Título: As Doutrinas Bíblicas Pentecostais
Comentarista: Antonio Gilberto
Lição
9: Pecados
contra o Espírito Santo
Data: 27 de Agosto de 2006
TEXTO ÁUREO
“E não
entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o Dia da
redenção” (Ef 4.30).
VERDADE PRÁTICA
Sendo o Espírito Santo quem intercede por nós com gemidos
inexprimíveis, quem por nós intercederá se pecarmos contra Ele?
LEITURA DIÁRIA
Segunda -
Is 63.10
Não
entristeçais o Espírito Santo
Terça - At
5.3
Não
mintais ao Espírito Santo
Quarta -
Mt 12.31,32
Não
blasfemeis contra o Espírito Santo
Quinta -
Hb 10.29
Não
insulteis o Espírito Santo
Sexta - At
7.51
Não
resistais ao Espírito Santo
Sábado - 1
Ts 5.19
Não
extingais o Espírito Santo
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Hebreus
3.7-12.
7 - Portanto, como diz o Espírito
Santo, se ouvirdes hoje a sua voz,
8 - não endureçais o vosso coração,
como na provocação, no dia da tentação no deserto,
9 - onde vossos pais me tentaram, me
provaram e viram, por quarenta anos, as minhas obras.
10 - Por isso, me indignei contra esta
geração e disse: Estes sempre erram em seu coração e não conheceram os meus
caminhos.
11 - Assim, jurei na minha ira que não
entrarão no meu repouso.
12 - Vede, irmãos, que nunca haja em
qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo.
PONTO DE CONTATO
Professor, o avivamento da Rua Azusa foi a centelha que espalhou
o pentecostes por todas as regiões. A. C. Valdez, participante do movimento
pentecostal em Los Angeles, testemunhou que “muitas vezes ondas de glória
vinham sobre a sala de espera e o povo bradava em oração de gratidão ou
louvores quando recebia o batismo no Espírito Santo”. Segundo Valdez, era comum
o culto passar da meia-noite e entrar nas primeiras horas da manhã. Ali,
segundo as testemunhas oculares, dúzias de bengalas, ataduras, muletas e
cachimbos eram postos enfileirados juntos às paredes do galpão. Muitas pessoas
falavam em línguas, às vezes um santo silêncio vinha sobre o lugar, seguido por
um coro de oração em línguas desconhecidas pelos cristãos.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Descrever os principais pecados contra o Espírito Santo.
·
Explicar o sentido de “blasfêmia contra o Espírito”.
·
Buscar uma comunhão mais íntima com o Espírito.
SÍNTESE TEXTUAL
As principais condições exigidas pelas Sagradas Escrituras para
que o crente seja cheio do poder do Espírito é não entristecer (Ef 4.30,31),
extinguir (1 Ts 5.19), resistir (At 7.51), ultrajar (Hb 10.29) e, mentir ao
Espírito Santo (At 5.3). Qualquer um desses pecados desabilita o crente como
candidato à plenitude do Espírito de Cristo. A proibição contra essas
transgressões sugere que o crente, por seus atos e natureza pecaminosa, tem possibilidade
de ofender o Santo Espírito, interferindo assim, na obra do Espírito no crente.
Conseqüentemente, a insistência e teimosia do crente em afrontar o Espírito da
Graça, podem levá-lo, à semelhança dos cristãos hebreus, ao pecado de apostasia
e blasfêmia contra o Espírito (Hb 10.19-39; Mt 12.22-32).
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Professor, nesta lição usaremos como recurso didático uma
técnica chamada de Pensamento Radiante. A proposta desta dinâmica é que os
alunos criem idéias relativas à lição. Divida a classe em equipes, não mais do
que três pessoas por grupo. Distribua a cada equipe uma folha de papel ofício
duplo (ou equivalente) escrito no centro: “Pecados contra o Espírito”. Instrua
os alunos a fazerem um círculo no centro do papel onde já consta o título da
lição. Do círculo central eles devem desenhar 6 linhas em sentido vertical e,
em cada uma delas, escrever uma palavra que se relaciona com o tema proposto.
Das 6 palavras (possivelmente: tristeza, extinguir, agravo, blasfemar, mentir,
resistir) eles vão escolher uma e fazer o mesmo, isto é, mais 6 linhas com
palavras relacionadas. Na conclusão da atividade, tem-se várias idéias,
relacionadas ao tema geral. Solicite aos alunos para apresentarem rapidamente.
A seguir, ministre a lição. Sabendo que a partir da atividade desenvolvida, os
alunos relacionaram diversos conceitos que o auxiliarão na compreensão da
lição.
COMENTÁRIO
introdução
Os pecados contra o Espírito Santo consistem em palavras,
atitudes e atos. Entre os pecados por palavras, acham-se as afrontas verbais e
as blasfêmias. As atitudes e atos constam da resistência ao Espírito, e da
recusa contínua de se cumprir a vontade de Deus. Contudo, a resistência ao
Espírito é o pecado inicial que se comete contra o Consolador. Uma vez cometida
esta ofensa, as demais parecerão de somenos importância, visto que o coração do
ofensor, afetado terrivelmente pela iniqüidade, considerará o pecado algo comum
e corriqueiro.
Lembremo-nos que o Espírito Santo, simbolizado nas Escrituras
pela pomba, é muito sensível.
I.
RESISTÊNCIA AO ESPÍRITO SANTO
Este pecado contra o Espírito pode ser compreendido pelo modo
como Estevão concluiu seu sermão diante dos anciãos de Israel: “Homens de dura
cerviz e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito
Santo” (At 7.51). O pecado daqueles homens não era um ato isolado, mas
contínuo: resistir “sempre” ao Espírito Santo (v.51).
1. O que é resistir ao Espírito Santo. É recusar, de forma consciente, a vontade
divina transmitida pelo Espírito Santo mediante a Palavra de Deus e por meio de
seu trabalho em nossos corações.
2. O sentido do texto bíblico. O verbo resistir usado por Estevão no
original, vai além de uma mera resistência. Significa lutar contra; lutar com
agonia; cair em cima. O povo de Israel até hoje sofre as conseqüências disso (1
Ts 2.15,16). O texto em estudo revela que os ouvintes de Estevão lutavam contra
o Espírito Santo, empregando nesta peleja, todas as suas forças. Ver Zc 7.12;
Gn 6.3; Is 30.1; Ne 9.30; Ez 8.3,6.
Você tem resistido ao Espírito Santo? Israel, o povo de Deus,
fez isso por rebeldia contumaz e o Espírito do Senhor tornou-se inimigo deles e
passou a lutar contra eles. Que relato terrível e condenatório! (Is 63.10).
II. AGRAVO AO
ESPÍRITO SANTO
Acostumados como estavam ao culto levítico, e sob perseguição
por causa do evangelho de Cristo, os cristãos de origem judaica começaram a
deixar a igreja e a retornar ao judaísmo centrado no Templo em Jerusalém. Em
Hebreus 10.29, eles são incisivamente exortados a não fazê-lo: “De quanto maior
castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e
tiver por profano o sangue do testamento, com que foi santificado, e fizer
agravo ao Espírito da graça?”.
Aqueles irmãos cometeram três horrendos pecados: o de pisar o
filho de Deus; o de ter por comum o sangue da aliança; e o de agravar o
Espírito Santo. Agravar, como aqui é empregado é afrontar, ultrajar, debochar,
zombar, injuriar, insultar com desdém.
III.
ENTRISTECER O ESPÍRITO SANTO
Na Epístola aos Efésios, exorta-nos Paulo: “E não entristeçais o
Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o Dia da redenção. Toda
amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmias, e toda malícia seja tirada
de entre vós” (Ef 4.30,31).
1. Tristeza do Espírito Santo. O vocábulo original tem a ver com agravo, dor,
aflição, angústia. Diante desta recomendação do apóstolo Paulo, um teólogo
asseverou: “O Espírito, que faz os homens experimentarem a verdade, é
envergonhado quando os santos mentem uns para os outros e têm conversas vãs”.
2. O que pode entristecer o Espírito Santo. Matthew Henry responde: “Toda conversação
maligna e corrupta, que estimule os desejos pecaminosos e a luxúria, contrista
o Espírito Santo”. O Espírito Santo também é entristecido quando, desprezando a
vontade divina, preferimos seguir nossos desejos e ambições; quando o cristão
não reverencia a sua presença manifesta e ignora a sua voz; quando não busca a
sua vontade e direção.
IV. MENTIR AO
ESPÍRITO SANTO
A mentira ao Espírito Santo está categoricamente exemplificada
na passagem em que Pedro, pelo Espírito Santo, denuncia a mentira de Ananias e
Safira: “Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao
Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade?” (At 5.3). Vejamos o que
significa este tipo de pecado:
1. O sentido da palavra “mentira” em Atos 5.3. Aqui, o termo original corresponde a contar
uma falsidade como se fosse verdade. Ananias e Safira, certamente, ensaiaram
esta mentira, como pode ser visto no versículo 9.
2. As implicações de se mentir ao Espírito Santo. Quem mente ao Espírito Santo, menospreza a sua
deidade; Ele é Deus (vv.3,4). Como a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade,
Ele é onisciente, onipresente e onipotente. Isso significa que o Espírito Santo
tudo sabe e tudo conhece. Logo, mentir e tentar o Espírito do Senhor (v.9), é
testar a tolerância de Deus, isto é, pecar até enquanto Deus suportar. Ver Nm
14.22,23; Dt 6.16; Mt 4.7.
V. EXTINGUIR
O ESPÍRITO SANTO
Paulo escrevendo aos irmãos de Tessalônica, exortou-os: “Não
extingais o Espírito” (1 Ts 5.19). Tem-se a impressão de que aquela igreja,
esquecendo-se de seu primeiro fervor (1 Ts 1.2,3,7), tornara-se formalista; sua
liturgia começava a extinguir o Espírito Santo. Se por um lado, não podemos
concordar com as meninices e fanatismos; por outro, não haveremos de nos
conformar ao mero ritualismo, pois sempre resulta na supressão e extinção das
operações do Espírito Santo em nosso meio.
1. O que é extinguir o Espírito. O termo traduzido por “extinguir” referente ao
Espírito Santo, tem o sentido colateral de apagar aos poucos uma chama, um fogo
que está a arder. Portanto, extinguir o Espírito é agir de modo a impedir,
suprimir ou limitar a manifestação do Espírito do Senhor. Quando se perde o
primeiro amor, extinguimos ou apagamos de nossas vidas o Espírito de Cristo (Ap
2.4).
2. O perigo de se extinguir o Espírito. A extinção das operações do Espírito Santo na
vida da igreja quando não é letal, a adoece e debilita, sem que ninguém o
perceba. Mais tarde, resta somente a lembrança do passado quando o fogo do céu
ardia. Sempre que for detectada a falta de operações do Espírito Santo em nosso
meio, devemos clamar a Deus sem cessar por um avivamento espiritual. A extinção
do Espírito Santo leva a igreja a mornidão espiritual (Ap 3.14-22).
VI. BLASFEMAR
CONTRA O ESPÍRITO SANTO
1. O que é blasfemar contra o Espírito Santo? Encontrava-se o Senhor Jesus numa sinagoga em
Cafarnaum, a sua cidade, quando lhe trouxeram um endemoninhado cego e mudo.
Jesus por sua compaixão libertou totalmente o homem possesso. Os fariseus
alegaram que Ele operara tal milagre pelo poder do chefe dos demônios. Era o
cúmulo do pecado deles contra o Espírito Santo (Mt 12.24). Jesus lhes disse:
“Todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens, mas a blasfêmia contra o
Espírito não será perdoada aos homens. E, se qualquer disser alguma palavra
contra o Filho do Homem, ser-lhe-á perdoado, mas, se alguém falar contra o
Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro” (Mt
12.31,32; Mc 3.28-30; Lc 12.10).
Os adversários de Jesus blasfemavam contra Ele e o Espírito
Santo, declarando consciente, proposital e seguidamente que Jesus operava
milagres pelo poder de Satanás, o chefe dos demônios (Mt 9.32-34; 12.22-24; Mc
3.22; Lc 11.14,15). Com essa blasfêmia, eles estavam rejeitando de modo
deliberado o Espírito Santo que operava em Jesus, o Messias (Mt 12.28; Lc
4.14-19; Jo 3.34; At 10.38).
2. A blasfêmia contra o Espírito Santo é imperdoável. O ser humano pode chegar a tal cegueira
espiritual a ponto de blasfemar contra o Espírito. Ver Mt 23.16,17,19,24,26. A
blasfêmia contra o Espírito de Deus é a conseqüência de pecado similares que a
precedem, como: (1) Rebelar-se e resistir ao Espírito (Is 63.10; At 7.51); (2)
Abafar e apagar o fogo interior do Espírito (1 Ts 5.19; Gn 6.3; Dt 29.18-21; 1
Ts 4.4); (3) Endurecimento total do coração, cauterização da consciência e
cegueira total. Chegando o ser humano a este ponto, torna-se réprobo quanto à
fé (2 Tm 3.8) e passa a chamar o mal de bem e o bem de mal (Is 5.20). A
blasfêmia contra o Espírito do Senhor é imperdoável porque sendo Ele o que nos
convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.7-11), e, que intercede por
nós (Rm 8.26,27), é recusado, rejeitado e blasfemado. Ver 1 Sm 2.25.
CONCLUSÃO
O Movimento Pentecostal somente poderá lograr bom êxito em
qualidade e quantidade se nos mantivermos nos padrões da sã doutrina e
revestidos do poder do alto. Poder de baixo, humano, terreno, não temos falta;
mas necessitamos sempre do poder do alto, que põe a igreja em marcha (Lc
24.49). É impensável o pentecostalismo sem o Espírito Santo. Portanto, não podemos
cometer nenhum pecado contra Ele. Se o fizermos, poderemos comprometer,
fatalmente, o nosso destino eterno. Que o Senhor nos ajude a sermos sadios na
fé, maduros no entendimento e zelosos na manutenção da chama do autêntico
avivamento espiritual.
VOCABULÁRIO
Asseverar: Afirmar com certeza, segurança; assegurar.
Cauterizar: Figura de insensibilidade.
Cerviz: A parte posterior do pescoço; rebeldia; desobediência.
Contumaz: Teimosia; obstinação.
Incircunciso: Rito hebraico de iniciação; rebeldia; dureza de coração.
Incisivo: Decisivo, pronto, direto, sem rodeios.
Cauterizar: Figura de insensibilidade.
Cerviz: A parte posterior do pescoço; rebeldia; desobediência.
Contumaz: Teimosia; obstinação.
Incircunciso: Rito hebraico de iniciação; rebeldia; dureza de coração.
Incisivo: Decisivo, pronto, direto, sem rodeios.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
HODGE, K. A mente renovada por Deus. RJ: CPAD, 2002.
LUTZER, E. W. Deixando seu passado para trás. RJ: CPAD, 2005.
PETHRUS, L. O vento sopra onde quer. 3.ed., RJ: CPAD, 1999.
LUTZER, E. W. Deixando seu passado para trás. RJ: CPAD, 2005.
PETHRUS, L. O vento sopra onde quer. 3.ed., RJ: CPAD, 1999.
EXERCÍCIOS
1. Em que consistem os pecados contra o Espírito
Santo?
R. Em palavras, atitudes e atos.
2. Que significa resistir o Espírito Santo?
R. É recusar, de forma consciente, a
vontade divina transmitida pelo Espírito Santo mediante a Palavra de Deus e por
meio de seu trabalhar em nossos corações.
3. Por que a blasfêmia contra o Espírito Santo é um
pecado sem perdão?
R. Porque sendo Ele o que nos convence
do pecado, da justiça e do juízo, e, que intercede por nós, é recusado,
rejeitado e blasfemado.
4. O que pode entristecer o Espírito Santo?
R. Toda conversação maligna e corrupta,
que estimule os desejos pecaminosos e a luxúria, entristece o Espírito Santo.
5. O que leva a extinção da manifestação do
Espírito Santo?
R. A extinção do Espírito Santo leva a
igreja a mornidão espiritual (Ap 3.14-22).
AUXÍLIOS
SUPLEMENTARES
Subsídio
Devocional
“O Pecado Imperdoável
Cristo falou de um pecado imperdoável, mas o que estava querendo
dizer? Que pecado é esse? Os fariseus viam os milagres de Cristo e os atribuíam
a Satanás. Cristo observou que a conclusão deles era ilógica (Mt 12.31,32).
Satanás jamais pensaria em expulsar seus próprios cúmplices. Satanás não
expulsa Satanás. Só uma pessoa mais forte do que ele poderia expulsá-lo. O
pecado imperdoável foi cometido quando os líderes espirituais colocaram-se
entre Cristo e o povo comum que estava desejoso de aceitar os milagres de
Jesus, considerando-os legítimos. No contexto do Novo Testamento, esse pecado
era o de uma nação incrédula que havia perdido a sensibilidade espiritual e
resolvido rejeitar o Messias de Deus. É necessário crer para ser perdoado! Os
fariseus que rejeitaram as credenciais de Cristo estavam se excluindo do reino
dos céus por incredulidade. [...] Se você está preocupado, pensando que cometeu
esse pecado imperdoável, tenha certeza de que não o cometeu. Sua sensibilidade
prova que Deus está trabalhando em seu coração. Aqueles que cometem um pecado
imperdoável não têm interesse algum no relacionamento com Ele” (LUTZER, E. W. Deixando seu passado para trás. RJ: CPAD, 2005, p.45-6.).
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