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terça-feira, 1 de março de 2016

Estudo e comentario de HEBREUS (9)





         (N.9) ESTUDO E COMENTARIO DE HEBREUS

                          Hebreus 9.1,2,11,12,15,22-28.



Antes de falar sobre as glórias do sacerdócio de Cristo, o escritor apresenta em retrospecto o ministério levítico, descrevendo o Tabernáculo com seus dois compartimentos, o Lugar Santo e o Santo dos Santos. Havia algo de belo e majestoso nessa antiga administração do culto e serviço sacerdotal, o qual, pelo contraste, enaltece a glória da nova ordem cristã.Deus ordenou ao povo de Israel que construísse um santuário, e orientou-o em cada detalhe desta construção. Em razão de ser a habitação de Deus no deserto, o povo o venerava. Entretanto, o tabernáculo e seus elementos eram passageiros e inferiores a Cristo.
Sob a ordem mosaica entendia-se que não havia livre acesso à presença de Deus. Somente uma vez por ano, e isso por meio dum representante. Somente mediante sacrifício cruento podia o povo aproximar-se de Deus. A lição que aprendemos é que devido ao pecado, o propósito do homem de acercar-se diretamente de Deus era frustrado. Toda a economia levítica era provisória, não passando de sombra ou tipo da realidade celestial. Os sacrifícios anuais jamais poderiam resolver o problema da consciência. Por serem provisórios, eles aguardavam um tempo de “reforma”, uma ocasião melhor.Se possível, amplie no quadro de giz a figura abaixo. Em seguida convide sete dos seus alunos para colocarem o nome das peças do tabernáculo no lugar correspondente.

    1. Altar do holocausto
    2. Bacia de bronze
    3. Mesa dos pães da proposição
    4. Candeeiro de ouro
    5. Altar do incenso
    6. Arca da aliança
    7. Propiciatório

Nas referentes aos capítulos de 8 a 10 da epístola em estudo, vemos a diferença marcante entre o ministério sacerdotal, no antigo pacto, e o de Cristo, como Sumo Sacerdote no Novo Concerto. Nesta lição, que dá sequência ao tema da anterior, veremos, mais uma vez, que, em todos os aspectos, o Novo Concerto é melhor e mais glorioso que o primeiro.

I. O CULTO DIVINO EM SANTUÁRIO TERRESTRE

1. O culto no lugar santo do tabernáculo (9.1,2). O tabernáculo, onde as atividades do culto eram intensas, dividia-se em três partes: o Pátio, o Lugar Santo e o Santo dos Santos. O v.2 refere-se à segunda parte — o lugar santo, chamando-o “o primeiro”, pelo fato dele ser a primeira das duas partes cobertas: o Lugar Santo e o Santo dos Santos. O Pátio era descoberto.
2. Os elementos do Lugar Santo. Após o véu da entrada, viam-se três elementos importantes na segunda parte do tabernáculo: “o candeeiro, a mesa e os pães da proposição” (v.2). O tabernáculo revelava que Deus queria manifestar-se no meio de seu povo (Êx 25.8). Hoje, devemos valorizar o ambiente do templo, na igreja local, pois é consagrado ao culto a Deus.
a) O candeeiro, castiçal ou candelabro. Era uma peça maciça, de ouro puro, cujas lâmpadas eram acesas diariamente (Êx 25.31; Lv 24.1-4), representando Cristo, a luz do mundo (Jo 8.12);
b) Os pães da proposição. Ficavam sobre a mesa, que era um móvel de madeira de cetim, revestida de ouro. Os pães da proposição eram um tipo de Cristo, o pão da vida (Jo 6.35).
c) O altar do incenso. O escritor não fala do altar do incenso, mas este também estava no Lugar Santo (ver Êx 30.1-3) representando Cristo, nosso intercessor (Jo 17.1-26; Hb 7.25). Ele ocupava uma posição central no santuário, indicando que a vida de oração é fundamental no culto a Deus. A negligência à oração revela imaturidade espiritual.
3. O lugar Santo dos Santos (vv.3-7). No seu interior, estava a arca do concerto, com a sua cobertura ou propiciatório, com querubins entalhados nas extremidades (Êx 25.10). A arca representava a presença de Deus ou Cristo, nosso Emanuel, que é Deus conosco (Mt 1.23). Na arca, estavam o maná, em memória da provisão de Deus, ou Cristo, o “pão que desceu do céu” (Jo 6.58); a vara de Arão, lembrando a fidelidade de Deus; e as tábuas do concerto, para que o povo não se esquecesse da importância da lei. Mas havia um véu, separando o Lugar Santo do Lugar Santíssimo (vv.3,7,8). Aquele véu indicava “que ainda o caminho do Santuário não estava descoberto, enquanto se conservava em pé o primeiro tabernáculo” (v.8).
Quando oramos, não devemos ficar “no Pátio” (oração monótona). Precisamos passar ao “Lugar Santo” (oração objetiva) e chegar ao “Santo dos Santos” (oração no Espírito).

II. UM MAIOR E MAIS PERFEITO TABERNÁCULO

1. Cristo, Sumo Sacerdote dos bens futuros (v.11). Esses “bens futuros” ainda não estão plenamente ao nosso alcance. A salvação é presente, mas depende de nossa perseverança até o fim (Mt 10.22; 24.13; cf. Rm 13.11). O reino absoluto de Cristo e a feliz eternidade com Deus nos aguardam. Os céus nos esperam. A Nova Jerusalém está preparada para os santos do Senhor.
2. Um perfeito tabernáculo (v.11). O tabernáculo celestial, “não feito por mãos”. Os utensílios do antigo tabernáculo desapareceram. Onde estará a arca? O altar do incenso? Não se sabe. Porém Cristo, ao morrer, fez com que o véu do templo (em Jerusalém) se rasgasse de alto a baixo, demonstrando que o caminho para o verdadeiro santuário, que é a presença de Deus, estava definitivamente aberto para o homem que nEle crê.
3. Mediador de um Novo Testamento.
a) O Velho Testamento foi superado. O Velho Testamento era a sombra das coisas celestes, providas por Deus para a redenção do homem. A lei, que orientava o culto no antigo santuário, não justificou ninguém (Gl 3.11). Pelo contrário, os que estavam debaixo das obras da lei estavam sob maldição, por não poderem cumprir todas as suas cláusulas (Gl 3.10).
b) O Novo Testamento é superior. Cristo tornou-se “Mediador de um Novo Testamento” (v.15), que contém as cláusulas marcantes e definitivas do novo relacionamento de Deus com o homem, e deste com Deus. Ele “entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção” (v.12).
c) A morte do testador. O testamento só tem validade com a morte do testador (v.16). Uma vez que Cristo morreu, o Novo Testamento passou a ter validade, garantindo-nos uma “herança eterna” (v.15). No antigo tabernáculo, a expiação dos pecados era temporária e parcial. No novo, com a garantia do Novo Testamento, a redenção é perfeita, definitiva e perene.
d) Sacerdote imaculado (v.14). Os sacerdotes eram imperfeitos. Cristo, nosso Sumo Sacerdote, com seu sangue, “pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus”, purificando as consciências “das obras mortas” para que sirvamos ao Deus vivo (v.14). O Velho Testamento era validado pelo sangue de animais (v.19). O Novo legitimou-se pelo sangue de Cristo, derramado em nosso lugar.

III. O SACRIFÍCIO PERFEITO DE CRISTO

1. “Sem derramamento de sangue não há remissão” (v.22). A Bíblia ressalta que, no antigo tabernáculo, “quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue”, enfatizando que “sem derramamento de sangue não há remissão” (cf. Lv 17.11). Aqui, vemos a importância do sangue para a expiação do pecado, no Velho Testamento. Isso quer dizer que, quando um animal era oferecido em sacrifício pelo pecado, Deus aceitava a oferta por atribuir a ela o valor provisório do resgate do pecador ofertante. O sangue era símbolo da outorga da vida, que era dada em expiação. Tal sacrifício apontava para o sangue de Cristo, que seria derramado em nosso lugar.
2. “Sacrifícios melhores” (v.23). O escritor diz que “era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem”, ou seja, deviam purificar-se com sangue. Cada animal morto, substituto do pecador, apontava para o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Os sacrifícios antigos eram repetitivos. O de Cristo foi efetuado uma única vez, por ser superior e perfeito.
3. A entrada de Cristo no céu (v.24). Cristo entrou “uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção” (v.12). O sacerdote entrava todos os dias no santuário, isto é, no Lugar Santo, mas só conseguia a remissão parcial e temporal do pecado. O sumo sacerdote entrava somente uma vez por ano no Santo dos Santos e oferecia sacrifícios pelo povo e por si próprio, pois também era pecador (cf. v.7). No entanto, Cristo entrou “no mesmo céu, para agora comparecer, por nós, perante a face de Deus”. Ele é nosso intercessor perfeito (Rm 8.34), juntamente com o outro maravilhoso intercessor, que é o Espírito Santo (Rm 8.27).
4. Cristo aparecerá pela segunda vez (vv.27,28). Aqui a Bíblia diz que Cristo “uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo”, oferecendo-se para “tirar os pecados de muitos”, e que Ele voltará, pela segunda vez, “aos que o esperam para a salvação”.
O Novo Concerto trazido por Cristo realizou-se através de um sacrifício perfeito e único, que não precisa repetir-se, em substituição aos sacrifícios imperfeitos do antigo concerto. Assim, sejamos gratos a Deus pela morte de Cristo na cruz do Calvário, o qual por nós efetuou uma eterna redenção.

“A expiação da Nova Aliança (9.11-22). O tema de reforma introduz um santuário melhor, um sacrifício eficiente e uma salvação mais completa. O serviço do sumo sacerdote judaico no Dia da Expiação representava o clímax do sistema levítico. Nesse dia, todo ano, ele entrava na presença divina, num tabernáculo terreno, levando o sangue expiatório de animais. Sob a Nova Aliança, Cristo, ‘o sumo sacerdote dos bens futuros’, entrou uma vez para sempre no próprio tabernáculo, levando o seu próprio sangue como expiação.
O sangue de touros e de cabras efetuava apenas purificação ritualística e simbólica, de alcance limitado, mas o sangue de Cristo, oferecido como sacrifício espiritual e vivo, executa a purificação interior, que traz comunhão com o Deus vivo (vv.13,14).

O bispo Westcott observa os seguintes itens pelos quais o sangue de Cristo é superior, partindo da análise de seu sacrifício, que foi:
a) voluntário, ao contrário dos sacrifícios exigidos pela Lei;
b) racional, e não como o dos animais (irracionais);
c) espontâneo, e não em obediência a ordens superiores;

d) moral, como oferta de si próprio por ação do supremo poder nEle residente (o Espírito Eterno), pelo qual mantinha comunhão com Deus. Não seguiu meramente um rito, um esquema predeterminado. Não! Ele detinha os mais puros motivos.” (Comentário Bíblico - Hebreus, CPAD, págs. 148,149).FONTE CPAD




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