vinda de Jesus foi renovada na Igreja. Com o Movimento
Pentecostal Clássico deu-se a explosão dessa mensagem. Em nosso país, qual o
pentecostal que não conhece a célebre frase: “Jesus Cristo salva, cura, batiza
com o Espírito Santo e breve voltará”? Maranata! Ora vem Senhor Jesus!
“E muitos dos
que dormem no pó da terra ressuscitarão (2). Essa é a revelação mais clara da
doutrina da ressurreição no Antigo Testamento. Ela nos lembra que é Cristo que
‘trouxe à luz a vida e a incorrupção’ (2Tm 1.10). Alguns intérpretes acreditam
que a ressurreição mencionada aqui é uma ressurreição parcial relacionada
somente aos judeus que morreram na tribulação. Calvino insiste em que esse
estreitamento do escopo é injustificável. Para ele, esse texto ressalta o
aspecto do mal e do bem, ou seja, alguns serão separados para a vida eterna e
outros para a vergonha e condenação eterna. Ele entende que a palavra muitos
significa ‘os muitos’ ou ‘todos’ e que aqui se tem em mente a ressurreição
geral” (PRICE, Ross; GRAY, C. Paul (et al). Comentário Bíblico Beacon: Isaías a
Daniel. 1ª Edição. Volume 4. RJ: CPAD, 2005, pp.543-44).
O tempo da profecia
de Daniel
Prezado professor, a décima terceira lição marca o
final de mais um trimestre. E neste caso, o final de mais um ano. Época de
avaliarmos o nosso ano educativo como educadores cristãos. Como se deu o
ensino? Os objetivos propostos foram alcançados? O que os alunos acharam dos
métodos pedagógicos usados? São perguntas que valem a pena ser feitas. Então o
professor poderá fazer uma avaliação honesta e sincera, consigo mesmo.
Como estamos na última lição é importante o prezado
professor fazer uma revisão do conteúdo aplicado ao longo deste quarto
trimestre. Em seu plano de aula para ministrar a décima terceira lição,
destaque os assuntos considerados mais importantes. Aqui, você poderá relembrar
a condição de cativos do profeta Daniel e dos seus amigos; o sonho de
Nabucodonozor; a estátua que o rei da Babilônia erigiu etc. Enfim, assuntos não
faltam.
O livro de Daniel encerra descrevendo um tempo de
angústia, sofrimento, engano, genocídios e atrocidades perpetradas por ímpios
que não conhecem a Deus e não respeitam a dignidade humana. Mas em meio a esse
tempo de angústia há promessa de intervenção divina na história (12.10).
Três versículos devem nos chamar atenção: “E tu,
Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo” (v.4);
“Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do
fim” (v.9); “Tu, porém, vai até ao fim; porque repousarás e estarás na tua
sorte, no fim dos dias” (v.12). Estes versículos demonstram o conselho de Deus
para o profeta Daniel. Diante da visão que ele recebera era natural o profeta
ter uma atitude de medo acerca do futuro. Mas a palavra de Deus encorajou o
profeta, que por certo estava no final da vida, a “ir” até ao fim da existência
vivendo em confiança em Deus.
A Escatologia Bíblica não pode paralisar a vida.
Quando as profecias concernentes ao futuro foram escritas, Deus inspirou os
autores com o objetivo de nos trazer esperança. A escatologia não pode fazer
terrorismo às pessoas. Quando João recebe a revelação mediante Jesus
triunfante, era para lembrar as igrejas que, apesar do mal aparente, o Senhor
nosso Deus é o dono da história e nunca será pego de surpresa. A vida é dom de
Deus! Por isso, temos de vivê-la alegremente. Enquanto o nosso Senhor não vem,
vivamos a vida com fé, amor (amando a Deus e o próximo) e esperança no
aparecimento glorioso do Senhor e Salvador Jesus Cristo!
FONTE CPAD
Nenhum comentário:
Postar um comentário
PAZ DO SENHOR
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.