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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Comentario do Apocalipse as trombetas (1)




As Sete Trombetas



O fato de a palavra anjo ocorrer mais de 70 vezes no Apocalipse prova a preeminência do ministério angélico no desenrolar dos propósitos finais de Deus para o mundo. Seus anjos são os executantes de suas multíplices operações. Nós, na presente era da Igreja, não dependemos dos anjos (uma vez que o Espírito Santo é o administrador dos assuntos da Igreja e age como executivo da Divindade, o verdadeiro Vigário de Cristo), mas depois do arrebatamento da Igreja novamente os anjos fazem-se conspícuos na execução dos éditos divinos. “As coisas que desejam contemplar” serão totalmente compre­endidas por eles ao executarem a missão que lhes foi confiada pelo céu entre os homens. Quanto mais lemos o Apocalipse, mais nos impressio­namos e nos espantamos com a obediência, dignidade e autoridade desses seres angelicais mencionados mais no Apocalipse que em qualquer outro livro da Bíblia.

No grego, “anjo” significa mensageiro e usa-se tanto para os arautos humanos como para os celestes. As sete estrelas (1:20) são usadas para simbolizar os anjos das sete igrejas, e estes anjos descrevem não a natureza mas o ofício dos líderes espirituais das igrejas, responsáveis por manter a luz do glorioso Evangelho durante a noite escura da história da Igreja.

O contexto da palavra “anjo” determina sua aplicação a seres humanos ou celestes. Veja Lucas 7:24; 9:52; 2 Coríntios 12:7; Tiago 2:25. Nestas passagens a palavra “mensageiro”—a mesma que o original grego registra para “anjo”—é usada com respeito aos que são enviados em missões de várias espécies. Quando se usa o termo especificamente com relação a seres celestiais, também implica a grande característica do serviço (Salmo 103:20, 21; Hebreus 1:13, 14). Há outras referências nas quais a palavra “anjos” contém a ideia de “representações” ou “guardiães”, como na afirmativa de nosso Senhor a respeito dos pequeninos terem seus anjos no céu que velam por eles. “Seu anjo” em Atos 12:15 e Apocalipse 1:1 era um ser celestial proeminente na hierarquia do céu, representando, em seu ministério, o Senhor dos anjos.

Nesta era do Evangelho os anjos são espíritos ministradores, enviados a fim de assistir os que hão de herdar a salvação (Hebreus 1:13, 14). No Apocalipse, particularmente na maior parte do livro que lida com a preparação e execução da autoridade judicial de Cristo, quase toda frase tem seu anjo ou anjos, como nos mostra este breve resumo:

Um anjo é o intermediário entre Cristo e João na entrega do livro do Apocalipse (1:1-4).
Os anjos são os representantes morais das sete igrejas (1:20; capítulos 2 e 3).
Um anjo desafia o universo a apresentar alguém que tenha compe­tência para cumprir os justos conselhos de Deus relacionados com o mundo (5:2).
Anjos, em multidões incontáveis, adoram e dão louvor a Cristo como o Cordeiro que foi morto (5:11, 12).
Aos anjos é dado poder para controlar os elementos naturais (7:1).
Anjos têm autoridade para selar os verdadeiros servos de Deus (7:2, 3).
Anjos são tocadores de trombetas; cada uma das sete trombetas tem seu próprio anjo (capítulo 8).
Os anjos são identificados com as sete taças da ira divina (capítulo 16).
Os anjos são aliados de Deus na guerra celestial contra as forças infernais (capítulo 12).
Um anjo proclama o Evangelho eterno (14:16).
Um anjo anuncia as horríveis novas da queda de Babilônia (14:8).
Um anjo troveja o terrível destino dos adoradores da besta (14:9).
Um anjo sai do templo (14:15), e outro, do altar (14:18).
Um anjo é o guardião das águas—símbolo dos povos da terra, controlados pelo anjo sob a mão governadora de Deus (17:15), e que concorda com o julgamento divino.
O termo “outro anjo” é usado três vezes no Apocalipse (8:3; 10:1; 18:1) e merece atenção especial em nosso tratamento destas referên­cias.

Há dois grupos distintos de sete anjos a quem João chama de sete anjos; no texto original, dá-se ênfase ao artigo, o que implica sua posição elevada e de honra perante e trono de Deus. Há os sete anjos associados com os juízos da trombeta (capítulos 8 a 14) e os sete anjos relacionados com a ira ou últimas pragas divinas (15:1; 16:1). Uma vez que não se dá aos anjos das pragas o artigo definido, provavelmente não sejam da mesma ordem que os anjos das trombetas e que têm a honra de estar na presença de Deus (8:2). Dois outros grupos de anjos enumerados são: quatro anjos (7:1) e doze anjos (21:12).

Os Sete Anjos das Trombetas

Embora seja verdade que uma hoste incontável de anjos serve o trono de Deus (“Milhares de milhares o serviam, e miríades e miríades assistiam diante dele”—Daniel 7:10), parece que os sete anjos das trombetas são anjos da presença, ou “o anjo da sua presença” (Isaías 63:9) e portanto, de uma ordem exaltada. Gabriel descreve sua posição como estando na presença de Deus, em Lucas 1:19. Será que todos estes sete anjos são arcanjos?

O número sete significa que estes seres angelicais de hierarquia elevada representam o poder completo de Deus nos assuntos judiciais, e que são os executantes de sua vontade no que diz respeito ao juízo. Apoiando seus pronunciamentos e ações está a autoridade do trono perante cujo ocupante divino se encontram. Paulo, em Efésios 6:12, indica que há distinções entre as hostes angelicais. Embora haja ordens várias e diferentes hierarquias distribuídas entre os anjos de Deus, nenhum deles jamais lhe usurpa a posição, mas conjuntamente oferecem a Deus obediência e atividade em serviço inquestionáveis.

As Sete Trombetas

As sete trombetas, de chifres de carneiro, tocadas pelos sete sacerdotes em sete dias consecutivos anunciaram e acarretaram a queda de Jericó (Josué 6). Os sete sacerdotes tocaram as trombetas em conjunto, os sete anjos, porém, não as tocam em uníssono, mas uma a uma. Assim, parece que cada anjo equivale a sete sacerdotes e portanto “maior em poder e força”, como diz Pedro.

As trombetas serviam para muitos propósitos nos dias do Antigo Testamento, e eram usadas para viagens, alarmes, e preparação do exército divino contra seus inimigos (Números 10:1-9; Jeremias 1:14- 18; 4:19; Joel 2:1; Mateus 24:31). Afirma Walter Scott: “As setetrombetas significam um anúncio completo e total. Não se deve confundir as trombetas místicas do Apocalipse com as trombetas literais dos tempos do Antigo Testamento.” Uma vez que os homens ouçam o som destas trombetas, não haverá confusão quanto ao seu significado e mensagem horríveis. Não há algo majestoso e no entanto solene a respeito destes tocadores de trombetas angelicais enquanto se preparam para tocar? Lá estão eles em fila, trombeta na mão, esperando para proclamar seus respectivos juízos (8:6).

Do silêncio impressionante do sétimo selo, emergem as sete trombe­tas com sua missão de caráter judicial, e as séries de sete aumentam em severidade. Os sete selos, as sete trombetas e as sete taças, não são juízos idênticos executados ao mesmo tempo. Apresentam três séries diferentes de juízos experimentados durante a grande Tribulação, ou a septuagésima semana de Daniel. Os juízos dos selos, trombetas e taças não são contemporâneos, mas sucessivos.

As primeiras quatro trombetas descrevem a condição civil e eclesiás­tica do império romano do Ocidente renovado; a quinta trombeta do primeiro ai relaciona-se com o Judaísmo apóstata; a sexta trombeta ou segundo ai associa-se com os habitantes culpados e sem Deus do mundo romano; a sétima trombeta ou terceiro ai sugere os efeitos universais dos juízos de Deus.

Antes de examinarmos com mais detalhes os anúncios dos sete anjos, devemos identificar o anjo separado—“outro anjo”—que apare­ce em sua companhia (8:3-5). É ele simplesmente outro anjo ou é alguém especial? Sempre que se usa a frase outro anjo, no Apocalipse,usa-se a palavra- grega allos—outro da mesma espécie. Muitos expositores acreditam que a expressão “anjo do Senhor”, sempre que ocorre, implica a presença da Divindade em forma angélica e, às vezes, até mesmo em forma humana (Gênesis 18:1-14, etc.) Referem-se a estas como aparições teofânicas de Cristo antes de sua encarnação. Quanto ao seu ser celestial e espiritual, Cristo é como os anjos, mas também é infinitamente melhor do que eles por ser o Filho de Deus e Senhor dos anjos, que, a fim de salvar a humanidade perdida, foi feito um pouco menor do que os anjos.

Alguns expositores do Apocalipse afirmam que o anjo especial que serve no altar é apenas um dentre a hoste angelical, e não o Senhor Jesus Cristo. Sustentam ser ele o Cordeiro que abre o selo e dirige os processos do juízo, e que sua missão na Tribulação não é interceder, mas condenar. Explica-se ainda que o incenso mencionado é dado a este preeminente anjo, e que não haveria necessidade de ninguém entregar a Cristo o incensário.

Mas estamos convencidos de que anjo algum, qualquer que seja sua posição, tenha qualificações para estar na presença do altar celeste perante Deus em benefício do homem, nem recebe o exercício de funções sacerdotais.

Como há somente um mediador entre Deus e os homens—o Homem Cristo Jesus que se deu em resgate de todos—estamos convencidos de que este anjo-sacerdote, cuja ação nos altares tem caráter mediatório, é Cristo, nosso grande Sumo Sacerdote.

A glória do anjo de Jeová que desce do céu é vista de três maneiras:

Como o anjo-sacerdote, por amor de seu remanescente sofredor (capítulo 8).
Como o anjo-redentor, para tomar posse de sua herança (capítulo 10).
Como anjo-vingador de seu povo, tomando vingança da Babilônia (capítulo 18).

Prova-se que a descrição do anjo-redentor não é de um anjo comum, pelo fato de referir-se ele aos dois profetas martirizados como “minhas duas testemunhas” (11:13), o que não poderia ser escrito de qualquer anjo. Além disso, o arco-íris jamais é usado na Bíblia a não ser com referência a Deus. Portanto, o anjo aqui deve ser o Filho de Deus (10:1). A descrição “como o rugir de um leão” fala dele como “o Leão da tribo de Judá” (5:5).

Este anjo-sacerdote certamente deve ser o Mediador, Jesus Cristo, pois ninguém mais pode acrescentar eficácia às orações dos santos. Na cena celestial que João recebeu e registrou, feições discerníveis aparecem sob imagens da língua judaica. Por exemplo, apenas sacerdotes serviram tanto nos altares de cobre como de ouro. A linguagem que João usa lembra o altar da oferta queimada, no pátio do tabernáculo.

As orações dos santos inspiradas pelo Espírito jamais são esqueci­das. Se essas orações não forem respondidas durante a vida dos que as oferecem, frequentemente o são depois de os intercessores terem ido para o céu. O Senhor jamais se esquece de nenhum dos seus. Eles são sempre lembrados em sua presença.

Incenso representa a vida e as obras do Salvador. Seu cheiro suave é o incenso, e sua morte e ressurreição eficaz dão aceitação divina às nossas orações inspiradas pelo Espírito. O altar é o local da propiciação substituinte, e o fogo fala do juízo divino sobre o pecado (e o juízo sobre a terra é o que os anjos das trombetas anunciam—8:5, 6). Deve-se notar que os anjos apenas anunciam o juízo; eles não o executam nem o dispensam. Mas o anjo-sacerdote distribui o juízo (8:5).

A Primeira Trombeta (8:7)

Os dias da Tribulação verão repetirem-se as pragas do Egito sofridas por Faraó e sua corte. Agências destruidoras estão prestes a dominar a terra, e o que acontece depois de soar a primeira trombeta corresponde à sétima praga do tempo de Israel (Êxodo 9:18-26). A Bíblia não se cala com respeito ao significado simbólico das figuras usadas. A. T. Robertson, profundo conhecedor da língua grega escreveu: “Nas visões e por todo o Apocalipse há o uso constante de símbolos. Os primeiros leitores do livro compreendiam os símbolos, embora para nós o seu segredo esteja perdido.” A despeito de toda a consideração que nos merece este erudito expositor, a chave não nos está perdida, pois a Escritura interpreta a Escritura.

Saraiva, descendo dos altos, prova ser Deus o executor de juízo severo numa calamidade repentina, forte e avassaladora. (Ver Josué10:11; Isaías 28:2, 17; 30:30; Ezequiel 13:13, etc.)

Fogo, símbolo que Deus usa para Cristo e para o Espírito Santo, muitas vezes é empregado como expressão da ira de Deus sobre o homem por causa de seu pecado. (Ver Deuteronômio 32:22; Isaías 33:14; Mateus 25:41.) Indica também a influência purificadora da Palavra de Deus. (Ver Jeremias 23:29; Malaquias 3:2.)

Sangue representa o morticínio terrível, a vida tolhida pelo pecado mas reclamada por um Deus santo, e a apostasia completa de Deus e da verdade. (Ver Levítico 3:17; 17:10-14; Apocalipse 14:20; 16:3.)

Saraiva e fogo misturados com sangue apresentam uma combinação horrorosa. Tal trindade expressa a manifestação terrível da ira divina sobre a terra e seus habitantes. Quanto aos juízos das sete trombetas, os primeiros quatro são sobre lugares, coisas materiais e acessórios da vida. Os três últimos, são sobre pessoas e sobre a própria vida.

No primeiro juízo, a terça parte das árvores é queimada. Diferentes partes do mundo têm experimentado incêndios florestais devastado­res, mas a história não registra nenhum acontecimento que diz ter sido destruída pelo fogo a terça parte das árvores do mundo. Portanto, uma interpretação histórica do Apocalipse não cabe aqui. A repetição por 12 vezes da frase terça parte é impressionante. Como usada por João é equivalente ao poder revivificado de Roma. Afirma Walter Scott: “A parte ocidental da terra profética é aqui designada como a terça parte.” Não devemos esquecer-nos de que a sombra de Roma, passada e futura, é lançada sobre o livro do Apocalipse. As 12 terças partes podem representar a vingança de Deus sobre Roma, pois 12 é o número governamental de Deus referente à parte mais culpada da terra.

Árvores simbolizam a grandeza e o orgulho humano. (Ver Ezequiel 31; Daniel 4; Apocalipse 8:7.) Nosso Deus justo odeia o orgulho do homem e dominará os orgulhosos e poderosos da terra com o juízo.

Erva verde, símbolo da prosperidade de caráter temporário (bem como da fragilidade humana) aqui descreve a desolação de tanta gente, embora possuíssem uma condição próspera como da “erva verde”. (Veja Isaías 40:6, 7; Tiago 1:10; 1 Pedro 1:24; Apocalipse 8:7.)

A Segunda Trombeta (8:8, 9)

Comparando Escritura com Escritura, descobrimos que o mar é usado como a inquietação da natureza humana, e também dos povos em estado de anarquia e confusão (Isaías 57:20; Apocalipse 8:8; 13:1).

Navios representam viagem e comércio (Gênesis 49:13; Apocalipse 8:9; 18:19).

Frases denotando comparação (como, com a aparência de) são usadas com frequência no livro do Apocalipse e indicam a linguagem simbólica. (Ver Jeremias 51:25, onde monte é símbolo de um reino. Veja também Salmo 46:2 e Zacarias 4:7.) Todo o mundo gentio há de sofrer a justa vingança de Deus.

A transformação do mar em sangue corresponde à praga que invadiu o rio Nilo (Êxodo 7:17-21). Assim como o mar sempre agitado representa as multidões da terra em rebelião por falta de mão forte que as dirija, o mar que se parece com o sangue descreve a terrível destruição que lhes há de sobrevir. Impeça-se a passagem pelo mar e o principal meio de comércio mundial está bloqueado. Mas os usos e os produtos do mar estão indelevelmente selados com o sinal da morte. O símbolo de uma montanha ardente sendo lançada ao mar denota que a destruição não é causada por nada que esteja dentro das forças humanas, mas provém diretamente de Deus como uma advertência de juízo.


A destruição da terça parte dos navios revela que o comércio e a comunicação também sentirão o peso do juízo divino. Exportações e importações serão diminuídas drasticamente. Na Segunda Guerra Mundial houve uma série colossal de afundamentos; cerca de um terço de todos os navios de todas as nações envolvidas com a guerra foi parar no fundo do mar! Um tremendo programa de construção naval substituiu esta perda enorme de navios afundados. Nos dias da Tribulação, entretanto, com os homens e materiais destruídos, essa reposição de perdas não será possível.

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