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terça-feira, 1 de março de 2016

Estudo e comentario de HEBREUS (10)



                        (N.10) ESTUDO E COMENTARIO DE

                      Hebreus 10.1,3,4,9-12,14,19,22-25.



Os profetas anunciaram uma Nova Aliança. Em que ela se baseia? Qual a sua precípua finalidade? Ela indica o único caminho que conduz o homem a Deus. A Nova Aliança propicia a entrada ao trono divino, mediante o perdão e o esquecimento de todos os pecados. Cristo inaugurou-a com o sacrifício de si mesmo. Agora já não precisamos continuar fazendo os sacrifícios levíticos. O que aqueles sacrifícios não podiam fazer, foi feito pelo sacrifício de Cristo sobre a cruz.Instituído por Deus, os sacrifícios de animais eram a única forma de se aplacar a ira divina contra o pecado e aproximar o homem do seu Criador. Entretanto, tais sacrifícios demonstraram ser ineficazes porque apenas aplacavam temporariamente a ira de Deus, mas não removiam o pecado. Desta forma, havia a necessidade de um sacrifício único e perfeito, que propiciasse aos homens a certeza da reconciliação com Deus.
O autor da epístola em estudo não apenas apresenta Cristo como o último Sumo Sacerdote, mas como o sacrifício perfeito diante de Deus; sacrifício que tira definitivamente os pecados.
No Antigo Testamento, os sacrifícios eram repetidos todos os dias por sacerdotes comuns. O sumo sacerdote entrava todos os anos no lugar santíssimo para oferecer sacrifícios por si mesmo e pelo povo. Mas, como tudo isso era “sombra dos bens futuros”, tais sacrifícios não aperfeiçoavam ninguém. Com Cristo, nosso Sumo Sacerdote, temos a certeza da plena salvação que nos aperfeiçoa, até que um dia cheguemos “a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef 4.13). E isso só ocorrerá no céu.

I. SACRIFÍCIOS INEFICAZES

1. A sombra dos bens futuros (v.1). O Antigo Pacto se constituía de sacrifícios, holocaustos, oblações e oferendas, que eram figuras “dos bens futuros”, ou seja, do evangelho de Cristo, que nos trouxe as riquezas da graça de Deus, a começar pela salvação de nossas almas, através do sacrifício vicário de Jesus. Por serem sombras e não a realidade, os sacrifícios de animais não puderam aperfeiçoar “os que a eles se chegam”.
2. O sangue de animais não tirava os pecados (vv.2-4). Para que serviam aquelas ofertas, se o escritor diz que “é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire pecados” (v.2)? Os sacrifícios não levavam os homens a Deus, mas serviam, por antecipação, de meio para expiação. A palavra expiação no hebraico tem o significado de “cobrir” os pecados, num delito contra a Lei.
3. Deus preparou um corpo para Jesus (v.5). Somente no corpo humano (encarnação), Ele poderia ser aceito por Deus como oferta perfeita no lugar do homem pecador. No Antigo Testamento, os sacrifícios eram substitutos imperfeitos. O corpo de Cristo foi a solução de Deus para substituir todos os sacrifícios imperfeitos do Antigo Testamento. Seu sangue, derramado na cruz, não apenas cobriu os pecados, mas tirou-os, e lançou-os nas profundezas do mar (Mq 7.19). João exclamou: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).

II. O PRIMEIRO FOI TIRADO PARA O ESTABELECIMENTO DO SEGUNDO

1. Cristo obedeceu a Deus (v.9). Jesus foi obediente até à morte (Fp 2.8). Ele cumpriu todos os desígnios divinos no intuito de salvar o homem da perdição eterna. Sua morte foi prova inconteste da sua total resignação, obediência e submissão à vontade de Deus. Ele afirmou: “Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade”. Trata-se de uma lição de valor espiritual inigualável para todos nós: Jesus, sendo Deus, voluntariamente despojou-se de sua glória, e apresentou-se ao Pai na disposição irrestrita de cumprir cabalmente o plano divino de redenção da humanidade (ver Fp 2.5-8).
2. O Velho Pacto substituído pelo Novo (v.9). Ao dizer a Escritura “tira o primeiro para estabelecer o segundo”, vemos a substituição definitiva do antigo sistema legal mosaico, no qual os sacrifícios eram ineficazes para salvação, pelo Novo Pacto, estabelecido por Cristo, com seu sacrifício perfeito.
3. Comparação entre o velho e o Novo Concerto. A lei não transformava o homem em termos morais; o evangelho de Cristo transforma, pois “é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16); a lei apenas condenava o culpado; a graça de Deus o liberta. A lei consistia de símbolos da realidade; a graça consiste na realidade dos símbolos; a lei era “o ministério da morte” (2 Co 3.7); a graça é “lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus” (Rm 8.2).

III. UM SACRIFÍCIO PERFEITO

1. Santificados pela oblação do corpo de Cristo (v.10). Oblações eram ofertas incruentas (sem sangue), inanimadas, oferecidas a Deus tais como: vinho, azeite, flor de farinha, etc.
Se de um lado, Cristo ofereceu seu próprio sangue como holocausto em nosso favor, por outro, Ele foi aceito como oferta de cheiro suave a Deus, “feita uma vez”, de modo que, em Cristo, somos aceitos por Deus.
2. Sacrifício único (vv.11-14). O escritor lembra que os sacerdotes, no Velho Pacto, diariamente ofereciam sacrifícios que não podiam tirar pecados. E acentua que Cristo ofereceu “um único sacrifício pelos pecados”, demonstrando a eficácia do seu auto oferecimento a Deus pelos pecadores. Acrescenta que Cristo está “assentado para sempre à destra de Deus” “...esperando até que os seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés”.
3. Sacrifício que aperfeiçoa. Diferente dos sacrifícios do Antigo Pacto, que apenas cobriam temporariamente o pecado, mas não transformava o pecador, o sacrifício de Cristo constituiu-se “numa só oblação”, que “aperfeiçoou para sempre os que são santificados” (v.13; ver v.10). Aqui temos algo que a lei não podia fazer: santificar as pessoas. Com o advento da graça, somos santificados pela Palavra (Jo 17.17), pela fé em Cristo (At 26.18) e pelo sangue de Jesus (1 Pe 1.2).

IV. PRIVILÉGIOS E RESPONSABILIDADES DO CRENTE EM JESUS

1. Entrar no santuário de Deus (v.19). No Antigo Pacto, as pessoas comuns do povo não podiam adentrar no santuário propriamente dito. Só chegavam até ao pátio, que era a parte exterior do tabernáculo. Em Cristo, no entanto, homens e mulheres salvos são “sacerdotes reais” (1 Pe 2.9), e têm “ousadia para entrar no Santuário pelo sangue de Jesus”. Este é um privilégio que só os fiéis lavados e remidos pelo sangue de Cristo podem ter. Tais crentes não precisam de medianeiros, guias, orixás ou gurus. Jesus é “o único mediador entre Deus e o homem” (1 Tm 2.5).
2. Como chegar a Deus (vv.22-25). Não se pode chegar a Deus de qualquer maneira. O escritor, em sua incisiva exortação, nos mostra os cuidados que devemos ter para chegarmos à presença de Deus:
a) “Com verdadeiro coração”. Só podemos ter acesso ao Pai e ser aceitos por Ele se tivermos um coração sincero, limpo e puro (Mt 5.8).
b) “Em inteireza de fé”. O crente, ao buscar a presença de Deus, não pode ter dúvida alguma de sua existência, do seu poder e de sua graça.
c) “Tendo o coração purificado da má consciência”. Para Deus não valem as aparências. Ele vê o interior do homem. O salmista disse que Deus nos sonda e entende o nosso pensamento (Sl 139.1,2). Se dermos lugar à iniquidade, Ele não nos ouvirá (Sl 65.18).
d) “O corpo lavado com água limpa”. Certamente, o texto bíblico aqui refere-se à purificação do crente pela Palavra, como se lê em Ef 5.26: “purificando-a com a lavagem da água, pela Palavra”, isto em relação à Igreja.
e) Retendo firmes a confissão da esperança. Em Hb 3.6 somos exortados a “conservar firme a confiança e a glória da esperança até ao fim”. A confissão da esperança indica a nossa fé nas gloriosas e infalíveis promessas de Deus, “porque fiel é o que prometeu”.
f) Considerando uns aos outros, estimulando-nos “à caridade e às boas obras”. O bom relacionamento entre os crentes é condição importante para o acesso a Deus. A caridade (amor em ação) é a marca do cristão. Boas obras são dever do salvo (Ef 2.10).
g) “Não deixando a nossa congregação”. Aqui não se refere ao sentido físico: deixar a igreja local para ir congregar-se em outro bairro; mas sim, que não devemos deixar de congregar-nos, de nos reunirmos, tendo em vista a necessidade da comunhão coletiva. Somos membros uns dos outros (Rm 12.5). É equivocada e carnal a ideia de que alguém pode ser “crente em casa”, a menos que esteja doente.
h) “Admoestando-nos uns aos outros”. Admoestar, aqui, tem no original o sentido de animar, encorajar. Essa prática, quando realizada com amor, tem grande efeito no fortalecimento e encorajamento espiritual da comunidade cristã.

“O sangue dos touros (Hb 10.4). O sangue de animais era apenas uma provisão ou expiação temporária pelos pecados do povo; em última análise, era necessário um homem para servir como substituto da humanidade. Por isso, Cristo veio à terra e nasceu como homem a fim de que pudesse oferecer-se a si mesmo em nosso lugar (2.9,14). Além disso, somente um homem isento de pecado poderia tomar sobre si nosso castigo pelo pecado (2.14-18; 4.15) e, assim, de modo suficiente e perfeito, satisfazer as exigências da santidade de Deus (cf. Rm 3.25,26).
Aperfeiçoou para sempre os... santificados (Hb 10.14). A oferenda única de Cristo na cruz e seu resultado (i.e., a salvação perfeita) são eternamente eficazes todos quantos estão santificados ao se chegarem a Deus por meio de Cristo (v.22; 7.25) Note que a palavra no grego ‘santificar’, aqui e no versículo 10, são particípios presentes que enfatizam a ação contínua no tempo presente.

Quando vedes que se vai aproximando aquele dia (Hb 10.25). O dia da volta de Cristo para buscar os seus fiéis está se aproximando. Até chegar esse dia, enfrentaremos muitas provações espirituais e muitas falsificações na doutrina. Devemos congregar-nos regularmente para encorajarmos mutuamente e nos firmarmos em Cristo e na fé apostólica do novo concerto.” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, págs. 1914, 1915).
FONTE CPAD



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