A IMPORTANCIA DE ESTUDAR A BIBLIA
I. O QUE É A BÍBLIA
1. Definição. A definição mais simples, porém direta e
forte, que encontramos das Escrituras Sagradas é esta: A Bíblia é a inspirada e
inerrante Palavra de Deus. Infelizmente, nem todos os teólogos aceitam a
ortodoxia deste conceito; alegam que, neste, há um desconcertante simplismo.
Todavia, encontra-se esta definição isenta do erro dos liberais e livre das
sutilezas dos neo-ortodoxos.
2. A posição liberal. Os liberais sustentam que a
Bíblia apenas contém palavras de Deus, mas não é a Palavra de Deus. Outros
liberais vão mais longe: asseveram que a Bíblia não é nem contém a Palavra de
Deus; não passa de um livro qualquer.
3. A posição neo-ortodoxa. Já os neo-ortodoxos
lecionam: a Bíblia torna-se a Palavra de Deus à medida que, alguém, ao lê-la,
tem um encontro experimental com o Senhor Jesus. Todavia, quer o leitor da
Bíblia curve-se quer não se curve ante os arcanos divinos, continuará a Bíblia
a ser a Palavra de Deus.
4. A posição ortodoxa. Os ortodoxos, porém, com base
nas Sagradas Escrituras, asseveramos que a Bíblia é, de fato, a Palavra de
Deus. Ela não se limita a conter a Palavra de Deus; ela é a Palavra de Deus.
Ela também não se torna a Palavra de Deus; ela é e sempre será a Palavra de
Deus (2 Tm 3.16).A posição ortodoxa sustenta ser a Bíblia a inspirada e
inerrante Palavra de Deus, conforme 2 Tm 3.16. Porém, os liberais afirmam que
ela apenas contém, e os neo-ortodoxos que se torna a Palavra de Deus.
II. AS GRANDES REIVINDICAÇÕES DA BÍBLIA
É de fundamental importância tenhamos sempre, no
coração, as grandes reivindicações da Bíblia Sagrada: sua inspiração,
inerrância, infalibilidade, soberania e completude.
1) A inspiração da Bíblia. Já que a Bíblia é a Palavra
de Deus, sua inspiração não é comum nem vulgar; é singular e única, porquanto
inspirada pelo Espírito Santo. As Escrituras mesmas reconhecem sua divina
inspiração (2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21).
2) A inerrância da Bíblia. Inspirada divinamente, há
que se concluir: a Bíblia acha-se, em termos absolutos e infinitos, isenta de
erros. Nela, não encontramos a mínima inexatidão quer histórica, quer
geográfica, seja teológica seja doutrinária (Sl 19.7; 119.140).
3) A infalibilidade da Bíblia. A Bíblia não é apenas
inerrante; é também infalível. Tudo o que o Senhor prometeu-nos, em sua
Palavra, cumpre-se absolutamente. Entretanto, há teólogos que alegam defender a
infalibilidade da Bíblia, mas lhe rejeitam a inerrância. Ora, como podemos
considerar algo infalível se é errante? Sua errância, por acaso, não virá a
contraditar-lhe, inevitavelmente, a infalibilidade?
Quanto a nós, reafirmamos: tanto a inerrância quanto a
infalibilidade da Bíblia são incontestáveis (Dt 18.22; 1 Sm 3.19; Mc 13.31; At
1.3).
4) A soberania da Bíblia. Evangélicos e herdeiros da
Reforma Protestante, confessamos ser a Bíblia a autoridade suprema em matéria
de fé e prática (Is 8.20; 30.21; 1 Co 14.37). Isto significa que encontra-se a
Bíblia acima das tradições e primados humanos; ela é a inquestionável e
absoluta Palavra de Deus.
5) Completude da Bíblia. O Apocalipse encerrou,
definitiva e irrecorrivelmente, o cânon da Bíblia Sagrada; nenhuma subtração,
ou adição, está autorizada à Palavra de Deus (Ap 22.18-21). Portanto, não se
admite quaisquer escrituras, profecias, sonhos ou visões que, arrogando-se
palavra de Deus, reivindique autoridade semelhante ou superior a Bíblia.A
inspiração, inerrância, infalibilidade, soberania e completude são as
principais reivindicações da Bíblia a respeito de sua singularidade e
procedência divina.
III. COMO LER A BÍBLIA
Afirmou com muita precisão o teólogo Martin Anstey
"A qualificação mais importante exigida do leitor da Bíblia não é a
erudição, mas sim a rendição; não a perícia, mas a disposição de ser guiado
pelo Espírito de Deus". Estudemos, pois, a Palavra de Deus, conscientes de
que o Senhor continua a falar-nos hoje como outrora falava a Israel e à Igreja
Primitiva. Devemos, por conseguinte:
1. Amar a Bíblia. Nossa primeira atitude em relação à
Bíblia é amá-la como a inspirada Palavra de Deus. Declara o salmista todo o seu
amor às Escrituras: "Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo
o dia" (Sl 119.97).
2. Ter fome da Bíblia. Se tivermos fome pela Bíblia,
haveremos de lê-la todos os dias. Se é penoso passar sem o pão de cada dia,
como privar-se do alimento que nos vem diretamente do Espírito de Deus - as
Sagradas Escrituras? O profeta Ezequiel, tão logo encontra a Palavra de Deus,
come-a (Ez 3.3).
3. Guardar a Bíblia no coração. Ao cantar as belezas
da Palavra de Deus, o salmista confessa ternamente: "Escondi a tua palavra
no meu coração, para eu não pecar contra ti" (Sl 119.11). Os leitores
periféricos da Bíblia lêem-na, mas dela se esquecem. Não assim o suave cantor
de Israel; mesmo fechando-a depois de seu devocional, abria-a em seu coração.
4. Falar continuamente das grandezas singulares da
Bíblia. Eis o que Moisés prescreve aos filhos de Israel, a fim de que estes
jamais venham a se esquecer dos mandamentos do Senhor: "Estas palavras que
hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos e delas falarás
assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te.
Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras entre os teus
olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas" (Dt
6.6-9).
IV. OS EFEITOS DA BÍBLIA EM NOSSA VIDA
Quanto mais lermos a Bíblia, mais sábios nos
tornaremos. Ela orienta-nos em todos os nossos caminhos; consola-nos quando
nenhum consolo humano é possível; mostra-nos a estrada do Calvário e leva-nos
ao lar celestial.
1. A Bíblia dá-nos sabedoria. "Os teus
mandamentos me fazem mais sábio que os meus inimigos; porque, aqueles, eu os
tenho sempre comigo" (Sl 119.98 - ARA).
2. A Bíblia dá-nos a orientação segura. "Tu és a
minha rocha e a minha fortaleza; [...] guia-me e encaminha-me" (Sl 31.3).
3. A Bíblia dá-nos o necessário consolo. "Isto é
a minha consolação na minha angústia, porque a tua palavra me vivificou"
(Sl 119.50).
4. A Bíblia dá-nos a provisão de salvação.
"Desfalece-me a alma, aguardando a tua salvação; porém espero na tua
palavra" (Sl 119.81 - ARA).
5. A Bíblia leva-nos ao lar celeste. No encerramento
do cânon sagrado, somos revigorados com a viva esperança de, um dia, virmos a
tomar posse da Cidade Santa (Ap 22.18-20).
Tem você lido regularmente a Bíblia? Ela é o seu
consolo? Ou não passa a Palavra de Deus de um simples acessório em sua estante?
É hora de nos voltarmos, com mais empenho e amorosa dedicação, ao Livro de
Deus.
"O que é a meditação bíblica?
O verdadeiro objetivo da meditação bíblica não é
ajudar ninguém a fugir da angústia de um divórcio, ou do dissabor de uma doença
grave, escondendo-se em um mundo fantasioso. Pelo contrário, a verdadeira
meditação nos ajuda a aplicar a verdade bíblica a circunstâncias difíceis ou
estressantes.
Algumas palavras descrevem a meditação cristã da
Escritura: refletir, ponderar e até ruminar. Assim como a vaca primeiro engole
a comida para mais tarde regurgitá-la e mastigá-la outra vez; também o crente,
em seu momento de reflexão, alimenta a memória com a Palavra de Deus e depois a
traz de volta a seu consciente, quantas vezes forem necessárias. Cada nova
'mastigação' produz ainda mais nutrientes para o sustento da vida espiritual.
A meditação, portanto, nada mais é que o processo de
revolver a verdade bíblica na mente sem parar, de forma a obtermos maior
revelação do seu significado e certificarmo-nos de que a aplicamos a nossas
vidas diárias. J. I. Packer certa vez disse que "meditar é despertar a
mente, repensar e demorar-se sobre um assunto, aplicar a si próprio tudo que se
sabe sobre a obra, os caminhos, os propósitos e as promessas de Deus'".(HODGE,
K. A mente renovada por Deus. RJ: CPAD, 2002, pp. 85-6.)
"Alegrar-me-ei em teus mandamentos, que eu amo"
(Sl 119.47). Em um outro belo e piedoso verso o salmista prorrompe: "Oh!
Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia" (v.97). As
igrejas de todo o Brasil costumam organizar gincanas, sorteios e usar
estratégias de marketing para atrair cada vez mais alunos para a Escola Bíblica
Dominical. Não há qualquer problema nesses métodos. Porém, nenhuma dessas
estratégias seria necessária se cada crente amasse ardentemente as Escrituras,
assim como o salmista. O que deve incitar o crente à Escola Dominical é o
incomensurável amor pela Palavra de Deus. Que todos os crentes exclamem como o
poeta: "Oh! Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais doces do
que o mel à minha boca... Pelo que amo os teus mandamentos mais do que o ouro,
e ainda mais do que o ouro fino" (vv.103,127).
Colossenses 2.4-11.
4 - E digo isto para que ninguém vos engane com
palavras persuasivas.
5 - Porque, ainda que esteja ausente quanto ao corpo,
contudo, em espírito, estou convosco, regozijando-me e vendo a vossa ordem e a
firmeza da vossa fé em Cristo.
6 - Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo,
assim também andai nele,
7 - arraigados e edificados nele e confirmados na fé,
assim como fostes ensinados, crescendo em ação de graças.
8 - Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua,
por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo
os rudimentos do mundo e não segundo Cristo;
9 - porque nele habita corporalmente toda a plenitude
da divindade.
10 - E estais perfeitos nele, que é a cabeça de todo
principado e potestade;
11 - no qual também estais circuncidados com a
circuncisão não feita por mão no despojo do corpo da carne: a circuncisão de
Cristo.
. Neste, há um divisor entre a compreensão positiva e
negativa da doutrina de Cristo demonstrada por três expressões: “segundo os
homens” (kata anthrōpōn); “segundo o mundo” (kata ton kosmou); e “segundo Cristo”
(kata Christon). As duas primeiras, não apenas opõe-se a última, mas a
combatem. Fazem parte daquilo que Paulo denominou de “filosofias” e “vãs
sutilezas”. Estas, procedem de fontes humanas e malignas, enquanto a terceira,
fundamenta-se na revelação divina em Cristo. “Segundo os homens”, refere-se à
crença em um conjunto de tradições orais ou lendárias que, pela sua
antiguidade, parecia ser merecedora de crédito e aprovação. Contudo, não
passava de sutileza ou engodo (apatē). “Segundo o mundo”, difere da primeira,
pois enquanto a expressão “segundo os homens” baseia-se nas lendas
artificiosas, esta, na adoração aos espíritos ou “aeons”. Portanto, a religião
professada em Colossos era constituída de um fundamento teórico antigo que
formava a doutrina e fortalecia a crença na adoração a espíritos intermediários
entre Deus e os homens. Estas tradições e sutilezas opunham-se ao corpo de
doutrina apostólico e a adoração ao Deus único e verdadeiro.
Desde os tempos bíblicos, Satanás vem usando os seus
agentes a fim de levar o povo de Deus a desacreditar na Bíblia, na divindade e
na obra redentora de Cristo. Temos de estar devidamente preparados para
detectar e desmascarar suas sutilezas. Sem dúvida, esse é um dos maiores
desafios da Igreja de Cristo nestes últimos dias.
I. OS ARDIS DE SATANÁS
1. Seus disfarces. Desde a fundação da Igreja, os
falsos mestres vêm disfarçando-se entre os filhos de Deus para disseminar suas
heresias. Jesus disse que os mestres do erro apresentam-se “vestidos como
ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores” (Mt 7.15). A Bíblia
classifica os tais como “falsos apóstolos” e “obreiros fraudulentos”,
identificando-os como agentes de Satanás que se transfiguram “em ministros da
justiça” (2 Co 11.13-15). Devemos, por isso, acautelar-nos deles.
2. Suas estratégias. Os expositores sectários
preocupam-se com a aparência, pois costumam apresentar o seu movimento como um
paraíso perfeito (2 Tm 3.5). Infelizmente, muitos são os que caem nessas
armadilhas. Uma vez fisgados por eles, dificilmente conseguem libertar-se, uns
por causa da lavagem cerebral que recebem, outros, em razão do terrorismo psicológico
e da pressão que sofrem de seus líderes. Seus argumentos são recursos retóricos
bem elaborados e persuasivos, para convencer o povo a crer num Jesus estranho
ao Novo Testamento (2 Co 11.3).
II. A PERÍCIA DOS HERESIARCAS
1. “Palavras persuasivas” (v.4). Os falsos mestres, a
quem o apóstolo se refere, estavam envolvidos com o legalismo judaico:
circuncisão (Cl 2.11), preceitos dietéticos e guarda de dias (Cl 2.16). Há
também várias referências ao gnosticismo (Cl 2.18,23). O verbo grego
paralogizomai, “enganar, seduzir com raciocínios capciosos”, descreve com
precisão a perícia dos falsos mestres na exposição de suas heresias. O nosso
cuidado deve ser contínuo para não nos tornarmos presas desses doutores do
engano.
2. O Jesus que recebemos (vv.6,7). O apóstolo insiste
que devemos andar de acordo com o evangelho, a fim de ficarmos arraigados,
edificados e firmados na Palavra de Deus. Entretanto, a mensagem dos agentes de
Satanás é sempre contra tudo o que cremos, pregamos e praticamos. Às vezes, há
alguns pontos aparentemente comuns entre nós e eles, e nisso reside o perigo,
visto que é por onde tais ensinos se introduzem.
3. A simplicidade do evangelho. A mensagem do
evangelho é simples e qualquer ser humano, independentemente de seu preparo
intelectual e origem, é capaz de entender; basta dar lugar ao Espírito Santo,
que convence o homem “do pecado, da justiça e do juízo” (Jo 16.8). A conversão
ao cristianismo não é resultado de estratégia de marketing, nem de técnicas
persuasivas (1 Co 2.4). Não é necessário, portanto, um “curso de lógica” para
alguém ser salvo ou entender os princípios da fé cristã.
III. AS SUTILEZAS DO ERRO
1. “Ninguém vos faça presa sua” (v.8a). O significado
de “presa” revela o que acontece, ainda hoje, com os adeptos das seitas. O
verbo grego sylagōgeō, “levar como despojo, prisioneiro de guerra, seqüestro,
roubo”, descreve o estado espiritual dos que seguem os falsos mestres. Um dos
objetivos dos promotores de heresias é escravizar as suas vítimas para terem
domínio sobre elas (2.18; Gl 4.17). Hoje, muitos estão nos grilhões das seitas
como verdadeiros escravos.
2. “Por meio de filosofias” (v.8b). Não há indícios de
que o apóstolo esteja fazendo alusão às escolas filosóficas da Grécia. O
estoicismo e o epicurismo eram as filosofias predominantes do mundo romano na
era apostólica e são mencionadas em o Novo Testamento (At 17.18). As
“filosofias” de que Paulo trata são conceitos mundanos, contrários à doutrina e
à ética cristã. Qualquer sistema de pensamento, ou disciplina moral, era,
naqueles dias, chamado de “filosofia”.
3. “Vãs sutilezas” (v.8c). Engano e sutileza, nesse
contexto, significam a mesma coisa. A palavra grega usada para sutileza é
apatē, isto é, “engano” (Ef 4.22), “sedução” (Mt 13.22). É usada para
referir-se a pessoas de conduta enganosa e embusteira que levam outras ao
engano. É mediante tais recursos que os mestres do erro conduzem suas vítimas
ao desvio. Tais sutilezas impedem as pessoas de verem a verdade e, como
conseqüência, tornam-se cativas das astúcias de Satanás.
4. “Segundo a tradição dos homens” (v.8d). Não é a
tradição apostólica nem judaica, mas um sincretismo de elementos cristãos,
judaicos e pagãos: angelolatria e ascetismo, por exemplo. Eram práticas que se
opunham ao evangelho.
Trata-se de tradição humana, ao passo que o evangelho
veio do céu (Gl 1.11,12).
IV. OS RUDIMENTOS DO MUNDO
1. O significado de “rudimentos” (v.8). A expressão
“rudimentos do mundo”, literalmente é: “elementos do universo”, ou “rudimentos
do mundo”, em nossas versões. A palavra stoicheion, “fundamento, elemento”,
aparece na filosofia grega para os quatro elementos da natureza: terra, água,
ar e fogo que, segundo ensinavam os físicos gregos, compõem a totalidade do
mundo (2 Pe 3.10,12). Para outra escola filosófica da Grécia, significava
“elementos espirituais”, ou “espírito vivo”, que se difundia por toda a
natureza como força vivificante.
2. O apóstolo se refere a que “rudimentos”? Essa
palavra é usada, também, com o sentido de “princípio básico” (Hb 5.12) e de
“elementos judaicos” ou “adoração cósmica” do sincretismo helênico (Gl 4.3,9).
O termo deve ser analisado à luz do contexto e, aqui, mostra que são uma
referência aos poderes demoníacos que se opunham a Cristo. Veja que o apóstolo
contrapõe esses rudimentos a Cristo: “segundo os rudimentos do mundo e não
segundo Cristo”.
3. A deidade de Cristo em jogo. Cristo é superior a
todos os poderes (Ef 1.21). Os crentes, portanto, não precisam dos stoicheia,
ou poderes demoníacos, apresentados pelos falsos mestres. As vãs filosofias são
oriundas dos homens e do reino das trevas e não de Cristo. Há uma diferença
abissal entre Cristo e os rudimentos do mundo. Não se trata, por conseguinte,
de um demiurgo dos gnósticos, nem dos poderes cósmicos dos adeptos da Nova Era
(v.9).
4. O significado de “toda a plenitude da divindade”
(v.9). Temos, neste contexto, o Deus verdadeiro com toda a sua plenitude. O sentido
de “divindade”, no texto original, é “deidade”. Um conceituado dicionário de
grego afirma: “deidade, difere de divindade, como a essência difere da
qualidade ou atributo”. Na Tradução do Novo Mundo, as Testemunhas de Jeová
diluíram o v.9, traduzindo-o por “qualidade divina”, para adaptar à Bíblia as
suas crenças, atitude própria dos falsos mestres.
O povo de Deus vive em constante batalha espiritual. O
inimigo sempre trabalhou para desviar os crentes da vontade divina,
induzindo-os a crenças falsas e práticas que desonram ao Criador. Por isso,
devemos estar atentos quando um movimento religioso apresenta-se com persuasão
e argumentos aparentemente convincentes. Trata-se, geralmente, de alguém que
pretende mostrar-nos algo que não está de acordo com a Palavra de Deus.
“O que Significa ‘Seita’?
1. Etimologia. O historiador Flávio Josefo e muitos
outros escritores antigos usaram a palavra hairesis com o sentido de ‘escola’
de pensamento, ‘doutrina’ ou ‘religião’ sem conotação pejorativa O verbo grego
haireō, de onde vem o substantivo em foco, significa ‘escolher’. Na literatura
clássica tem o sentido de escolha filosófica ou política. Todavia, o Novo
Testamento traz essa palavra com o sentido de ‘divisão, dissensão’, pois lemos:
‘E até importa que haja entre vós heresias, para os que são sinceros se
manifestem entre vós’ (1 Co 11.19). A versão Almeida Atualizada traduziu por
‘partido’; a NVI, por ‘divergências’; a Tradução Brasileira, por ‘facção’. A
mesma palavra aparece em Gálatas 5.20 sendo traduzida por ‘dissensão’. [...]
Convém salientar que a palavra grega para ‘heresias’ em o Novo Testamento, é a
mesma para ‘seita’, hairesis. O termo ‘herege’, que aparece em Tito 3.10,
hairetikos, é adjetivo que vem do referido substantivo grego. O sentido de erro
doutrinário, como ‘heresia’, no campo teológico que nós conhecemos hoje,
aparece pela primeira vez em 2 Pedro 2.1. É nessa acepção que refutamos tais
heresias.
2. Conceituação. Atualmente a palavra ‘seita’ é usada
para designar as religiões heterodoxas ou espúrias. É uma palavra já
desgastada, trazendo em si, muitas vezes, um tom pejorativo. São grupos que
surgiram de uma religião principal e seguem as normas de seus líderes ou
fundadores e cujos ensinos divergem da Bíblia nos principais pontos da fé
cristã. São uma ameaça ao cristianismo histórico e um problema para as igrejas.
3. Problemas. [...] As heresias afetam os pontos
principais da doutrina cristã, no que diz respeito a Deus: Trindade, o Senhor
Jesus Cristo e o Espírito Santo; ao homem: natureza, pecado, salvação, origem e
destino; aos anjos, à igreja e às Escrituras Sagradas. O mais grave erro é
quando diz respeito à Divindade. Errar em outros pontos da fé cristã pode até
não afetar a salvação, mas a doutrina de Deus é inviolável. Negar ‘o Senhor’ é
trazer sobre si repentina destruição.
Os novos movimentos internos como a Confissão Positiva
e o G-12 não devem ser classificados como seitas, pois além de não afetarem os
pontos salientes da fé cristã, seus ensinos e práticas não são necessariamente
heresias, mas aberrações doutrinárias. O efeito destrutivo pode ser pior do que
os movimentos externos, pois Satanás se utiliza, muitas vezes, da arrogância ou
da ignorância dos mentores dessas inovações para causar divisões nas igrejas”
(SOARES, E. Manual de apologética cristã. RJ: CPAD, 2002, pp.25-7).FONTE CPAD
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