INTRODUÇÃO A REFORMA PROTESTANTE
Antecedentes – final da Idade Média
Nos séculos que antecederam a Reforma Protestante, a Igreja não vivia em um vácuo, mas sim em um contexto político e social mais amplo com o qual tinha múltiplas interações. No final da Idade Média, houve o surgimento dos chamados “estados nacionais”, as modernas nações européias, o que representou uma grande ameaça às pretensões do papado. Na Alemanha (Sacro Império Romano), Rudolf von Hapsburg foi eleito imperador em 1273. Em 1356, um documento conhecido como Bula de Ouro determinou que cada novo imperador seria escolhido por sete eleitores (quatro nobres e três arcebispos). Havia descentralização política, isto é, o poder dos príncipes limitava a autoridade do imperador, e forte tensão entre a igreja e o estado.
Na França, houve o fortalecimento da monarquia com Filipe IV, o Belo (1285-1314). Esse rei enfrentou com êxito o poder da Igreja e dos papas e preparou a França para tornar-se o primeiro estado nacional moderno. Na Inglaterra, o parlamento reuniu-se pela primeira vez em 1295. Esse país teve um grande rei na pessoa de Eduardo I (†1307), que subjugou os nobres e enfrentou com êxito o papa na questão de impostos.
O Declínio do Papado
Este período começa com o pontificado de BonifácioVIII (1294-1303), um papa arrogante e ambicioso que entrou em confronto direto com o rei Filipe IV acerca de impostos e da autoridade papal. Bonifácio publicou três famosas bulas: Clericis Laicos, na qual reclama que os leigos sempre foram hostis ao clero; Ausculta Fili (“Escuta, filho”), dirigida ao rei francês, e Unam Sanctam (1302), denominada “o canto do cisne do papado medieval”. Irritado com as ações papais, Filipe enviou suas tropas, o papa foi preso e faleceu um mês após ser libertado.
Seguiu-se um período de crescente desmoralização do papado. Clemente V (1305-1314), um papa francês, transferiu a Cúria, ou seja, a administração da Igreja, para Avinhão, ao sul da França, no que ficou conhecido como o “Cativeiro Babilônico da Igreja” (1309-1377). Em toda parte, cresceram as críticas às extravagâncias e ao luxo da corte papal. João XXII (1316-1334) mostrou-se eficiente na cobrança de taxas e dízimos para cobrir essas despesas. Finalmente, ocorreu o chamado “Grande Cisma”, em que houve dois e posteriormente três papas rivais em Roma, Avinhão e Pisa (1378-1417). Diante dessa situação constrangedora, surgiu em toda a Europa um clamor por “reformas na cabeça e nos membros”.
O Movimento Conciliar
Durante o “Grande Cisma”, cada papa considerou-se o único legítimo e excomungou o rival. Assim, houve a necessidade de um concílio para resolver a crise. O Concílio de Pisa (1409) elegeu um novo papa, mas os outros dois recusaram-se a serem depostos, resultando em três papas ao mesmo tempo. João XXIII, o segundo papa pisano, convocou o Concílio de Constança (1414-1417), que depôs os três papas, elegeu Martinho V como único papa, decretou a supremacia dos concílios sobre o papa e condenou os pré-reformadores João Wycliff, João Hus e Jerônimo de Praga. O Concílio de Basiléia (1431-1449) reafirmou a superioridade dos concílios. Finalmente, o Concílio de Ferrara-Florença (1438-1445) tentou a união com a Igreja Ortodoxa (frustrada pela conquista de Constantinopla pelos turcos em 1453) e reafirmou a supremacia papal. Essa tentativa fracassada de tornar a Igreja mais democrática e governá-la através de concílios ficou conhecida como conciliarismo.
Movimentos dissidentes
Outro aspecto desse período de efervescência foi o surgimento de alguns movimentos dissidentes no sul da França que despertaram forte oposição da Igreja Católica. Um deles foi o dos cátaros (em grego = “puros”) ou albigenses (da cidade de Albi), surgidos no século 11. Caracterizavam-se por um sincretismo cristão, gnóstico e maniqueísta, com um dualismo radical (espiritual x material) e extremo ascetismo. Foram condenados pelo 4° Concílio Lateranense em 1215 e mais tarde aniquilados por uma cruzada. Para combater esses e outros hereges, a Inquisição foi oficializada em 1233.
Outro movimento foi liderado por Pedro Valdo ou Valdes († c.1205), de Lião, cujos seguidores ficaram conhecidos como “homens pobres de Lião”. Tinham um estilo de vida comunitário, ensinavam as Escrituras no vernáculo (enfatizando o Sermão do Monte), incentivavam a pregação de leigos e de mulheres, negavam o purgatório. Condenados pelo Concílio de Verona em 1184, foram muito perseguidos, refugiando-se em vales remotos e quase inacessíveis dos alpes italianos. Mais tarde, abraçaram a Reforma Protestante, sendo assim uma das poucas Igrejas protestantes anteriores à Reforma do Século 16.
Eventos antecedentes à Reforman.2
A Reforma iniciou num ambiente favorecido pela crise que a Europa sofria durante a Idade Média. Seis eventos podem esclarecer a origem deste movimento:
1. A origem e desenvolvimento da burguesia. Durante a Idade Média uma nova classe social surgiu no sistema feudal. Uma "classe média" interpôs-se entre os senhores feudais e os seus miseráveis vassalos. Artesãos enriqueciam, e começaram a enviar os seus filhos para os monastérios, não com o intuito de tornarem-se monges, mas para aprenderem o uso das letras, para adquirir a cultura necessária para aplicá-la nas transações comerciais emergentes.
2. A origem das universidades. Os monges eram os detentores da cultura, por isso, criaram escolas anexas aos seus monastérios. Os senhores feudais e os burgueses com recurso financeiro enviavam os seus filhos para serem educados por eles. A partir do século XI a Europa passa a ter seis centros culturais nas cidades de Salerno, Bolonha, Salamanca, Coimbra, Orfoxd, e Paris. Este movimento educacional conhecido como Escolasticismo limitava-se ao estudo de quatro áreas especiíficas como a medicina, direito, artes e a teologia, que era o centro unificador destes cursos recebendo o título de rainha das ciências.
3. O enfraquecimento do poder político da Igreja Católica Romana. O evento conhecido como Cativeiro Babilônico, em que o Papa Bonifácio VIII, ficou prisioneiro do rei francês Felipe, causou uma mudança no eixo do controle da Europa medieval. O Papa que então entronizava, ou efetiva maldições sobre reis e reinos, tornava-se detento de sua própria estratégia de centralizar o poder. Em reação, o clero romano propõe anular o seu papado, sob domínio francês, e anunciar um substituto; então, surgem simultaneamente três papas na Europa: Urbano VI, em Roma, Bento XIII, em Avinhão e Clemente VIII, em Anagni. Esta controvérsia ficou conhecida como o Grande Cisma (1378-1423).
4. O grande número de mortes por causa da Peste [bubônica], em 1347. Com a desestruturada migração para as cidades, a falta de recursos básicos em higiene e moradia, bem como a proliferação de animais peçonhentos, propiciou para um ambiente em que uma pandemia como a peste bubônica se alastrasse de uma forma nunca vista antes na Europa medieval. A religião não forneceu respostas, nem garantias para a presente vida. As pessoas procuravam assegurar a sua vida eterna através das exigências da Igreja Romana. Este ambiente religioso gerou um sentimento apocaliptíco na Europa, de modo que a Igreja reconquistou o controle sobre a população européia.
5. A crise moral e doutrinária da Igreja Católica. Apesar dos conflitos internos e externos a Igreja tentava centralizar o poder em Roma, convergindo a atenção da Cristandade na construção da suntuosa Basílica de São Pedro. A simonia tornou-se a prática dominante entre os arrecadores de dinheiro para tamanho empreendimento arquitetônico. Vendia-se de tudo o que era identificado como "sacro", desde unhas, ossos, roupas, objetos de santos, dos apóstolos, e do próprio Cristo. Mas, a indulgência era o produto mais procurado para aquisição, pois, segundo o ensino católico, garantia o perdão dos pecados passados e futuros, bem como o alívio das almas presentes no purgatório. A imoralidade havia se alastrado em todas as áreas da Igreja e da sociedade.
6. O desenvolvimento do movimento Humanista nas universidades. Apesar da maioria da população ser controlada pela Igreja Romana, um grupo pensante questionava as incoerências doutrinárias e morais ensinadas pela Igreja Romana. O espírito pesquisador levou os humanistas a procurarem esclarecimento, não apenas nas respostas prontas da tradição católica, mas a retornarem ad fontes. O estudo dos textos clássicos impulsionaram estes pesquisadores a redescobrirem os antigos filósofos, os Pais da Igreja, mas principalmente, o estudo das Escrituras a partir dos originais hebraico e grego. Assim, descobriram que algumas das doutrinas centrais da fé católica derivaram a sua origem de uma má interpretação e tradução da Vulgata Latina, e de uma tradição distorcida.
O início da Reforma
Dentro deste contexto ocorre uma mudança na vida de Martinho Lutero. A conversão de Lutero aconteceu entre 1516-17, sobre a qual ele descreveu o seguinte: “embora eu vivesse irrepreensível como um monge, percebi que era um pecador diante de Deus, com uma consciência extremamente perturbada. Não conseguia crer que Ele estava satisfeito com a minha dedicação. Eu não o amava; sim, eu odiava o Deus justo que punia pecadores, e secretamente, se não de maneira blasfematória, certamente murmurando, estava com ódio de Deus... Finalmente, pela misericórdia de Deus, meditando dia e noite, dei ouvidos ao contexto das palavras: ‘A justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito, 'O justo viverá por fé'’ (Rm 1:17). Então, comecei a compreender que a justiça de Deus é aquela mediante a qual o justo vive por uma dádiva de Deus, ou seja, pela fé. E, é este o significado: a justiça de Deus é revelada pelo evangelho, a saber, a justiça passiva com a qual o Deus misericordioso nos justifica pela fé, segundo está escrito: ‘O justo viverá por fé’. Aqui, senti como se renascesse totalmente e entrasse no paraíso pelos portões abertos" (Preface to Writings on Latim, Luther's Works, vol. 34, pp. 336-37).
Houve muita controvérsia dentro da Igreja, por causa dos escritos de Martinho Lutero, porque muitos desejavam uma reforma moral, educacional, social, mas principalmente teológica. Com a excomunhão de Lutero, em 15 de Junho de 1520, ficou consumado a divisão entre reformadores e católicos. Com o reformador alemão outros adotaram o programa de reformar a Igreja e a sociedade, usando o princípio da sola Scriptura [somente a Escritura é fonte e autoridade final], como Ulrich Zuínglio, Felipe Melanchton, Martin Bucer e João Calvino. A Reforma expandiu-se da Alemanha e Suiça para todo o continente europeu.
Primeiros Movimentos de Reforma
Nos séculos 14 e 15, surgiram alguns movimentos esporádicos de protesto contra certos ensinos e práticas da Igreja Medieval. Um deles foi encabeçado por João Wycliff (1325?-1384), um sacerdote e professor da Universidade de Oxford, na Inglaterra. Wycliff atacou as irregularidades do clero, as superstições (relíquias, peregrinações, veneração dos santos), bem como a transubstanciação, o purgatório, as indulgências, o celibato clerical e as pretensões papais. Seus seguidores, conhecidos como os lolardos, tinham a Bíblia como norma de fé que todos devem ler e interpretar.
João Hus (c.1372-1415), um sacerdote e professor da Universidade de Praga, na Boêmia, foi influenciado pelos escritos de Wycliff. Definia a igreja por uma vida semelhante à de Cristo, e não pelos sacramentos. Dizia que todos os eleitos são membros da igreja e que o seu cabeça é Cristo, não o papa. Insistia na autoridade suprema das Escrituras. Hus foi condenado à fogueira pelo Concílio de Constança. Seus seguidores ficaram conhecidos como Irmãos Boêmios (1457) e foram muito perseguidos. Foram os precursores dos Irmãos Morávios, que veremos posteriormente, outro grupo protestante cujas raízes são anteriores à Reforma do século 16. Outro indivíduo incluído entre os pré-reformadores é Jerônimo Savonarola (1452-1498), um frade dominicano de Florença, na Itália, que pregou contra a imoralidade na sociedade e na Igreja, inclusive no papado. Governou a cidade por algum tempo, mas finalmente foi excomungado e enforcado como herege.
Movimentos Devocionais
Além dos movimentos que romperam com a Igreja, houve outros que permaneceram na mesma por se concentrarem na vida devocional, sem críticas aos dogmas católicos. Um deles foi o misticismo, bastante forte na Inglaterra, Holanda e especialmente na Alemanha (Reno). Os principais místicos dessa época foram Meister Eckhart (†1327); Tauler (†1361) e os “Amigos de Deus”, Henrique Suso (†1366) e mais tarde o célebre teólogo e líder eclesiástico Nicolau de Cusa (1401-1464). O misticismo dava ênfase à união com Deus, ao amor, à humildade e à caridade, e produziu uma belíssima literatura devocional.
Outro importante movimento foi a Devoção Moderna, que se manteve forte durante todo o século 15. Suas ênfases recaíam sobre a espiritualidade, a leitura da Bíblia, a meditação e a oração. Também valorizava a educação, criando ótimas escolas. Foi um movimento leigo, para ambos os sexos, e também exerceu grande influência sobre os reformadores protestantes. Os participantes eram conhecidos como Irmãos da Vida Comum. A obra mais importante e popular produzida por esse movimento foi o belíssimo livreto devocional A Imitação de Cristo (1418), escrito por Thomas à Kempis.
Os humanistas bíblicos
O interesse pelas obras da Antiguidade levou ao estudo da Bíblia nas línguas originais pelos chamados humanistas bíblicos. Os principais deles foram o italiano Lorenzo Valla (†1457), estudioso do Novo Testamento; o inglês John Colet (†1519), estudioso das epístolas paulinas; o alemão Johannes Reuchlin (†1522), notável hebraísta; o francês Lefèvre D’Étaples (†1536), tradutor do Novo Testamento; e o holandês Erasmo de Roterdã (1466?-1536), “o príncipe dos humanistas”, que publicou uma edição crítica do Novo Testamento grego com uma tradução latina, talvez a obra mais importante publicada no século 16, que serviu de base para as traduções de Lutero, Tyndale e Lefèvre e muito influenciou os reformadores protestantes. Esse retorno às Escrituras muito contribuiu para a Reforma do Século 16.
Situação Geral
O final da Idade Média foi marcado por muitas convulsões políticas, sociais e religiosas. Entre as políticas destacou-se a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), entre a Inglaterra e a França, na qual tornou-se famosa a heroína Joana D’Arc. Houve também muitas revoltas camponesas, o declínio do feudalismo, a expansão das cidades e o surgimento do capitalismo. No aspecto social, havia fomes periódicas e o terrível flagelo da peste bubônica ou peste negra (1348). As guerras, epidemias e outros males produziam morte, devastação e desordem, ou seja, a ruptura da vida social e pessoal. O sentimento dominante era de insegurança, ansiedade, melancolia e pessimismo. Isso era ilustrado pela “dança da morte”, gravuras que se viam em toda parte com um esqueleto dançante.
Na área religiosa, houve a erosão do ideal da cristandade ou “corpus christianum”, a sociedade coesa sob a liderança da igreja e dos papas. A religiosidade era meritória, com missas pelos mortos, crença no purgatório e invocação dos santos e Maria. Ao mesmo tempo, havia grande ressentimento contra a igreja por causa dos abusos praticados e do desvio dos seus propósitos. Isso é ilustrado pela situação do papado no final do século 15 e início do século 16. Os chamados papas do renascimento foram mais estadistas e patronos das artes e da cultura do que pastores do seu rebanho. A instituição papal continuou em declínio, com muitas lutas políticas, simonia, nepotismo, falta de liderança espiritual, aumento de gastos e novos impostos eclesiásticos. Como papa Alexandre VI (1492-1503), o espanhol Rodrigo Borja foi um generoso promotor das artes e da carreira dos seus filhos César e Lucrécia; Júlio II (1503-1513) foi um papa guerreiro, comandando pessoalmente o seu exército; Leão X (1513-1521), o papa contemporâneo de Lutero, teria dito quando foi eleito: “Agora que Deus nos deu o papado, vamos desfrutá-lo”.
A Reforma Protestante – 1ª Parte
O contexto social e religioso
Vimos, no final da seção anterior, alguns elementos que caracterizavam a sociedade européia às vésperas da Reforma. Havia muita violência, baixa expectativa de vida, profundos contrastes socioeconômicos e um crescente sentimento nacionalista. Havia também muita insatisfação, tanto dos governantes como do povo, em relação à Igreja, principalmente ao alto clero e a Roma. Na área espiritual, havia insegurança e ansiedade acerca da salvação em virtude de uma religiosidade baseada em obras, também chamada de religiosidade contábil ou “matemática da salvação” (débitos = pecados; créditos = boas obras).
Foi bastante inusitado o episódio mais imediato que desencadeou o protesto de Lutero. Desde meados do século 14, cada novo líder do Sacro Império Romano era escolhido por um colégio eleitoral composto de quatro príncipes e três arcebispos. Em 1517, quando houve a eleição de um novo imperador, um dos três arcebispados eleitorais (o de Mainz ou Mogúncia) estava vago. Uma das famílias nobres que participavam desse processo, os Hohenzollern, resolveu tomar para si esse cargo e assim ter mais um voto no colégio eleitoral. Um jovem da família, Alberto, foi escolhido para ser o novo arcebispo, mas havia dois problemas: ele era leigo e não tinha a idade mínima exigida pela lei canônica para exercer esse ofício. O primeiro problema foi sanado com a sua rápida ordenação ao sacerdócio.
Quanto ao impedimento da idade, era necessária uma autorização especial do papa, o que levou a um negócio altamente vantajoso para ambas as partes. A família nobre comprou a autorização do papa Leão X mediante um empréstimo feito junto aos banqueiros Fugger, de Augsburgo. Ao mesmo tempo, o papa autorizou o novo arcebispo Alberto de Brandemburgo a fazer uma venda especial de indulgências, dividindo os rendimentos da seguinte maneira: parte serviria para o pagamento do empréstimo feito pela família e a outra parte iria para as obras da Catedral de São Pedro, em Roma. E assim foi feito. Tão logo foi instalado no seu cargo, Alberto encarregou o dominicano João Tetzel de fazer a venda das indulgências (o perdão das penas temporais do pecado). Quando Tetzel aproximou-se de Wittenberg, Lutero resolveu pronunciar-se sobre o assunto.
Não há como negar a influência da reforma em nosso século. Qualquer livro de história que aborde o tema: idade média, tem obrigatoriamente a necessidade de discorrer sobre um dos principais marcos dessa época que veio a ser conhecido como “A Reforma Protestante”, liderada pelo monge agostiniano Martinho Lutero. Todavia, apesar de tão velho (quase 500 anos) ainda é um tema vivo em debate hoje em dia.
Mas o que venha a ser “A Reforma Protestante” ? Por que começou ? Quais foram as suas principais causas ? Quem foram seus líderes ? Não pretendendo ser prolixos ao analisarmos este assunto, mesmo porque, existem livros abalizados para tratar de forma exaustiva desse tema, desejamos dar apenas uma sinopse do mesmo.
UMA ÉPOCA PARA REFORMAS
Antes de adentrarmos ao tema proposto, vamos acentuar as razões que levaram à causa.
Os historiógrafos mostram que ao fim da idade média os fundamentos do velho mundo estavam ruindo. Houve várias transformações nessa época, mesmo antes, cuja importância não podem ser alienadas do pano de fundo histórico da reforma. As mudanças foram cada vez mais acentuadas com as descobertas de novos mundos por Colombo e Cabral . A idéia de um estado universal foi cedendo lugar ao conceito de nação-estado. Com a formação das cidades, a economia comercial tomou lugar da feudal. Isso teve conseqüências sociais, pois o estilo de vida das pessoas começou a ascender formando uma classe média forte - a burguesia. Também no campo da cultura e da arte com o surgimento do Renascimento as transformações intelectuais fizeram com que o protestantismo encontrasse apoio para seu desenvolvimento. Urge rememorar que todas essas mudanças afetavam direta ou indiretamente a Igreja Católica Romana. Mas nenhuma delas talvez, se fez sentir mais, do que as que ocorreram no campo religioso.
ANTECEDENTES DA REFORMA
É claro que de acordo com os pressupostos históricos que o historiador vier aplicar na interpretação da reforma, irá determinar a sua causa. Assim, temos várias correntes e escolas pelas quais os historiadores farão sua análise crítica da reforma de maneira puramente racionalista secular, tais como aquelas que só vêem as causas da reforma nos fatores político-sociais, outros no fator da economia e outros ainda vêem a reforma puramente como produto do intelectualismo. Entretanto, uma cosmovisão puramente racionalista tende a distorcer a definição e dar razões incompletas e deficientes à verdadeira origem da reforma. Ora, se analisarmos o assunto somente sob a ótica religiosa, ignorando a corroboração de todos esses fatores seculares e o impacto que tiveram sobre o movimento reformista é tão errado quanto analisar a reforma sem levar em conta a sua principal causa, qual seja, a religiosa. Na verdade, a reforma protestante nada mais é do que o cumprimento de um clamor por mudança religiosa, ainda que de maneira esporádica através dos anos anteriores à própria origem da reforma.
Nas últimas décadas da Idade Média, a igreja ocidental viveu um período de decadência que favoreceu o desenvolvimento do grande cisma do Ocidente, registrado entre 1378 e 1417, e que teve entre suas principais causas a transferência da sede papal para a cidade francesa de Avignon e a eleição simultânea de dois e até de três pontífices. O surgimento do "conciliarismo" - doutrina decorrente do cisma, que subordinava a autoridade do papa à comunidade dos fiéis representada pelo concílio - bem como o nepotismo e a imoralidade de alguns pontífices demonstraram a necessidade de uma reforma radical no seio da igreja. Por outro lado, já haviam surgido no interior da igreja movimentos reformistas que pregavam uma vida cristã mais consentânea com o Evangelho. No século XIII surgiram as ordens mendicantes, com a figura de são Francisco de Assis. Outros movimentos reformistas surgiram em aberta oposição à hierarquia eclesiástica.
No século XII os valdenses, conhecidos como "os pobres de Lyon" ou "os pobres de Cristo", questionaram a autoridade eclesiástica, o purgatório e as indulgências. Os cátaros ou albigenses defenderam nos séculos XII e XIII um ascetismo exacerbado, considerando a si mesmos os únicos puros e perfeitos. Os Petrobrussianos rejeitavam a missa e defendiam o casamento dos padres. No século XIV, na Inglaterra, John Wycliffe defendeu idéias que seriam reconhecidas pelo movimento protestante, como a posse do mundo por Deus, a secularização dos bens eclesiásticos, o fortalecimento do poder temporal do rei como vigário de Cristo e a negação da presença corpórea de Cristo na eucaristia. As idéias de Wycliffe exerceram influência sobre o reformador tcheco João Huss e seus seguidores no território da Boêmia, os hussitas e os taboritas, nos séculos XIV e XV. Entre essas vozes protestantes estava também a do monge dominicano Girolamo Savanarola o qual, a mando do papa, foi preso, torturado e enforcado.
Em posição intermediária entre a fidelidade e a crítica à igreja romana situou-se Erasmo de Rotterdam. Seu profundo humanismo, conciliatório e radicalmente oposto à violência, embora não isento de ambigüidade, levou-o a dar passos importantes em direção à Reforma, como a tradução latina do Novo Testamento, afastando-se da versão oficial da Vulgata; ou a sátira contra o papa Júlio II, de 1513.
O ESTOPIM PARA A REFORMA
A faísca veio em 1517, ocasião em que a campanha das indulgências para a basílica de São Pedro em Roma estava a todo vapor. Tetzel um padre dominicano, pregava sobre as indulgências com grande exibicionismo: diz que cada vez que cai a moeda na bolsa do frade, uma alma sai do purgatório.Diante disso, Lutero resolveu protestar fixando suas 95 teses condenando o uso das indulgências. A resposta do papa Leão X, veio na bula “Exsurge Domine” ameaçando Lutero de excomunhão. Mas já era tarde demais pois as teses de Lutero já haviam sido distribuídas por toda a Alemanha. Lutero então foi chamado a comparecer a dieta de Worms para se retratar. Porém respondeu ele que não poderia se retratar de nada do que disse. Foi na dieta de Spira em 1529 que os cristãos reformistas foram apelidados pela primeira vez de “protestantes”, devido ao protesto que os príncipes alemães fez ante o autoritarismo do catolicismo.
Nessa época, os ideais da reforma já estavam estourando em diversas partes como em Zurique sob o comando de Zuinglio, na França sob a liderança de Calvino e nos paises baixos.Em todos estes paises houve perseguição aos reformadores e aos novos protestantes. A perseguição veio se intensificar ainda mais com a chamada “Contra Reforma” promovida pelo catolicismo, como método de represália.
O movimento de reforma foi seguido de cem anos de guerras religiosas dos reis católicos contra os protestantes. Mas a reforma prosperou pois não era obra de homem mas de Deus! Igrejas protestantes foram fundadas em todas as partes do mundo. Hoje graças a Deus, uma grande parcela da população Ocidental é protestante. E o Brasil caminha a passos largos para ser conquistado totalmente pelo protestantismo.
nota fonte www.cacp.org.br
História da Reforma Protestante Reformador :John Wycliff
Quando se pensa na reforma protestante ;dois nomes logo vêm a mente :Lutero e calvino.Em greal ;as pessoas acham que somente esses dois homens foram responssaveis por todo o movimento que deu origem a reforma.Sem querer diminui a grande importância deles ;precisa ser dito que outros ;alguns contemporâneos de Martinho Lutero(1483-1526)e João Calvino (1509-1564);como Zwinglio;Melanchhton;Bucer;Encolampadio;Kanox;também podem ser chamados reformadores ;e que muito contribuíram para o retorno á fé evangélica.É mesmo antes de todos esses ;houve movimento reformista dentro da igreja que;por certo ;contribuíram para a reforma.Houve movimento dos Valdenses;mas ;há dois homens ;em especial ;que podem ser considerados precursores da reforma protestante.São eles John Wyclif (1330-1384) e Jan Huss(1374-1415).( notas rev.expressão;p.55.cultura cristã sp).
Depois das trevas ,do medo e da perseguição ;chega o alivio com os primeiros raios de luz.A bilbia escondida ;começa agora a reaparecer.A bem sucedida participação na história da reforma de homens como Martinho Lutero e João Calvino ;parece apagar um pouco da importante contribuição de John w. e John H.
Mas estes foram os pre-cursores do movimento reformado.São chamados de pré-reformadores.Depois de uma época de descontentamento contra os abusos da igreja romana por toda Europa;Deus ;pela sua misericórdia ;começa a levantar homens para fazer a igreja de CRISTO;a voltar a ser pura; santa e sem mancha.John W. É CHAMADO DE A 'Estrela dá alva da reforma" por ser o primeiro instrumento levantado por Deus a enfrentar o sistema papal antibíblico e as injustiças da igreja medieval.Foi ele quem deu"inicio"na emocionante história da volta da igreja de Cristo as Escrituras Sagradas .A presente história vai mostrar o valor do ensino bíblico para a igreja de Cristo e a importância de servos que se colocam como verdadeiros servos nas mãos do Senhor.
Deus sempre levantou pessoas para proclamarem e defenderem a verdade de Deus.No período que antecedeu a Reforma ;os que assim agiram ficaram conhecidos como "pré reformadores"e a atuação deles foi fator decisivo na reforma.Estes "pré reformadores foram considerados e tratados como hereges;e assim foram perseguidos e mortos.Entre eles vamos ver John ;huss etc.(notas rev.palavra viva;cultura cristã/sp ).
Os Precursores da Reforma
John Wyclif (também se escreve wycliffe,wicliffe,ou wiclif) nasceu em Hipswell Yorkshire na Inglaterra por volta de 1329 .Foi estudar em Oxford ;tornando-se doutor em Divindade(teologia)em 1372.Logo se notabilizou por sua inteligencia e erudição.Dominou a filosofia e os ensinos de Agostinho (ensinos que mais tarde influenciaram homens como Lutero e Calvino).Por ser um grande teólogo ;tornou-se capelão do Rei da Inglaterra,Ricardo 2.Nesta posição pôde fazer muito pela reforma de sua igreja.Huss pode ser considerado um discípulo de Wicliff,pelo menos no sentido teológico.Wicliff trabalhou na Inglaterra;foi teólogo de Oxford ;reconhecido por sua erudição;bem visto pelo povo e apoiado pelos nobres.(notas ibid).
Estando numa posição de grande destaque ;wicliff pôde ter acesso ao parlamento e traduzir a Vulgata (Biblia em latim) para o Ingles.Essa tradução foi de fundamental importancia ;tanto para a vida espiritual do povo ;como também para o própio idioma Ingles.Embora não tenha rejeitado de todo o papado;entendia que um papa que aspira ao poder humano e tem ânsias por impostos nem sequer poderia ser um eleito.
Essa idéia de eleição;Wicliff extraiu principalmente dos ensinos de Agostinho.Mas ;com certeza ;a maior contribuição de Wyicllif para a Reforma foi ter colocado a Biblia no idioma do povo.Convicto de que ele era a única lei da igreja;direcionou todos os seus esforços para traduzi-la do latim .Com ajuda de Nicolau de Hereford ;que traduziu o Antigo Testamento ;a Biblia foi traduzida para o inglês.O trabalho durou de 1382 a 1384.Wycliff e seus seguidores os "lolardos";foram muito perseguidos pela igreja;que considerou heréticos os seus ensinos .Se wicliff não foi martirizado ;isso se deve;humanamente falando;á proteção que tinha dos nobres da Inglaterra.Mas muitos de seus seguidores foram mortos.
A igreja esforço-se para sufocar as idéias de Wicliff e tentou destruir as traduções da biblia;mas pelo menos 150 manuscritos sobreviveram.Curiosamente a maior influencia de Wicliff se fez sentir na boemia ;onde alguns estudantes de Oxford difundiam suas idéias na universidade da Praga.
Wycliffy Traduz a Bíblia
Assim pis;pele graça de Deus ;Wycliff escapou ainda mais uma vez das garras dos perseguidores ;e pode ;pouco depois ;ocupar-se com a grande obra da tradução da bíblia na linguagem do país.Havia muito tempo que ele manisfestara o desejo de que os patricios pudessem ler o evangelho da vida de Cristo em inglês;e havia agora todas as possibilidades de ver o seu desejo satisfeito poucos meses mais tarde essa provabilidade tornaram-se em certeza ;e;a proporção que o trabalho ia chegando ao fim; o ousado reformador começou a sentir que a missão na terra estava quase terminada.
No ano de 1383 viu sua obra completa;e;apesar de os bispos fazerem toda a diligencia para que a versão fosse suprida por lei do parlamento;os esforços não tiveram resultado ;e em breve a Bilbia começou a circular.(notas W.Anglin e A.kNIGHT P.185-186).
Nessa escola;de Oxford ;estudou como vimos mais tarde veio a ser reitor ;um filho de camponeses ;de Husinecz(donde veio o nome hus).Tanto Wycliff tinham suas idéias fundamentadas nas Escrituras;;o que os tornava ainda mais ardentes na defesa do Cristianismo.
Sua influencia que atravessou fronteiras
1°) Os Lollardos
Para que ensino bíblico fosse transmitido por toda Inglaterra;Wycliff fundou um grupo de pregadores leigos ;os quais recebiam o nome de Lollardos.O trabalho de expansão deu certo ;mas o papa não gostou.Em um decreto ;a igreja condenou os Lollardos á pena de morte.Apesar disto ;nenhum desses pregadores foram mortos.Quando Wycliff morreu os seus seguidores eram muitos;e havia entre eles todas as classes da comunidade.Parece que era em Oxford que havia um maior numero ;e quando o Dr. Rigge ;chanceler da universidade ;recebeu ordem para por silencio á queles que favoreciam o reformador;respondeu que não ousava faze-lo por ter medo de ser morto.
Todos os que adotaram publicamente a doutrina de Wycliff eram chamados de Lollardos;mas é certo que mesmo antes de Wycliff aparecer já existiam muitos cristãos com essa denominação.As suas doutrinas e opiniões eram em tudo iguais as do reformador ;e parece que foram tão infatigáveis como ele em as espalhar.(notas w.anglin e a.knght ;hist do crist.p.185).
Assim como Wycliff;eles também ensinarem que "o evangelho de Jesus Cristo é a origem da verdadeira salvação;que não há nada no Evangelho que mostre que Cristo estabeleceu a missa;que o pão e o vinho;ainda depois de consagrados;ficam sendo pão e vinho ;que os que entram para os mosteiros ainda se tornam mais incapazes de observar as ordens de Deus ;e finalmente ,que a penitencia ;a confissão ;a extrema unção ;não são precisas ;nem se fundamentam nas Escrituras Sagradas".(ibid/p.186).
Pensar que roma deixaria viver tais incorrigíveis hereges;sem se incomodar ;seria supor que ele fosse capaz de tolerância e misericordia -qualidade estas que nunca patenteou.Não era este o seu modo de proceder;e se os Lollardos não foram logo perseguidos pele sua cólera;foi unicamente porque lhes faltavam os meios de tornar bastante eficaz a perseguição.
Contudo ;a subida ao trono de Henrique 4;forneceu-lhes a oportunidade que esperava.Os padres e os frades tinham estado no entanto bastante ocupados em espalhar falsos boatos sobre o procedimento revolucionario dos Lollardos;e tinham inspirado tais receios á nação que;quando no ano de 1400 o novo rei fez publicar um edito real determinando que os hereges fossem queimados ;o Parlamento prontamente o sancionou.(ibid).
Os lollardos ;na Inglaterra tinham revindicações a saber:1°.queriam a bilbia traduzida para o seu idioma do povo inglês 2°.não faziam distinção entre o clero (classe eclesiastica /os sacerdotes) e o laico (que não pertence a classe eclesiastico/leigo)3°.O celibato (voto do sacerdote de não se casar)é contrario ás Escrituras e só produz imoralidade 4°.O culto ás imagens ;as orações em favor dos mortos e a doutrina da transubstanciação são erros doutrinários.(apost;inst;b;ig presb.maua 2002).
Como os Lollardos aumentassem cada vez mais ;o arcebispo Arundel fez convocar os melhores meios de os suprimir;e desde esse tempo ;durante perto de um século ;as chamas da perseguição foram ardendo por toda a Inglaterra;e conservou o mesmo rigor na busca dos hereges;mas Deus tinha decretado que a obra dos seus servos prosseguisse ;e quem poderia deter sua mão?As criaturas de Roma podiam fazer diminuir o pequeno grupo de cristãos ;por meio de fogo e outras torturas ;e prisões(as tribulações eram o quinhão que os fiéis discípulos esperavam);mas não podiam destruir a obra que Deus tinha começado .
A Sua Palavra -aquela semente incorruptível que vive e permanece eternamente-estava nas mãos do povo ;e enquanto o poder dela estivesse entre eles ;as armas de Roma eram impotentes ;e a obra de Deus nas almas havia de se efetuar para a Sua Glória.(notas A.knight e W.anglin p.187;cpad).
Sua influencia na Boemia:estudantes que foram para Oxford.
Estudantes da região da Boemia ;no centro da Europa ;foram para Oxford e lá tiveram contato com os escritos de Wycliff e com alguns do Lollardos.Ao regressar para sua terra;os boêmios levaram as novas convicções e ensinos que acabaram de influenciar aquele que seria um outro grande reformador ;Jhon Huss.Ao tomar conhecimento ;os primeiros contatos com os escritos de Wycliff ;Huss escreveu na margem de seus papéis"Wycliff;Wycliff;você vai virar muitas cabeças".Anos mais tarde ;Huss teria sido acusado pela igreja de Wycliffismo.
A história nos mostra que Deus vai espalhando sua semente.Assim como na igreja Primitiva ;crentes foram influenciado pessoas ;autoridades e até reis;a ponto de ocupar todo o mundo.Temos a biblia em nossas mãos hoje porque servos e servas de Deus se dedicaram para isso.Enquanto os Lollardos eram perseguidos na Inglaterra; dava-se um despertamento noutro ponto da Europa;para o qual chamamos a atenção.Este despertamento teve como chefe o martir João Huss.Não resta dúvida de que foram os escritos de Wycliff que acenderam as primeiras centelhas desta revivificação;e as circunstancias que conduziram a isto;para quais nos podemos apenas referir em breves palavras;assim descritas:A esposa de Ricardo 2 da Inglaterra era uma princesa Boemia;irmã de Wenceslau ;rei de Boemia.
Era mulher piedosa ;tinha estudado as Escrituras Sagradas;sendo isto mesmo afirmado pelo perseguidor arcebispo Arundel;que disse"Embora ele fosse estrangeira ;estudava constantemente os quatro Evangelhos em inglês ,com as explicações dos doutores ;mostrando neste estudo e na leitura dos livros piedosos mais diligentes do que os própios prelados".(w.anglin e a.knight p.189-190 cpad).
Depois um sábio boêmio de Praga ;chamado Jeronimo;visitou a Inglaterra;travando conhecimento com vários Lollardos ;em cujos ensinos adquiriu.Em seguida voltou para a sua cidade onde ensinou as novas doutrinas com zelo e bom êxito.Num período ainda posterior(1404);depois ingleses de Cantuária também tinham ido a Praga ;e ali manifestaram sentimentos antipapais.
Estabeleceram a sua residencia nos subúrbios da capital ;em seu consentimento ;pintaram nas paredes do seu quarto dois quadros ;um representando a história da paixão de Jesus ;o outro a pompa da corte papal.A ignificação da antítese daqueles dois quadros era bastante clara ;o povo foi ver aquelas pinturas toscas ;e Huss ;que era então pregador na capela de Belém ;e igualmente deão da faculdade de filosofia ;referiu-se a elas nos seus sermões.(notas A.anglin e W.knight/hist,reform;p.190 cpad).
Convicção e autenticidade de Wycliff
Em seus ensinos ;esse mestre se diferenciava de seus contenporraneos porque negava que os homens precisassem de um sacerdote humano para chegar a Deus.Ao contrario 150 anos antes da reforma;ele já proclamava o sacerdócio de todo crente e ensinava todos os homens a irem;pela fé em Jesus;diretamente a Deus.(notas;rev.ens.crist.p.17 cpad).
Ensinos voltados para a biblía
Wycliff defendeu as seguintes idéias para a reforma da sua igreja:
1°)Sobre a bíblia
Ensinava que os concílios e a liderança da igreja deveriam ser provados pelas Escrituras.A palavra do papa e a tradição da igreja não poderiam ter uma autoridade maior do que a biblia.Para o reformador Inglês a Bíblia é a única regra de fé pratica.Ela é suficiente para suprir as necessidades da humana ;sem que sejam necessárias as intervenções da igreja e as magicas de seus sacerdotes.Wycliff entendia também que as Escrituras deveriam ser colocadas na mão do povo e não ficarem limitadas ao clero (liderança da igreja).
2°)Sobre o papa
Wycliff ensinava que os papas eram homens sujeito ao erro a ao engano.Assim dentro da igreja de Cristo havia joio e trigo ;ser líder da igreja não era garantia de salvação;muito menos de perfeição .Ensinava que o oficio do papado era invenção do homem e não de Deus e que o papa seria o anticristo se não seguisse fielmente os ensinos de CRISTO.Censurou monges quanto a preguiça e ignorância deles no que diz respeito ao estudo das Escrituras.
3°)Sobre a ceia
Segundo a igreja Católica Romana ;no momento da ceia o pão e o vinho se transformam no corpo no sangue de Cristo.Este dogma é chamado de transubstanciação.Wycliff declarou que esta doutrina era anti bilbia;pois Cristo está presente nos elementos de forma espiritual e não fisica .O historiador E.E.Carins diz"se a idéia de Wycliff fosse adotada;significaria que o sacerdote não mais reteria a salvação do alguem por ter em suas mãos o corpo e o sangue de CRISTO'.
Com seu conhecimento bíblico apologético;e posição dada por Deus;a pregação de Wycliff começou a ser ouvido nos mais distantes cantões da Inglaterra ;chegando a atravessar o mar em direção continente.Muitas pessoas devem ter recebido seus ensinos ou ganhando uma Bilbia na sua própia idioma conhecendo assim a vontade de Deus para suas vidas.(notas rev.palavra da vida p6-7;ed.cult.cristã.)
Influencia de de Jonh Huss
1° NASCIMENTO
John Huss foi um homem de origem simples.Nasceu no vilarejo de hussinecz sul da boemia.Por volta de 1373,(boemia)atual país ou republica checa;região da Europa central hoje republica theca.Sua mãe ,muito religiosa quis que o filho fosse sacerdote.Mais tarde Huss admitiu ter iniciado a carreira religiosa´por motivo financeiro e prestigio que ela concedia ,mas seu desejo verdadeiro pelo reino de Deus veio quando ele começou a estudar mais profundamente(notas rev.palavra viva p.9;cult.crist.ed.). Sua origem era humilde de nascimento cedo ficou órfão pelo falecimento de seu pai;sua .Piedosa mãe considerando a educação e o temor de Deus como a mais valiosa para seu filho.
2°ALUNO MÉDIO
Huss não foi um aluno brilhante ,mas parecia determinado a estudar e crescer.Huss estudou na escola da província passando depois para universidade de praga.Onde ele teve admissão gratuita como estudante pobre na (universidade0.Huss logo se distinguiu pela sua incançavel aplicação e rápidos progressos de modos afáveis e simpáticos lhe conquistaram estima geral(notas e.g.w g.con. p.105).
Era sincero adepto de Roma ;depois de completar o curso colegial ;entrou para sacerdote ;com 30 anos e atingiu rapidamente iminência;foi logo chamado a corte do rei ;tornou-se (professor).Após formar-se na universidade em praga ;e mestre e dirigente da capela de Belém ;em 1404;tornou-se reitor da universidade em que ele estudou em Praga;em poucos anos ;o humilde estudante pobre ;se educou;torno-se orgulho de sua mãe.
Seu nome teve fama em toda a Europa.Foi porem outro campo que Huss começou a obra da Reforma .Após haver recebido a ordenação de sacerdote e passado alguns anos;ele Huss foi nomeado Pregador da capela de Belem.A rainha Zofie influenciou o rei para que facilitasse as reformas pretendidas por Huss.Com isso ;a reforma floreceu cresceu ;tendo Huss o lider ;eo rei como escudo contra a investida do Papa(notas;rev.palavra viva;cult.crist.ed).
O fundador desta capela defendera alguns assuntos de grande importancia a respeito da pregação das Escrituras no idioma do povo.Desde o inicio de seu ministério ;quando assumiu o púlpito da capela de Belém ;em praga ;tornou-se um incomodo e um obstaculo para muitos dos seus colegas ;pois pregava constantemente contra os privilégios do clero e defendia a necessidade urgente de uma reforma.Fervoroso e avivado pregador ;Huss exerceu rápido forte influencia sobre o povo(notas;rev.ensindor;p.17;cpad).
Conta-se que boa parte da população afluía para ouvir suas menssagens;mas só o povo simples ;os nobres também foram influenciados .Claro que alguns destes simpatizavam com seu discurso apenas por interesse que tinham de limitar o poder da igreja católica Romana ;mas outros nobres o seguiram.Por convicção(.not.rev.ens.crist.p.17;cpad).
Para se ter uma idéia do poder de Roma nesta época na Europa;especialmente que na época ;metade do território nacional da Boemia pertencia á igreja católica Romana enquanto a coroa detinha só sexta parte do território(notas.ibid p.17).
O amigo de Huss e seu companheiro de trabalho, Jerônimo de Praga, seguiu-o em pouco tempo. Era homem de maior erudição, mas talvez de menos paciência, e as torturas a que o submeteram durante um bárbaro cativeiro de quase um ano enfraqueceram de tal maneira o seu espírito que conseguiram dele que assinasse uma retratação. Mas a vitória dos seus inimigos pouco tempo durou: na sua misericórdia o Senhor fortaleceu a sua alma, e ele em breve se retratou do que se tinha retratado. Merece a pena notar-se que, apesar de todos os sofrimentos por que passou durante esse tempo, a sua memória ficou clara e a sua inteligência tão vigorosa como antes, e a sua eloqüência era tal que provocava a admiração até dos seus próprios inimigos.
Foi no mês de maio de 1416, que Jerônimo se apresentou à sua última audiência. Não deixou de censurar os seus adversários por o terem conservado preso mais de onze meses, carregado de ferros, envenenado com poeira e mau cheiro, e privado das coisas mais necessárias. "E durante este tempo", disse ele, "destes aos meus adversários todas as audiências que eles quiseram, e vos recusastes ouvir-me uma só hora que fosse". Então referiu-se envergonhado, à sua retração, e aquela triste confissão por si um testemunho. "Confesso" disse ele, "e tremo quando penso nisso. Por medo do castigo do fogo, consenti vilmente e contra a minha consciência em condenar a doutrina de Wycliff e Huss. Retrato-me agora completamente deste ato pecaminoso, e estou resolvido a manter os dogmas destes homens até a morte, crendo que eles são a verdadeira e pura doutrina do Evangelho, assim como creio que as vidas desses santos foram irrepreensíveis".
A assembléia não tratou melhor esta nova vítima do que tinha tratado Huss, mas Jerônimo nunca perdeu a sua presença de espírito, nem se deu por vencido os clamores que faziam os seus adversários, nem quando o submeteram a ridículo. Lembrou-lhes que o seu caso não era único, e que outros mais dignos do que ele tinham sido acusados por testemunhas falsas, e condenados injustamente. José e Isaías, Daniel e João Batista, e até o seu próprio divino Mestre, tinham sido levados perante autoridades e sofreram injustamente às mãos de homens malvados. "Vós tendes resolvido condenar-me injustamente", exclamou ele, "mas depois da minha morte ficar-vos-á um remorso na consciência que nunca há de acabar. Apelo para o soberano juiz de toda a terra, em cuja presença haveis de comparecer para responderdes por este crime".
Uma tal linguagem era mais suficiente para promover a sua pronta condenação, mas ele tinha agora perdido todo o medo da morte. Quando aquele momento penoso chegou, a sua fisionomia radiante mostrou a sua boa vontade de sofrer; e dirigiu-se para o lugar do martírio cantando hinos de alegria. Nisto apareceu-se com o amigo que o tinha precedido, e esta semelhança não passou despercebida a um historiador católico-romano que depois foi papa com o nome Pio II: "Eles caminhavam para o suplício", disse esse escritor, "como se fossem para um banquete. Não proferiram uma única palavra que desse a perceber o mais pequeno temor. Cantavam hinos nas chamas, sem cessar, até o último suspiro".
E digno de menção o fato de ter sido o papa João XXIII mais tarde deposto pela sua malvadez, pelo mesmo concílio que ele convocara para a condenação destes nobres mártires. Foi este o único ato digno que o concílio praticou, não lhe cabendo, ainda assim, elogios por isso, visto que este passo foi dado por motivo de interesse.
Guerra Civil na Boêmia
O martírio de Huss e Jerônimo, com que eles esperavam livrar a Europa das heresias de Wycliff, não só deixou nas suas consciências o peso de um duplo assassinato, como também, sob o ponto de vista de Roma, foi um engano fatal. Em lugar de esmagarem, por este meio, o que eles chamavam uma heresia corruptora e escandalosa, inflamaram o espírito do povo boêmio, e causaram uma guerra civil. Ainda mesmo antes da morte de Jerônimo, vários fidalgos e outras pessoas eminentes da Boêmia tinham, indignados, mandado um protesto ao Concílio de Constância no qual o acusaram de injustiça e crueldade, e diziam mais, que estavam decididos a sacrificar as suas vidas na defesa do Evangelho de Cristo e dos seus fiéis pregadores.
Contudo este protesto foi queimado com desprezo pelos prelados reunidos e a indiferença insultante destes padres foi mais tarde manifestada pelo bárbaro assassinato da segunda vítima. Os editos de perseguição que se seguiram não podiam, de certo, servir para abrandar o espírito do povo, e quando no ano de 1419 um pregador hussita foi preso e queimado, sofrendo além disso as maiores crueldades, o povo, exasperado, correu às armas, e tendo à sua frente o camarista do rei, um fidalgo chamado Zisca, levou tudo adiante de si.
O imperador Sigismundo levantou contra eles um poderoso e bem organizado exército, que foi desbaratado como se fosse palha, diante dos malhos dos camponeses boêmios, que, na verdade, poucas outras armas tinham para ferir as suas batalhas. O cardeal Juliano, legado do papa, presenciou algumas destas batalhas, e ficou admirado quando viu a flor do exército do imperador – príncipes conhecidos pela sua bravura, e veteranos de fama européia – retirando-se em desordem diante das armas grosseiras de um punhado de camponeses – ainda mais – algumas vezes, fugindo até quando ninguém os perseguia, possuídos de um pânico inexplicável. Numa destas ocasiões, o cardeal, derramando abundantes lágrimas, exclamou: "Ah! Não é o inimigo, são os nossos pecados que nos fazem fugir!".
Vários escritores papistas confessaram que não podiam explicar o maravilhoso êxito destes guerreiros cristãos, e um deles afirmou que os boêmios mostraram ser um povo valente, porque, apesar de o imperador Sigismundo conduzir quase a metade da Europa contra eles, não foi capaz de vencê-los. O reformador Melanchton do século seguinte, atribuiu estas vitórias a poderes milagrosos, e acreditou que os anjos de Deus acompanhavam os vitoriosos nas suas expedições, e derrotava os seus inimigos(.notas historia do cristianismo,A.Knight e W.Anglin,2009,cpad0
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
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