O QUE É
ORAÇÃO?
1 Crônicas 16.8,10-17; João 15.16.
1
Crônicas 16
8
- Louvai ao SENHOR, invocai o seu nome, fazei conhecidos entre os povos os seus
feitos.
10
- Gloriai-vos no seu santo nome; alegre-se o coração dos que buscam o SENHOR.
11
- Buscai ao SENHOR e a sua força; buscai a sua face continuamente.
12
- Lembrai-vos das suas maravilhas que tem feito, dos seus prodígios, e dos
juízos da sua boca.
13
- Vós, semente de Israel, seus servos, vós, filhos de Jacó, seus eleitos.
14
- Ele é o SENHOR, nosso Deus; em toda a terra estão os seus juízos.
15
- Lembrai-vos perpetua-mente do seu concerto e da palavra que prescreveu para
mil gerações;
16
- do concerto que fez com Abraão e do seu juramento a Isaque;
17
- o qual também a Jacó ratificou por estatuto, e a Israel por concerto eterno.
João
15
16
- Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para
que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto em
meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda.
ezado
professor, neste último trimestre do ano estudaremos um tema extremamente
relevante para os nossos dias — O Poder e o Ministério da Oração. Estamos
vivendo tempos difíceis, precisamos orar e vigiar. O comentarista destas lições
é o pastor Eliezer de Lira e Silva, conhecido conferencista de Escolas Bíblicas
em todo o país e diretor do Projeto Missionário ide Ensinai em Moçambique,
África. Que estas lições contribuam para que nossos alunos venham conhecer
melhor a Deus através da oração.
ORIENTAÇÃO
Professor,
tenha cuidado para não fazer desta primeira aula apenas um amontoado de
ensinamentos teóricos sobre a oração.
É
importante que os alunos sejam estimulados e desafiados a experimentar um
relacionamento ainda maior de comunhão com o Pai mediante a oração
intercessória. Inicie sua aula fazendo as seguintes perguntas: “Como está sua
vida de oração?”; “Suas orações têm sido respondidas?”; “Por que algumas
pessoas só oram no momento da adversidade e da angústia?”. Dê um tempo para que
seus alunos respondam. Ouça as respostas com atenção. Depois, explique que orar
não é uma tarefa fácil, exige disciplina. Porém, sem oração não conseguiremos
ter uma vida espiritual saudável. Mostre que é chegado o momento de buscarmos
mais a presença de Deus em oração. Conclua lendo Isaías 55.6.
introdução
Oração: [Do lat.
orationem]. “É o meio que Deus proveu ao homem a fim de que este viesse a
estabelecer um relacionamento de comunhão contínua com Ele.”
A
oração é o meio que Deus proveu ao homem, a fim de que este viesse a
estabelecer um relacionamento de comunhão contínua com Ele. Tanto mais o
cristão ora com fé em Deus, mais desenvolve sua comunhão e submissão com o seu
Criador, Pai, Senhor, Intercessor e Conselheiro, manifestando, assim, o
senhorio de Cristo Jesus em sua vida, por amor e devoção. Quando isso ocorre, o
homem passa a ter sua vida espiritual e emocional estáveis, e sua perspectiva e
objetivos naturalmente mudam. A oração quando associada à obediência dos preceitos
das Santas Escrituras e à vigilância espiritual é também um meio de vitória
sobre o pecado (cf. Mc 11.24-26; Mt 26.41).
I.
A QUEM ORAR E QUANDO ORAR?
1.
Devemos orar a Deus. São muitos os textos bíblicos que lembram, ensinam,
advertem e estimulam o homem a buscar a Deus, em oração em todo o tempo (Dt
4.29,30; 1 Cr 16.4; Sl 119.2; Jr 29.1 3; Ef 6.18). A Bíblia ensina que devemos
orar somente a Deus e a ninguém mais, pois não há nenhum outro deus além do
nosso, que possa ouvir e responder às nossas orações. Aliás, a Palavra de Deus
condena a adoração e a oração a qualquer outro ser que não seja o Deus Eterno,
Criador, Sustentador do universo e Redentor da humanidade (Êx 20.3; Dt 6.4; Is
44.8-20). Tudo isso, já representa um bom e grande motivo para o crente orar
(Fm v.4; Lc 2.37,38).
2.
Quando tudo está bem. Não há dúvida de que devemos orar em todo tempo e em
qualquer circunstância (Ef 6.18; 1 Tm 2.1-3; Sl 118.5). Jesus ensinou essa
verdade dando seu exemplo aos discípulos (Mc 6.45-48; Lc 22.39-46). Entretanto,
parece que descuidamos da prática da oração quando as coisas estão indo bem.
Ainda que tudo pareça tranquilo, o crente deve estar vigilante, consciente de
suas fragilidades e na presença do Senhor, em constante oração, pois, entre as
muitas bênçãos da oração, destaca-se o fato de que ela preserva-nos do mal (Mt
26.41). Sansão, por exemplo, não é alguém para ser imitado (Jz 14-16). Ele só
clamava ao Senhor quando estava em grandes apuros (Jz 15.18; 16.28). Para
muitos, a oração só deve ser feita quando alguém se acha enfermo, desempregado,
sofrendo algum tipo de problema no seu trabalho, quando seus bens são
subtraídos ou quando desaparece um membro da família e coisas semelhantes
acontecem. Atitudes como essas privam o crente das bênçãos divinas através da
oração preventiva (Mt 26.36; Lc 21.36; Rm 15.30,31).
3.
No dia da angústia e da adversidade. O verdadeiro discípulo do Senhor enfrenta
nesta vida, lutas, provas e aflições, e Jesus mesmo afirmou que não seria
diferente (Jo 16.33). Os discípulos, inclusive, eram conscientes desse fato (1
Pe 4.12-16; Rm 5.3). O apóstolo Paulo dá-nos a receita bíblica para vencermos
no dia da adversidade: perseverar na oração (Rm 12.12). A comunhão com o
Senhor, cultivada através da oração, muda no crente sua visão acerca das coisas
que o cercam. Os problemas e as circunstâncias contrárias não abatem a sua fé
em Deus e a sua confiança firme de que Ele é poderoso para que, caso não o
livre, o fará, da situação problemática, vencedor ou tornará o mal em bem (Rm
8.28; Gn 50.20). Nossa oração deve ser para que o Senhor nos abra os olhos,
para que possamos ver o invisível e assim, pela fé descansar nEle, sabendo que
todas as coisas estão sob seu domínio. A Bíblia ensina que devemos orar somente
a Deus e a ninguém mais, pois não há nenhum outro deus além do nosso.
II.
COMO ORAR?
1.
Com reverência. Todo crente deve saber que não se pode chegar à presença de
Deus sem reverência, sem fé, e sem santo temor. Quando o homem foi criado, Deus
já era adorado e reverenciado pelos anjos. A reverência para com Deus é um
princípio bíblico (Sl 96.9; 132.7; Mt 4.10; 1 Tm 1.17). Todo o relacionamento
do homem com o Senhor deve levar em consideração a reverência que lhe é devida,
inclusive não somente na oração, mas também no seu serviço (Hb 12.28).
Considerando que o Senhor é Deus, Ele próprio espera esse tipo de atitude do
homem (Ec 3.14). Orar a Deus com fé, reverência e temor é falar com Ele pelo
novo e vivo caminho provido por Jesus (Hb 10.20-22) e ajudado pelo Espírito
Santo (Rm 8.26,27).
2.
Com fé e humildade. É uma contradição um crente entrar na presença de Deus em
oração, duvidando do seu poder, da sua graça e das suas promessas. De um crente
se espera entrar na presença de Deus crendo que Ele é poderoso para fazer tudo,
muito mais, além daquilo que pedimos ou pensamos, pelo seu poder que opera em
nós, a nossa fé (Ef 3.20; Tg 1.6). Deve o crente reconhecer a sua
insignificância em si mesmo, suas tendências, suas fragilidades, necessidades e
estar disposto a confessar seus pecados e deixá-los, e buscar fazer a boa,
perfeita e agradável vontade de Deus para a sua vida (Lc 18.13,14; Rm 12.1,2).
3.
Priorizando o Reino de Deus e seus valores eternos. De todo o cristão espera-se
que quando se encontrar no altar do Senhor em oração, dê prioridade ao Reino de
Deus e aos valores eternos que o constitui (Lc 11.2; Mt 6.19-21). Primeiro,
porque isso deve fazer parte do caráter cristão; segundo, porque com esta
atitude aquelas coisas essenciais que foram pronunciadas por Jesus Cristo serão
acrescentadas à sua vida (Mt 6.33).
Não
podemos chegará presença de Deus em oração, sem reverência, sem fé e sem santo
temor.
III.
ONDE ORAR E POR QUEM ORAR?
1.
O lugar da oração. É uma necessidade o crente ter um lugar próprio e adequado
para fazer as suas orações devocionais diárias (Mt 6.6; Mc 1.35; At 10.9). O
homem que assim faz é tido como bem-aventurado (Pv 8.34,35). O crente também
precisa sempre estar na casa do Pai para a oração congregacional, considerando
o que disse o próprio Deus a respeito (quando da consagração do Templo
construído por Salomão): “Agora, estarão abertos os meus olhos e atentos os
meus ouvidos à oração deste lugar” (2 Cr 7.15). Próximo do momento de sua
crucificação, Jesus entrou no Templo e, repreendendo os vendilhões que ali
estavam, referiu-se ao texto de Isaías 56.7: “A minha casa será chamada casa de
oração” (Mt 21.13). O Espírito Santo desceu no cenáculo onde estavam os
discípulos em oração há dias. Foi assim que a Igreja teve o seu início (At
1.12-14). Os crentes do primeiro século oravam juntos regularmente no Templo
(At 3.1).
No
altar da oração devemos ter em mente ao menos três propósitos: adorar a Deus,
agradecer-lhe e pedir algo para nós ou para outrem (intercessão). Ao pedir, o
crente deve:
a)
Orar por si próprio. Ninguém melhor do que o próprio crente para conhecer as
suas necessidades espirituais, sociais, afetivas, familiares, econômicas e
físicas. Há necessidades que, por sua natureza e estratégias espirituais, não
podem ser do conhecimento de mais ninguém, devendo o crente, orar ao Senhor no
seu íntimo.
b)
Pelos amigos. Nem todo crente se comporta como Jó, que estando sob severo
sofrimento e com necessidades múltiplas, dedicava um tempo em suas orações para
orar pelos seus amigos (Jó 42.10).
c)
Orar pelos inimigos. Esta é uma tarefa que demanda muito amor, renúncia, e
propósito de agradar a Deus, obedecer a sua Palavra e dominar seu próprio
coração (Mt 5.44; Rm 12.14). Nesse aspecto Jesus também deixou o seu exemplo
(Lc 23.34; 1 Pe 2.23).
2.
Orar pela igreja de Deus. O profeta Samuel orou pelo povo de Deus (1 Sm
7.5-14). Em o Novo Testamento, vemos em Paulo um intercessor exemplar à medida
que ora pelas diferentes igrejas, apresentando as suas necessidades específicas
(Fp 1.1-7,9; Rm 1.8-12; Ef 1.16).
3.
Orar por todos os homens e pelas autoridades constituídas (1 Tm 2.1,2). A vida
de oração torna o crente sensível às necessidades dos que lhe rodeiam e dos que
estão distantes, sejam eles conhecidos ou não e em qualquer esfera social,
como, por exemplo, o profeta Eliseu (2 Rs 4.12-36).Ao orar o crente deve ter em
mente ao menos três propósitos: adorar a Deus, agradecer-lhe e pedir algo para
si ou para outrem (intercessão).
Não
há limite para o crente viver uma vida de constante e crescente oração. Um
alerta final da Bíblia para todos nós sobre a oração temos em 1 Pedro 4.7. A
Palavra de Deus admoesta-nos a orar sem cessar (1 Ts 5.17), sem prejuízo de
nossas atividades diárias, tendo em vista que são muitas as formas de orar.
Você já orou hoje?
Objetivos da oração
“[...]
Todos já nos sentimos impulsionados a orar com mais intensidade nos momentos de
decisão e de angústias; não podemos viver distanciados da presença divina.
1.
Buscar a presença de Deus. ‘Quando tu disseste: Buscai o meu rosto, o meu
coração te disse a ti: O teu rosto Senhor, buscarei’ (Sl 27.8). Seja nos
primeiros alvores do dia, seja nas últimas trevas da noite, o salmista jamais
deixava de ouvir o chamado de Deus para contemplar-lhe a face. Tem você
suspirado pelo Senhor? Ou já não consegue ouvi-LO? O sorriso de Deus é tudo o
que você precisa para vencer as insídias humanas.
2.
Agradecê-lo pelos imerecidos favores. Se nos limitarmos às petições, nossa
oração jamais nos enlevará ao coração do Pai. Mas se, em tudo, lhe dermos
graças, até mesmo pelas tribulações que nos sitiam a alma, haveremos de ser, a
cada manhã, surpreendidos pelos cuidados divinos. J. Blanchard é mui
categórico: ‘nenhum homem pode orar biblicamente, se orar egoisticamente’.
3.
Interceder pelo avanço do Reino de Deus. Na Oração Dominical, insta-nos o
Senhor Jesus a orar: ‘Venha teu Reino’ (Mt 6.10). No Antigo Testamento, os
judeus rogavam a Deus que jamais permitisse que suas possessões viessem a cair
em mãos gentias. Basta ler o Salmo 136 para se enternecer com o cuidado dos
israelitas por sua herança espiritual e territorial”.(ANDRADE, C. As
Disciplinas da vida Cristã. Como alcançar a verdadeira espiritualidade. RJ:
CPAD, 2008, pp.36-8).
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PAZ DO SENHOR
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