CUIDADO COM A APOSTASIA
1 Reis 16.29-34. 2 Timóteo 3.1-9.
1 - Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão
tempos trabalhosos;
2 - porque haverá homens amantes de si mesmos,
avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães,
ingratos, profanos,
3 - sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores,
incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,
4 - traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos
deleites do que amigos de Deus,
5 - tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia
dela. Destes afasta-te.
6 - Porque deste número são os que se introduzem pelas
casas e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias
concupiscências,
7 - que aprendem sempre e nunca podem chegar ao
conhecimento da verdade.
8 - E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim
também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e
réprobos quanto à fé.
9 - Não irão, porém, avante; porque a todos será
manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles.
“APOSTASIA - [Do gr.apostásis, afastamento]. Abandono
premeditado e consciente da fé cristã. No Antigo Testamento, não foram poucas
as apostasias cometidas por Israel. Só em Juízes, há sete desvios ou abjuração da
verdadeira fé em Deus. Para os profetas, a apostasia constituía-se num
adultério espiritual. Se a congregação hebréia era tida como a esposa de Jeová,
deveria guardar-lhe fielmente os preceitos, e jamais curvar-se diante dos
ídolos.
Jeremias e Ezequiel foram os profetas que mais
enfocaram a apostasia israelita sob o prisma das relações matrimoniais.
No Primitivo Cristianismo, as apostasias não eram
desconhecidas. Muitos crentes de origem israelita, por exemplo, sentindo-se
isolados da comunidade judaica, deixavam a fé cristã, e voltavam aos rudimentos
da Lei de Moisés e ao pomposo cerimonial levítico.
Há que se estabelecer, aqui, a diferença entre
apostasia e heresia. A primeira é o abandono premeditado e completo da fé; a
segunda, é a abjuração parcial da mesma fé.” (ANDRADE, C. C. Dicionário
teológico. 9.ed., RJ: CPAD, 2001. p.48). O termo apostasia vem da palavra grega
apostasia, e significa o abandono consciente e público da fé que, de uma vez
por todas, foi confiada aos santos (Jd v.3).
A apostasia destes últimos dias visa atacar,
prioritariamente, os seguintes artigos de fé:
1. A soberania de Deus (Jd v.4);
2. A divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo —
verdadeiro homem e verdadeiro Deus, e único salvador e redentor da humanidade
(At 4.12); e:
3. A realidade de sua vinda (2 Pe 3.1-10).
Através da apostasia, objetiva o Diabo minar a
resistência da Igreja, induzindo-a a deixar de ser Reino de Deus para tornar-se
uma simples organização religiosa.
Como a seguir veremos, um dos primeiros sintomas da
apostasia é a perda do primeiro amor.
As epístolas de Paulo a Timóteo foram escritas
aproximadamente entre 61 a 65 d.C. Embora o Doutor dos Gentios tenha escrito a
primeira, provavelmente na Macedônia, e a segunda em Roma, ambas tratam do
mesmo tema: A apostasia dos últimos tempos (1 Tm 4.1-5; 2 Tm 3.1-9). Timóteo
era um jovem pastor que dirigia a igreja de Éfeso na província da Ásia. Naquela
época, não somente Éfeso, mas outras seis cidades da mesma província, estavam
sendo assoladas por diversas heresias (Ap 2.6-20) relacionadas principalmente à
idolatria, ao materialismo, ao profetismo e à imoralidade. Daí, a necessária e
urgente admoestação dos apóstolos: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz
às igrejas... que nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé” (Ap 2.7a; 1 Tm
4.1a). Esta advertência não é apenas histórica, mas profética.
Inspirado pelo Espírito Santo, deixou-nos o apóstolo
Paulo este gravíssimo alerta: “Mas o Espírito expressamente diz que, nos
últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores
e a doutrinas de demônios” (1 Tm 4.1). Infelizmente, essa profecia vem se
cumprindo de forma alarmante.
Igrejas são corrompidas por falsos mestres;
congregações inteiras são desviadas da simplicidade evangélica por videntes e profetas
que se acham a serviço de Satanás; rebanhos são apartados da verdade pelos que
mercadejam a Palavra de Deus. E os seminários que abandonaram a sã doutrina? E
os púlpitos que se acham comprometidos com o liberalismo teológico? Tendo como
base as cartas que o Senhor Jesus enviou, através de João, às igrejas de Éfeso,
Pérgamo e Laodicéia, vejamos alguns sintomas da apostasia destes últimos dias.
Antes, porém, vejamos o que é a apostasia.
II. O ESFRIAMENTO DO AMOR
CRISTÃO
Das igrejas da Ásia Menor, a de Éfeso era a mais
conservadora e ortodoxa. Estava ela tão bem alicerçada teologicamente, que era
capaz, inclusive, de diferençar entre um verdadeiro e um falso apóstolo. Não
obstante todo esse preparo doutrinário, a igreja de Éfeso estava a ponto de
perder a sua primazia, por haver perdido o seu primeiro amor. Ler Ap 2.1,2.
1. Cristo adverte a sua Igreja. Quão grave é esta
advertência de Nosso Senhor: “Tenho, porém, contra ti que deixaste a tua
primeira caridade. Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica
as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o
teu castiçal, se não te arrependeres” (Ap 2.4,5).
Da reprimenda de Cristo, o que depreendemos? Se a
ortodoxia bíblico-teológica não for acompanhada do primeiro amor, nenhuma
utilidade terá. Pois a ausência do primeiro amor acabara por lançar a Igreja
nas garras do formalismo e, finalmente, da apostasia.
No Sermão Profético, Jesus faz-nos outra advertência:
“E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará” (Mt 24.12).
2. Reavivando o primeiro amor. Que a Igreja reavive,
urgentemente, o primeiro amor, observando, de forma integral, as exigências da
Grande Comissão que nos confiou o Senhor Jesus: evangelizar, fazer missões e
discipular (Mt 28.19; At 1.8); mantendo o amor fraternal e devotando a Cristo a
mais provada e ardente adoração. Ler Hb 13.1. Menos do que isto é inaceitável!
A apostasia desta última hora não haverá de resistir a
uma igreja entranhavelmente amorosa, santificada e fundamentada na Palavra de
Deus. Você ama a Cristo? Ama as almas perdidas? Ou o seu amor cristão já
esfriou?
III. A DOUTRINA DE BALAÃO
A doutrina de Balaão é um outro forte indício da
apostasia destes últimos dias. Atenhamo-nos à advertência que o Senhor endereça
ao anjo da Igreja de Pérgamo:
“Mas umas poucas coisas tenho contra ti, porque tens
lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar
tropeços diante dos filhos de Israel para que comessem dos sacrifícios da idolatria
e se prostituíssem” (Ap 2.14).
Não são poucos os mestres que, torcendo as Escrituras
e vendendo a alma ao Diabo, tentam introduzir o mundo na Igreja, sob a alegação
de que esta não pode viver alheia à modernidade. Ora, ser contemporâneo não
significa compactuar com este século; significa, antes de tudo, falar de
Cristo, com ousadia e poder, a esta geração.
Cuidado! A doutrina de Balaão continua a fazer
estragos! Ela quer comprometer a Igreja, impregnando-a com a cultura e com os
costumes do mundo (Rm 12.1).
IV. O MISTICISMO HERÉTICO
A apostasia dos últimos tempos vem sendo
caracterizada, também, por um misticismo herético e extravagante. Embora pareça
espiritual, é extremamente nocivo à Obra de Deus. Assim o Senhor Jesus o
desmascara:
“Mas tenho contra ti o tolerares que Jezabel, mulher
que se diz profetisa, ensine e engane os meus servos, para que se prostituam e
comam dos sacrifícios da idolatria” (Ap 2.20).
Na essência, esta profetisa em nada diferia de Balaão.
Seu objetivo era, através de uma postura falsamente piedosa, induzir os crentes
a um comportamento abominável. Conclui-se, do texto bíblico, que ela já havia
conseguido, inclusive, as rédeas do governo eclesiástico de Pérgamo. Até o anjo
da igreja achava-se em suas mãos.
O misticismo herético tem como principais
características:
1. Culto aos anjos (Cl 2.18).
2. Falsas profecias (Mt 24.11).
3. Prodígios de origem demoníaca (Mt 24.24).
4. Doutrinas de demônios (1 Tm 4.1; 1 Jo 4.1).
Estejamos precavidos! Nem sempre fervor significa
espiritualidade. Pode ser forjado, fingido ou meramente emocional. Quando a
congregação de Israel apostatou da fé, no deserto, aquele ruidoso movimento até
parecia um culto avivado; não passava, todavia, de uma rebelião desenfreada
contra o Senhor (Êx 32.6,18).
Assim diz o Espírito Santo por intermédio do salmista:
“Mui fiéis são os teus testemunhos; a santidade convém à tua casa, Senhor, para
sempre” (Sl 93.5).
V. A PROSPERIDADE FATAL
A apóstata, rebelde e orgulhosa Laodicéia é um tipo
perfeito da Teologia da Prosperidade. No auge de sua riqueza, afirmou o anjo
dessa igreja: “Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta” (Ap 3.17).
A Teologia da Prosperidade é um arremedo doutrinário.
Afronta a simplicidade da Igreja de Cristo e torce, de forma escandalosa, a
Bíblia Sagrada. Ensinando os santos a endeusar os bens materiais em detrimento
dos eternos, vão os proponentes dessa teologia subsidiando mentiras, enganos,
heresias e rebeliões contra o Cordeiro de Deus. Consciente, ou
inconscientemente, vão dando sustento à estrutura sobre a qual o Anticristo
acha-se a construir o seu império.
Tal apostasia vem encontrando generosos espaços em
alguns púlpitos, produzindo uma geração de crentes cegos, despidos da graça e
imperfeitos em suas convicções. Eles supõem, à semelhança dos amigos de Jó,
serem os bens materiais a evidência maior da presença de Deus na vida humana.
Os proponentes da Teologia da Prosperidade amam a
bênção mais do que ao Abençoador; não têm a fé em Cristo, mas a fé na fé; a
mente de Cristo, trocaram-na por um pensamento enganosamente positivo;
determinando tudo, acham-se indeterminados em sua esperança. E esperando em
Cristo apenas nesta vida, tornam-se os mais desgraçados dos homens (1 Co
15.19).Se não estivermos vigilantes, poderemos ser enganados pelos que,
insolentemente, vêm substituindo a Palavra de Deus por doutrinas de demônios.
Você está firme na fé? E se Ele vier neste instante,
está preparado para recepcioná-lo? Esta é a sua oportunidade! Renove, agora
mesmo, a sua aliança com o Cordeiro de Deus, e não se deixe enganar pela
apostasia dos últimos tempos.
Senhor Jesus, ajuda-nos a estar sempre vigilantes, a
fim de não sermos contaminados e consumidos pelo engano. Oh! Senhor, que os
nossos vestidos sejam sempre brancos, e que jamais nos falte o óleo sobre a
cabeça.
APOSTASIA PARTE
N.2
29 - E Acabe, filho de Onri, começou a reinar sobre
Israel no ano trigésimo oitavo de Asa, rei de Judá; e reinou Acabe, filho de
Onri, sobre Israel em Samaria, vinte e dois anos.
30 - E fez Acabe, filho de Onri, o que era mal aos
olhos do SENHOR, mais do que todos os que foram antes dele.
31 - E sucedeu que (como se fora coisa leve andar nos
pecados de Jeroboão, filho de Nebate), ainda tomou por mulher a Jezabel, filha
de Etbaal, rei dos sidônios; e foi, e serviu a Baal, e se encurvou diante dele.
32 - E levantou um altar a Baal, na casa de Baal que
edificara em Samaria.
33 - Também Acabe fez um bosque, de maneira que Acabe
fez muito mais para irritar ao SENHOR, Deus de Israel, do que todos os reis de
Israel que foram antes dele.
34 - Em seus dias, Hiel, o betelita, edificou a
Jericó; morrendo Abirão, seu primogênito, a fundou; e, morrendo Segube, seu
último, pôs as suas portas; conforme a palavra do SENHOR, que falara pelo ministério
de Josué, filho de Num.
Podemos afirmar, com segurança, que um dos períodos
mais sombrios na história do reino do Norte, também denominado “Israel”,
ocorreu durante o reinado de Acabe, filho de Onri. Acabe governou entre os anos
874 e 853 a.C, e o seu reinado foi marcado pela tentativa de conciliar os
elementos do culto cananeu com a adoração israelita.
Uma primeira leitura dos capítulos 16.29 — 22.40 do
livro de 1 Reis, revela que essa mistura foi desastrosa para o povo de Deus. Na
prática, o culto ao Deus verdadeiro foi substituído pela adoração ao deus falso
Baal, trazendo como consequência uma apostasia sem precedentes e pondo em risco
até mesmo a verdadeira adoração a Deus.
I. AS CAUSAS DA APOSTASIA
1. Casamento misto. O texto bíblico põe o casamento
misto de Acabe com Jezabel, filha de Etbaal rei dos sidônios, como uma das
causas da apostasia no reino do Norte. O relato bíblico destaca que Acabe
“tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi e serviu
a Baal, e o adorou” (1 Rs 16.31).
Foi em decorrência desse casamento pagão que a
idolatria entrou com força em Israel. Embora se fale de um casamento político,
as consequências dele foram na verdade espirituais. A mistura sempre foi um
perigo constante na história do povo de Deus. Os crentes devem tomar todo o
cuidado para evitar as uniões mistas. A Escritura, tanto no Antigo como em o
Novo Testamento, condena esse tipo de união (Dt 7.3; 2 Co 6.14,15).
2. Institucionalização da idolatria. A união de Acabe
com Jezabel demonstrou logo ser desastrosa, pois através de sua influência,
Acabe “levantou um altar a Baal, na casa de Baal que edificara em Samaria” (1
Rs 16.32). A institucionalização da idolatria em Israel fica evidente quando o
autor sagrado destaca que também Acabe “fez um poste-ídolo, de maneira que
cometeu mais abominações para irritar ao Senhor, Deus de Israel, do que todos
os reis de Israel que foram antes dele” (1 Rs 16.33). Não há dúvida de que o
culto a Baal estava suplantando o verdadeiro culto a Deus. Havia uma idolatria
financiada pelo Estado.
Vez por outra temos visto Satanás tentando se valer do
poder estatal para financiar práticas que são contrárias aos princípios
cristãos. Por isso devemos orar pela nação para que ela seja um canal de bênção
e não de maldição.
II. OS AGENTES DA APOSTASIA
1. Acabe. Onri, pai de Acabe e rei de Israel que
reinou entre os anos 885 e 874 a.C, foi um grande administrador, tanto na
política interna como na externa de Israel. Mas foi um desastre como líder
espiritual do povo de Deus (1 Rs 16.25,26). O pecado de Acabe foi andar nos
caminhos idólatras de seu pai, que foi um seguidor de Jeroboão, filho de Nebate
(1 Rs 16.26) e também ter aderido aos maus costumes dos cananeus, trazidos por
sua esposa, Jezabel (1 Rs 16.31). Esse fato fez com que Acabe se tornasse um
instrumento muito eficaz na propagação do culto idólatra a Baal. Devemos ser
imitadores do que é bom e não daquilo que é mau.
2. Jezabel. De acordo com o relato de 1 Reis 18.19,
Jezabel trouxe para Israel seus deuses falsos e também seus falsos profetas.
Teve uma verdadeira obstinação na implantação da adoração a Baal em território
israelita. Foi sem dúvida alguma uma agente do mal na tentativa de suprimir ou
acabar de vez com o verdadeiro culto a Deus. Não fosse a intervenção do Senhor
através dos profetas, em especial Elias, ela teria conseguido o seu intento. O
Senhor sempre conta com alguém a quem Ele levanta em tempos de crise.
III. AS CONSEQUÊNCIAS DA APOSTASIA
1. A perda da identidade nacional e espiritual. As
palavras de Elias: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos?” (1 Rs 18.21),
revela a crise de identidade dos israelitas do reino do Norte. A adoração a
Baal havia sido fomentada com tanta força pela casa real que o povo estava
totalmente dividido em sua adoração. Quem deveria ser adorado, Baal ou o
Senhor? Sabemos pelo relato bíblico que Deus havia preservado alguns
verdadeiros adoradores, mas a grande massa estava totalmente propensa à
adoração falsa. A nação que sempre fora identificada pelo nome do Deus a quem
servia, estava agora perdendo essa identidade.
2. O julgamento divino. É nesse cenário que aparece a
figura do profeta Elias predizendo uma seca que duraria cerca de três anos (1
Rs 17.1; 18.1). A fim de que a nação não viesse a perder de vez a sua
identidade espiritual e até mesmo deixar de ser vista como povo de Deus, o
Senhor enviou o seu mensageiro para trazer um tratamento de choque à nação.
Julgamento semelhante ocorre durante o reino de Jeorão, filho de Josafá e genro
de Acabe, que recebe uma carta do profeta Elias. Nela é anunciado o juízo
divino sobre a sua vida e reinado (2 Cr 21.12-15). O Senhor mostrou claramente
que a causa do julgamento estava associada ao abandono da verdadeira fé em
Deus. Tempos depois o apóstolo dos gentios irá nos lembrar da necessidade de
nos corrigirmos diante do Senhor (1 Co 11.31,32).
IV. APOSTASIA
1. Um perigo real. A apostasia era algo bem real no
reino do Norte. Estava espalhada por toda parte. Na verdade a palavra apostasia
significa, segundo os léxicos, abandonar a fé ou mudar de religião. Foi
exatamente isso que os israelitas estavam fazendo, estavam abandonando a
adoração devida ao Deus verdadeiro para seguirem aos deuses cananeus.
Em o Novo Testamento observamos que os cristãos são
advertidos sobre o perigo da apostasia! Na Epístola aos Hebreus o autor coloca
a apostasia como um perigo real e não apenas como uma mera suposição (Hb
6.1-6). Se o cristão não mantiver a vigilância é possível sim que ele venha a
naufragar na fé.
2. Um mal evitável. Já observamos que Acabe foi um rei
mau (1 Rs 16.30). Em vez de seguir os bons exemplos, como os de Davi, esse
monarca do reino do Norte preferiu seguir os maus exemplos. O cronista destaca
que “ninguém houve, pois, como Acabe, que se vendeu para fazer o que era mal
perante o Senhor, porque Jezabel sua mulher, o instigava” (1 Rs 21.25), Ainda
de acordo com esse mesmo capítulo, Acabe se contristou quando foi repreendido
pelo profeta, mas parece que foi um arrependimento tardio (1 Rs 21.17-29).
Tivesse ele tomado essa atitude antes, o seu reinado teria sido diferente.
Por que não seguir os bons exemplos e assim evitar o
amargor de um arrependimento tardio?
Ficou perceptível nessa lição que a apostasia no reino
do Norte pôs em perigo a existência do povo de Deus durante o reinado de Acabe.
A sua união com Jezabel demonstrou ser nociva não somente para Acabe, que teve
o seu reino destroçado, mas também para o povo de Deus, que por muitos anos
ficou dividido entre dois pensamentos em relação ao verdadeiro culto.
As lições deixadas são bastante claras para nós: não
podemos fazer aliança com o paganismo mesmo que isso traga algumas vantagens
políticas ou sociais; a verdadeira adoração a Deus deve prevalecer sobre toda e
qualquer oferta que nos seja feita. Mesmo que essas ofertas tragam grandes
ganhos no presente. Todavia nada significam quando mensuradas pela régua da
eternidade.
“ELIAS
Elias foi chamado para servir como porta-voz de Deus
na ocasião em que o reino do norte havia alcançado sua mais forte posição
econômica e política desde a separação feita pelo governo davídico em
Jerusalém.[...] Sua primeira missão foi enfrentar o rei Acabe com o aviso de
uma seca iminente, lembrando que o Senhor Deus de Israel, a quem ele havia
ignorado, tinha o controle da chuva na terra onde viviam (Dt 11.10-12). Em
seguida, Elias isolou-se e caminhou em direção a leste do Rio Jordão. Nesse
lugar, ele foi sustentado pelas águas do ribeiro de Querite e pelo pão e carne
milagrosamente fornecidos pelos corvos. É possível que esse ‘ribeiro’ (nahal)
seja o profundo vale do Rio Jarmuque, ao norte de Gileade. Quando o suprimento
de água terminou por causa da seca, Elias foi divinamente instruído a ir até
Sarepta, na Fenícia, onde seria sustentado por uma viúva cuja reserva de
farinha e óleo havia sido milagrosamente aumentada até que a estação das chuvas
fosse restaurada à terra. A identidade de Elias como profeta ou homem de Deus
foi confirmada pela divina manifestação quando o filho da viúva foi restaurado
à vida” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009, pp.628-29).
“ELISEU
[...] Seu ministério profético cobriu toda a última
metade do século IX a.C, atravessando os reinados de Jorão, Jeú, Jeoacaz, e
Joás, do reino do Norte. Sua influência estendia-se desde uma viúva endividada
(2 Rs 4.1) até um homem rico e proeminente (4.8) e mesmo até dentro do próprio
palácio de Israel (5.8; 6.9; 12, 21, 22; 6.32 — 7.2; 8.4; 13.14-19). Além disso,
outros reis (Josafá de Judá, 2 Reis 3.11-19, Ben-Hadade da Síria, 8.7-9) e
altos funcionários do exército sírio (5.1,9-19) procuravam sua ajuda.
Diferentemente de Elias que tinha uma tendência ao
ascetismo, e a se afastar dos olhos do público, Eliseu viveu próximo às pessoas
que servia, e gostava da vida social. Tinha uma casa em Samaria, a capital (2
Rs 6.32), mas viajava constantemente pelo país, tal como Samuel havia feito
antes dele. Frequentemente parava para visitar seus amigos em Suném. Exatamente
como Jesus fez, mais tarde, muitas vezes com Maria e Marta. Eliseu chorou
quando falou com Hazael, pois conhecia muito bem o cruel sofrimento que este
causaria a Israel (2 Rs 8.11,12). [...] É evidente que muitos aspectos da
pessoa e da obra de Eliseu são capazes de reproduzir em muitos aspectos o
caráter e o ministério de nosso Senhor” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed.,
RJ: CPAD, 2009, p.633).
A apostasia no Reino de Israel
Neste trimestre estudaremos relatos relacionados aos
profetas Elias e Eliseu.Para que não incorramos em erros de interpretação, é
prudente situar historicamente o texto desta aula e das demais. A nação de
Israel, depois do reinado de Salomão, dividiu-se em dois reinos independentes:
Judá, ao Sul, e Israel, ao Norte. Cada nação teve sua cota de profetas enviados
por Deus para tratar de questões como justiça social, afastamento do pecado e
de uma aproximação sincera para com Deus.A figura dos profetas era essencial
nos dois reinos. Deus havia instituído o sacerdócio para conduzir o culto a
Ele, e também permitiu a instauração da monarquia como uma forma de governo
administrativo. Ambos deveriam funcionar de maneira coerente, e quando isso não
ocorria, Ele enviava seus profetas. Elias viveu em Israel, um reino que se
tornou conhecido por sua liderança ímpia, com diversos reis que se desviaram
dos caminhos do Senhor e levaram o povo pelas mesmas práticas.
Aqui é necessário fazer algumas observações sobre a
liderança e seu poder.A primeira refere-se à capacidade de um líder de conduzir
um povo a Deus ou não. O rei de Israel nos dias de Elias era Acabe, um homem
que não havia inclinado seu coração para o Senhor, e que se casou com uma
mulher ímpia, Jezabel. Esse casal não apenas adorou outros deuses, mas também
matou os profetas de Jeová, além de cometer graves injustiças sociais. Basta
dizer, por exemplo, que um homem chamado Nabote, que possuía uma vinha ao lado
do palácio, por não desejar vender sua propriedade ao rei de Israel, foi morto
sob acusação de ter blasfemado contra o Senhor. É curioso ver que Jezabel amava
a Baal e o adorava, e matou muitos profetas do Senhor, mas quando lhe pareceu
conveniente, usou o nome do Senhor para matar um desafeto. Líderes que perdem o
temor do Senhor tendem a desviar pessoas com seu mau exemplo. Temos que ter
cuidado para não julgar pessoas que nos são desafetas utilizando o nome do
Senhor como uma forma de esconder nossa ira por trás de um motivo “santo”.
A segunda observação refere-se ao cuidado com
casamentos mistos, e o quanto eles podem ser perniciosos. Acabe era um
israelita, mas não se preocupou em obedecer a lei de Deus no tocante ao
casamento, e casou com uma mulher má. Um casamento fora da vontade de Deus pode
nos conduzir para longe dEle.FONTE CPAD
APOSTASIA PARTE N.3
I. CARACTERÍSTICAS DOS
ÚLTIMOS TEMPOS (1 Tm 4.1-5)
1. Apostasia. “Mas o Espírito expressamente diz que,
nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos
enganadores e a doutrinas de demônios” (1 Tm 4.1). A apostasia constitui-se no
abandono premeditado e consciente da fé cristã; é uma característica marcante
dos últimos tempos, conforme alerta-nos Paulo.
a) Apostasia na igreja. De acordo com a Bíblia de
Estudo Pentecostal, há dois tipos de apostasia: a teológica e a moral. Na
primeira, observam-se desvios doutrinários. Na segunda, comportamentos
contrários à santidade requerida por Deus em sua Palavra (Hb 12.14; 1 Pe
1.15,16).
A Igreja tem testemunhado muitos casos de apostasia
entre os santos. À medida que se aproxima a vinda de Jesus, o número de
apóstatas aumenta preocupantemente. O evangelho da cruz, com o desafio de
sofrer por Cristo (Fp 1.29), de renunciar ao pecado (Rm 8.13), de sacrificar-se
pelo Reino de Deus e de renunciar a si mesmo, vem sofrendo constantes e
impiedosos ataques (Mt 24.12; 2 Tm 3.1-5; 4.3). A Bíblia afirma que, nos dias
que antecedem a manifestação do Anticristo, ocorrerá uma grande onda de
apostasias (2 Ts 2.3,4). É hora de redobrar a vigilância.
b) A desvalorização da Bíblia. Inspirados em teologias
liberais, há crentes que não mais vêem a Bíblia como a inspirada, inerrante e
infalível Palavra de Deus - nossa única regra de fé e prática. Alguns chegam a
ensinar que a Bíblia não é a Palavra de Deus, mas apenas a contém. Leia com toda
atenção 2 Tm 3.16. A própria Bíblia nos adverte com toda clareza, sobre esse
tempo (2 Ts 2.3).
2. Apostasia como sinal da volta de Jesus. De acordo
com a Bíblia, a apostasia é um dos mais fortes sinais concernentes à volta de
Cristo (Lc 18.8; 1 Jo 2.18; 2 Ts 2.7).
a) Super-crentes. Para que se tenha idéia do alcance
da apostasia, vejamos também o que andam ensinando os falsos mestres e
doutores: “Satanás venceu Jesus na cruz”; “Nunca, jamais, em tempo algum, vá ao
Senhor dizendo: Se for da tua vontade... Não permita que essas palavras
destruidoras da fé saiam de sua boca”; “Deus precisa receber permissão para
trabalhar neste reino terrestre do homem... Sim”; “Você está no controle das
coisas!”.
Infelizmente, há muitos incautos dispostos a aceitar
semelhantes blasfêmias. Não nos enganemos: Deus está no controle de tudo e não
precisa de permissão humana para atuar quer na história das nações quer na vida
de cada um de nós. Ele é soberano e tudo tem de ser feito de acordo com a sua
vontade. Quanto ao Diabo, foi este vencido para sempre na cruz. Aleluia!
b) Perdoar a Deus! Alguns falsos doutores chegam ao
cúmulo de ensinar que se deve perdoar inclusive a Deus, pois, às vezes, Ele não
cumpre suas palavras, causando ressentimentos nos que o buscam. Por isso,
segundo recomendam, devemos submeter-nos à chamada “cura interior” e à
“regressão espiritual”. Ora, os tais doutores deveriam saber que a Palavra de
Deus é infalível e que Deus é Santo. Por conseguinte, quem precisa de perdão e
arrependimento é o homem e não o Todo-Poderoso. Portanto, seja Deus verdadeiro
e todo homem mentiroso (Rm 3.4).
c) Culto aos anjos. Há muitos crentes iludidos
adorando os anjos (Cl 2.18). Infelizmente, há pregadores que só iniciam a
pregação depois de pedir a presença dos anjos e, com isso, iludem os simples.
Isso é apostasia! Os anjos também são servos de Deus; sua missão é atuar em
prol dos que hão de herdar a vida eterna (Hb 1.14). E além do mais, recusam
adoração (Ap 19.10).
II. HIPOCRISIA E INSENSIBILIDADE ESPIRITUAL
1. O que é hipocrisia? Hipocrisia é “impostura,
fingimento, simulação, falsidade, falsa devoção”. “... o Espírito expressamente
diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, (...) pela hipocrisia de
homens que falam mentiras” (1 Tm 4.1,2a). E quem é o pai da mentira? É o Diabo
(Jo 8.44). Portanto, os mentirosos serão lançados no lago de fogo (Ap 21.8).
a) Lobos fantasiados de ovelhas. Os hipócritas
aparentam uma coisa, mas são outra (At 20.29,30). Fingem-se de cristãos, mas
servem ao Diabo; fingem-se de santos, mas são pecadores inveterados. Estão na
igreja, mas não fazem parte da Igreja de Cristo. Suas intenções são malignas.
b) Principais características. Os hipócritas gostam de
ser glorificados pelos homens (Mt 6.2), pois dos homens buscam a glória. Eles
contribuem financeiramente, mas não são sinceros para com Deus. Jesus condena
os que assim procedem (Mt 23.23).
2. O que é insensibilidade espiritual? O texto bíblico
é enfático: “Apostatarão alguns da fé (...) tendo cauterizada a sua própria
consciência” (1 Tm 4.2b). Cauterizar, segundo o dicionário, é utilizar um meio
químico, ou ferro incandescente, para destruir a sensibilidade de um tecido
orgânico. Quando a consciência fica cauterizada, o homem age como os animais,
apenas instintivamente.
Conta-se que uma jovem crente engravidara-se do
namorado. A mãe repreendeu-a, levando o caso ao pastor. Uma irmã, porém,
desaprovou aquela mãe: “Você não devia ter feito isso; bastava encaminhar sua
filha para um aborto e tudo estaria resolvido. O pastor não precisava saber de
nada”. Alguém pode esconder-se do pastor, mas de Deus ninguém se esconde (Sl
139.7-12). Cuidado com o relativismo moral; a Bíblia lida com valores absolutos
e inegociáveis: o que é pecado é sempre pecado.
III. PROLIFERAÇÃO DA REBELIÃO CONTRA DEUS (2 Tm 3.1-9)
1. “Homens amantes de si mesmos”. Jesus ensinou que o
maior dos mandamentos é amar a Deus de todo o coração; o segundo, semelhante ao
primeiro, é amar ao próximo como a si mesmo (Mt 22.35-39). Nestes tempos
trabalhosos, porém, o amor próprio e egoísta está matando o amor a Deus e ao
próximo. Esse tipo de amor nega as verdadeiras dimensões do amor cristão.
2. Homens “avarentos” (v.2). As Escrituras afirmam que
a avareza é idolatria (Cl 3.5). O pecado da avareza se manifesta no amor e
culto ao dinheiro e ao materialismo (Ef 5.5; 1 Tm 6.10). Em Romanos 1.29, o
pecado da avareza é arrolado juntamente com a prostituição e o homicídio.
Eis porque a Bíblia adverte acerca dos falsos mestres
que, movidos pela avareza, se utilizam de fábulas engenhosas para auferir
lucros e enganar a Igreja de Deus (2 Pe 2.3; 1.16). Os falsos mestres e
doutores são considerados malditos pela Palavra de Deus (2 Pe 2.14).
3. Homens “presunçosos” (v.2). Presunção é vaidade. Os
presunçosos e ingratos para com Deus agem como Israel: ao prosperarem, dão
“coices”; viram as costas a Deus (Dt 32.15). Eles passam a agir como se Deus
não existisse. Amam mais a vida presente do que os bens eternos.
Nesses tempos trabalhosos, precisamos orar e vigiar
com mais seriedade, para que não sejamos tragados pela onda de apostasia e
insensibilidade espiritual. Somente com um profundo quebrantamento espiritual,
e uma vida sempre renovada no Espírito (2 Co 4.16), poderemos estar em
condições de aguardar a vinda de Jesus de modo santo e de conformidade com a
sua Palavra.
“A Apostasia Pessoal
(Hb 3.12)
A apostasia (gr. apostasia) aparece duas vezes no NT
como substantivo (At 21.21; 2 Ts 2.3) e, aqui em Hb 3.12, como verbo (gr.
aphistemi, traduzido por ‘apartar’). O termo grego é definido como ‘decair,
deserção, rebelião, abandono, retirada ou afastar-se daquilo a que antes se estava
ligado’.
1. Significado de apostasia. Apostatar significa
cortar o relacionamento salvífico com Cristo, ou apartar-se da união vital com
Ele e da verdadeira fé nEle. Sendo assim, a apostasia individual é possível
somente para quem já experimentou a salvação, a regeneração e a renovação pelo
Espírito Santo (Lc 8.13; Hb 6.4,5); não é simples negação das doutrinas do NT
pelos inconversos dentro da igreja visível. A apostasia pode envolver dois
aspectos distintos, embora relacionados entre si: (a) a apostasia teológica,
isto é, a rejeição de todos os ensinos originais de Cristo e dos apóstolos ou
alguns deles (1 Tm 4.1; 2 Tm 4.3); e (b) a apostasia moral, ou seja, aquele que
era crente deixa de permanecer em Cristo e volta a ser escravo do pecado e da
imoralidade (Is 29.13; Mt 23.25-28; Rm 6.15-23; 8.6-13).
2. Advertência bíblica. A Bíblia adverte fortemente
quanto à possibilidade da apostasia, visando tanto nos alertar do perigo fatal
de abandonar nossa união com Cristo, como para nos motivara perseverar na fé e
na obediência”.(Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.1903.)
A incredulidade é o pecado inicial e mortal que conduz
o crente à rebelião e à apostasia (Hb 3.7-10). O pecado de incredulidade foi o
motivo pelo qual o povo de Israel voltou a Cades Barnéia e pereceu no deserto
(Hb 3). Essa mesma rebeldia continua viva e ativa no século XXI, ameaçando
aqueles que teimam em desobedecer as Sagradas Escrituras (1 Tm 4.1). Assim como
o povo pereceu no deserto, muitos crentes estão fracos e incapazes de continuar
a jornada cristã, em função da dureza de seus corações impenitentes. A
Escritura, no entanto, admoesta: “Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de
vós um coração mal e infiel, para se apartar do Deus vivo” (Hb 3.12).
A descrença e a dureza de coração precedem à ruína
espiritual, pois o “pecado voluntário” (Hb 10.26) tem sua gênese na falta de
fé. O termo “voluntário” enfatiza a natureza premeditada e calculada do pecado.
Logo, o incrédulo premedita e calcula suas ações pecaminosas. Já a palavra
“pecar”, particípio presente de uma ação contínua, indica a persistência no
erro. O antídoto contra a obstinação pecaminosa é uma fé inabalável em Jesus
Cristo, como afirma a Bíblia: “Não somos daqueles que se retiram para a perdição,
mas daqueles que crêem para a conservação da alma” (Hb 10.39).
FONTE CPAD
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