( N.13)ESTUDO E COMENTARIO DE HEBREUS
Hebreus
12.1,2,6-8,12,13.
Depois de apresentar os homens de fé e a vitória que
eles alcançaram, o escritor aos hebreus volta e dirigi-se aos seus leitores
para estimulá-los a percorrer o mesmo caminho. Tanto os antigos crentes como
nós somos aperfeiçoados em Cristo. Eles alcançaram esta posição por sua fé
apesar de sofrerem tantas provações. Nós, igualmente, devemos ter uma fé ativa,
despojando-nos de todo o embaraço e do pecado que nos assedia, para corrermos
com perseverança a carreira que nos foi proposta.
Os cristãos hebreus tinham à sua disposição muito mais
vantagens que as permitidas aos heróis que os antecederam. O autor se compara,
juntamente com seus irmãos em Cristo, a atletas disputando uma corrida, ao
redor dos quais está aquela numerosa plateia enfileirada, como nas
arquibancadas de um grande estádio. As testemunhas da grande prova são justamente
os heróis da fé, cujos feitos estão registrados no capítulo 11 da epístola em
estudo. Tomando o exemplo desses homens das gerações anteriores, o escritor
procura nos encorajar a correr a boa corrida da fé e ganhar, pela resistência e
coragem, o prêmio que nos é oferecido.
Os dois últimos capítulos de Hebreus encerram a
epístola com exortações e orientações aos crentes sobre como perseverar na fé e
na doutrina, com disciplina, amor e santidade. Estes temas atualmente são
desprezados em muitos lugares, por causa do “vírus” do relativismo. Mas a
Palavra de Deus é como um “martelo que esmiúça a penha” (Jr 23.29), e dissipa
os “ventos” contrários a sã doutrina, fortalecendo e edificando os que hão de
concluir a carreira cristã.
I. A CARREIRA COM PACIÊNCIA
1. Uma nuvem de testemunhas (v.1). O escritor nos leva
a outros aspectos da vida cristã, ressaltando que estamos rodeados de “uma tão
grande nuvem de testemunhas”. Quem são essas testemunhas? Pelo contexto
entendemos que aqueles são heróis diante do Todo-poderoso que testemunham a sua
fidelidade. Aqui, a palavra testemunha, originalmente martys, denota a
experiência dos antepassados da fé. Por outro lado, podemos dizer que em nossa
carreira cristã estamos sendo observados por muitas testemunhas. Umas visíveis:
os homens, crentes e descrentes; outras, invisíveis: os anjos e os demônios.
(Ver Sl 34.7; Hb 1.13,14; 1 Pe 5.8.) Diante dessa realidade devemos ter muito
cuidado com o nosso comportamento.
2. Deixando o pecado e o embaraço (v.2). Somos exortados
a deixar “todo o embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia”. O embaraço
certamente não é pecado, mas pode tornar-se num impedimento, ou num atraso à
nossa vida e carreira espiritual, e aí sim, conduzir-nos ao pecado. Um crente
embaraçado é facilmente atingido pelo Diabo. A televisão, por exemplo, mesmo
transmitindo programas de cunho informativo ou cultural, pode embaraçar o
crente se este deixar de ir à casa de Deus para prostrar-se diante dela. Há
crentes que se embaraçam com dívidas, amizades, esportes, lazer, etc. Ademais
disso, não podemos esquecer que a Bíblia nos manda remir o tempo (Ef 5.15,16).
3. Correndo com paciência. Aqui o escritor toma uma
figura de linguagem emprestada, provavelmente dos jogos olímpicos, para
comparar a vida cristã a uma maratona. Numa corrida, é necessário ter paciência
para se alcançar a chegada (cf. Hb 10.36). No caso da fé, a carreira não é
escolhida pelo cristão, e sim proposta por Deus. O crente precisa correr e
chegar ao final vitorioso. Para que isso aconteça só existe um segredo segundo
as Escrituras: perseverança e paciência (Rm 5.3-5).
4. Olhando para Jesus (v.2). Numa corrida de
resistência, o atleta precisa olhar para frente, caso contrário, poderá perder
o tempo e o rumo. Na vida cristã, mais ainda, o crente não pode perder de vista
o alvo, Jesus. Ele é o autor e também o consumador de nossa fé. Deu-nos o
exemplo, suportando a cruz, desprezando a afronta, até assentar-se à direita de
Deus, “pelo gozo que lhe estava proposto”. A história da Igreja está cheia de
exemplos de homens e mulheres, que corajosamente desprezaram os prazeres e as
glórias do mundo por amor a Cristo.
5. A correção com amor (vv.3-11). Nesta primeira parte
do texto, o escritor exorta os crentes hebreus à perseverança, dizendo que
ainda não haviam resistido “até o sangue no combate contra o pecado” (v.4).
Parece que o escritor tinha em mente que seus destinatários poderiam ignorar um
pouco da Palavra de Deus, e cita Provérbios 3.11-12, onde a Palavra de Deus
anima os crentes a não se esquecerem da exortação do Pai, e a não desanimarem
ao serem repreendidos.
No v.6, o autor diz que se alguém está sem disciplina
não é filho, mas bastardo, ou filho ilegítimo (vv.7,8). E conclui falando do
valor da correção: “porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que o
recebe por filho” (vv.10,11). Trata-se da correção com amor.
II. EXORTAÇÃO À SANTIFICAÇÃO
1. Levantando as mãos cansadas (v.12). Na vida cristã,
pode haver momentos de cansaço e esgotamento espiritual. Mas existe um remédio para
isso: Os que estão firmes pela graça de Deus, ao invés de dificultarem ainda
mais a caminhada dos mais fracos, devem ajudá-los a levantarem-se (cf. Jó 4.3;
Is 35.3). E, Deus tem o poder necessário para nos renovar e restaurar (Is
40.29-31).
2. Seguindo a paz e a santificação. Santidade é o
estado de quem se destaca pela pureza. Santificação é a prática. E só é
possível através da Palavra de Deus e mediante o sangue de Cristo (Jo 17.17; 1
Jo 1.7). A santificação é a salvação em andamento, em processo. A doutrina
equivocada de que “uma vez salvo para sempre salvo” não passa de falácia, para
justificar a pretensiosa doutrina da predestinação absoluta, segundo a qual uns
nascem “carimbados” como “salvos” e outros como “perdidos”. Uma vez salvo, o
cristão precisa fazer sua parte: separar-se do mundo e dedicar-se totalmente ao
serviço do Reino de Deus.
Temos uma carreira a percorrer pacientemente, mas esta
deve ser livre de embaraços, pois eles, mesmo não sendo o pecado, podem
conduzir-nos a ele. Que possamos concluir esta carreira como santos filhos de
Deus, e receber do nosso Pai o galardão reservado a cada um de nós.
‘A carreira que nos está
proposta’.
Esta corrida é o teste neste mundo, que dura a vida inteira (10.23,38; 12.25;
13.13).
(1) A corrida deve ser efetuada com ‘paciência’ (gr.
hupomone), ou seja, com perseverança e constância (cf. 10.36; Fp 3.12-14). O
caminho da vitória é o mesmo que o dos santos no capítulo 11 - esforçando-se
para chegar até ao fim (cf. 6.11,12; 12.1-4; Lc 21.19; 1 Co 9.24,25; Fp
3.11-14; Ap 3.21).
(2) Na corrida, devemos deixar de lado os pecados que
nos atrapalham ou que nos fazem ficar para trás (v.1) e fixarmos os olhos,
nossas vidas e nossos corações em Jesus e no exemplo que Ele nos legou na
terra, de obediência perseverante (vv.1-4).
(3) Na corrida, devemos estar conscientes de que o
maior perigo que nos confronta é a tentação de ceder ao pecado (vv.1,4), de
voltar àquela pátria de onde haviam saído (11.15; Tg 1.12), e de nos tornar, de
novo, cidadãos do mundo (Mc 11.13; Tg 4.4; 1 Jo 2.15; ver Hb 11.10)” (Bíblia de
Estudo Pentecostal, CPAD, pág.1918).
“Portanto, tal como a Cristo, há uma carreira proposta
ao povo de Deus, um alvo as ser alcançado, um caminho a ser percorrido. Jesus
Cristo é o príncipe, o Líder e o Aperfeiçoador da fé. AquEle que não se
embaraçou com as coisas materiais desta vida, pois contemplava a eternidade,
sabendo discernir o valor das coisas que não se viam. Tal deve ser a nossa
paciência. A luta de Cristo foi até a morte, e Ele a venceu. Animados por seu
exemplo, podemos fazer o mesmo” (Comentário Bíblico Hebreus, CPAD, p.167).FONTE
CPAD
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